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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

1607) Zelaya: bem, já que estamos falando dele...


...melhor flagrá-lo numa pose de presidente (em um pequeno momento de siesta)
Edgard Garrido/Reuters

Uma siesta muito, muito longa
Revista Veja, edição 2145, 20 de dezembro de 2009

Tudo teve ares de pastelão, mas pelo menos uma coisa deve ser considerada: a potestade das forças que se ergueram contra Manuel Zelaya não foi brincadeira. O infeliz do chapelão foi destituído da Presidência de Honduras com ordem assinada pela Suprema Corte e sem nenhuma cerimônia por parte do Exército. No seu lugar ficou um sujeitinho bravo, Roberto Micheletti, que assumiu interinamente com um objetivo - no pasará - e o cumpriu. Ainda por cima, Zelaya contou com o apoio incondicional dos megalonanicos da diplomacia petista, sempre uma garantia de que a coisa vai dar errado. Por ordem de Hugo Chávez, voltou à sorrelfa e se instalou na Embaixada do Brasil com planos inversamente proporcionais à capacidade de executá-los. As simpatias dos que, mesmo desconfiando das patranhas da figura, repudiavam os métodos de sua deposição sofreram um cruel golpe quando ele disse que estava sendo torturado por mercenários israelenses com emissões de alta frequência e gases tóxicos. Folhas de papel-alumínio passaram a recobrir as paredes da embaixada, dando a impressão de que a qualquer momento sairiam dali miolos ao forno. Zelaya não foi o único a passar atestado de maluquice: o governo brasileiro repudiou até o fim a realização de eleições presidenciais e, depois, seu resultado. Em outras circunstâncias, o mau conselheiro Marco Aurélio Garcia e o chanceler Celso Amorim ensaiaram dar uma de good cop e bad cop, aquela jogadinha de policial mau e policial bonzinho. Da história de Honduras, saíram parecendo os Keystone Cops.

1606) Triste fim de Manoel Zelaya (bem, nao tao triste assim)

Crônica impagável do jornalista Augusto Nunes.
Minha aposta pessoal é a de que ele vai ficar na Hospedaria (digo, Embaixada) do Brasil até a posse do novo presidente, que depois lhe concederá anistia generosamente, mas burocraticamente (escoltando-o para o aeroporto, ou alguma fazenda de sua propriedade, desde que prometa se comportar...).
Mas, confesso que o cenário traçado por Augusto Nunes é muito mais engraçado. Desejo, realmente, que ele se converta em realidade.
Só falta resolver quem vai pagar a conta da hospedaria...

A tarde de janeiro em que Zelaya resolveu cair fora da pensão
Augusto Nunes, Veja, 20 de dezembro de 2009

Faltavam três minutos para as três da tarde de 27 de janeiro de 2010 quando o calor de Tegucigalpa interrompeu a sesta do homem estendido na cama do quarto principal. Manuel Zelaya acordou com o pijama de seda ensopado de suor, afastou o chapéu sobre o rosto com a mão esquerda e, praguejando contra o inverno hondurenho, estendeu a direita para acordar a mulher que não estava lá. Abriu os olhos, arregalou-os enquanto conferia o relógio da parede e estranhou a ausência de Xiomara, que nos tempos do palácio não encerrava a sesta antes das quatro.

Ela parecera aflita ao longo da manhã, integralmente consumida ao lado do rádio para que não se perdesse nenhum detalhe da cerimônia de posse do traidor Porfirio Lobo no cargo usurpado pelo golpista Roberto Micheletti. Tampouco o chamara de Mel durante o almoço, como de hábito. Mas Zelaya até cantarolou uma música nativa enquanto calçava as botas negras e combinava a calça bege com a mais alva das oito guayaberas, sem suspeitar de que o sumiço da primeira-dama era só o prelúdio de uma sucessão de espantos.

Nenhum dos dois voluntários vigiava a porta, intrigou-se ao sair do quarto. E nenhum de seus dois ministros estava na sala, surpreendeu-se. E não havia nenhum soldado vigiando a rua, desconcertou-se ao chegar perto da janela para a contemplação ritual da tropa que sitiava o casarão desde a gloriosa noite de setembro em que se infiltrou na velha embaixada do Brasil à frente de 300 bravos prontos para matar ou morrer.

Zelaya berrou o nome da mulher, ouviu o grito do silêncio, foi assaltado pela angústia, marchou sobre os aposentos dos dois jornalistas brasileiros, encontrou-o deserto pela primeira vez em cinco meses e enfim compreendeu que algo de muito grave havia ocorrido. ”Qué pasa?”, murmurou já ensaiando o famoso olhar dos momentos de cólera. Começava a planejar vinganças tremendas quando veio do quarto dos fundos a informação em espanhol com sotaque cearense: “Se fueron, señor presidente”.

Era Francisco Catunda, o encarregado de negócios da antiga embaixada brasileira. “La señora?”, sussurrou com olhar de pedinte. A mudez do diplomata respondeu que sim. ”Los periodistas?”, balbuciou já sem esperança. “Se fueron todos”, assim começou Catunda a relatar os sucessos da tarde, desencadeados quando faltavam dez minutos para as duas e encerrados meia hora depois.

A primeira-dama saiu do quarto, informou ao entrar na sala que o marido já ressonava, convocou os sete hóspedes restantes para uma assembleia deliberativa da pensão, esperou que se acomodassem e tirou o celular da bolsa. Pediu a quem atendera que chamasse o chefe do cerimonial do palácio, cumprimentou-o pela bonita cerimônia de posse e comunicou que, se houvesse um convite de sobra, compareceria com muito prazer ao baile da posse de Porfírio Lobo.

Em seguida, ordenou a Catunda que chamasse o capitão que chefiava a guarda militar formada por 20 recrutas, diante do qual renunciou oficialmente ao cargo de primeira-dama democraticamente eleita e reconheceu o novo governo. Aplaudida pelos presentes, a ex-primeira-dama ordenou-lhes que fossem para casa, determinação atendida pelos ministros, pelos jornalistas, pelos voluntários e pelos soldados do Exército, inclusive o capitão comandante. Só ficou o encarregado de negócios, escalado para a narrativa que acabara de fazer.

Então Manuel Zelaya entendeu que chegara o momento de cair fora do casarão. Ligou para a casa dos pais, a mãe reconheceu a voz de Manolo, ele pediu-lhe para passar a noite no quarto da infância e ouviu que sim, desde que não achasse que também aquilo era uma pensão e ficasse por cinco meses. Sem ninguém para preparar o jantar, comeu um pedaço de pizza da véspera, foi dormir outra vez e, à meia-noite em ponto, convocou Catunda para o último despacho como presidente constitucional.

Declarou encerrado o mandato, reconheceu o novo governo, entregou as chaves do casarão e, antes de buscar a mala, encarregou o encarregado de negócios de ficar no posto até a manhã seguinte. Às 11 horas, deveria telefonar para o companheiro Lula e narrar-lhe os acontecimentos históriscos. O soldado do Itamaraty estava com o celular na mão quando o cara ligou.

Era para dizer-lhe que Zelaya se fora sem pagar a despesa. Isso Catunda fez. Mas não fez o que o amigo hondurenho ordenou que fizesse se Lula viesse com lamúrias, como veio. Nesse caso, Catunda deveria sugerir-lhe que mandasse a conta para o companheiro Hugo Chávez.

Ou, então, que se queixasse ao bispo de Tegucigalpa.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

1605) Exiting from High Public Debt: uma recomendacao que vale para o Brasil

O Brasil deve participar oficialmente, com representantes da Fazenda, Planejamento, Banco Central e Tesouro, se supõe, e ouvir atentamente o que poderá dizer o Murilo Portugal, que já foi Diretor do Tesouro Nacional e Secretário Executivo da Fazenda.

High-Level Conference
Exiting from High Public Debt
January 19, 2010
IMF Offices in Europe, 66 avenue d’Iena, 75116 Paris, France
Ground Floor Conference Room A

Organized by the Fiscal Affairs Department and the Offices in Europe
International Monetary Fund

The IMF's Fiscal Affairs Department and the Offices in Europe are organizing a high-level conference on “Exiting from High Public Debt,” at the IMF’s Paris Office on January 19, 2010.

The event will provide a forum for discussion of a range of issues related to the risks arising from high public indebtedness, including the implications for interest rates and growth, for public debt management, and for financial markets more generally. The conference will also cover debt reduction strategies, with specific reference to lessons that can be drawn from historical experiences.

Please note that the event is by invitation only.

PROGRAM
January 19, 2010
Opening Session
08:30 Registration
09:00-09:10 Introductory Remarks
Emmanuel van der Mensbrugghe, Director, IMF Offices in Europe
Mr. Carlo Cottarelli, Director, Fiscal Affairs Department (FAD) IMF
09:10-09:30 Keynote Speech
Murilo Portugal, Deputy Managing Director, IMF

Session 1: Fiscal Outlook, Trends and Risks
09:30-10:45 Chair: Mr. Pier Carlo Padoan, Deputy Secretary General and Chief Economist, OECD
Presenter (15 minutes):
Mr. Philip Gerson, FAD
Discussants (15 minutes each):
Mr. Benoît Coeuré, Directeur, Direction générale du Trésor et de la politique économique, French Ministry of Finance
Mr. Jean Pisani-Ferry, Director, Breugel Institute
General discussion (25 minutes)

10:45-11:15 ***Coffee Break***

Session 2: Debt, Interest Rates and Growth
11:15-12:30 Chair: Professor Sir Tony Atkinson, Oxford University
Presenter (15 minutes):
Mr. Manmohan S. Kumar, FAD
Discussants (15 minutes each):
Mr. Daniele Franco, Head, Structural Economic Analysis Department, Bank of Italy
Mr. Christian Kastrop, Deputy Director-General, Economic Policy Department, German Ministry of Finance
General discussion (25 minutes)

12:30-14:00 ***Lunch***

Session 3: Implications of High Debt for Public Debt Management and Financial Markets
14:00-15:15 Chair: Mr. Ad van Riet, Head of the Fiscal Policies Division, European Central Bank
Presenter (15 minutes):
Mr. Udaibir Das, Monetary and Capital Markets Department, IMF
Discussants (15 minutes each):
Ms. Samantha Beckett, Director of Operations, HM Treasury
Mr. Pierre Cailleteau, Managing Director, Moody’s Sovereign Risk Group
General discussion (25 minutes)

Session 4: Debt Reduction Strategies—Lessons from the Past
15:15-16:30 Chair: Mr. Marek Belka, European Department, IMF
Presenter (15 minutes):
Mr. Per Molander, Director General, Swedish Social Insurance Inspectorate
Discussants (15 minutes each):
Mr. Richard Portes, Professor, London Business School, CEPR
Mr. Luc Leruth, IMF Offices in Europe
General discussion (25 minutes)

16:30-17:00 ***Coffee Break***

Session 5: Round-Table Discussion
17:00-18:00 Chair: Mr. Carlo Cottarelli

Panelists:
Mr. Marek Belka, IMF
Mr. Marco Buti, Director-General for Economic and Financial Affairs, EC
Mr. Pier Carlo Padoan, OECD
Mr. Tom Scholar, Managing Director International and Finance, HM Treasury

1604) Uma mensagem de Natal diferente

Esta me foi mandada pelo José Antonio Aleixo da Silva, professor do Departamento de Ciência Florestal da UFRPE e Conselheiro Nacional da SBPC/Nordeste, que faz um boletim diário (ou quase), com o que de melhor é publicado na área da ciência.

Car@s Colegas - MINHA MENSAGEM DE FIM DE ANO

Durante esses 10 anos que edito e publico o “Notícias da SBPC/PE”, uma época de ano sempre me dá muito trabalho é dezembro. É porque neste mês dou uma parada no jornalzinho, mas antes disto tenho que mandar uma mensagem de Natal e Ano Novo prá vocês. Seria facílimo pegar uma dessas legais que rolam na internet e mandar, mas gosto de fazer a coisa diferente.

Este ano estava pensando no que mandar, quando me lembrei de um livro que ganhei de meu amigo Chico (SBPC/PE) intitulado “Deve ser brincadeira, Sr. Feynman”, publicado pela Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2006. Foi escrito pelo próprio Feynman com o título original “Surely you´re joking, Mr. Feynman”.

Para quem não conhece, Richard Philips Feynman que nasceu em New York em 11 de maio de 1918, e faleceu em 15 de fevereiro de 1988, em Los Angeles. Foi um renomado físico, professor da Universidade de Cornell e do Caltech (Califórnia) e vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1965, com o trabalho “Eletrodinâmica Quântica”. Acho que vi em algum lugar que ele é considerado o “pai da nanotecnologia”.

Mas por que nesta época falar sobre Feynman? Quem já leu o livro citado acima pode viajar nas “loucuras” de Feynman e, certamente, ficou maravilhad@ com a leitura. É um livro fantástico que não exige sequência de leitura, pois são casos da dele contados por ele mesmo. Vale à pena ler. Vou falar de um deles.

Entre 1951 e 1952, ele passou vários meses no Brasil, dedicando-se ao ensino de física, às praias, e aqui descobriu a teoria das interações fracas.

Como era fanático por instrumentos de percussão, um de seus sonhos era tocar em uma bateria de escola de samba e de tanto que insistiu conseguiu um lugar para tocar frigideira. Fala-se que ele andava pelas praias no Rio de Janeiro tocando frigideira e era conhecido como o “gringo da frigideira”. Mas por mais que treinasse, sempre quando a bateria da escola de samba atravessava nos ensaios, o mestre de bateria dizia: “o gringo outra vez” e isso era uma porrada nele.

Certo dia apareceu um sujeito para fazer teste na bateria da escola de samba, exatamente, prá tocar frigideira. O cara deu um show à parte com a frigideira, Feynman ficou admirado e com medo de ser substituído, perder o lugar que ele tanto lutou prá conseguir. Mas para sua surpresa e imensa alegria, depois do teste, o mestre de bateria falou para o sujeito: você está aprovado, mas ainda tem muito que aprender. Vá tocar ao lado do gringo e preste bem atenção que ele é muito bom tocador de frigideira, vá aprender com ele. Foi uma das maiores alegrias da vida de Feynman, certamente, superior a de quando ele soube que havia ganhado o Prêmio Nobel de Física.

Então colegas de 10 anos e alguns(mas) mais velh@s e outr@s mais nov@s, tudo que desejo prá nós em 2010, é que seja um ano repleto de alegrias que buscaremos conseguir, essas serão as melhores. As que os outros nos proporcionarem serão bem vindas, mas vamos buscar nossas alegrias com muita paz, saúde, amor e fraternidade.

Que 2010 seja o nosso ano 10, porque mesmo com todo avanço da ciência é pouco provável que viveremos outro ano 10.

Sim, um Feliz Natal prá todos. Voltarei em fevereiro de 2010.

Um abraço
Aleixo

1603) Fim do Mundo: ja que estamos nos preparando para ele...

E por falar em apocalipse...
João Luiz Mauad
23.12.2009

Para aqueles que costumam impressionar-se com teorias escatológicas do tipo “mudanças climáticas”, aqui vai uma de tirar o sono. De acordo com os cientistas, existe uma chance em 10.000 de que um grande asteróide ou cometa (com diâmetro maior que 2Km) colida com o nosso planeta ainda neste século, desmantelando a biosfera e matando uma larga fração da população que aqui vive. E as más notícias não acabam aí. Especialistas estimam - com base em estudos sobre a queda de um meteorito medindo menos que 100m de diâmetro na Sibéria, que destruiu uma área de floresta equivalente a 2000 Km2 em 1908 - que a queda de um corpo medindo mais de 140m de diâmetro já seria suficiente para provocar danos irreparáveis à vida na Terra. Como esses corpos menores são muito mais abundantes no espaço do que os grandes asteróides e cometas, a chance de choque é também maior.

Malgrado talvez não exista um exemplo melhor daquilo que os economistas convencionaram chamar de “bem público”, são pouquíssimos os países que têm programas governamentais visando à detecção e rastreamento de objetos potencialmente perigosos perto da Terra. Como esse serviço é daqueles que beneficiam diretamente cada um dos habitantes do planeta, praticamente todos os cidadãos fora dos EUA, Alemanha e Canadá somos “free-riders”, já que nos beneficiamos de um serviço sem que estejamos contribuindo para o seu custeio.

Apesar dos riscos nada desprezíveis, não há qualquer movimentação ou plano multilateral patrocinado pelas Nações Unidas para nos proteger dessa possibilidade real, ainda que o poder destrutivo de um cometa ou asteróide que porventura caia sobre nossas cabeças seja muito maior que a pior hipótese de aquecimento global. Como é pouco provável que os arautos do apocalipse e os próceres da “governança global” não estejam cientes disso, a questão que se coloca, de imediato, é: por que tanta paranóia com o clima e tanto descaso com uma ameaça potencial muito maior?

Eu consigo enxergar pelo menos quatro razões para isso:

1. Em primeiro lugar, diferentemente do aquecimento global antropogênico (AGA), o risco de colisão de corpos celestes com a Terra não admite qualquer suposição de vilania dos Estados Unidos. Ao contrário, se o AGA pode ser quase 100% imputado à ganância capitalista dos americanos, no caso dos asteróides eles seriam os mocinhos solitários da história (ou quase solitários, já que há esforços notáveis, embora em muito menor escala, de alemães e canadenses no mesmo sentido), os únicos preocupados em defender o planeta. Por que, afinal, os amantes da Mãe Natureza perderiam tempo com uma questão que não pode servir de esteio para a demonização dos gananciosos capitalistas e seus mais destacados representantes, não é mesmo?

2. Parece claro, pelo menos para qualquer pessoa sensata, que um projeto de rastreamento e deflexão de objetos celestes potencialmente perigosos para a vida terrestre teria muito mais chances de sucesso se houvesse uma real cooperação internacional, não apenas em termos de recursos, mas também no desenvolvimento de novas tecnologias. Quanto mais observatórios estiverem varrendo o céu, tanto em terra quando em órbita do planeta, quanto mais gente estiver estudando a coisa em profundidade tentando descobrir soluções viáveis, maiores serão as chances de que possamos evitar o pior. No entanto, como os recursos globais necessários para o desenvolvimento de programas “anti-colisão” são irrisórios (se comparados - é claro! - com o dinheiro que pretendem embolsar com as trombetas climáticas), os impostos potenciais que nos poderiam cobrar seriam modestos, ou pelo menos bem abaixo das expectativas sempre megalômanas dessa gente.

3. Além disso, programas espaciais desse tipo são daqueles que fazem avançar a tecnologia e, portanto o progresso. Mas, como sabemos, progresso é uma palavra que não faz parte do dicionário ambientalista. Ao contrário, se dependesse deles, voltaríamos à Idade da Pedra e viveríamos como os bons selvagens de Rousseau, caçando e coletando frutos.

4. Finalmente, aquela que, para mim, é a razão mais forte: para salvar o planeta de um asteróide qualquer, não é preciso ensinar-nos como devemos viver as nossas vidas, se devemos andar menos de carro, viajar menos de avião, economizar a água da descarga ou do banho, construir casas ecologicamente corretas, não fumar, não comer carne vermelha, etc. Afinal, a burocracia intervencionista não se contenta apenas em cobrar cada vez mais impostos. Ela possui uma necessidade atávica de planejar o mundo nos mínimos detalhes. Resumindo, não lhes interessa investir em catástrofes cujas soluções não sirvam para limitar ainda mais a nossa liberdade.

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Um comentarista aduziu a seguinte razão de por que o mundo não vai fazer nada contra os asteróides:
"A impossibilidade de fazer dezenas de ONGs arrecadarem dinheiro em prol da destruição de asteróides...."

1602) Politica externa brasileira: sintomas preocupantes de perda de sentido da razão

Sobre o Eixo, uma frase perturbadora
Museu Blog: Arte Cultura, Judaísmo, 17.12.2009

Memória
"Adeptos do eixo nazifascista ainda existem na diplomacia brasileira. O que me deixa indignado é que alguém como o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que teve a coragem de dizer que a Alemanha e o Japão estão excluídos do Conselho de Segurança da ONU por terem tido a ousadia de desafiar a liderança anglo-saxônica do mundo (Mundo, 6/12), seja ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil.
Em memória dos milhões de mortos da Segunda Guerra, fica aqui o meu protesto."
ALBERTO GOLDMAN , vice-governador de São Paulo (São Paulo, SP) - carta publicada na Folha de São Paulo em 15 de dezembro de 2009.

A reação de Goldman seguiu-se à declaração do Ministro, publicada na Folha de 6 de dezembro,em matéria de Claudia Antunes reproduzida abaixo. A frase sobre Alemanha e Japão, que omite o caráter totalitário e os crimes contra a humanidade do Eixo, cabe na perspectiva relativista que "naturaliza" fatos históricos cujos detalhes são pouco conhecidos pelo público.

Ministro cobra desarme de países atômicos
O ministro de Assuntos Estratégicos, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, elogiou e aprofundou a declaração feita na quinta-feira, na Alemanha, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que as potências atômicas precisam se desarmar para ter "autoridade moral" para cobrar o desarme de países como o Irã.

"O controle da situação militar [no mundo] exige o desarmamento dos países nucleares, não o desarmamento dos desarmados, que não colocam nenhum país em risco. O não desarmamento dos países nucleares é que leva à proliferação, porque os países que se sentem ameaçados sabem que eventualmente não serão atacados se estiverem armados", afirmou o ex-secretário-geral do Itamaraty.

"Fico feliz porque escrevi isso antes das declarações do presidente Lula", disse, antes de comentar: "A Coreia do Norte não tem o destino do Iraque porque tem a bomba".
Guimarães encerrou na noite de anteontem, no Rio, conferência do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais do Itamaraty - entidade de cuja direção foi afastado em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso, por atacar eventual ingresso do Brasil na Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Conhecido pela oposição ao sistema internacional criado sob a hegemonia dos EUA, o ministro fez afirmações que qualificou de "heterodoxas" ao analisar as "três crises internacionais" - econômica, ambiental e de governança - e sua relação com "quatro tendências": globalização, multipolarização, normatização e transformações tecnológicas. Ele descreveu esforços das potências ocidentais para aprofundar, no pós-Guerra Fria, as normas pelas quais concentram poder. Disse que os acordos de não proliferação "garantiram privilégios a certos Estados", que tentam ampliá-los. "Também não querem que os países não armados tenham armas convencionais. Facilita muito, não é?"

Citou as visitas recentes dos presidentes do Irã, de Israel e da Autoridade Nacional Palestina e ironizou os que criticaram a vinda de Mahmoud Ahmadinejad. "Alguns queriam que nós pedíssemos licença, mas não pediram para o presidente de Israel, aí não precisava, não é?"

Guimarães defendeu a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com a inclusão de Brasil, Índia, africanos e as potências do Eixo nazifascista derrotadas na Segunda Guerra, Alemanha e Japão, "depois de tantos anos de purgatório, de punição, por terem desafiado a liderança anglo-saxônica do mundo" (grifo meu).

Segundo ele, o Brasil está em boa posição nas negociações sobre mudança climática por sua matriz energética limpa e pela decisão de adotar metas voluntárias de redução das emissões. O aquecimento global, afirmou, decorre da visão de que "o indivíduo pode consumir o que bem entende, e o produtor produzir o que bem entende", num mundo de recursos naturais que "seriam inesgotáveis", o que levou ao uso intensivo de combustíveis fósseis pelos países desenvolvidos.

A mesma visão pressupunha que os demais Estados "não poderiam chegar ao mesmo nível de consumo". A pregação do desenvolvimento sustentável, disse, surgiu nesse contexto: "Nunca [...] defenderam o crescimento sustentável para os países desenvolvidos, sempre para os subdesenvolvidos. Fica até de mau gosto dizer isso. Mas é a verdade."

Para Guimarães, países como Brasil, Índia e Rússia não são "absorvíveis" pelos três polos em torno de Estados Unidos, União Europeia e China. "Temos a sorte", disse, de poder formar um polo na América do Sul, "base central da política externa brasileira".

O ministro avaliou que o Brasil está em geral bem posicionado diante dos desafios internacionais, com uma exceção importante: inovação tecnológica. Comparou o investimento anual dos EUA em pesquisa, de US$ 300 bilhões, com o brasileiro, de US$ 15 bilhões.

"Se não fizermos avanços, estaremos num patamar inferior de competitividade em termos econômicos, políticos e militares." (Claudia Antunes)

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O correspondente que me enviou esse post, efetuou comentários que me permito reproduzir aqui, omitindo seu nome por razões óbvias, mas suas palavras revelam surpresa e indignação. O paralelo histórico é de sua responsabilidade:

On 23/12/2009, at 12:16, Xxxxx Xxxxx wrote:

"Ao ler mais esses comentários do Samuel, lembrei-me do embaixador Mário de Pimentel Brandão, que escreveu em 1940 ao Maurício Nabuco (então secretário geral do MRE, cargo que Samuel ocupou antes de ser ministro) dizendo algo como "se na Roma Antiga um cavalo chegou a senador, é de se compreender que no Brasil contemporâneo um burro chegue a embaixador e secretário geral do MRE."

Acrescento eu:
Essas frases não são apenas perturbadoras quanto a uma adequada orientação da postura internacional do Brasil, no contexto de um mundo ainda profundamente desigual, mas que procura evitar desenvolvimentos indesejáveis, como seria a proliferação de tecnologia nuclear em países essencialmente antidemocráticos e basicamente comprometidos com uma visão do mundo que se situa nas antípodas de nossas tradições e valores.
Elas são, na verdade, profundamente preocupantes, pois revelam um estado de espírito, uma predisposição ideológica que turva o pensamento de quem as formulou e essa predisposição é, obviamente, a de se contrapor aos "países hegemônicos", ao "Império", que para o Brasil representariam supostamente o mal a ser evitado, daí essas alianças espúrias com países "não-hegemônicos", a "periferia oprimida" que vai nos redimir da concentração de poder e da dominação imperial.
No caso do seu autor, especificamente, eu diria que se trata da morte do pensamento, simplesmente isso...
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Paulo Roberto de Almeida (23.12.2009, 13h10)

1601) COP-15: Palanque Politico? (Miriam Leitao)

COP-15: Palanque Político?
Míriam Leitão
O Globo, 20/12/2009

A COP-15 não mudou o mundo, mas mudou o Brasil. A Conferência do Clima e a competição eleitoral fizeram a posição do Brasil se mover na direção certa. Há três meses, o Brasil tinha um discurso velho. Hoje, tem metas e um caminho. Um erro foi nomear a ministra Dilma como chefe da delegação. Sem ter nada a ver com coisa alguma, ela se apagou na negociação.

COP não é palanque. Aqui, em Copenhague, travou-se uma batalha de sutilezas escorregadias, de detalhes técnicos complexos, de linguagem cifrada. Numa situação assim, é fundamental conhecer o terreno, a técnica e o tema. Dilma Rousseff é recém- chegada à questão climática. Na verdade, seu histórico é hostil à causa que motiva todo esse esforço. Ao ser escolhida, ela imprimiu à atuação brasileira um amadorismo insensato. Além disso, neutralizou alguns dos nossos mais bem treinados negociadores.

O patético final da Conferência deixou a confusão brasileira mais aparente. Todo mundo foi saindo, e o ministro Carlos Minc assumiu a negociação, apesar de ter sido expressamente afastado de outras etapas das conversas e destratado pela ministra Dilma na primeira entrevista em Copenhague. Foi Carlos Minc que tirou o Brasil da envelhecida posição de se negar a assumir compromissos de redução da emissão. E foi apenas por ter mudado sua posição que o Brasil não chegou a Copenhague em situação constrangedora.

Na noite da última sexta, no fim da Conferência, um dos remanescentes da equipe brasileira era o embaixador especial do Clima Sérgio Serra. Apesar do título do seu cargo, Serra para entrar na salas das conversas precisava do crachá deixado por Marco Aurélio Garcia, outro que não se sabe o que fazia em Copenhague.

Na noite da negociação entre os 25 chefes de Estado, de quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, veterano de COPs, subiu o elevador do hotel onde estava hospedado com rosto de desconsolo, depois de admitir a jornalistas que não sabia o que estava acontecendo. Celso Amorim foi, entre outras reuniões, o grande negociador de Bali, onde, junto com a então ministra Marina Silva, trabalhou na negociação do Mapa do Caminho.

Na noite do Bella Center, o presidente Lula foi para uma reunião dos chefes de Estado sem Amorim e sem o embaixador Luiz Alberto Figueiredo. Os dois têm experiência, são profissionais treinados.

Quando Dilma Rousseff chegou a Copenhague, Figueiredo teve que acompanhar a ministra em reuniões que não tinham nada a ver com o andamento da negociação. Visivelmente constrangido.

Dilma, nos primeiros dias, se dedicou a atividades políticas para a delegação brasileira, que tinha o extravagante número de 700 pessoas. Fez discursos políticos para os aplausos dos áulicos em que confundia conceitos elementares do mundo climático, ou tropeçava nos atos falhos. A atividade formal à qual tinha que ter ido era a abertura oficial do segmento ministerial. Ela era a $brasileira nesse segmento. Na hora da reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, o príncipe Charles e a Nobel Wangari Maathai, Dilma convocou uma coletiva, na qual se dedicou a criticar a proposta feita pela senadora Marina Silva e pelo governador José Serra, seus prováveis competidores nas eleições de 2010. Aliás, a proposta de doação brasileira para um fundo foi defendida depois pelo próprio presidente da República.

Houve momentos constrangedores. Quando chegou à primeira reunião, para ser informada do que estava acontecendo na negociação cuja chefia ela iria assumir, a pergunta feita por Dilma Rousseff foi:

— Qual é a agenda da Marina e do Serra?

De Copenhague, também ela se mobilizou para adiar a votação de um projeto que poderia desafinar com o discurso feito pelo Brasil aqui. Era o projeto chamado "Floresta Zero". Outro foi aprovado com o apoio e mobilização da base parlamentar, o que reduziu os poderes do Ibama e deixou aos estados o poder de decisão sobre a reserva legal.

O governo brasileiro começou a mudar tão recentemente que os sinais da velha forma de pensar estão em todos os lugares. Por isso, a lei de mudança climática aprovada no Congresso tem escrita a seguinte sandice: diz que as metas são voluntárias. Alguém já viu uma lei que estabelece que aquilo que legislou é voluntário? Se está na lei, é lei.

A participação brasileira ganhou musculatura quando o presidente Lula chegou e estabeleceu seu contato direto com os outros chefes de Estado, mas ter ido embora, antes do fim, levando a chefe da delegação, já mostrava como foi sem sentido sua decisão de nomeá-la.

A estratégia político-eleitoral do Planalto era aproveitar a COP e pôr a ministra-candidata em contato com grandes líderes, produzir declarações e imagens para ser usadas na campanha. Em outros eventos está sendo feito isso. Mas numa negociação como essa a decisão foi a mais sem sentido que poderia ter sido tomada. Com o aumento da tensão negociadora, o Brasil foi se apagando na mesa de negociação, em parte porque os especialistas foram afastados e em parte porque ela não tinha condições de chefiar o grupo.

A reunião de Copenhague ficará na História como um momento de insensatez das lideranças do mundo. Em que se desperdiçou uma oportunidade de ousar e construir o futuro. Em que se escolheu uma resposta medíocre diante de um vasto desafio. Para o Brasil, ficou este outro sinal assustador: de que o governo quer usar qualquer momento, mesmo o mais inadequado, para montar palanques para a sua candidata.

1600) Argentina: a angustia de ser seu socio (obrigatorio)...

Artigo do Embaixador brasileiro Rubens Antonio Barbosa, sobre as relações bilaterais, especialmente no terreno econômico-comercial. Acho que ele foi leniente demais para com os defeitos de ambos os países, ainda que os argentinos tenham abusado (bem mais do que o Brasil) do direito de errar e de perpetrar bobagens. Isso há pelo menos 80 anos, desde 1930, provavelmente. E, desde o surgimento dessa figura ímpar que foi Perón (tomem como quiserem o "ímpar"), a Argentina vive sequestrada por uma ideologia especialmente nefasta para o seu desenvolvimento (não nos iludamos, o Brasil corre o mesmo risco, embora de forma mais atenuada).
Por outro lado, não acho que o Brasil deva ser tolerante com as discriminações argentinas: quando se assinam acordos, eles devem ser cumpridos, ou denunciados. O que não se pode é distorcê-los, ou descumpri-los, apenas para fazer favor a uma das partes.
Em todo caso, melhor para com meus comentários antecipados e remeter ao artigo.

Ser ou não ser
Rubens Barbosa
O Estado de São Paulo, Opinião, Terça-Feira, 22 de Dezembro de 2009

A Argentina vive uma crise existencial pela dificuldade de encontrar uma saída para os problemas políticos e econômicos domésticos e para encontrar uma atitude adequada nas relações com o Brasil, vizinho e principal parceiro. Isso é agravado pela percepção de perda de espaço, resultado da estabilidade da economia e da projeção externa brasileiras.

Um dado sintetiza bem o drama psicológico vivido pelo governo e pela sociedade argentinos. Até a década de 60, o PIB da Argentina era maior que o do Brasil. Em 2009 o PIB de São Paulo é uma vez e meia o daquele país. Só o investimento da Petrobrás para o período 2009-2013 representa mais de 55% do PIB argentino.

Pesquisas de opinião na Argentina registram a preocupação com o caráter que as relações bilaterais estão adquirindo e mostram que não há consenso entre as diferentes visões sobre o futuro do país. As lideranças políticas e econômicas estão obcecadas pela percepção de que a Argentina tem de se defender do Brasil pelas assimetrias do tamanho, da participação no mercado, de padrões de especialização e regulatórias. As explicações para o crescimento diferenciado entre as duas economias criam bodes expiatórios como o BNDES (não existe banco de fomento na Argentina), que gera um déficit estrutural, e o dinamismo do comércio exterior brasileiro, que gera desequilíbrio da balança comercial. Essas desculpas escondem convenientemente as mazelas políticas, os desencontros na política econômica e a falta de uma visão de futuro das elites políticas e empresariais argentinas.

Fui convidado a participar em Buenos Aires de encontro para discutir, de maneira franca, as preocupações com o futuro do país e sobre como a Argentina deveria se posicionar em face das novas realidades bilaterais e também no contexto da integração regional. Hesitei em participar porque, depois de tantos anos acompanhando as relações bilaterais, formei minhas próprias convicções, nem sempre positivas, sobre as possibilidades existentes para a Argentina com o avanço econômico do Brasil e seu papel mais relevante no cenário internacional.

Há, atualmente, no Brasil percepções distintas entre governo e setor privado em relação à Argentina e minhas observações procuraram refletir as visões prevalecentes no meio empresarial.

As condições políticas, econômico-financeiras e comerciais do relacionamento mudaram pelos avanços registrados no Brasil e pelo retrocesso ocorrido na Argentina. Embora o Brasil tenha continuado a ser um sócio muito importante, a agenda argentina se tornou essencialmente defensiva. Aí talvez resida hoje o principal problema do ponto de vista psicológico e das percepções.

Interessa ao Brasil uma Argentina próspera e bem-sucedida e, por isso, encontrando um ponto de equilíbrio em sua política interna, ela deveria aproveitar ao máximo o crescimento econômico brasileiro. No entanto, o problema psicológico argentino, agravado pela dificuldade de escolher o caminho que o país deveria seguir, impede a adoção de uma atitude mais ofensiva para aproveitar as oportunidades que se abrem pela nova inserção global do Brasil.

O governo e o setor privado argentinos deveriam deixar de se preocupar com o sucesso do Brasil e começar a aproveitar o crescimento do mercado vizinho, como alguns já estão fazendo. Para tanto, a atual posição defensiva na área comercial, que tantas restrições e abusos têm criado aos produtos brasileiros, não parece ser a forma mais adequada para a defesa dos interesses do setor produtivo argentino. Mais abertura e menos protecionismo seria o nome do jogo. Um dos obstáculos para alcançar esse objetivo é a extrema dependência por parte do empresariado em relação ao governo de Buenos Aires, o que, visto do ponto de vista do setor privado brasileiro, dificulta uma parceria direta para desenvolver uma agenda positiva entre os empresários dos dois países.

Em atenção às indagações argentinas, não deixei de tecer alguns comentários procurando identificar as perspectivas no relacionamento bilateral para os próximos anos.

A prioridade para o Brasil das relações com a Argentina deve continuar, pois se trata de uma política de Estado, e não de governo. No caso de vitória nas urnas da candidata da situação, a atual política possivelmente seria mantida e talvez aprofundada. No caso de vitória da oposição, arrisquei a opinião de que poderá haver mudanças de ênfases e de estilo. A diplomacia da generosidade do atual governo, refletindo uma atitude de paciência estratégica, poderá sofrer modificações. As restrições comerciais que hoje já afetam quase 20% do intercâmbio comercial dificilmente seriam toleradas, como está ocorrendo agora. Observei que o governo argentino deveria tentar obter todas as vantagens possíveis ainda durante o atual governo brasileiro, porque dificilmente qualquer outro governo em Brasília manteria um ambiente tão generoso e concessivo aos interesses argentinos. Em termos de integração regional, o Mercosul continuará a existir, mas o Brasil não aceitaria ficar subordinado aos humores internos argentinos e a união aduaneira possivelmente se transformaria, na prática, numa área de livre comércio, como começa a ocorrer hoje.

Em vez de inventar desculpas - assimetrias, déficit estrutural, desequilíbrio comercial - para justificar o crescente distanciamento entre os dois países, ressaltei, de forma cândida, as vantagens para a Argentina de uma relação política e comercial aberta, sem ressentimentos nem restrições com o Brasil. Referindo-me à recente declaração da presidente Cristina Kirchner de que a Argentina quer ser sócia, mesmo menor, do Brasil, concluí, para perplexidade geral, que a Argentina apenas teria de resolver o que prefere ser em relação ao Brasil: se um México ou um Canadá.

Rubens Barbosa é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp

1599) O fracasso da cupula "climatica" de Copenhagen

O fiasco de Copenhague
Editorial O Estado de São Paulo, Terça-Feira, 22 de Dezembro de 2009

Ninguém esperava que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - a chamada Copenhague 2009 - fosse resultar em decisões políticas que significassem o começo do fim do aquecimento global que ameaça a existência da vida no planeta. No máximo, a reunião de cúpula deveria estabelecer as condições para que a próxima cúpula, marcada para dezembro, no México, adotasse metas obrigatórias de redução dos gases do efeito estufa e criasse os meios para que os países pobres e em desenvolvimento pudessem custear tanto as mudanças de seus modos de produção como os processos de adaptação a elas.

Mas o que se viu em Copenhague foi uma confusão babélica, que terminou - fato raríssimo na história das cimeiras - sem que houvesse um documento final, uma declaração conjunta ou mesmo uma entrevista coletiva em que os organizadores do evento explicassem as conclusões a que chegaram. Por absoluta falta de consenso - e as decisões, no sistema da Organização das Nações Unidas, são tomadas desta forma, não sendo aprovadas se apenas um país rejeitar a proposta -, o máximo que se conseguiu foi transformar o que deveria ser o documento final num mero apêndice de uma decisão regimental.

Nem mesmo as propostas de corte de emissões de gases estufa e as ofertas de contribuições em dinheiro para o fundo comum de mudança e adaptação, levadas por vários países, foram incluídas no tal apêndice.

A cúpula de Copenhague foi mais do que perda de tempo. O fiasco certamente será determinante no esfriamento da opinião pública mundial. Nos últimos dois anos, além dos gastos na preparação da conferência, governos e entidades não-governamentais que se preocupam com o problema do aquecimento global trataram de mobilizar as respectivas populações para o que seria um esforço planetário de contenção da devastação ambiental.

Mas o resultado de Copenhague 2009 foi anticlimático. Divergências entre os dois países que mais poluem - os Estados Unidos e a China - levaram a um impasse. Antes, os organizadores da conferência haviam preparado um rascunho de documento de trabalho que, se adotado, permitiria aos países ricos continuar poluindo e condenava os países pobres a arcar com os custos econômicos e sociais do efeito estufa. Distribuído para uma dezena de países, ditos formadores de consenso, o documento causou indignação e foi engavetado. A infeliz sondagem, no entanto, mostrou que rumos a conferência tomaria. Finalmente, numa última tentativa para salvar a reunião de cúpula, os governantes do Brasil, China, Índia e África do Sul - aos quais depois juntou-se o presidente Barack Obama, sem ter sido convidado - reuniram-se numa sala fechada e elaboraram um documento que não limitava o aumento do aquecimento global a 2°C, não previa recursos suficientes para alcançar a meta e não dava caráter obrigatório às decisões da cúpula.

Em plenário, o documento foi rejeitado pelo representante de Tuvalu - o primeiro a pedir a palavra. Seguiu-se uma onda de protestos e, a partir daí, a conferência se esvaziou melancolicamente. Cada um dos 119 chefes de governo e de Estado que foram a Copenhague encontrou uma desculpa para antecipar a viagem de volta a seu país.

O fiasco da Conferência Copenhague 2009 foi, assim, maior do que o esperado. O fracasso deveu-se, em boa parte, a problemas de organização. Foram credenciados cerca de 45 mil participantes - um número absurdo, principalmente porque no recinto da conferência não cabiam mais que 15 mil pessoas. A superlotação tumultuou os trabalhos e acabou num confronto entre credenciados barrados na porta e a polícia.

Além disso, serão sempre remotas as possibilidades de consenso entre 192 países - dos quais compareceram 119 presidentes e primeiros-ministros - que têm regimes políticos diferentes, sistemas econômicos e estágios de desenvolvimento desiguais e distintas concepções de suas soberanias. Alguns, por exemplo, não admitem o monitoramento internacional das emissões.

Mais importante ainda, não havia um sólido documento técnico a partir do qual os políticos pudessem tomar suas decisões. Copenhague 2009 foi uma sucessão de erros que será preciso evitar. A ameaça ambiental é séria demais para ser tratada por amadores.

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Meus comentários (PRA):
Anti-climatica, seria o caso de dizer.
Qualquer que fosse o resultado, ele seria um fracasso, de diversas maneiras: (a) as regras nao seriam cumpridas; (b) mesmo que fossem elas nao serviriam para os fins pretendidos; (c) o aquecimento nao vai subir ou baixar por causa de regras, nem, alias, por mudancas de padroes de impacto delongado; (d) iria (vai) se gastar dinheiro a toa.
Acho que tem formas melhores de gastar dinheiro, se o que se pretende é diminuir a pobreza e as desigualdades, fontes de sofrimentos muito maiores do que 1 ou 2 graus de temperatura.
Nunca tantos transpiraram tanto por tao poucos resultados, alias inuteis...
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Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

1598) Politica Externa brasileira: as consequencias vem sempre depois...

Efeitos da visita do presidente do Iran ao Brasil nas relações bilaterais com os EUA (e outros itens da agenda diplomática também). Parece que os EUA estão perdendo o encanto com o "cara"...

Lula não é mais ''o cara''
Editorial O Estado de São Paulo, Terça-Feira, 22 de Dezembro de 2009

O Brasil está em baixa na bolsa de prestígio político de Washington. O entusiasmo demonstrado em abril pelo presidente Barack Obama - "esse é o cara", disse ele sobre o colega brasileiro, em Londres - parece haver murchado. Depois de vários atritos, é incerta a visita do presidente americano a Brasília em 2010. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta mostrar indiferença. Se Obama não vier, comentou, quem perderá será ele, porque deixará de ver como "o Brasil é importante, desenvolvido e tem muita coisa para mostrar". Mas não deixou de exibir certa condescendência: "Continuo com uma grande expectativa em relação ao governo Obama. Ele ainda vai ser uma surpresa", disse Lula ontem.

Com essas palavras, ele reiterou, de forma indireta e mais suave, o comentário recente de seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Segundo o assessor, a política de Obama tem sido uma decepção. O chanceler Celso Amorim tentou na ocasião diminuir o estrago causado por seu colega de governo. Mas não teve êxito. As divergências em torno da eleição em Honduras e o apoio brasileiro ao presidente iraniano foram muito além das diferenças normais entre governos.

O mal-estar contaminou a imprensa e chegou ao Congresso, onde o senador democrata Frank Lautenberg suspendeu a votação de medida benéfica a exportadores brasileiros. As isenções do Sistema Geral de Preferências perderão vigor no dia 31. A votação interrompida pelo senador poderia estendê-las por um ano. Segundo a assessoria de Lautenberg, a ação do senador foi uma resposta à decisão do STF contra a devolução imediata do menino Sean Goldman ao pai, o americano David Goldman.

O apoio de Lula ao presidente iraniano foi desastroso perante a imprensa americana. Pressionado internamente e criticado na maior parte do mundo por seu programa nuclear, Ahmadinejad, segundo editorial do Washington Post, procurou amigos no exterior e só encontrou, de início, os governos africanos de Gâmbia e do Senegal e os latino-americanos da Venezuela e de "dois de seus satélites, a Bolívia e a Nicarágua". Lula juntou-se a esse grupo quando os líderes da China e da Rússia condenavam a política iraniana. Assim, deu razão às democracias ocidentais para negar ao Brasil um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, acrescentou o jornal.

Lula também foi criticado pela imprensa americana e por analistas qualificados por se meter na política centro-americana sem saber o bastante sobre a região. Sua intervenção em Honduras foi vista como um obstáculo à solução da crise - erro agravado com a insistência em não reconhecer a legitimidade das eleições.

Para Moisés Naim, editor da revista Foreign Policy, "o Brasil se comporta como um país em desenvolvimento imaturo e ressentido". Diplomatas do Departamento de Estado têm reagido às ações do governo brasileiro com perplexidade, mas em outras áreas do governo a reação é de mal disfarçada hostilidade, segundo relatou em artigo publicado no Estado de domingo o jornalista Paulo Sotero, ex-correspondente do jornal em Washington e hoje diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars.

A nova política externa brasileira é conduzida às vezes "com a petulância de novos ricos", segundo experiente diplomata estrangeiro citado em artigo pelo ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos Rubens Ricupero. Nesse texto, publicado na Folha de S.Paulo, Ricupero contrastou o protagonismo do presidente Lula com a discrição do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao. "Queremos ser mediadores no Oriente Médio e em Honduras, onde nossa influência é quase zero, enquanto a Unasul, que fundamos, completa um ano sem conseguir eleger o secretário-geral", escreveu.

Em pouco tempo Lula envenenou, sem nenhum ganho econômico ou político para o País, o ambiente de boa vontade existente durante o governo republicano e mantido no começo da gestão de Barack Obama. Para ter influência global, comentou o Washington Post, o Brasil teria de abandonar o terceiro-mundismo de sua política externa. Não é provável que isso aconteça com o Itamaraty sob o domínio ideológico dos atuais formuladores da política externa.

19 comentários:
Marcos Borges Viana em 22/12/09 ás 20:07
É como o adolescente que não ajuda em casa e na casa do vizinho lava o carro, corta a grama e recolhe o lixo. Joga para a platéia (assim dá prá entender, né?)

Marcos Borges Viana em 22/12/09 ás 20:05
Em defesa de Obama deve-se dizer que o único país do mundo que elegeu um presidente para tratar de interesses estrangeiros está no hemisfério sul porque ao sul deste país, bem como a norte, leste e oeste todos cuidam de seus interesses como prioridade zero, mesmo em organismos cooperativos.

Eddie Sampaio em 22/12/09 ás 16:31
Obama ganhador do Nobel da Paz nada mais é do que o esperado. É assim que funciona o mundo. É assim que sempre funcionou. Num vai ser "se achando" que o governo do Lula vai conseguir alguma coisa... É só prestar atenção no que faz a China.... o resto, é jogar pra ninguém, ou melhor, para bobos como o Sarkozy.

marco antonio burgos burgos em 22/12/09 ás 15:33
Ricardo José fontes almeida
parabéns pelo comentário
o melanoderma filho do bush
já mostrou ao mundo a que veio
noel tão feio
premio nobel
sarapatel
galinha assada
com gosto de fel

Jose Affonso em 22/12/09 ás 15:10
O curioso e que os apoiadores da politica externa do PT sempre tentam justificar seu viceral antiamericanismo. Isto, mais recentemente pelos resultados ainda pifios na area externa do governo Obama, que mal completa um ano de existencia. A verdade e a seguinte: independentemente de Obama, a politica externa do PT jamais alcancara sua “estrela de Belem” (i.e., assento permanente no Conselho de Seguranca) enquanto estiver apoiando os brutais regimes instaurados nos paises ja apontados nestes comentarios. O risco para o Brasil e o de tornar-se reconhecido internacionalmente como o interlocutor e apoiador dos regimes mais vis deste planeta. O mais interessante e que o Brasil, aparentemente, nao se preocupa nem ao menos em tratar de promover valores basicos para a democracia brasileira como, por exemplo, a defesa dos direitos individuais mais basicos, naqueles paises. A relacao do Brasil com aqueles paises parece ser apenas de poder: "eu te apoio se voce me apoia". Veremos o que dirao os votos.

Ricardo José Fontes Almeida em 22/12/09 ás 13:41
A manchete correta para se ter a compreensão dos fatos deveria ser “Obama nunca foi o cara que todos inocentemente acreditavam”. Ou como já li uma vez “Obama um Falcão fantasiado de galinha”...

Ricardo José Fontes Almeida em 22/12/09 ás 13:31
Teria uma pergunta a fazer aos que neste espaço buscam compreender o mundo de hoje. Qual atitude ou ação inovadora que o Obama implantou na política internacional americana? Retirou o bloqueio de Cuba? Saiu do Iraque? Modificou a estratégia frente Afeganistão, Irã? Defendeu o respeito aos preceitos democráticos frente ao golpe de estado em Honduras? Retirou os subsídios aos produtos americanos que destroem as normas básicas de concorrência do mercado mundial? Passou a respeitar as decisões dos organismos internacionais como OMC, OEA e outros? Iniciou os diálogos, francos e sinceros com os povos e governos que não aceitam as imposições da política americana objetivando uma maior integração mundial? Usou de sua influencia junto a Israel pelo respeito aos direitos do povo palestinos? E poderia ficar aqui enumerando as várias expectativas que o mundo depositou neste homem, mas que até o momento não passaram de esperança vazia, de concreto nada mudou, nem nas questões climáticas. E para vocês verem, caros leitores, premiaram-no com o Nobel da Paz, que mico devem estar passando os jurados que assim o viam, não é? Uma NAÇÃO jamais ganhará respeito por uma posição de alinhamento simples e puro ou de lacaio serviçal de outra nação, e sim por uma postura de independência na defesa dos valores humanos da igualdade respeito entre os povos que a compõem.

Eddie Sampaio em 22/12/09 ás 13:24
Desde que o mundo é mundo quem dá as cartas, sempre, é quem tem poder hegemônico para tal. Se aliar aos países que controlam o poder não é tomada de posição, mas, apenas o único caminho para se chegar onde a algum objetivo. Se, por outro lado, os formuladores de nossa política externa pensam que chegarão a algum lugar, se unindo à ralé do mundo (Venezuela, Iran e Coreia do Norte e outros de pior calão) eles logo perceberão que nem a lider dessa corja o Brasil chegará; vide o fiasco da reunião de Manaus onde nenhum dos bolivarianos se apresentou e deixou com caras de bobos Lula e o patético Sarkozy. Seguir o exemplo da China e da Rússia é, no mínimo, o que se pode fazer para lograr algum êxito num futuro remoto. Acompanhar a Alemanha. o Japão e os Estados Unidos é mandatório. Fora dessa rota, só serão encontrados os percalços para os que trilham pelos caminhos mais tortuosos e acidentados. As eleições estão ai. Está claro que o país está fora de rota. Cabe ao povo brasileiro corrigir isso.

Virgílio Silva Chevalier em 22/12/09 ás 12:43
Essa campanha do Estadão para eleger o Serra não tem limites. Parem de querer subordinar a política externa brasileira às instituições norte-americanas. Que maldito complexo de inferioridade. Para Obama, é melhor ter alguém que pense diferente, mas que possa se aliançar (como no caso de Honduras) do que ter um zero à esquerda. Aliás, que fiasco o 'acordo' hondurenho patrocinado pelos EUA, hein?

Jose Affonso em 22/12/09 ás 11:46
O Brasil e o Itamaraty PT tem todo o direito soberano de implementar uma politica externa notadamente antiamericana e que apoia regimes reconhecidamente “democraticos” como Cuba, Ira, Coreia do Norte, Sudao, Venezuela e demais bolivarianos. Isto, obviamente, salpicado de um nivel de patriotada digno do infeliz regime militar. Qual o objetivo disto tudo? Assento permanente no Conselho de Seguranca da ONU? Que piada! O Brasil, que tem tido uma eficaz politica macroeconomica, perde uma oportunidade de ouro, unica em sua historia, de ter um papel construtivo na construcao de um sistema politico internacional democratico e justo – inclusive com direito a assento permanente no Conselho de Seguranca.

Alzira Souza em 22/12/09 ás 11:44
Para mim ele NUNCA FOI! A ficha dos EUA caiu antes tarde do que nunca. Penso que pelo menos esse título o presidente não vai usar nos palanques de "fudilma" (apud Agamenon Mendes Pedreira) em 2010.

EDSON NEGRAO em 22/12/09 ás 11:01
Não podemos dizer que o Irã e a Venezuela sejam democracias. Isso para não falar de Cuba. Definitivamente o governo Lula não é um defensor da democracia.

Saulo Mundim Lenza Lenza em 22/12/09 ás 08:44
O castelo de cartas erguido pelos formuladores da politica externa terceiro-mundista do Brasil está desmoronando.

José Benedito Vizioli Libório em 22/12/09 ás 08:43
Ainda bem que Lula não é mais o cara! Ele é presidente do Brasil e não tem procuração para defender outros interesses senão os nossos. O que o Obama está bravo é que o Brasil desempenha um papel ao qual os EUA estavam acostumados a fazer , o de defender a "democracia" no continente.
Só que hoje o Brasil é um ator de peso nas américas e no mundo e , com isso, conquistou o respeito de governantes em todo o mundo.
Hoje o Brasil está na pauta como ator e não como subserviente. Pena que com a eleição eventual da oposição isso talve sofra um refluxo. Será uma perda sentida.

JOSE EDEVALDO em 22/12/09 ás 08:20
BUSCH VEIO AO BRASIL E DANÇOU NO MORRO;
AS PALAVRAS DE GARCIA NÃO CAUSARAM ESTRAGOS, FORAM OBJETIVAS, SÃO PALAVRAS DE UM NEGOCIADOR, NÃO SERVO;
É NATURAL A IMPRENSA DOS EUA SEREM CONTRA A VISITA DO PRESIDENTE IRANIANO, ESTÃO DEFENDENDO SEUS INTERESSES;
OS ANALISTAS TÃO QUALIFICADOS ESTÃO SENTINDO QUE À MEDIDA QUE PAÍSES AMERICANOS ACORDAM, FICA MAIS DIFÍCIL SEREM EXPLORADOS; EDITORES DOS EUA ESTÃO SENTINDO QUE SUAS MAQUIAGENS JÁ NÃO ENGANAM;
COM RELAÇÃO À UNASUL, O QUE OCORRE AQUI NÃO É DIFERENTE DO QUE OCORRE NA EUROPA, NO MERCADO COMUM EUROPEU FAZEM DE CONTA QUE AS COISAS FUNCIONAM, O MESMO FOI CRIADA POR VOLTA DOS ANOS 50 E ATÉ HOJE PRECISA DE AJUSTES.
O BRASIL É UM GIGANTE QUE DEMOROU PARA SE CONSCIENTIZAR DO SEU TAMANHO E CAPACIDADE, MAS MUITOS AINDA DEVIDO A EDUCAÇÃO RECEBIDA, SE ACHAM NA OBRIGAÇÃO DE SE CURVAR, O MEDO DE SEREM OS PROTAGONISTAS OS LEVA SE INTIMIDAREM, EUA E EUROPA USAM A RECEITA DADA POR MAQUIAVEL, DIZEM QUE PODEM OS OUTROS ACREDITAM E OS SERVE, O NÍVEL DE RESPONSABILIDADE DOS EUA PODE SER COFERIDO NA COP15, NÃO QUEREM CONTRIBUIR PARA O CLIMA, MAS PARA FAZER GUERRA INJETAM BILHÕES, ATÉ PIADA FIZERAM, O MUNDO NÃO SE RESUME AO EUA E EUROPA.

Rafael Soares Torres em 22/12/09 ás 08:16
O que passa é que o sucesso econômico da gestão Lula lhe dá respaldo para manter suas políticas gerenciais, sob justificativa de que tudo o que é feito pelo Presidente funciona perfeitamente. Assim o é com essa parcialidade ideológica indisfarçável, com a qual ele recria a velha disputa de países ricos contra países pobres, de industrializados malvados contra não-industrializados pobrezinhos e vítimas de um sistema cruel. É sob esse contexto que ele acusa os Estados Unidos e protege monstros esquisitos como o líder do Irã e o ridículo bufão venezuelano. A opinião pública aplaude as gracinhas do Presidente e acha o máximo que o Sarkozy goste de aparecer nas fotos com o Lula. Mas a verdade é que se ele não deixar de ideologismos e passar a fazer o pragmaticismo, o realpolitik, em breve nem os perdidos presidentes Kirchner verão vantagens em se aliar a um esquerdolóide enrustido que acha que o mal do mundo é o Grande Ianque. Acorda, Lula.

JOSE EDEVALDO em 22/12/09 ás 07:46
É INTERESSANTE COMO ALGUNS BRASILEIROS INSISTEM EM QUE O BRASIL SEJA COLÔNIA DOS EUA, ESTÃO SEMPRE ATACANDO NOSSO GOVERNO POR DEFENDER NOSSOS INTERESSES, OUTROS PAÍSES NOS ELOGIAM COM A INTENÇÃO DE NOS AMOLECER E ASSIM FAZERMOS SUAS VONTADES, NA MESA DE NEGOCIAÇÃO DEFENDEM SEUS PAÍSES A FERRO, ENQUANTO ESTÃO SEMPRE NOS PEDINDO CONCESSÕES, COBRAM MUITO, FAZEM MUITO POUCO, AGEM COMO DONOS DO MUNDO, QUANDO ENCONTRAM ALGUÉM QUE NÃO SE CURVA A ELOGIOS, PASSAM A CRITICAR, E AINDA EXISTEM BRASILEIROS QUE CRITICAM NOSSA DIPLOMACIA POR NÃO ACEITAR QUE NOSSO POVO SEJA SERVIÇAL DOS EUA E EUROPA. QUANDO RECUPERO FOI MINISTRO DISSE UMA FRASE INTERESSANTE: " O QUE É BOM A GENTE MOSTRA O RUIM A GENTE ESCONDE", NO PERÍODO EM QUE RECUPERO REPRESENTAVA O BRASIL, O PAÍS AGIA COMO CAPACHO E CERTAMENTE NÃO É FÁCIL PARA O EX-MINISTRO ASSISTIR AO PAÍS SER PROJETADO PARA O MUNDO EM CONFORMIDADE COM SEU POTENCIAL, ALGUMAS PESSOAS DO GOVERNO ANTERIOR POSSUEM COMPLEXOS DE INFERIORIDADE, O QUE AS LEVAM A TEREM MEDO DE EXERCITAR O PODER, TEM VERGONHA DE DEFENDER SEU PAÍS E LUTAR POR SEU POVO, PREFEREM SEREM SUBSEVIENTES, SE ABALAM COM CRÍTICAS DOS EUA E OU EUROPEUS, FAZEM DE TUDO PARA AGRADÁ-LOS, SE HUMILHAM.

Tetsuo Shimura em 22/12/09 ás 07:32
A tardia constatação dos americanos sobre o desgoverno Lula, em breve será partilhada pelos europeus, asiáticos, principalmente os chineses e, então, teremos de exportar para países africanos, latinos e aos islâmicos.
A manutenção da atual política externa brasileira poderá também criar algumas dificuldades para importar ítens tecnológicos como os aviônicos para Embraer, equipamentos necessários para a Petrobras... Toda uma estrutura de viabilidade para transformar o Brasil realmente em um país maduro, formulado por FHC, está sendo desmontado pelo atual desgoverno. O Brasil continuará a ser um país para o futuro, quiça 2100, 2550...

1597) Os dez livros liberais mais importantes da decada

Uma lista feita, obviamente, por liberais.
Enviada pelo Diogo Costa, do Ordem Livre.

Quais dos livros publicados nos anos 2000 foram os mais importantes para a compreensão e a promoção da liberdade? Fizemos esta pergunta a 22 pensadores liberais, pedindo a cada um que listasse 5 livros em ordem de preferência. As diversas respostas convergiram para a lista que você confere a seguir.

10) O espetáculo do crescimento: aventuras e desventuras dos economistas na incessante busca pela prosperidade nos trópicos
Autor William Easterly
Editora Ediouro
Ano 2004
Numa época em que o combate à pobreza se tornou espetáculo, O espetáculo de crescimento se destaca pela sua análise lúcida e realista o desenvolvimento econômico. William Easterly, economista do Banco Mundial quando da publicação do livro, combinou exemplos de seus anos de experiência com a compreensão teórica, não de um "desenvolvimentista", mas de um economista que estuda o desenvolvimento aplicando um dos conceitos mais básicos da ciência: a importância dos incentivos. O estilo informal permitiu ao livro alcançar ampla audiência, e fomentou na grande imprensa um saudável cinismo sobre o altruísmo burocrático de instituições como BIRD e FMI.

9)Elements of Justice
Autor David Schmidtz
Editora Cambridge University
Ano 2006
A teoria da justiça está no cerne do pensamento libertário, mas isso não significa que haja somente uma abordagem para o tema. Elements of Justice rompe com a tradição monística dos libertários mais proeminentes, e procura entender "o que é de cada um" como um trabalho cartográfico. No mapa da justiça de David Schmidtz, a necessidade, o mérito, a igualdade e a reciprocidade imprimem seus traços sem o privilégio da exclusividade. Com uma impressionante capacidade de aprofundar múltiplos insights em pouco espaço, Schmidtz consegue em poucas páginas provocar cortes profundos em Rawls, Nozick e, com sutileza, propor alguma originalidade na forma como pensamos a justiça, sem perder o respeito de seus pares. Professor de um dos mais renomados departamentos de filosofia política do mundo, Schmidtz é a prova de que a filosofia política libertária não é incompatível com o prestígio acadêmico.

8) The White Man's Burden: Why the West's Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good
Autor William Easterly
Editora Penguin
Ano 2007
É compreensível que William Easterly tenha sido o único autor a emplacar dois títulos nesta lista. Ao ser lançado em 2006, The White Man's Burden conseguiu provocar um impacto ainda maior do que seu predecessor. Apesar de muitos economistas considerarem O Espetáculo do Crescimento um trabalho mais sofisticado, The White Man's Burden é mais instigante. O livro entrou na lista de melhores do ano do Financial Times e da The Economist, e provocou reações por toda a indústria da filantropia, de Bill Gates (que disse não gostar do livro) até Amartya Sen (autor de uma resenha positiva para a Foreign Affairs). Sempre provocador, Easterly pergunta por que, apesar de gastar mais de 2 trilhões de dólares no século XX com auxílio externo, o Ocidente não conseguiu impedir que crianças africanas morram de malária por não terem acesso a remédios de 12 centavos e a redes de 4 dólares. Talvez porque o Ocidente esteja mais preocupado em gastar rios de dinheiro para aliviar um sentimento de culpa do que em efetivamente erradicar a pobreza.

7) From Mutual Aid to the Welfare State: Fraternal Societies and Social Services, 1890-1967
Autor David Beito
Editora The University of North Carolina
Ano 2000
O advento do welfare state, o "estado de bem-estar social", não criou redes de auxílio ex nihilo. Na verdade, o estado-providência apenas substituiu redes voluntárias e solidárias de assistência social por uma estrutura burocrática uniformizada e menos eficiente. David Beito conta em From Mutual Aid to The Welfare State uma história ignorada da natural demanda humana por providência material. Numa época em que o estado-providência se faz cada vez mais presente (e avança a passos largos nos Estados Unidos), o trabalho de Beito é de extrema importância para demostrar que a política não é o único (nem sequer o melhor) meio de atender às demandas sociais.

6) In Defense of Global Capitalism (Till Varlds Kapitalismens Forsvar)
Autor Johan Norberg
Editora Cato Institute
Ano 2003
O livro mais sistemático a refutar as alegações e ataques do movimento antiglobalização virou ele próprio um fenômeno global. Depois de se tornar bestseller na Suécia em 2001, a obra de Johan Norberg foi traduzida para o inglês em 2003 e a seguir para mais 13 idiomas. O livro acabou servindo de base para o documentário Globalization is Good, produzido pelo Channel 4 britânico e apresentado pelo próprio Norberg. A popularidade de sua argumentação decorre da postura de um autor jovem que não se esconde atrás de obscurantismo teórico. Norberg vai atrás das falácias anticapitalistas e as derrota uma de cada vez, com fatos e com ciência. Seus argumentos são tão francos e claros como o título de In Defense of Global Capitalism.

5) The Bourgeois Virtues: Ethics for an Age of Commerce
Autor Deirdre McCloskey
Editora University of Chicago
Ano 2007
The Bourgeois Virtues é certamente o projeto acadêmico liberal mais ambicioso da década. McCloskey não quer apenas argumentar que a economia de mercado nos tornou pessoas mais eficientes. Ela quer defender que a economia de mercado nos tornou pessoas melhores, mais virtuosas — e fazer essa defesa em um tomo de mais de 600 páginas (supostamente o primeiro em uma série de 4 volumes) perante um público-alvo condicionado a atirar pedras ao som da palavra burguesia. McCloskey balanceia seu esforço hercúleo com um estilo ensaístico, conversacional, sem jamais perder a erudição. O escopo de seu trabalho dificilmente encontra paralelos entre economistas liberais, vivos ou mortos. Ao promover a esperança, a fé, o amor, a justiça, a coragem, a temperança e a prudência, nenhum outro livro desta década consegue com mais sucesso defender a tese de que o mercado não apenas permite ao homem ganhar o mundo, como também pode ajudá-lo a não perder a alma.

4) Justice and its Surroundings
Autor Anthony de Jasay
Editora Liberty Fund
Ano 2002
Versão online
Nenhum outro anarco-liberal faz uso dos instrumentos da escolha racional com a originalidade e a sofisticação de De Jasay. De sua exposição sobre a desnecessidade do Estado para prover a ordem social, passando pelas críticas ao socialismo, até seu ataque fulminante aos teóricos de justiça contemporâneos, De Jasay consegue, nos ensaios que compõem Justice and its Surroundings, produzir um trabalho acadêmico sem par nesta década. Sua linguagem, às vezes técnica, às vezes jocosa, exige do leitor atenção e familiaridade com temas de ciência política e teoria dos jogos para ser propriamente digerida. Mas a recompensa para aquele que tem ambos é o acesso a uma das mentes mais férteis e menos convencionais da literatura liberal contemporânea.

3) The Myth of the Rational Voter: Why Democracies Choose Bad Policies
Autor Bryan Caplan
Editora Princeton University
Ano 2008
O insight central do livro de Bryan Caplan é audaz e contraintuitivo: a racionalidade de nossas ações tem um custo, e a estrutura de incentivos da democracia faz com que esse custo seja alto demais para os eleitores. Em vez de se orientarem racionalmente na esfera política, os eleitores costumam ser guiados pelos efeitos colaterais de suas crenças políticas, como o socialista que se crê santificado ao repetir um slogan, ou o nacionalista que sente alívio ao tomar o imigrante por bode expiatório. O impacto do livro de Caplan pode ser sentido por todo o mundo intelectual. Serviu de tema para segmentos de programas televisivos e até para uma edição inteira da Critical Review, além de ser resenhado por publicações como The Economist e The New Yorker. Uma das mais importantes contribuições econômicas para a ciência política nos últimos anos, nenhum outro livro da década foi mais emblemático da Escola de Virgínia do que The Myth of the Rational Voter.

2) Radicals for Capitalism: A Freewheeling History of the Modern American Libertarian Movement
Autor Brian Doherty
Editora Public Affairs
Ano 2008
A primeira década do novo século marca o fim de uma era na tradição da literatura liberal. Desde os anos 1920, com o lançamento de Socialismo de Mises, a corrente libertária vem pontuando cada década com um marco na tradição liberal. Os anos 1930 tiveram Our Enemy, the State de Nock; os 1940 tiveram O caminho da servidão de Hayek; os 1950, Quem é John Galt? de Ayn Rand; os 1960, Capitalismo e liberdade de Friedman; os 1970, Anarquia, estado e utopia de Nozick; os 1980, A ética da liberdade de Rothbard; e os 1990 fecharam o século com O livro negro do comunismo. Seria possível, ainda, montar uma lista de similar envergadura citando apenas obras aqui omitidas. Órfãos de seus principais heróis intelectuais - o último, Milton Friedman, faleceu em 2006 – os liberais do século XXI se descobriram com a responsabilidade de alimentar a tocha da liberdade com novo combustível intelectual. Para esse empreendimento, Radicals for Capitalism é indispensável. Não há outra introdução ao pensamento libertário mais completa para aqueles que preferem entender ideias abstratas através de uma narrativa histórica. Ao resgatar toda a tradição libertária com uma abrangência jamais feita, Brian Doherty permite aos liberais do novo século escreverem suas primeiras páginas conscientes do lugar que ocupam no contexto da tradição liberal.

1) O mistério do capital: por que o capitalismo dá certo nos países desenvolvidos e fracassa no resto do mundo
Autor Hernando de Soto
Editora Record
Ano 2001
O século XXI pode ser o século em que a miséria será erradicada da humanidade. Para aqueles que querem assumir o dever de fazer dessa promessa uma realidade, O mistério do capital é leitura obrigatória. Seu trabalho pioneiro fez de Hernando de Soto um dos economistas mais famosos do mundo, assim como alvo de atentados terroristas por parte dos maoístas peruanos. De Soto revolucionou o debate do desenvolvimento e teve o raro privilégio de atestar o sucesso da aplicação de suas ideias. Os desenvolvimentistas do século XX, que, chocados com a desigualdade entre ricos e pobres, se dedicaram a traçar esquemas redistributivos e burocráticos, conseguiram pouco mais do que inflar o poder político, incentivar a corrupção, obstruir a formação do estado de direito, e perpetuar a miséria. A alternativa oferecida por De Soto é mais realista. Ciente de que os países desenvolvidos não foram criados desenvolvidos nem seguiram programas de ajuda externa, o economista peruano coordenou uma série de investigações empíricas para identificar o que impede o terceiro mundo de atingir o mesmo nível de desenvolvimento. Sua descoberta é que os custos institucionais impostos por governos de todo o mundo são o principal obstáculo para a redução da pobreza. Em todo o mundo em desenvolvimento, as dificuldades à formalização de comércio, trabalho, contratos e propriedade exclui uma parcela da sociedade humana da participação no mercado. A propriedade imobiliária é o caso mais emblemático. O fato de os estados não reconhecerem os direitos de propriedade de milhões de pessoas aos imóveis que elas de fato possuem impede que elas capitalizem bens que somam quase 10 bilhões de dólares. É a livre iniciativa que vem tornando a miséria cada vez mais uma exceção no mundo desenvolvido, e é a falta de livre iniciativa que aprisiona milhões de pessoas numa condição de pobreza, revela O mistério do capital.


Esta lista, que começa com um livro sobre desenvolvimento, termina como um livro sobre desenvolvimento. Para um século em que o bem-estar humano pode se tornar universal, nada mais oportuno.

Participaram da votação para os 10 livros liberais mais relevantes da década:
Alberto Mingardi, diretor geral do Istituto Bruno Leoni.
Alejandro Chafuen, presidente da Atlas Economic Research Foundation.
Alex Tabarrok, economista da George Mason University.
André Azevedo Alves, diretor de Causa Liberal.
Bryan Caplan, economista da George Mason University.
Daniel Klein, economista da George Mason University.
David Boaz, vice-presidente executivo do Cato Institute.
Diogo Costa, coordenador do OrdemLivre.org.
Emmanuel Martin, diretor do UnMondeLibre.org.
Fred Smith, presidente do Competitive Enterprise Institute.
Jason Kuznicki, research fellow do Cato Institute.
Joey Coon, diretor de programas estudantis do Cato Institute.
Juan Carlos Hidalgo, coordenador de projetos para a América Latina do Cato Institute.
Jude Blanchette, gerente institucional para a Ásia da Atlas Economic Research Foundation.
Khalil Ahmad, diretor de Alternate Solutions Institute.
Leonard Liggio, vice-presidente acadêmico da Atlas Economic Research Foundation.
Marius Gustavson, gerente de projeto do Civita.
Martin Agerup, colunista, presidente da academia dinamarquesa de estudos futuros.
Matt Zwolinski, professor de filosofia na University of California, San Diego.
Peter Boettke, economista da George Mason University.
Tom Palmer, vice-presidente de programas internacionais da Atlas Economic Research Foundation.
Will Wilkinson, editor de Cato Unbound.

1596) Cuba e Coreia do Norte: duas economias socialistas que resistem...

...para maior infelicidade de seus respectivos povos.
Temos um pouco mais de informações sobre Cuba porque ela está mais perto, e existem muitos cubanos exilados. A Coréia do Norte é um caso diferente: um gulag muito pior do que aquele soviético.
Abaixo, uma matéria sobre a situação cubana, mas apenas pelo lado material. As misérias morais, o totalitarismo, a censura, os abusos, esses são de graça...

Cuba admite que la crisis le ahoga
MAURICIO VICENT | La Habana
El País, 21/12/2009

El Gobierno reconoce que las predicciones para 2010 son mucho peores de lo que se esperaba.- Raúl Castro acusa a Obama de tener un doble juego hacia la isla

Cuba se asfixia. Necesita aire. La falta de productividad y la ineficiencia de la economía, unida a una gravísima crisis de liquidez por la escasez de divisas, han puesto contra la pared al Gobierno de Raúl Castro, que prepara un severo plan de ajuste para evitar una quiebra financiera. El presidente cubano encabezó ayer una importante reunión del Parlamento para discutir el plan económico de 2010, un año que ?se admite ya abiertamente? estará marcado por las tensiones económicas extremas y el recorte de los gastos sociales.

Castro aseguró que, en medio de la crisis, es más necesario que nunca regresar a los planes quinquenales y al método de la "planificación", que ahora se convierte en "una necesidad vital para excluir los riesgos de la improvisación". Dijo que ya se trabaja en "la proyección 2011-2015". En las actuales condiciones, afirmó, se "privilegiarán" aquellas actividades que generan ingresos y sustituyen importaciones, así como la producción de alimentos.
El presidente cubano también se refirió en extenso al diferendo con EE UU, y acusó al Gobierno de Barack Obama de tener un doble juego hacia Cuba. "A pesar de la enorme campaña propagandística desplegada para confundir al mundo acerca de una aparente disposición de dar un giro en el diferendo bilateral (...), lo cierto es que se mantienen intactos los instrumentos de la política de agresión a Cuba y el Gobierno de Estados Unidos no renuncia a destruir la Revolución y generar un cambio de nuestro régimen económico y social".

Según Castro, "en las últimas semanas" se han "multiplicado los esfuerzos" de la nueva Administración "con ese propósito". "Crece el aliento a la subversión abierta y encubierta contra Cuba", dijo. El mandatario mencionó la reciente detención en la isla de un estadounidense que repartía computadoras y teléfonos móviles a "agrupaciones de la sociedad civil" para subvertir el orden.

Pese a las denuncias, tendió una rama de olivo a su enemigo y ratificó "la sincera voluntad de Cuba de solucionar definitivamente el diferendo con EE UU, a partir de un diálogo respetuoso".

Antes de Castro, el ministro de Economía, Marino Murillo, documentó la gravedad de la crisis económica al presentar el informe sobre el plan de la economía nacional y los presupuestos de cara al año próximo.

El crecimiento del PIB en 2009, previsto al inicio del año en un 6%, finalmente fue del 1,4%. El funcionario admitió que uno de los problemas más asfixiantes para la economía es la "marcada desaceleración de los flujos de divisas", que ha llevado al país a incumplir compromisos financieros y a encontrar muchas "dificultades para acceder a fuentes de financiamiento".

Murillo no mencionó directamente la situación de medio centenar de empresarios extranjeros a quienes los bancos cubanos retienen sus depósitos. Cálculos extraoficiales cifran en más de 600 millones de dólares (420 millones de euros) los fondos extranjeros que no se pueden transferir debido a la falta de liquidez, y no se adivina una solución a medio plazo. "Los compromisos financieros existentes determinan que la situación sea muy tensa", admitió a los diputados. Castro dijo después que "se ha reducido en más de un tercio las retenciones de pagos acumuladas desde el exterior" y afirmó que se honrarán los compromisos adquiridos.

El ministro cubano de Economía trazó un panorama más negro que gris de la crisis: en relación a 2008, este año las inversiones disminuyeron un 16%, mientras que las exportaciones decrecieron un 22% y las importaciones un 37,4%, una cifra descomunal que trae a la memoria de los cubanos infaustos recuerdos. Otros datos reveladores son que el sector industrial decreció un 2% y que la productividad del trabajo, ya de por sí escasa en Cuba, cayó un 1,1%.

La situación se vio agravada en 2009 por varios factores: la crisis financiera internacional, el embargo estadounidense y las secuelas de los huracanes, que provocaron pérdidas por 10.000 millones de dólares, en primer lugar. Además, en el periodo bajaron los precios del níquel, principal producto cubano de exportación, y descendieron los ingresos por concepto de turismo y de servicios ofrecidos a Venezuela. En resumen, una ruina....

"Y se prevé que las condiciones externas continuarán siendo muy difíciles en 2010", dijo Murillo. El plan para hacer frente a la situación se basa en un severo plan de ajuste, que incluye un control exhaustivo de los gastos, "concentrar las inversiones en aquellas áreas que aportan divisas en el corto plazo y sustituyan importaciones", disminuir los inventarios y "dar prioridad" a las producciones que generan exportaciones, y finalmente "reducir los gastos sociales" hasta niveles compatibles con las posibilidades de la economía.

En un país como Cuba, hablar de que es imprescindible "reducir los gastos sociales" tiene una lectura muy clara. No se han especificado medidas concretas, pero se especula con la posibilidad del próximo anuncio de un paquete de restricciones que hará más difícil la vida de los cubanos. Por dónde irán los tiros, todo el mundo se lo imagina. Murillo afirmó que el problema de la baja productividad se debía esencialmente al "subempleo y las plantillas infladas" y que el Gobierno deberá tomar medidas.

Las reformas planearon desde la sombra en el discurso de clausura de Castro. El presidente cubano dijo ser consciente de la inquietud de la población sobre la insuficiente "velocidad y profundidad de los cambios" que hay que introducir en la economía. Cuba va a actualizar su modelo económico pero, enfatizó, sin "improvisación" ni "apresuramientos".

UNA SITUACIÓN COMPLICADA
-La economía echa el freno. En 2009, el Gobierno tuvo que reducir dos veces la meta de crecimiento de la economía: del 6% inicial, se rebajó al 2,5% y, antes de terminar el año, el pronóstico se redujo a alrededor del 1,7%. Finalmente, el ministro de Economía, Marino Murillo, dijo ayer que el crecimiento de la economía llegará sólo al 1,4%.

-Falta de liquidez. Este problema, que siempre ha sido la espada de Damocles de la economía cubana, es ahora asfixiante. Las exportaciones han caído un 22% y las importaciones se han reducido un 37,4% con relación a 2008. El desabastecimiento en las tiendas de divisas es general. Hay recortes en el consumo eléctrico para evitar los apagones. Algunas empresas han cerrado. Muchos empresarios extranjeros no pueden transferir el dinero que tienen depositado en sus cuentas en bancos cubanos porque no hay fondos.

-Medidas de ahorro. El Gobierno ha comenzado a eliminar subsidios y gratuidades sociales. Las restricciones en 2010 serán mayores y se pide a la gente que se apriete el cinturón. Entre otras medidas, el Gobierno ha empezado a eliminar los comedores obreros. Algunos alimentos han salido de la libreta de racionamiento. En las tiendas y centros laborales del Estado se prohíbe usar el aire acondicionado durante gran parte de la jornada, y las empresas que no aportan divisas a la economía han sido cerradas.

-Mal estado de la vivienda. De los 3,5 millones de viviendas que hay en Cuba, la mitad se encuentra en estado regular o malo. La situación empeoró notablemente el año pasado, cuando los tres huracanes que arrasaron la isla provocaron derrumbes y daños en cerca de 600.000 viviendas, un 15% de las existentes.

1595) Depois do fracasso de Copenhagen, o Consenso de Copenhagen...

...mas não algo que tenha a ver, de perto ou de longe, com a paranóia do aquecimento global e a esquizofrenia das medidas mitigadoras (que vão custar bilhões e não vão resolver o problema).
Refiro-me a prioridades verdadeiras e relevantes, que foram condensadas neste esforço conduzido pelo ambientalista cético Bjorn Lomborg.
O que segue abaixo foi retirado da Wikipedia (não é perfeito, mas dá para ter uma ideia do que se trata).

Copenhagen Consensus
Wikipedia (21.12.2009)

The Copenhagen Consensus is an effort by Bjorn Lomborg's Environmental Assessment Institute to develop a prioritized list of solutions to the world's great challenges, such as diseases, malnutrition, sanitation, and climate. It has been criticized on the grounds that the process has been put to "dishonest uses", in order to bolster Lomborg's attacks on the Kyoto agreement [1]. Others have praised the project as demonstrating that "It's time for the Europeans, especially, to admit that, on the critical question of global welfare, George Bush has got it right"[2]. The individual parts of the process dealing with topics other than climate (such as AIDS and access to water) have been more generally welcomed.

A Lomborg-directed Copenhagen Consensus Center has since been created.

Contents
1 History
2 Sponsors
3 Panel of Experts
4 Challenge Paper authors
5 "Opponents"
6 Contact information
7 Other SourceWatch resources
7.1 External links

History
In early March 2004, Lomborg held a media briefing in London announcing the conference. "The world faces a number of serious problems such as pollution, hunger and disease. Which problem should be addressed first? There are 800 million people starving, 2.5 billion people lacking sewerage, and billions affected by climate change. We all wish that there were money enough to solve all problems. But our means are limited. Therefore policy-makers prioritize every day, but not always on the best basis. Copenhagen Consensus will provide a framework to allow us to make better prioritizations," Lomborg wrote in a media statement.

On April 7, Lomborg, Jagdish Bhagwati, the Washington correspondent for The Economist, Dominic Ziegler, and the U.S. marketing director for Cambridge University Press, Sloane Lederer, held a U.S. launch at the National Press Club in Washington, D.C.[3]

Due to take place over May 24-28 2004 - with the support of The Economist magazine - it will take the form of a meeting of a selection of nine eminent, generally right-wing economists, all of whom are from wealthy, industrialised countries. These economists will consider a set of ten "challenge papers" on subjects such as education and climate change, and prioritise economic solutions to these problems. The ten challenge papers will be published as a collection by Cambridge University Press, which published the English language version of Lomborg's The Sceptical Environmentalist.

The experts will discuss ten problems selected by Lomborg and the panel: climate change, communicable diseases, conflicts, education, financial instability, governance and corruption, malnutrition and hunger, migration, sanitation and water, and subsidies and trade barriers. According to an editorial in The Economist the issues selected were selected by the panel from a list developed by Lomborg's institute which in turn were selected "from aims identified in various contexts by the United Nations and other international bodies." [4]

Since the conference was first announced, five of the seven board members of the EAI have resigned: two for personal reasons, and three in protest at the conference, which they say goes far beyond the EAI's original remit by considering subjects such as financial instability, corrupt governance and infectious diseases. [5], [6]

The exercise has been strongly criticised by NGOs such as Oxfam for drawing attention away from the existing consensus built up over several years and codified in the United Nations Millennium Development Goals.

It has also attracted criticism for an approach which tries to define development goals without involving any representatives from developing countries.

Finally, it has been questioned if a panel of exclusively free-market thinkers, several of whom have published views sceptical of the Kyoto consensus, can produce what is supposedly a neutral output on the issue.

As Australian economist and blogger, John Quiggin, wrote: "What can we say about this list? The Nobel prizewinners are obviously eminent, but they're not the names that spring to the front of my mind when I think about a question like setting global priorities for development and the environment. Heckman is a micro-econometrician, Smith is an experimenter, focusing on micro issues, and Fogel and North are economic historians (North's ideas are relevant to the big-picture issues of growth and development, so he's a partial exception, but only a partial one)," he wrote.

"The problem becomes clearer when I consider the names of those Nobelists who would be obvious candidates, including Kenneth Arrow, Joseph Stiglitz, James Mirrlees, Robert Solow and Amartya Sen. All of these economists have made extensive contributions to the theory of economic growth and development, and all have been keenly interested in environmental issues. Unfortunately for Lomborg, though, all except Mirrlees are strong supporters of action to mitigate global warming. Having looked at the absentees, I look back at the list of inclusions and note that the one thing they have in common is that they are all generally regarded as right-wing," he wrote. [7].

More recently, the conference approach has been amended to include a number of "opponents" [8]. It is not quite clear what these people are "opposing": the opponents on the issue of climate change, Robert Mendelsohn and Alan Manne, have both produced research which happens to support Lomborg's own views on global warming. Mendelsohn, for example, has said that "for the world as a whole, the benefits [of global warming] are offsetting the damages" [9], and Manne has produced a study with the Electric Power Research Institute which claim that the costs of the Kyoto protocol will be unecessarily high: waiting 20 years to start reductions would lower the cost of emissions reductions by 40 percent, he claims [10].

At the March press conference the deputy editor of The Economist, Clive Crook, was keen to hustle what he hoped would be the international significane of the event. "We hope that the meeting in Copenhagen will have global implications both academically and politically. Copenhagen Consensus is an outstanding, visionary idea and deserves global coverage," he wrote in a media statement. [11]

Lomborg told BBC Online that his expectation was that the conference would provide direction on funding priorities. "The world faces a series of serious problems such as pollution, hunger and disease. Which problem should be addressed first? … We all wish there was enough money to solve every problem. But there is a limit to how much money we have. Therefore politicians prioritise every day, but not always on the best basis. Copenhagen Consensus will provide a framework to allow us to prioritise sensibly," he told BBC Online. [12]

However, Lomborg has made abundantly clear that allocating resources to combatting climate change would be at a cost of what he points to as more important issues such as access to clean drinking water. [13]

"I'm not saying that this [climate change] is a question of me saying, "oh, it's going to be a little problem", I'm saying all of the models have looked at, what will be the costs and benefits. We should do something else. We can actually do a lot more good elsewhere," Lomborg said in one interview. [14]

(The argument expressed by economists such as John Quiggin, that Kyoto will achieve both the reduction of emissions and the movement of capital to poorer countries, is not set to be considered during the exercise.)

In an editorial explaining the purpose of the conference, even The Economist itself seems resigned to the outcomes being ignored because of the narrowness of the panel. "And if the Copenhagen panel of experts does manage, despite these difficulties, to reach some kind of substantive agreement, there is little reason to suppose that politicians or the wider public will go along with a consensus reached among a group of economists, a tribe renowned in the wider world for its desiccated view of human welfare," The Economist wrote.

The Economist rather bizarrely - and with a touch of arrogance - foreshadows that if the conference outcomes are ignored it will simply confirm the superiority of the panel's intellectual analysis over the populist tendencies of the public and decision makers. "... The fact remains that governments already have very large aid budgets, which they apportion somehow among competing demands -- doubtless paying more attention to the fluctuating pressures of press and television than any consistent or coherent method of analysis. Implicitly, their decisions already reflect underlying estimates of costs and benefits, but the process is arbitrary and closed to inspection. Even if the Copenhagen Consensus project does no more than force that fact to be acknowledged, it will have been worth the trouble," the Economist forlornly concludes. [15]

Results Global Crises, Global Solutions (ISBN 0521606144) is a book presenting the first conclusions of the Copenhagen Consensus, edited by Bjørn Lomborg, published in 2004 by the Cambridge University Press.

The 17 different options were ranked in this order: 1. Control of HIV/AIDS 2. Providing micro nutrients 3. Trade liberalisation 4. Control of malaria 5. Development of new agricultural technologies 6. Small-scale water technology for livelihoods 7. Community-managed water supply and sanitation 8. Research on water productivity in food production 9. Lowering the cost of starting a new business 10. Lowering barriers to migration for skilled workers 11. Improving infant and child nutrition 12. Reducing the prevalence of low birth weight 13. Scaled-up basic health services 14. Guest worker programmes for the unskilled 15. Optimal carbon tax 16. The Kyoto Protocol 17. Value-at-risk carbon tax

More information about these results can be obtained at the Consensus' website.

Sponsors
According to the conference website the sponsors are

The Tuborg Foundation and The Carlsberg Bequest to the Memory of Brewer I.C. Jacobsen with 1,1 million Danish Kroner
The Ministry of the Environment with 2 million Danish Kroner.
The Economist magazine [16]
Panel of Experts
Jagdish Bhagwati
Robert W. Fogel
Bruno Frey
James Heckman
Justin Yifu Lin
Douglass North
Thomas Schelling
Vernon L. Smith
Nancy Stokey

Challenge Paper authors
Professor Kym Anderson - Subsidies and Trade Barriers
Professor Jere Behrman - Malnutrition and Hunger
Senior Fellow, Dr. William R. Cline - Climate Change
Professor Paul Collier - Conflicts
Professor Barry Eichengreen - Financial Instability
Professor W. Michael Hanemann - Sanitation and Water
Professor Phillip L. Martin - Population: Migration
Professor Anne Mills - Communicable Diseases
Lecturer, Dr. Lant Pritchett - Education
Professor Susan Rose-Ackerman - Government and Corruption

"Opponents"
Robert Mendelsohn, Edwin Weyerhaeuser Davis Professor, Professor of Economics, and Professor in the School of Management.
Alan Manne professor emeritus of operations research at Stanford University.
Jacques van der Gaag Professor of Development Economics, University of Amsterdam, Dean of the Department of Economics and Econometrics.
Michael Intriligator Professor of Economics, Political Science and Policy Studies, University of California, Los Angeles and Senior Fellow, Milken Institute;
Tony Addison Professor, Deputy Director, Project Director, Senior Research Fellow, World Institute for Development Economics Research (WIDER) of the United Nations University (UNU)
Paul Schultz Malcolm K. Brachman Professor of Economics, Department of Economics, Yale University.
Ludger Woessmann Dr. Head of Department, Research Department "Human Capital and Structural Change", ifo Institute of Economic Research at the Ludwig-Maximilians-Universität.
Charles Wyplosz Professor of Economics, and Director of the International Centre for Money and Banking Studies, Graduate Institute of International Economics, Geneva.
Peter Blair Henry Associate Professor of Economics in the Graduate School of Business, Stanford University.
Jens Andvig Senior Researcher, Dr. philos (Ph.D) in Economics, University of Oslo
Jean Cartier-Bresson Professor of Economics, Université de Versailles Saint-Quentin en Yvelines, France.
Peter Svedberg Professor of Development Economics, The Institute for International Economic Studies.
Simon Appleton Dr., Senior Lecturer in Economics, School of Economics, University of Nottingham.
Mark Rosenzweig, Mohamed Kamal Professor of Public Policy, at Kennedy School, Harvard.
Roger Böhning, Director, Programme on Promoting the Declaration on Fundamental Principles and Rights at Work, International Labour office, Geneva.
John Boland, J.J. Hermans Professor of Chemistry
Jan Pronk, Professor Theory and Practice of International Development, Institute of Social Studies. Former Minister for Development Cooperation, The Netherlands and Special Envoy Secretary General United Nations for the World Summit on Sustainable Development.
Arvind Panagaryia, Professor of Economics at Columbia University [17]

Contact information
Director Bjorn Lomborg
Ph 45 7226 5800
Project Manager Henrik Meyer
Phone: 45 7226 5820
Web: http://www.copenhagenconsensus.com

Other Source
Watch resources

Bjorn Lomborg
Copenhagen Consensus Center
Climate change
Climate change sceptics

External links
Ten problems for the world - but which one to fix first?, Editorial, The Scotsman, 1 June, 2004.
Bjorn Lomborg, "Copenhagen Consensus - Prioritizing the world's problems", Media Release, March 5, 2004.
"A modest undertaking", Editorial, The Economist, March 4, 2004.
Copenhagen Consensus 2004, "US launch of Copenhagen Consensus, Media Release, April 2, 2004.
Vanessa Houlder and Clare MacCarthy, Danish writer cleared of 'scientific dishonesty', Financial Times, December 17, 2003
Mass exodus from Lomborg Institute, Copenhagen Post, 28 November, 2003.
Geoff Dyer, Economists to rank aid effectiveness, Financial Times, Mar 05, 2004.
Mark Kinver, "'Eco-myths are a gun to the head', BBC News Online, February 27, 2004.
Alex Kirby, "Setting the world's priorities", BBC News Online, March 5, 2004.
Jeremy Paxman, "The Sceptical Environmentalist", Newsnight, BBC, May 23, 2002.
John Quiggin, An Unbalanced Panel? (blog entry about Copenhagen Consensus panel), March 07, 2004.
John Quiggin, Thought for Thursday (blog entry about Lomborg's argument that water aid is better than Kyoto), October 09, 2003
John Quiggin, The cost of doing nothing, Australian Financial Review, 11 April, 2002.
Bjorn Lomborg, "Time for the climate doomsters to face reality", The Times, May 11, 2004.
John Quiggan, "Copenhagen Con?", Crooked Timber, May 24, 2004.
Sebastian Mallaby, "Arts of Development ", Washington Post, May 24, 2004.
Jeffrey D. Sachs, "Seeking a global solution", Nature, Volume 430, August 12 2004, pages 725 -726. (Sub req'd).
Bjorn Lomborg, "Need for economists to set global priorities", Nature, Volume 431, September 2, 2004, page 17. (Sub req'd).
Tom Burke, "This is neither scepticism nor science - just nonsense: Why is Bjorn Lomborg's work on climate change taken seriously?", The Guardian (UK), October 23, 2004. 'Cost-benefit analysis can help you choose different routes to a goal you have agreed, but it cannot help you choose goals. For that we have politics.'
John Quiggin "Copenhagen: conned again", Crooked Timber, December 13, 2004.
Hans Martin Seip and Pål Prestrud, "Climate Measures Bad Investments? Hardly ", GNet, undated, accessed December 2004.
John Quiggin, "Copenhagen review", John Quiggin (blog) , January 21, 2005. (Another version of this article was published in theAustralian Financial Review on the same day as "A curious consensus" but is available to subcribers only).
"Hotting up (The debate over global warming is getting rancorous)", The Economist, February 4, 2005 .