quarta-feira, 16 de junho de 2010

Futura Politica Externa do Brasil: a questao do Iran

Dilma diz que pretende continuar negociação com Irã
Deborah Berlinck
O Globo, 16.6.2010

Se eleita, política externa de Lula será mantida, afirma a petista

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem que vai continuar a política do governo Lula em relação ao Irã, de aproximação e negociação com o país, e rejeição às sanções das potências ocidentais.
— Pretendemos, sem sombra de dúvida, manter uma política pró-paz, até que nos provem que sanções e uma política de guerra conduz o mundo a uma situação melhor — afirmou Dilma.
O Irã será um dos temas tratados no encontro com hoje de Dilma com o presidente francês Nicolas Sarkozy. O presidente vai dizer a ela que já tentou várias vezes o caminho da negociação com o Irã, sem sucesso.
Para Dilma, entretanto, o isolamento do Irã não é bom:
— Quando você deixa um país, um grupo ou até uma pessoa sem diálogo, leva ao isolamento ou ao acirramento de conflitos.
Dilma lembrou que os países ricos ainda "controlam os fóruns internacionais" e defendeu o direito de o Brasil ter uma posição independente :
"Cada vez mais vai ficar claro que a posição do Brasil a respeito do Irã foi, primeiro, uma posição soberana, que nós atingimos porque hoje temos soberania nas relações internacionais, independência.
Não acredito que um devedor, como o Brasil era no passado, pudesse ter posição altiva em relação ao credor", disse.

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Interessante a posicao da candidata. Seria preciso apenas esclarecer a que negociacao ela está se referindo.
O Irã vinha "negociando" com a AIEA e o P5+1 desde 2006, sem sucesso aparente.
Quando os paises ficaram impacientes, Brasil e Turquia "extrairam" uma declaracao cobrindo apenas um dos aspectos das negociacoes, o acesso do Irã a combustivel nuclear.
Nenhum outro aspecto das atividades nucleares do Irã foi tratado nessa declaracao tripartite.
Seria preciso saber se o Brasil e a Turquia pretendem conduzir novas "negociações" com o Irã, à margem e independentemente do P5+1 e da AIEA, e se pretendem novamente oferecer isso à comunidade internacional.
Para negociar com o Irã seria preciso um pouco mais do que promessas...
Paulo Roberto Almeida

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