Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Republica Mafiosa do Brasil (1): custo a acreditar no que leio...
Absolutamente nada me motiva a deixar de lado minhas ocupações habituais -- leitura, leitura, leitura, alguma redação, leitura, redação, correspondência, informação, enfim, essas coisas triviais e totalmente regulares e corriqueiras -- para colocar neste meu blog, que não tem NADA a ver com a política brasileira -- pois ele se interessa apenas por leituras e temas de relações internacionais -- elementos de informação e de análise absolutamente abjetos do ponto de vista de seu conteúdo real. Coisas nojentas, absolutamente asquerosas, indignas de qualquer consciência cidadã.
O que me motiva, então, a fazê-lo?
Apenas e tão somente o fato, absolutamente corriqueiro, que não gostaria, não pretendo, detestaria viver em um país mafioso, dominado por bandidos e outros criminosos de alto coturno.
Ainda hoje li, numa matéria internacional qualquer, em revista estrangeira, que um tal país na África, com o qual o Brasil mantém excelentes relações, ao que parece, tinha virado um narco-Estado, o que é a todos os títulos lamentável. Imagino o horror que deve ser viver num país como esse, pelos exemplos a que estamos assistindo no México, as mortes bárbaras, a contaminação da polícia, a promiscuidade da classe política, enfim, a degradação de todas as instituições públicas.
Com base nessas percepções, imagino como deve ser angustiante ter a impressão de que o Brasil pode estar se convertendo em uma República mafiosa, ou seja, instituições públicas dominadas por criminosos.
Enfim, com perdão de meus leitores, que provavelmente buscam neste blog informações e análises sobre relações internacionais e política externa brasileira, vou fazer uma pausa para publicar cenas explícitas de pornografia política, ou evidências materiais de criminalidade mafiosa.
Como disse ao início, NÃO TENHO NADA a ver com isso, absolutamente nada, apenas uma consciência cidadã que me impele a procurar viver num país digno, do qual eu possa sentir orgulho, e no qual eu possa educar os meus filhos para também viver com dignidade e procurar fazer dele um país melhor, uma sociedade educada, no quadro de um Estado de direito.
Estou absolutamente estarrecido pelo que estou lendo, apenas isso me cabe dizer.
Desculpem a monotonia da repetição, não posso me conformar com essa situação.
Bem, vamos ao que interessa.
Paulo Roberto de Almeida
(1.09.2010)
Ex-funcionário do Planalto alega ameaças e cancela depoimento no Senado
Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online, 1.09.2010
O ex-funcionário do Palácio do Planalto Demetrius Felinto cancelou o depoimento que prestaria nesta terça-feira à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado para apresentar detalhes sobre o suposto encontro da ex-ministra Dilma Rousseff –candidata do PT à Presidência– com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. Felinto disse que está sofrendo ameaças, sem revelar os autores, por isso decidiu cancelar o depoimento –depois de ter confirmado sua presença ontem.
Em ofício encaminhado ao presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), o ex-servidor afirma que as ameaças estão sendo propagadas na internet. “Tenho interesse em comparecer, oportunidade em que esclarecerei toda a verdade. Alguns fanáticos estão disseminando na internet ameaças veladas”, diz o ofício.
Com a recusa de Felinto, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou requerimento para que o ministro Guido Mantega (Fazenda) seja convocado a depor na CCJ. Dias quer explicações de Mantega sobre a quebra de sigilo, pela Receita Federal, do Imposto de Renda de pessoas ligadas ao PSDB. O pedido tem que ser aprovado pelo plenário da comissão para que Mantega seja obrigado a depor.
Demóstenes disse que vai marcar depoimento sigiloso de Felinto à comissão diante das ameaças sofridas pelo ex-servidor.
Segundo a revista “Veja”, Felinto teria provas de que o governo federal escondeu imagens das câmeras de segurança que comprovam o encontro de Dilma com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira.
Segundo revelou a Folha, no encontro, a petista teria pressionado a secretária a encerrar uma investigação do Fisco sobre a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
CASO EJ
Além de Felinto, o corregedor da Receita Federal, Antônio Carlos Costa D’Ávila, rejeitou convite da CCJ para depor aos senadores sobre as investigações em torno da quebra de sigilo do vice-presidente-executivo do PSDB, Eduardo Jorge, e outras quatro pessoas ligadas ao PSDB.
Em ofício encaminhado à comissão, Costa alegou que as investigações na Corregedoria são sigilosas –por isso não pode revelar detalhes do caso aos senadores.
Também foram convidados o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa e o ex-gerente executivo do fundo Gerardo Xavier Santiago — que recusaram os convites. A oposição quer investigar a acusação de que o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil atuou como “fábrica de dossiês” contra adversários do PT.
Já a Corregedoria da Receita apura o vazamento do sigilo de Eduardo Jorge e de outras quatro pessoas ligadas ao PSDB e ao candidato do partido à Presidência, José Serra.
Os dados de Eduardo Jorge foram vazados para integrar um dossiê montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff.
Dias afirmou que o governo federal age para esconder crimes cometidos na administração federal. “O governo vai se consolidando como um governo que abriga marginais no seu subterrâneo.”
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