A memória é curta, ou a vontade tem pressa: os tradicionais inimigos do capitalismo ficam com água na boca, salivando como aqueles animais predadores quando vêm sua presa indefesa parada, ali na frente, esperando o bote final.
Muitos deles se preparam para assistir, de camarote, se ouso dizer, ao declínio e derrocada do império (só existe um, por enquanto, aguardando a entrada em cena de um outro), e já prevêm um mundo mais próximo de seus ideias, que seria, claro, um planeta menos neoliebral, mais dirigista, mais estatizado, enfim, menos capitalista.
Um conhecido site dos antiglobalizadores já preparou um dossiê especial sobre:
Império em Declínio - a crise sistêmica do neoliberalismo
que junta escritos dos mais conhecidos antiglobalizadores, declinistas, catastrofistas e anticapitalistas (alguns até marxistas, outros simplesmente estatizantes), todos eles prevendo a aurora do mundo novo, um menos dominado pelo império em declínio e mais marcado pela preeminência das políticas públicas, da regulação estatal, dos controles dos mercados, das limitações aos fluxos de capital, de limites ao laissez-feire econômico e à liberalização comercial.
enfim, um mundo menos livre e mais controlado, mais dirigista, mais planejado.
Qualquer que seja o formato desse "novo mundo possível" (ou impossível, em minha opinião), o que realmente conta, para os promotores desse cenário ideal é que o capital tenha menos prevalência, nas políticas públicas, do que o trabalho, ou do que as pessoas, dizem eles. Entre o lucro egoísta do capitalismo e os direitos humanos, eles ficam com estes, e acham que assim o mundo será melhor, mais justo, menos desigual, e que com o capital controlado, o desenvolvimento se fará de modo mais equânime, mais humano, enfim.
Não preciso nem dizer quem são os promotores desse novo mundo impossível, pois eles vão pipocar nas telas de todos os estudantes universitários de nossas faculdades tão anticapitalistas como são normalmente (agora até um pouco mais).
Muitos desses argumentos capciosos eu rebati em um livro que deve estar chegando proximamente às livrarias:
Paulo Roberto de Almeida:
Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização
(Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2011, xx+272 p.; Inclui bibliografia; ISBN: 978-85-375-0875-6).
Sinto decepcionar os muito ansiosos, mas o capitalismo vai continuar incomodando esses espíritos inquietos durante certo tempo mais, talvez mais uns cem ou cento e cinquenta anos. Sorry antiglobalizadores...
Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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3 comentários:
Sugerimos link http://www.ft.com/intl/cms/af2c4fac-bfc2-11e0-90d5-00144feabdc0.pdf
Vale!
Bom dia Roberto!
Já li e ouvi tanta coisa sobre neoliberalismo, como este artigo do blog mencionado por voce, que antes acreditei ser o neoliberalismo um conceito capitalista. Porém, li o artigo no endereço abaixo e tive um novo argumento. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=835
abs
Democrata ? !! Sei
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