Règles des moines(Pacôme, Augustin, Benoit, François d'Assise, Carmel)Introduction e notes de: Jean-Pie Lapierre
L'histoire de ces chrétiens qui ont voulu faire de l'unique nécessaire le seul but de leur vie, la manière dont ils ont essayé de vivre et de réaliser ensemble cette volonté, les Règles monastiques en sont les témoins directs.
Le choix de Règles présentées ici a été réalisé en fonction de leur importance, de leur variété, de leur diffusion et aussi de leurs transformations à travers les temps, les usages et les lieux. Ce volume contient les Règles de saint Pacôme (version éthiopienne), de saint Augustin (Lettre 2.II), de saint Benoît (traduite par Dom Guéranger), ainsi que les Règles primitives de saint François d'Assise (traduite par Alexandre Masseron) et du Mont Carmel (traduite par François de Sainte-Marie)
(Éditions Albin Michel, 1959)Paris: Éditions du Seuil, 1982Collection Points, Sagesses
Estou lendo-o desde vários dias, aliás desde 26 de janeiro, quando o adquiri no lugar mais apropriado para isto: a Abadia de Sénanques, no Louberon, perto de Gordes, que visitamos na mesma ocasião.
Ver minha crônica a respeito, neste link:
DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012
Ao lê-lo, não pude evitar uma aproximação com minha série de "Clássicos Revisitados", isto é, a releitura de livros antigos, por vezes antiquíssimos, com os olhos postos na modernidade, para ver o que se mantém, o que pereceu, nessas grandes obras da cultura universal. Já fiz isso com Karl Marx -- reescrevendo o Manifesto Comunista em meu livro Velhos e Novos Manifestos: o socialismo na era da globalização (1999) --, com Tocqueville -- mas apenas uma introdução até aqui, num artigo chamado "De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão"--, com Maquiavel -- tendo reescrito sua mais famosa obra, O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (2010) -- e também com Sun Tzu -- mas aqui num sentido metafórico, já que não poderia ser, por contraditório, "A Arte da Guerra para Diplomatas" e acabou sendo "Sun Tzu para Diplomatas"; outras versões de clássicos estão em preparação, e serão anunciadas no devido tempo.Agora, ao ler as regras de São Benedito (ou São Bento, como preferem alguns, inclusive o papa), ou Saint Benoît, no livro, na verdade Benedictus, em latim, ou Benedetto, no original (já que ele nasceu em Norcia, na Umbria, Itália), eu constatei, imediatamente, que as mesmas regras conviriam perfeitamente para a vida diplomática.Tive assim o cuidado de converter suas 73 regras da vida monástica em 73 regras da vida diplomática, conservando o espírito e observando a temática de cada uma delas, exatamente ou quase simetricamente.Como eu já escrevi, dez anos atrás, as: Dez Regras Modernas de Diplomacia (2001)creio que está em tempo de escrever agora estas 73 regras da vida diplomática, que se parece muito com uma vida monástica (ou não?). Enfim, as opiniões divergem, e se estivéssemos em outros tempos (Torquemada, por exemplo), alguns até terminariam na fogueira, mas não custa pensar que os diplomatas são pessoas tão devotadas quanto os monges beneditinos...Afinal de contas, como nos princípios beneditinos originais, os diplomatas também se caracterizam pela moderação (sobretudo discrição), pela gravidade (seriedade), pela austeridade (salvo nos coqueteis e recepções, mas isso é raro) e pela suavidade (alguns até demais). Somos moderados na bebida, na comida, na palavra, no sono, mantemos silêncio sempre quando necessário (e tem até uma lei da mordaça para nos lembrar desse voto involuntário), renunciamos a toda glória e riqueza, e sobretudo somos pacientes, bondosos com todo mundo, queremos um mundo de paz, de carinho, de felicidade eterna e temperança. Nos dedicamos a muita leitura e muito trabalho, algumas vezes até manual, e estamos sempre a serviço de algum Senhor, seja ele qual for.Somos ou não somos beneditinos, monásticos? A conferir...Paulo Roberto de AlmeidaDas Novas Regras Monástico-Diplomáticas
1. Das diversas espécies de diplomatas
2. Quem deve ser o chefe dos diplomatas
3. Como é preciso formar um Conselho de diplomatas
4. Quais são os instrumentos de seu trabalho
5. Da obediência dos diplomatas
6. Do silêncio dos diplomatas
7. Da humildade dos diplomatas
8. Dos trabalhos necessários em horas noturnas
9. Como se comportar fora do trabalho
10. Como se portar fora do contexto diplomático
11. Do trabalho nos fins de semana
12. Como dar início a um dia de trabalho diplomático
13. Como desenvolver os encargos correntes
14. Dos plantões em ocasiões especiais
15. Da orientação geral nas funções diplomáticas
16. Como distribuir encargos e funções diplomáticos
17. Como preparar as posturas e posições negociadoras
18. Qual a ordem e a estrutura dos papeis de posição
19. Quais cuidados formais adotar nesses papeis de posição
20. Dos cuidados com a hierarquia
21. Dos superiores na carreira
22. Quando guardar pausa no trabalho
23. Das faltas cometidas no trabalho
24. Das penas e sanções por conduta faltosa
25. Das mutações compulsórias
26. Das recusas de mutações
27. Das insuficiências no trabalho corrente
28. Dos procedimentos excepcionais
29. Como se admitem novos diplomatas
30. Como treinar novos recrutas
31. Das tarefas administrativas
32. Da conservação do patrimônio
33. Ferramentas públicas e privadas
34. Da paga ordinária dos diplomatas
35. Das prebendas associadas
36. Da incapacitação por motivo de saúde
37. Da incapacitação plena e irrecorrível
38. Dos que exibem faculdades docentes
39. Das recepções e galanteios
40. A correta medida da bebida
41. O quanto de prazer e de trabalho
42. O que falar e o que calar
43. O que registrar para os anais
44. Dos improdutivos renitentes
45. Do bom estilo nos registros
46. Do que é público e do que é reservado
47. Do planejamento e da organização
48. Do que é manual e do que é intelectual
49. Da observância das grandes datas
50. Das ausências temporárias ou ocasionais
51. Das viagens a serviço
52. Da necessidade de localização
53. Da recepção dos convidados
54. Da correspondência pública e privada
55. De como devem se vestir os diplomatas
56. Dos lazeres e das distrações
57. Dos artistas e poetas na carreira
58. Da maneira de instruir os mais jovens
59. Das distinções sociais na carreira: descendentes de nobres e filhos de ações afirmativas
60. Dos que persistem em permanecer na carreira mesmo depois do seu termo
61. Dos colegas estrangeiros e como recebê-los
62. Da ascensão funcional e como administrá-la
63. Da hierarquia que se deve guardar
64. Do diretor máximo e o que ele faz
65. Do corregedor das más condutas
66. Dos agentes de segurança e dos guardiões
67. Dos diplomatas que se afastam para outras missões
68. Das missões impossíveis
69. Da solidariedade entre iguais
70. Do respeito que se deve ter reciprocamente
71. Da mútua consideração
72. Do zelo que se deve ter pela instituição
73. Que a justiça prevaleça em todos os casos
Paulo Roberto de Almeida
(Lyon, 28/01/2012; Paris, 2/02/2012)
Paulo Roberto de Almeida
Sera' um classico!
ResponderExcluirdeveras interessante... para quando o desenvolvimento de cada regra?
ResponderExcluirabraço
Tiago,
ResponderExcluirNão seja impaciente. Os monges, sobretudo os beneditinos, são pacientes. Esperam anos, décadas, para fazer alguma coisa.
Produtividade não é o forte deles.
Eu sou produtivo, certo, mas tenho sempre quatro ou cinco coisas ao mesmo tempo, em atraso...
Vou fazer aos poucos...
Paulo Roberto de Almeida
Fico também no aguardo. Bem interessante.
ResponderExcluirA nº 59 me fez rir. "Os filhos das ações afirmativas"... Vida longa às atuais ações afirmativas, para que o governo não invente ações mais insanas do que essa!
ResponderExcluirThiago "James",
ResponderExcluirFilhos de ações afirmativas porque não poderiam ser filhos de monges, ou poderiam?
Em todo caso, os mosteiros abrigam tanto aristocratas quanto pobretões, mas os pobres sempre têm preferência nesse mundo de desprendimento material, um pouco como os diplomatas, por sinal...
Paulo Roberto de Almeida