quinta-feira, 25 de julho de 2013

Heranca maldita: como os companheiros constroem a sua, nas contaspublicas

Aumento de capital do BNDES e da Caixa faz dívida pública subir em junho

Operações para capitalizar os bancos somaram 23 bilhões de reais no mês e foram as únicas emissões diretas feitas no ano

Veja.com, 24/07/2013
Produção de cédulas de notas de 50 reais na Casa da Moeda no Rio de Janeiro
Dívida sobe com aumento de repasses ao BNDES e à Caixa (Marcelo Sayão/EFE)
A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou alta de 2,6% em junho, ante maio, e atingiu 1,935 trilhão de reais, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional na tarde desta quarta-feira. A correção de juros no estoque da DPF foi de 18,646 bilhões de reais. A DPF inclui a dívida interna e a externa. Enquanto a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,94% e fechou o mês em 1,894 trilhão de reais, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,88% menor, somando 90,92 bilhões de reais. A expectativa do Tesouro é de que a dívida pública chegue a 2,24 trilhões de reais até o final do ano. Ela havia terminado 2012 em 2 trilhões de reais.
O aumento do endividamento no mês foi explicado pelas emissões diretas de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), que somaram 23,1 bilhões de reais em junho, dos quais 15 bilhões de reais foram repassados para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 8 bilhões de reais entraram na Caixa Econômica Federal.
Os recursos acumulados com a emissão serviram para aumentar o capital dos dois bancos, que vêm sendo sangrados pelo governo por meio da antecipação de dividendos para que o superávit primário seja cumprido. O superávit é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida. Para este ano, a meta de economia é de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, informou que as emissões diretas em junho feitas para capitalizar os dois bancos foram as únicas da modalidade feitas em 2013.
Estrangeiros - O coordenador-geral relatou que o crescimento da participação de estrangeiros na Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) pode ser creditado ao fim da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em junho. "O fim do IOF trouxe novo fluxo de compra de títulos públicos pelos investidores não residentes, concentrado principalmente em títulos prefixados de prazos mais longos", disse. A participação de estrangeiros na DPMFi chegou a 275,18 bilhões de reais em junho, com 14,52%. O aumento foi de cerca de 10 bilhões de reais frente a maio, quando o valor era de 264,69 bilhões de reais, com 14,38%.
"É difícil prever uma aceleração da entrada de estrangeiros nos próximos meses. O que podemos imaginar é que, com o fim do IOF, os investimentos que estavam sendo planejados foram efetivados", disse. Depois, Garrido disse que voltaram a existir as condições do período anterior ao IOF. "Esperamos que continue como tendência de médio e longo prazo o aumento gradual de estrangeiros", completou.
Volatilidade - O anúncio de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá reduzir suas compras de títulos no final deste ano fez com que o mercado de dívida ganhasse grande volatilidade ao longo do mês. O período teve alta nas taxas de juros dos títulos locais e externos, acompanhada de valorização do dólar.
Tal cenário fez com que o Tesouro realizasse leilões extraordinários de compra e venda de títulos para reduzir a volatilidade do mercado. 

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