2014? Certamente...
Paulo Roberto de Almeida
Saldo da Balança Comercial em 2014: projeçõesby mansueto, 19/12/2013 |
Desde o ano passado muita gente errou nas previsões. Quem deu muito peso ao passado recente dos indicadores, esperava uma melhora significativa do crescimento em decorrência dos estímulos que o governo deu ao longo de 2012. O Credit Suisse, que ficou muito perto de acertar o baixo crescimento do PIB de 2011, no início deste ano esperava um crescimento do PIB de 4%, ante a média de 3% esperada pelo mercado, e o Bradesco e a LCA consultores apostavam em crescimento de 3,5% em 2013.
Algumas consultorias colocavam que a chance de o Brasil crescer 2,5% ,em 2013, como o cenário pessimista que tinha uma baixa probabilidade de ocorrer: 25%. O mais provável era um crescimento perto ou acima 3%. Por que todo mundo errou? Porque todo mundo supervalorizou as medidas de estimulo à demanda e os modelos que olhavam para o passado indicavam um maior crescimento fruto dessas medidas.
Em 2012, um dos economistas mais pessimistas sobre o crescimento do PIB era o Alexandre Schwartzman que fazia uma conta simples sem se basear em modelos: PIB iria crescer este ano perto de 3% que seria uma combinação do crescimento da força de trabalho com o aumento da produtividade.
Ao que parece, houve uma “quebra estrutural” na nossa economia. O crescimento menor (média de 2% ao ano) no governo Dilma não decorre de problemas do lado da demanda, mas problemas do lado da oferta que reduziram o crescimento do PIB potencial. Assim, a aposta do mercado agora é que literalmente estamos presos em uma trajetória de baixo crescimento – algo em torno de 2,5% ao ano.
As projeções que me chegam as mãos são em geral pessimistas, mas há uma enorme variância em relação a alguns indicadores específicos. Em especial, entra nesse rol as projeções para o saldo da balança comercial, em 2014.
O IBRE-FGV aposta em uma saldo de US$ 5 bilhões. A CNI aposta em um número maior: US$ 9 bilhões. O Credit Suisse aposta em US$ 13 bilhões e outros trabalham com um saldo ainda maior: US$ 16 bilhões. A mediana do mercado é um saldo da balança comercial, em 2014, de US$ 7,8 bilhões para uma taxa de câmbio (R$/US$) em torno de 2,40.
No próximo ano, teremos elevada volatilidade da taxa de câmbio, mais um ano seguido de déficit no balanço de pagamentos e uma conta corrente deficitária em torno de 3,5% do PIB ou um pouco menos. Mas está difícil fazer projeções e mesmos o cenário mais otimista é pior do que o cenário pessimista do início do ano.
O Brasil hoje é pior do que há dez anos? Claro que não. É muito melhor. Não há como ganhar dinheiro no Brasil? claro que há excelentes oportunidades de investimentos em setores e empresas que crescerão muito acima da média. Mas estamos preso em um equilíbrio medíocre: crescimento do PIB perto de 2,5% ao ano, déficit em conta corrente entre 3% e 3,5% do PIB, tendência de aumento do gasto público, queda adicional do resultado primário e crescimento da divida publica. E para piorar a expectativa do mercado é que a inflação fica próxima a 6% ao ano, ajudada pelo controle dos preços administrados.
Em resumo, o cenário econômico piorou e as pessoas no mercado que sabem ganhar dinheiro confirmam esse cenário. Não será fácil sair desse imbróglio com o tipo de medida que adotamos nos últimos três anos. Ao que parece, com exceção da taxa de desemprego, todos os indicadores e projeções econômicas pioraram.
A dúvida que fica é se tudo isso ainda vaio piorar ainda mais. Aqui os economistas se dividem. mas posso garantir pelas reuniões que tive nas últimas semanas é que mesmo um grupo de economistas que conversa com o ex-presidente Lula e que participou do seu governo não anda otimista. Até esse grupo tem dúvidas da "curva de reação" da equipe econômica.
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Confirmando as projeções pessimistas, economistas de bancos rebaixam todos os indicadores...
Brasil
Deutsche Bank
Para el 2014, el banco rebajó la expansión prevista de Brasil a un 1,9% desde el 2,1% estimado previamente. La firma citó las tasas de interés en alza, la desaceleración del empleo, el espacio limitado para el estímulo fiscal, la fuerte intervención en la economía y la incertidumbre política.
Nomura Securities
En general, la opinión local sigue siendo bastante negativa pese a que vemos señales recientes de mejoría en la política. El pesimismo contempla la economía y, más importante, cómo la dinámica de la política electoral condicionará a la política monetaria.
Las expectativas para el 2014 se concentran en un rango estrecho: un crecimiento de 1,5%-2%; una inflación Ipca de 5,8%-6,2%.
La relativa inacción de política debido a las próximas elecciones e impulsores negativos de la demanda agregada cíclica se encuentran detrás de las expectativas pesimistas: la política monetaria se está endureciendo y eso se sentirá mayormente en 2014; temores de una rebaja en la calificación restringirán la política fiscal, las condiciones financieras se han endurecido y los bancos del sector público están recortando el préstamo.
Sólo la demanda externa, vía crecimiento global, sería más positiva, pero la mayoría piensa que será insuficiente para contrarrestar los factores negativos.
Citi FX Wire
El gobernador del Banco Central, Alexandre Tombini, anunció que esta semana se conocerán los detalles del programa de intervención para el próximo año. El anuncio debe hacerse antes de fin de año, cuando expira el viejo programa, con el objetivo de evitar volatilidad. Pero el encuentro de la Reserva Federal (FED) en diciembre también es un factor para el esperado anuncio.
Barclays
El banco proyecta que el real caerá a 2,45 por dólar para fines del 2014, comparado con un cierre del año en curso en 2,35. Pero advierte que el nivel de 2,45 podría ponerse a prueba ante el “escenario adverso” global y local, que plantea el riesgo de una nueva ronda de depreciación cambiaria.
Eurasia
La consultora cree que dos eventos podrían alentar al gobierno a ser más “coherente” antes de las elecciones del 2014 para reforzar su credibilidad financiera: una potencial rebaja de la nota por parte de Standard & Poor’s o un posible fallo de la Corte Suprema contra los bancos.
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