A China é um caso extraordinário de uma grande civilização, de uma nação que se elevou muito antes das demais no caminho das realizações artísticas e culturais, do refinamento de costumes e de gostos -- independentemente da miséria da maior parte da população, um imenso contingente de camponeses analfabetos sobrevivendo no límite mínimo do depauperamento -- e da construção de um Estado "weberiano" bastante avançado para qualquer padrão que se julgasse na escala histórica, patamares de progressos materiais e culturais que a Europa só alcançaria a partir do Renascimento e de maneira mais afirmada desde o início da revolução industrial.
Foi justamente nesse período mais "recente" que a China mergulhou numa inevitável decadência, que nnao foi apenas aquela da troca de dinastias e de conflitos entre os senhores da guerra. Essa decadência foi em grande medida causada por imperadores incompetentes, mas sobretudo por uma classe de mandarins que, por mais eficiente que fosse, começou a corromper os costumes do Império, precipitando todo o país numa posição de decadência material e espiritual, o que facilitou sua conquista e humilhação por poderes estrangeiros.
Mas, atenção, existem decadências e decadências. A da China é diferente da Grã-Bretanha pré-Thatcher, inviabilizada pelo fabianismo de gerações de distributivistas associados -- tories, wigs, trabalhistas -- e ambas são diferentes da decadência argentina, que ainda não acabou: esta foi provocada por lideranças incompetentes apenas, mas sobretudo por todo um exército de assaltantes do Estado, os militantes peronistas, mafiosos de um outro tipo, o da república sindical, que aparentemente também surgiu entre nós.
Será que os nossos mandarins também vão afundar a república, auxiliados pelos peronistas de botequim que existem por ai?
Paulo Roberto de Almeida
Risco para Dilma faz ministro do TCU recuar sobre adiamento da votação
G1, O Glob, 23/07/2014
O ministro Benjamin Zymler recuou da tentativa de adiar a votação no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, por conta do risco de inclusão do nome da presidente Dilma Rousseff entre os que poderiam ser responsabilizados pelos prejuízos com o negócio.
Após o voto do relator José Jorge que apontou prejuízos de quase US$ 800 milhões na aquisição, Zymler pediu vista, o que adiaria a discussão sobre o tema. Mesmo com o pedido de vista, que deveria interromper a discussão, outros ministros atropelaram e decidiram votar, acompanhando o relator.
Quando o ministro substituto André Luiz de Carvalho sugeriu a confecção de um voto paralelo com a inclusão dos nomes dos integrantes do Conselho da Petrobras, entre eles o da presidente Dilma, Zymler retirou o pedido de vista e acompanhou o relator.
Durante o processo de votação, o ministro José Múcio Monteiro, que já foi ministro das Relações Institucionais do governo Lula, chegou a trocar rápidas palavras com Benjamin Zymler.
Na avaliação de ministros do TCU ouvidos pelo Blog, era melhor votar o relatório do ministro José Jorge que indicou a responsabilidade da diretoria da Petrobras pelo prejuízo do que correr o risco de perder no voto para o relatório que pudesse incluir Dilma e os demais conselheiros.
Os ministros deixaram claro que os conselheiros e Dilma ainda poderão ser incluídos entre os responsáveis caso surjam novas evidências ao longo do andamento do processo.
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