Recebo, a propósito desta postagem, e meus comentários iniciais a ela:
Plano Real, 20 anos: seria o câmbio o principal problema do Brasil?
o seguinte comentário de um dos autores do artigo ali transcrito:
Plano
Real, 20 anos: seria o cambio o principal problema do Brasil? - Antonio
Carlos Teixeira Álvares e Guilherme Renato Caldo Moreira - See more at:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/plano-real-20-anos-seria-o-cambio-o.html#sthash.PUFozlFC.dpuf
Plano
Real, 20 anos: seria o cambio o principal problema do Brasil? - Antonio
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Como
um dos autores do artigo desejo inicialmente declarar que concordo
plenamente que uma moeda pode se valorizar. As razões são várias e só
para citar algumas temos o aumento do preço dos bens exportados (no caso
do Brasil, comodities), a elevação da taxa real de juros interna ou
mesmo ações governamentais de politica econômica . O artigo não discute
as causas nem nega a valorização, apenas analisa suas consequências. O
custo Brasil (impostos, infraestrutura, energia, etc) ataca a indústria
brasileira há muito tempo. A valorização do real começa em 2007. Em 2006
o saldo comercial (exportações menos importações) da indústria de
transformação brasileira foi positivo em cerca de usd 31 bilhões. Nos
últimos 12 meses, encerrado em junho de 2014, o saldo negativo indicava
usd -106 bilhões! A causa disso é a valorização do real que favoreceu
as importações e prejudicou sobremaneira as exportações da indústria de
transformação. Não se pode culpar o custo Brasil por essa evolução, pois
em 2006 ele já estava presente entre nós. O cambio valorizado está sim
prejudicando muito a indústria nacional, como prejudicou a indústria
holandesa na década de 1960. Existe claro muitas outras causas para o
Brasil ir mal, mas a balança comercial da indústria de transformação é
claramente explicada pelo cambio fora de lugar.
Devo dizer que concordo apenas em parte com os argumentos do comentarista, por uma razão muito simples.
No cursos de toda a era de Bretton Woods, e mesmo depois, as moedas respectivas da Alemanha Federal, deutsche mark, e do Japão, iene, se valorizaram constantemente, justamente pela fortaleza de suas economias, que foi inclusive beneficiada pela importação de bens (e energia, nos dois casos) mais baratos, devido à valorização.
O deutsche mark deve ter saído de um patamar de 5 a 6 dm por US$ para chegar a 1,50 três décadas depois; o iene deve ter saido de 500 a 600 por dólar, para menos de 100 dólares no mesmo período.
Como se compensou isso: bem com importações mais baratas, justamente, e com ganhos de produtividade.
O Brasil abandonou esses dois vetores, eles são difíceis, estão fora do seu alcance?
Esses países ficaram mais ricos, com moedas valorizadas, e continuaram grandes potências exportadoras.
Ou seja, é possível fazer, mesmo sem as velhs receitas da desvalorização contínua, que tornam todos um pouco mais pobres.
Dito isto, concordo em parte que câmbio e moderadamente desvalorizado, pode ser importante para manter equilíbrio na balança comercial. Mas, existem outras balanças, também...
Paulo Roberto de Almeida
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