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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

FHC: Dilma entende pouco de economia... (acho que ele foi generoso)

Entender pouco é um exagero de generosidade. O ex-presidente é um homem cortês...
Alem de não entender nada de economia, os companheiros são mentirosos. Não apenas com essa conversa de que o governo tucano quebrou o Brasil três vezes, o que é mentira pura e simples.
A esse propósito transcrevo um trecho do que disse Armínio Fraga em artigo na Folha de SP deste mesmo dia:
….o governo diz que “quebraram o país e nós pagamos o FMI”. Em 2002, o Brasil quase quebrou, sim, em função do medo do que faria o PT no poder (e que Lula resolveu, para seu eterno mérito). No segundo semestre de 2002 o governo FHC (com anuência da oposição) tomou um empréstimo com o FMI de US$ 30 bilhões. Cerca de 80% do empréstimo foram reservados para o próximo governo, sendo 20% desembolsados (e não gastos) em dezembro de 2002 e o restante já durante o governo Lula. Portanto os recursos ficaram, na prática, à disposição do governo Lula.
A compulsão pela mentira, pela fraude, pela empulhação é muito forte nos companheiros.
Além dos crimes econômicos que continuam comentendo, é verdade.
Vou fazer a lista. 
Paulo Roberto de Almeida

Dilma entende pouco de economia. Perdeu credibilidade.
Fernando Henrique Cardoso,
Observador Político, 27/08/2014

Agora vejo o motivo pelo qual a presidente Dilma Roussef não conseguiu obter grau de pós-graduação na Unicamp: ela entende pouco de economia. E mesmo de números. Disse no debate de ontem (26/8), na Band, que o Brasil “quebrou três vezes” no governo do PSDB. De onde tirou tal falsidade?
O Brasil estava em moratória desde o final do governo Sarney (será que é a isso que ela se refere quando diz “quebrado”). Desde quando assumi o ministério da Fazenda, no governo Itamar, começamos a refazer a credibilidade do país. Em outubro de 1993 assinamos uma renegociação da dívida externa e voltamos aos mercados internacionais. Fizemos em 1994 o Plano Real, sem apoio do FMI, e erguemos a economia. Começava o período de construção da estabilidade, que durou todo meu primeiro mandato, passando por crises bancárias, Proer, renegociação das dívidas dos estados e municípios etc.
No início do segundo mandato, depois das consequências da crise da Ásia (1997), da crise argentina e toda sorte de dificuldades externas e internas –graças a atos políticos irresponsáveis da oposição e à incompletude do ajuste fiscal – sofremos forte desvalorização cambial em janeiro de 1999, apesar de havermos assinado em 1998 um acordo de empréstimo com o FMI (será que é isso que a Presidente chama de “quebrar o país?). A inflação não voltou, apesar das apostas em contrário, e antes do fim do primeiro semestre de 1999 já havíamos recuperado condições de crescimento, tanto assim que em 2000 o PIB cresceu 4,7%.
Nova dificuldade financeira, a despeito das restrições na geração de energia, só ressurgiu no segundo semestre de 2002. Por que? Devido ao “efeito Lula”: os mercados financeiros mundiais e locais temiam que a pregação do PT fosse para valer. Sentimos o efeito inflacionário (os 12% a que a Presidente sempre se refere, que devem ser postos à conta do PT). Aí sim, recorremos ao FMI, mas com anuência expressa de Lula e para permitir que seu governo reagisse em 2003, como fez. Do empréstimo, 20% seriam para usar no resto de meu mandato e 80% no de Lula… Não houve interrupção do fluxo financeiro internacional, nem quebradeira alguma.
É mentira, portanto, que o governo do PSDB tenha quebrado o Brasil três vezes. Por essas e outras, o governo Dilma Roussef perdeu credibilidade: em vez de informar, faz propaganda falsa.

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