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sábado, 9 de junho de 2018

Manual do perfeito apocalipse. Preparem-se...

Rogerio Xavier sempre com colocações sábias.  Desta vez compiladas por Geraldo Samor, do Brazil Journal.

Rogério Xavier começou dizendo que iria estragar o dia dos ouvintes — e estragou.

Num evento com investidores do BTG Pactual ontem, o fundador da SPX Capital disse que “o câmbio está de graça” e previu que o fracasso do Brasil em promover reformas estruturais, somado ao cenário externo cada vez mais perigoso — e um cenário eleitoral idem — podem empurrar o dólar para a faixa de R$ 4,90 a R$ 5,30.

Um dos traders mais experientes do Brasil, Xavier trabalhou 23 anos na tesouraria do Banco BBM antes de abrir a SPX, hoje uma das maiores gestoras do País.

Abaixo, um resumo da palestra que está circulando no mercado.

O Brazil Journal checou com a SPX a fidedignidade do relato.

“Mercado está ferrado. Cenário externo está contra nós e cenário interno é reflexo dos nossos próprios erros.

Estados Unidos: está indo para o superaquecimento. Crescimento de 2,9% está acima do potencial. O nível de déficit fiscal é inédito para o estágio atual do ciclo (desemprego baixo com déficit alto). Inflação está surgindo. Já é possível ver um reflexo nos salários e nos custos de produção. Tarifas propostas por Trump devem pressionar ainda mais a inflação. Condições financeiras seguem frouxas mesmo com as altas de juros recentes. Todos os episódios de recessão nos EUA aconteceram após altas de juros. Atualmente os juros estão 0,9% abaixo do neutro, ainda tem muito para subir. Balanço do Fed precisa diminuir significativamente. Ou seja, taxa de juros americana vai explodir (títiulo do Tesouro de 10 anos tem probabilidade muito alta de chegar a 4-5-6%). Oportunidade boa de fazer posições tomadas em taxas de juros US. Consequentemente, o Brasil vai sofrer.

Brasil: Situação é caótica. Governo acabou de financiar terroristas. A SPX projeta 0,8% de crescimento do PIB para 2018, bem abaixo do mercado. O hiato do produto ainda é elevado, e a inflação não deve ser muito pressionada, mas o melhor momento ficou para trás. O IPCA deve ser de 3,7% no final do ano. A dívida bruta está crescendo de maneira acelerada e precisa de solução. Se nada for feito em relação à Previdência, vamos caminhar para insolvência.

Eleição: Totalmente indefinida. Pessoas estão contra tudo e contra todos, e a chance de cairmos num extremo é enorme. As pessoas atribuem a falta de recursos à corrupção e não a um problema estrutural da economia. Populismo vai ganhar apoio muito forte. Qualquer candidato indicado pelo Lula vai sair com grande vantagem. Congresso tem maioria de centro direita, de forma que, se um candidato pró-reformas ganhar, vai ter apoio. O problema é que o Congresso está cada vez mais fragmentado e exige grande capacidade de negociação do Presidente.

A soma do déficit fiscal com o déficit em conta corrente deixa o Brasil em situação vulnerável.

Taxa de câmbio pode chegar a 4,90-5,30. O câmbio está de graça.

Mercado de juros, principalmente pré, também está de graça. Inclinação não está muito alta como todos estão pensando. Falar que tem prêmio na curva brasileira é piada. Em breve o BC vai ter que subir juros para conter a situação.”

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