Certas coisas precisam ser ditas
Paulo Roberto de Almeida
A parte responsável dos dirigentes mundiais está preocupada com uma guerra de agressão e de extermínio no coração da Europa, não provocada pelo vizinho invadido, assim como com os desafios da mudança climática e seus efeitos sobre a segurança alimentar. O presidente francês organizou uma reunião em Paris para tratar do financiamento dessa segunda questão.
E o que fez Lula?
De improviso, sem ligar para a “maçaroca de papéis” preparada pelo Itamaraty, ele prefere cobrar, sempre no tom demagógico que lhe é característico, a falta de uma discussão sobre o problema da desigualdade, que é uma característica estrutural, resiliente, permanente da humanidade, desde a origem da civilização.
Não foi a desigualdade que provocou a guerra de agressão, nem os problemas da mudança climática, que atinge pobres e ricos, igualmente e desigualmente.
Lula tem a solução deste problema crucial da humanidade que é a desigualdade? Conseguiu resolver no seu próprio país?
E os dois primeiros problemas? Aliás, são desafios ao próprio Brasil!
A promessa de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 é um compromisso firme ou apenas uma promessa?
Deveria ser uma obrigação do próprio Brasil, sem exigir que terceiros — os ricos, que “fizeram a revolução industrial” — paguem por uma tarefa que é de nosso próprio interesse.
Lula vai ficar só no discurso?
Populismo diplomático rende alguns aplausos entre os convertidos, mas cada vez menos entre estadistas responsáveis.
A diplomacia brasileira merece mais e melhores posturas no cenário internacional.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25/06/2023
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