Meu artigo publicado mais recente:
1513. “Ah, esse ambicionado Prêmio Nobel da Paz...”, Brasília, 11 junho 2023, 3 p. Artigo sobre os prêmios Nobel e a pretensão de Lula de conquistar um da Paz para si. Publicado na revista Crusoé (23/06/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/secao/paulo-roberto-de-almeida/ah-esse-ambicionado-nobel-da-paz/?utm_source=crs-site&utm_medium=crs-login&utm_campaign=redir). Relação de Originais n. 4412.
Ah, esse ambicionado Prêmio Nobel da Paz...
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Artigo sobre os prêmios Nobel e a pretensão de Lula de conquistar um da Paz para si. Publicado na revista Crusoé
O testamento de Alfred Nobel, reservando uma parte de sua imensa fortuna para premiar cinco personalidades que, no ano anterior, realizaram grandes feitos em favor da humanidade, foi finalizado em 1895, prevendo a distribuição de prêmios nas seguintes áreas: física, química, medicina, literatura e a promoção da paz e da amizade entre as nações. Mas, os primeiros prêmios só foram concedidos a partir de 1901, em função de dissensões familiares quanto à repartição de seu legado. Os prêmios científicos e de literatura seriam avaliados por academias suecas dos respectivos setores, enquanto o da paz estaria a cargo do parlamento norueguês, cujo reino, naquela época, era unido ao da Suécia. Bem mais tarde, em 1968, foi introduzido um prêmio Nobel em Economia, a ser atribuído pelo Banco Nacional da Suécia.
Ao longo dos anos, com poucas exceções, os prêmios foram sendo atribuídos, previsivelmente para cientistas, pesquisadores, literatos dos próprios países avançados, onde naturalmente estavam concentradas as pesquisas científicas e a produção intelectual. Paulatinamente, escritores e cientistas dos demais países, alguns que hoje se situam no que vem sendo chamado de Sul Global, foram sendo contemplados, alguns dos quais bem próximos do Brasil, mas jamais alguém de nacionalidade brasileira (embora alguns cientistas que viveram ou trabalharam no Brasil tenham recebido a graça). Tentativas foram feitas, candidaturas foram apresentadas, mas a sorte foi ingrata com o país abençoado por Deus, ou onde ele teria supostamente o seu lugar de eleição.
(...)
... muitas das democracias ocidentais, entre elas todos os membros da Otan, contestam, inclusive, a suposta imparcialidade do Brasil, para liderar um “clube da paz”, uma vez que Lula, mais identificado atualmente por sua simpática postura em favor de ditaduras de esquerda, tem consistentemente dado mostras de defender o lado russo. Esse posicionamento ocorre a despeito do fato de a diplomacia brasileira ter votado condenando a Rússia na Assembleia Geral da ONU, mas em resoluções puramente simbólicas da, pois que desprovidas do poder coercitivo que teria uma decisão do seu Conselho de Segurança. A proposta de “cessação de hostilidades”, agregada a uma dessas resoluções, só favoreceria a Rússia de Putin, pois que “congelando”, de certa forma, as forças sobre o terreno, sendo que a potência agressora ocupa boa parte da Ucrânia oriental e meridional.
Não será, portanto, com qualquer manobra inovadora em torno do pior conflito militar na Europa, desde o final da Segunda Guerra Mundial, que Lula conquistará o ambicionado Prêmio Nobel da Paz. Ele terá de pensar em outras iniciativas, de grande peso na atualidade, para almejar o mítico prêmio. Que tal começar por um grande dever de casa, e fazer cessar, por completo, as hostilidades de madeireiros e garimpeiros contra a paz dos povos originários da Amazônia? Eis uma missão que poderia valer como um 13º trabalho de Hércules...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4412, 11 junho 2023
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