O significado maior da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre as implicações da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia para a Rússia, a China e o Brasil.
Nem Putin, nem Xi Jinping, contavam com um conflito prolongado no caso da Ucrânia, com uma terrível sangria humana (eles só pensam, claro, nos soldados russos) e consequências desastrosas no comércio e outras interações com o Ocidente.
Devem estar preocupados com o custo econômico e diplomático. Até quando as duas autocracias vão sustentar o embate com a Otan (no campo militar) e com parte do Ocidente (no campo econômico)?
Para Putin, o custo maior é simplesmente o seu poder pessoal, e o custo imposto à Rússia no plano econômico. No caso de Xi, deve estar pensando no custo bem maior de uma aventura militar no estreito de Taiwan. Terá de refazer o se planejamento para o término (se houver) de seu terceiro mandato no novo Celeste Império.
E o que faz o famoso e diáfano “Sul Global”? Faz cara de paisagem? Sinal de que não existe de fato como suposta entidade diplomática.
Essa guerra de agressão, que se pensava rápida e terminativa, já deixou sua marca nos livros de História e nos manuais militares (a serem escritos).
O Brasil de Lula 3 tampouco sairá engrandecido de uma postura considerada como objetivamente pró-Putin no terreno diplomático de suas relações com o que se poderia chamar de “Ocidente global”.
Os atuais dirigentes brasileiros já pensaram seriamente no impacto maior dessa guerra, a todos os títulos desastrosa para contendores e “espectadores”?
Não se trata de uma proxy war como outras no contexto dessa “segunda Guerra Fria”, agora sim, oficialmente declarada…
Os processos militares, econômicos, diplomáticos e geopolíticos ainda estão em desenvolvimento…
Paulo Roberto de Almeida
Uberaba, 4432, 10 julho 2023, 1 p.
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