Um balanço que fiz ao cabo dos dois primeiros mandatos do governo Lula, em 2010, que pode oferecer alguma base de comparação com o seu terceiro mandato.
Uma avaliação do governo Lula: o que foi feito, o que faltou
Paulo Roberto de Almeida
Beijing-Shanghai, 28/06/2010; Shanghai, 4 julho 2010, 16 p.
1. Considerações introdutórias sobre a natureza do exercício
Um governo, qualquer governo, de qualquer país pode – na verdade deve – ser submetido a uma avaliação de seus resultados efetivos, para fins de um balanço honesto das realizações registradas e para a confrontação destas às promessas feitas em seu início. Trata-se de um exercício democrático de controle, destinado a verificar se os recursos “entregues” ao governo foram transformados em resultados positivos para os cidadãos que produziram esses recursos repassados ao Estado – ou que deles foram despojados “involuntariamente” – sob a justificativa, ou a promessa, de políticas públicas visando ao maior bem-estar possível para o maior número.
Esse tipo de exercício costuma ser feito com o apoio de metodologias aferíveis quanto aos instrumentos mobilizados e na presença de números confiáveis, ou seja, de séries estatísticas organizadas de maneira coerente e honesta, a partir de bases de dados uniformes, homogêneas e... comparáveis, quando algum confronto é feito. As ferramentas quantitativas são, para esse efeito, as melhores possíveis, mas nem todas as políticas públicas – que previsivelmente se estendem a diversos setores de interesse coletivo, que não comportam, necessariamente, bens e serviços dotados de “preços de mercado” – se prestam a esse tipo de abordagem numérica. Em diversos casos, uma avaliação de natureza qualitativa é a mais indicada, embora ela possa estar sujeita a considerações de ordem subjetiva, isto é, dependente das posições políticas ou das preferências pessoais do avaliador. Trata-se de uma “distorção” inevitável no plano das ciências humanas, que pode ser, entretanto, minimizada pela utilização dos princípios weberianos conhecidos no campo das metodologias analíticas.
(...)
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