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1532. “Intelectuais na cultura e na diplomacia, no mundo e no Brasil”, revista do IHG-DF (n. 13, 2º semestre 2023, p. 131-168; ISSN: 2525-6653). Relação de Originais n. 4485.
Intelectuais na cultura e na diplomacia, no mundo e no Brasil
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
. revista do IHG-DF (n. 13, 2º semestre 2023, p. 131-168; ISSN: 2525-6653). Relação de Originais n. 4485; Relação de Publicados n. 1532.
Resumo: Ensaio sobre o papel de intelectuais nos campos da cultura e da diplomacia, no âmbito global e no caso especificamente brasileiro, com base em ampla literatura em torno da temática do papel formador de opiniões dos intelectuais públicos. A partir de evidências históricas de caráter geral, o ensaio se debruça sobre intelectuais brasileiros desde o Império à atualidade, e tanto diplomatas de carreira quanto personalidades que desempenharam funções diplomáticas eventualmente. Sua contribuição para a elevação da oferta cultural, no Brasil ou no mundo, é inegável, talvez bem mais no campo do conhecimento do que propriamente no âmbito de atividades diplomáticas.
Sumário:
O que é o intelectual? Qual o seu papel social?
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Os intelectuais e o poder: relações sempre ambíguas
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Intelectuais no Brasil: papel político e institucional
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Intelectuais brasileiros na diplomacia: o que precede o que?
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A produção intelectual dos diplomatas: o mercado dos livros
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O que é o intelectual? Qual o seu papel social?
Uma primeira definição do que seja um intelectual é oferecida da maneira mais direta possível por um intelectual público brasileiro:
Os ‘intelectuais’ são um subconjunto muito maior, integrado por todas as pessoas de alta escolaridade. De fato, entre a posse de uma escolaridade elevada e a efetiva assunção do papel de intelectual, há uma distância que poucos letrados, doutos, savants se dispõem a percorrer. A exigência de uma dedicação genuína a valores public regarding é um primeiro fator de redução do conjunto inicial; o seguinte é o engajamento público na defesa de tais valores. A plena configuração do papel intelectual acontece à medida que o letrado se desloca em direção a uma fronteira imaginária que separa a vida cultural ou científica da vida pública.[1]
Intelectuais são personagens indissociáveis das sociedades organizadas em Estados, ou até de comunidades dotadas de religiões oficiais, desde a mais remota antiguidade. Já nesses tempos remotos, pessoas dotadas de certa sensibilidade para o sagrado refletiam sobre o universo, sobre os segredos da natureza e sobre as normas que deveriam governar suas sociedades. Os primeiros intelectuais, no sentido mais elementar do termo, constituíam uma fração diminuta dessas comunidades, pessoas capazes de assessorar líderes religiosos, políticos ou militares na elaboração de um discurso capaz de substituir, ou de complementar a força bruta na manutenção da ordem pública; eles necessariamente tinham de possuir alguma capacidade de ler e de redigir textos religiosos e políticos, ou escritos de cunho pedagógico, servindo ademais para registrar a memória de sociedades minimamente estáveis e funcionais.
(...)
[1] Cf. Bolivar Lamounier, Tribunos, profetas e sacerdotes: intelectuais e ideologias no século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 23-24. Os “tipos ideais” de intelectuais que Lamounier distingue são três: “O tribuno é motivado por um desejo de realizar a justiça de forma incidental, ou seja, em casos concretos. (...) O profeta é um iluminado, um visionário. Apresenta-se como portador de uma mensagem de salvação. (…) Por último, o sacerdote. Na comunidade religiosa ele é o intérprete autorizado dos livros sagrados.”; p. 25.
Íntegra do artigo disponível na plataforma Academia.edu, link: https://www.academia.edu/109125465/Intelectuais_na_cultura_e_na_diplomacia_no_mundo_e_no_Brasil
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