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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Um diálogo sobre o dificil caminho da democracia inclusiva - Paulo Roberto de Almeida, Hoje no Mundo Militar

 Na primeira hora deste dia 2/11/2023, postei uma pequena reflexão em uma de minhas redes sociais:

“ Não se mata uma ideia, por mais equivocada que seja, com bombas. Ao contrário, a crueldade igual ou pior na repressão violenta, pode e deve fortalecê-la. O atual governo extremista de Israel está cavando um fosso que vai perdurar por gerações. Deforma a democracia, mata a razão!”

Paulo Roberto de Almeida 

Em retorno, recebo e acolho a seguinte postagem:

“Trata-se de uma questão muito difícil de ser respondida. Sem bombas, regimes terríveis não podem ser derrubados, mas com bombas, há o risco do extremismo se espalhar e se enraizar ainda mais.

Um exemplo clássico disso aconteceu an 2ª GM. Naquela guerra, os aliados enfrentaram 2 dos regimes mais extremistas e radicalizados da história, os nazistas alemães e os japoneses.

Tanto no caso dos nazistas como no caso dos japoneses, a raiz do extremismo era quase religiosa, com Hitler criando à sua volta uma aura de misticismo que o converteu, aos olhos dos alemães, em um ser quase divino, e no caso do Japão, o Imperador era um autêntico deus vivo.

Para combater aqueles regimes, os aliados precisaram de bombas. Muitas bombas! Havia o risco do extremismo aumentar, e de fato aumentou na fase final da guerra, e basta vermos as mais de 100 mil baixas japonesas em Okinawa, com milhares de civis japoneses se atirando de precipícios para não serem capturados pelos "demônios ocidentais", sem nos esquecermos dos pilotos Kamikaze, com mais de 3.800 jovens pilotos se lançando para a morte. E no caso da Alemanha, um exemplo foram as Volkssturm, batalhões de civis mal treinados e mal equipados que se lançavam contra as colunas blindadas soviéticas em ataques suicidas.

Mas, depois dos respectivos regimes terem sido derrubados, os aliados avançaram com gigantescos programas de reconstrução que converteram países outrora extremistas e radicalizados, em grandes e poderosas potências econômicas (o Japão é a 3ª maior economia do mundo e a Alemanha é a 4ª).

Essa mesma receita deve ser seguida na Palestina: atacar, destruir e derrubar o regime terrorista do Hamas que controla a Faixa de Gaza, algo que só pode ser alcançado com bombas, e depois investir pesado na região, mas sempre sob o olhar atento da comunidade internacional, que foi o que aconteceu na Alemanha e no Japão, que foram administrados pelos aliados por muitos anos após o fim da guerra.”

Hoje no Mundo Militar

2/11/2023

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