Diplomatas criticam forma de promoção no Itamaraty
Um grupo de diplomatas cada vez maior tem reclamado dos critérios de promoções e de ascensão na carreira no Itamaraty. As queixas já não dizem mais respeito apenas ao número reduzido de mulheres que atingem osaltos postos. Mas ganharam corpo e se ampliaram atingindo, em especial, os preceitos e normas que determinam a trajetória de cada um.
Há menos de um mês, a insatisfação chegou à mesa da secreária-geral da Casa, Maria Laura da Rocha, em um documento de cinco páginas que arrola discordâncias. "A carreira de diplomata, em sua atual configuração, apresenta distorções no reconhecimento do mérito individual de seus integrantes que prejudicam o desempenho profissional", diz o texto.
A Assembleia-Geral da Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB), organização que conta com mais de 1,6 mil associados, endossou o documento "Fluxo e Reforma da Carreira de Diplomata".
300 diplomatas assinam documento com críticas à gestão do Itamaraty e que pede previsibilidade para as promoções diretriz a ser seguida em futuras negociações. Propõe maior transparência das decisões tomadas pela Comissão de Promoções, além de adoção de uma reforma estrutural da carreira, como progressão funcional "previsível, transparente e equânime",ea criação de mecanismos para combater o desequilíbrio de gênero e de raça, entre outras.
Os mais de 300 diplomatas queassinam o documento acreditam que, se houve melhora em relação ao período do chanceler Ernesto Araújo - durante o qual ocorreram perseguições ideológicas -, por outro lado, distorções de diferente natureza passaram a atingir os degraus mais baixos da carreira.
Outros documentos têm circulado argumentando que, apesar de expectativas da classe de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse revalorizar o Itamaraty, os dois ciclos de promoções de 2023 representaram uma ducha de água fria.
"DIÁLOGO".
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores comentou as críticas aos mecanismos de promoção: "Manifestações e sugestões de mudanças fazem parte de um diálogo institucional iniciado pela atual administração em janeiro deste ano e fazem parte de uma reflexão coletiva sobre oa carreira diplomática e a lei que rege o serviço exterior brasileiro".
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