O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

A política externa brasileira na visão de Hélio Lobo (1908-1920) - Gabriel Terra Pereira (Academia.edu)

 A política externa brasileira na visão de Hélio Lobo (1908-1920)


No contexto de republicanização das instituições e dos agentes políticos do Brasil no final do século XIX e início do século XX, a diplomacia brasileira, capitaneada pelas reformas empreendidas na gestão de Rio Branco, intensificou o processo de americanização, representada pela aproximação progressiva aos países do continente, notadamente os Estados Unidos. Hélio Lobo (1883-1960), cooptado pelo chanceler na esteira de renovação dos quadros do Itamaraty, foi um expoente dessa política de americanização se destacando ao elaborar obras de caráter histórico, focando-se nas ações da diplomacia brasileira na América do Sul no século XIX. A dedicação a essa carreira possibilitou-lhe o reconhecimento necessário para ingressar no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), de onde pôde publicar novos estudos focados na política externa do Brasil, solidificando seu comprometimento com a diplomacia das oligarquias característica da Primeira República. Observam-se em sua trajetória alguns pontos relevantes que permitem delinear sua visão de mundo, a saber: a referência constante ao Direito como elemento legitimador da negociação diplomática - postura vista nas obras sobre a história diplomática brasileira - e a utilização do passado diplomático brasileiro como instrumento de validação das ações presentes. Para o cumprimento da pesquisa foram analisados relatórios ministeriais, correspondência pessoal e diplomática de Hélio Lobo, bem como suas obras produzidas no período em questão e bibliografia selecionada.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

‘Smart autonomy’ para a política externa brasileira - Leonardo Paz Neves (O Estado de S. Paulo)

 Opinião

‘Smart autonomy’ para a política externa brasileira

Nova abordagem reconhece importância do multilateralismo, mas também vê como crucial aprofundamento da relação com países-chave

Por Leonardo Paz Neves

O Estado de S. Paulo, 23/12/2024


A política externa brasileira foi, nas últimas décadas, caracterizada por uma lógica de autonomia nacional. Sua primeira abordagem, conhecida como autonomia pelo distanciamento, foi adotada durante o regime militar. Ela não indicava uma ruptura com nenhuma das duas superpotências globais à época, mas sim um distanciamento dos projetos de poder ideológicos dos Estados Unidos e da União Soviética. Durante a década de 1990 do pós-guerra fria, a política externa brasileira entra em uma nova fase: a da autonomia pela participação. O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso identifica que o fenômeno da globalização era uma “força irresistível”, apostando no projeto multilateral e no fortalecimento dos instrumentos e regimes internacionais.

Já durante os governos do Partido dos Trabalhadores, uma nova lógica foi adotada: a da autonomia pela diversificação, refletindo um novo cenário internacional, com assunção desse grupo emergente ao centro dos espaços de decisão da governança global. A criação do G-20 na virada do século já dava o tom dessa tendência. Mais forte e autoconfiante, o governo do presidente Lula da Silva buscou, sem prejuízo da sua relação com os EUA e com o Ocidente, diversificar seu leque de parcerias internacionais. Fomentou a criação de um conjunto de espaços de diálogo e buscou institucionalizar algumas relações mais estratégicas, como Brics, Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) e União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Com a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA, a vitória do Brexit no Reino Unido e o fortalecimento de grupos antiglobalistas, os ventos do multilateralismo e das apostas pela globalização perderam força. A intensificação da rivalidade entre EUA e China, a eclosão da covid-19, a guerra da Ucrânia e o retorno de Trump ao poder nos EUA parecem ter consolidado o que começamos a ver em 2016. Vivemos uma nova era, um retorno das rivalidades geopolíticas em que o combate às novas ameaças internacionais e o desenvolvimento de bens públicos globais ficam submetidos às agendas políticas e de segurança das principais potências.

É nesse novo contexto que a diplomacia brasileira precisa se reinventar de modo inteligente e pragmático para que o País possa mitigar os efeitos dos novos desafios e aproveitar as escassas oportunidades para o desenvolvimento. Assim, propomos uma nova lógica: a da autonomia inteligente (smart autonomy).

Hoje, o Brasil não pode prescindir de ter ótimas relações com a China e os EUA. O Brasil não tem o luxo de escolher. Os EUA são a nossa principal origem e destino de investimento direto externo, é onde está localizada a nossa maior diáspora e é um país com o qual compartilhamos profundos laços culturais. A China é nosso principal parceiro comercial e financiador de nosso superávit externo, é a principal economia do mundo e é o centro nevrálgico da região mais dinâmica do planeta. Ambos os países são indispensáveis para o desenvolvimento do Brasil. Seremos, sem dúvida, pegos no fogo cruzado no futuro (vide pressão americana em relação à adoção da tecnologia 5G). Saber navegar entre os interesses geopolíticos da China e dos EUA, sem alienar nenhum dos dois ou sofrer danos econômicos mínimos, será uma arte.

O multilateralismo está em baixa, mas isso não significa que devamos abandonar um bem tão precioso da sociedade internacional moderna. É apenas através dele que conseguiremos mitigar os principais desafios do nosso tempo, como mudança climática, emergências sanitárias, cibersegurança, etc. No entanto, não deve ser nossa única aposta. Já fizemos essa opção ao apostar tudo na solução multilateral da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), e perdemos o timing para avançar em outras parcerias comerciais. Com isso, vimos nossa participação no comércio internacional ficar estagnada por décadas.

Em paralelo à defesa do multilateralismo, nossa estratégia deve também ser mais agressiva no estabelecimento de parcerias táticas com países que também veem na sua internacionalização um caminho para o seu desenvolvimento, e estão menos presos a interesses geopolíticos. Destaco o caso da Coreia do Sul, que é um país que tem o seu desenvolvimento dependente de sua inserção internacional, além de ter uma economia dinâmica e complementar à brasileira. Possui tecnologia avançada em setores críticos para o nosso desenvolvimento, como comunicação e energia (a exemplo do hidrogênio verde e semicondutores). A relação com a Coreia sofreria menos limitações em razão de questões geopolíticas.

Nesse sentido, a smart autonomy é uma abordagem flexível e pragmática. Ela foca na construção de uma agenda positiva com ambas as potências do nosso tempo, ao mesmo que tenta evadir-se das pressões geopolíticas impostas por elas. A smart autonomy reconhece a importância do multilateralismo, mas ao mesmo tempo vê como crucial o engajamento tático no aprofundamento das relações com alguns países-chave. Deveríamos formular estratégias mais robustas para nos adequar a essa abordagem. Afinal, países como Coreia do Sul, Índia e Indonésia podem ser fundamentais para nosso desenvolvimento futuro.


Opinião por Leonardo Paz Neves

É pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional Fundação Getulio Vargas (FGV NPII)

Estatísticas totais do blog Diplomatizzando, desde 2005, e da produção acadêmica ao longo dos anos - Paulo Roberto de Almeida

  Mantenho este blog Diplomatizzando, em substituição e complementação a diversos outros, predecessores ou paralelos (ver na coluna à direita, abaixo), desde meados de 2006, tendo começado modestamente e mantido o ritmo desde entnao. Obviamente, a maior parte das postagens é feita a partir de fontes externas, geralmente precedidas de algum comentário meu. Mas, uma boa parte das postagens é mesmo de minha lavra, notas, artigos, ensaios, estudos e trabalhos mais longos, que remetem a postagens fora do blog, seja na plataforma acadêmica Academia.edu, onde mantenho uma página (https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida), seja em Research Gate (https://www.researchgate.net/profile/Paulo_Almeida2).

 Como estamos próximos do fechamento do ano, apresento algumas estatísticas, por puro divertimento e alguma avaliação: 



Este blog acumulou mais de uma dúzia de milhões de visualizações, como se pode verificar pelo contador mais abaixo: 

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Ele é (teoricamente) seguido por mais de 900 fieis leitores, mas não acredito que nem uma meia centena de abnegados o seguem regularmente, dada a pletora de notas, informações, aviso, alarmes em outras redes sociais, muito mais atraentes do que esta ferramente já antiquada em sua estrutura e forma de apresentação (inclusive porque as pessoas seguem tudo pelo celular, que praticamente "apaga" tudo o que está em volta da tela principal, muito reduzida num dispositivo móvel.

No que se refere à produção acadêmica (parte da qual é apresentada aqui, ainda que de modo resumido, remetendo o resto às páginas acima descritas), reporto aqui algumas estatísticas dos últimos anos.

Trabalhos Originais: 

2021: 221 trabalhos elaborados, ou 18 por mês

2022: 242 trabalhos, ou 1,4 por dia

2023: 243 trabalhos, ou 4,6 por semana

2024 (até 22/12): 275 trabalhos, ou mais de 5 por semana 

Trabalhos Publicados: 

2021: 50 trabalhos publicados, quase um por semana

2022: 55 trabalhos publicados, ou seja mais de um por semana

2023: 40 trabalhos, ou 4 por mês

2024: 27 trabalhos, sendo que 8 ou 10 estão no pipeline para publicação.

Registro uma última postagem, que lista apenas os trabalhos carregados nas páginas referidas: 

Cadernos da Fundação Konrad Ademauer, Dezembro 2024, Acordo UE-Mercosul

Cadernos da Fundação Konrad Ademauer, Dezembro 2024, Acordo UE-Mercosul


Edição de dezembro de 2024
 
Caros amigos e parceiros da KAS Brasil,

A edição de dezembro da série Brasil em Foco traz três artigos que analisam a assinatura do Acordo EU-Mercosul: o texto da autoria de Humberto Dantas analisa um pouco do histórico das negociações do Acordo. O segundo, escrito por Miriam Gomes Saraiva, traz reflexões sobre os caminhos percorridos até a assinatura, assim como traz reflexões sobre as diferentes conjunturas, de 25 anos atrás quando o processo começou, e a de agora. Anuska faz uma análise sobre a COP29, caminhos para Belém, e investiga conexões com o Acordo EU-Mercosul. A série Brasil em Foco tem por objetivo publicar mensalmente artigos com análises sobre os principais temas em pauta no cenário político, a fim de contribuir no debate democrático.

A todos, desejamos uma boa leitura,
Maximilian Hedrich
Diretor da Fundação Konrad Adenauer no Brasil
 
 



 
É apenas um passo
 
Humberto Dantas, Cientista Político, Doutor pela USP e parceiro da KAS

Quem lê o noticiário pode ficar entusiasmado: uma ideia de um acordo comercial imenso entre a União Europeia e o Mercosul foi concluído e ao longo dos próximos anos pode representar vantagens relevantes para produtos brasileiros de diferentes naturezas. Observar o fato isoladamente não combina com o grau de complexidade de tamanha conquista. 
O documento começou a ser desenhado em 1999, ou seja, faz 25 anos. Em 2019 falou-se em acordo político, que só foi possível de ser concluído agora. Consegue se lembrar o que era sua vida em 1999? Alguns leitores adultos vão dizer que sequer eram nascidos. Mas pense então no que era o mundo. Fernando Henrique reeleito presidente tomando posse de seu segundo mandato, o democrata Bill Clinton no comando dos Estados Unidos, o parlamento alemão voltando para Berlim. Faz tempo, não é? Em 2019, Bolsonaro estava no primeiro ano de mandato, o Reino Unido se organizava para deixar a Comunidade Europeia, sequer tínhamos ideia do que seria a pandemia...
 
Leia o texto na íntegra



 
Brasil, e a assinatura do Acordo UE-MERCOSUL
 
Miriam Gomes Saraiva, Doutora em Ciências Políticas e Professora da UERJ.

Em 06 de dezembro de 2024, o MERCOSUL e a União Europeia assinaram o pilar comercial do Acordo de Associação Birregional entre os dois blocos. É importante destacar que o Acordo não se restringe ao livre comércio, sendo um acordo de parceria inter-regional que busca estabelecer linhas de interação e cooperação política. O que foi assinado, em 2024, relativo ao comércio e à dimensão econômica, foi a dimensão mais complicada, que gerou mais desavenças no decorrer dos anos.
O Acordo tem uma história longa. O acordo marco entre os dois blocos havia sido assinado em 1995, mas, apesar do êxito inicial na cooperação e no diálogo político, as negociações para a liberalização comercial iniciaram apenas quatro anos depois. Durante vinte anos, as negociações foram interrompidas e retomadas. e coexistiram com posições divergentes por parte da UE e do Brasil. Se a Política Agrícola Comum atuou como obstáculo da parte europeia, o protecionismo de setores da indústria e a área de compras e licitações governamentais foram os principais entraves colocados pelo Brasil. Em 2019 o acordo chegou a ser assinado, no governo de Jair Bolsonaro, mas sua ratificação não se confirmou. Desde então, a UE reforçou sua orientação ecológica com o Pacto Verde e a política predatória de Bolsonaro para o meio ambiente se tornou o maior obstáculo para a ratificação do acordo...
 
Leia o texto na íntegra
 
 
 
COP29 e o Caminho para Belém: Financiamento, Desafios e a Conexão com o Acordo Mercosul-UE
 
Anuska Soares, Coordenadora de Projetos da KAS Brasil

Os temas como mudanças climáticas e conflitos geopolíticos continuam a ser amplamente discutidos neste final de ano como os de maior importância, refletindo preocupações globais com o meio ambiente, avanços tecnológicos e tensões internacionais. Esse resumo conecta os principais tópicos, destacando os avanços, desafios e a interligação entre a COP29, COP30 e o Acordo Mercosul-UE no contexto climático e comercial global.

Chegamos ao fim de mais uma COP considerada por muitos como “a COP que não entregou”. A COP29, conferência do clima da ONU realizada em Baku, Azerbaijão, terminou no dia  24/11 com a aprovação de um acordo sobre a Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG, na sigla em inglês) de financiamento climático no contexto do Acordo de Paris...

 
Leia o texto na íntegra

domingo, 22 de dezembro de 2024

Lista consolidada de trabalhos de Paulo Roberto de Almeida disponíveis na plataforma Academia.edu

Lista consolidada de trabalhos de Paulo Roberto de Almeida disponíveis na plataforma Academia.edu; Lista global, para seleção temática posterior 

Paulo Roberto de Almeida

Compilada em 22/12/2024

Lista completa postada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126510793/4816_Lista_de_trabalhos_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_na_plataforma_Academia_edu_1976_2024_)

 

Seleção dos trabalhos colocados na plataforma Academia.edu, de 1976 a 2024:

 

039. Problèmes Actuels du Commerce Extérieur Brésilien : une évaluation de la période 1968-1975, Antuérpia-Bruxelas, outubro 1976, 55 p. Dissertação apresentada para obtenção do título de “Maître en Coopération au Développement - Planification Économique”; Diretor: Prof. A. Dralans (Anvers, Centre Universitaire de l'Etat - Collège des Pays en Développement, Année académique 1975-1976, 55 p.). Disponível na plateforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/117910782/039_Problemes_Actuels_du_Commerce_Exterieur_Bresilien_une_evaluation_de_la_periode_1968_1975). Relação de Publicados n. 007.


056. “Estratégias da política externa brasileira entre 1960/1978”, Brasília, agosto 1978, 6 p. Análise das diversas etapas da diplomacia brasileira, preparada como texto de apoio à campanha presidencial do PMDB, inserido no documento “Justificativas para uma possível reformulação da política externa brasileira na África”. Entregue, em setembro de 1978, ao staff do candidato do Partido, General Euler Bentes Monteiro. Inédito. Documento constando dos fundos do Arquivo Nacional, sob o título: “Justificativa para uma possível reformulação da política externa no Brasil na África”, como tendo sido elaborado por “grupo subversivo de esquerda”; Fundo: SNIG; AC_ACE_11577_78.PDF; A1157711-1978; DATA: 17/9/1978; 30 páginas. Disponibilizado no blog Diplomatizzando (16/06/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/06/056-estrategias-da-politica-externa.html); divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/121102667/056_Estrategias_da_Política_Externa_Brasileira_1964_1978_1978_). 


084. Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil : une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise, “Thèse présentée en vue de l'obtention du Grade de Docteur ès Sciences Sociales, Directeur: Prof. Robert Devleeshouwer” (Bruxelles: Université Libre de Bruxelles, Année Académique 1983-84, Tomes I et II, 503 p.). Redação e datilografia: Belgrado, maio 1983/março 1984. Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/15308281/84_Revolution_Bourgeoise_au_Bresil_these_de_doctorat_1984_), Research Gate (DOI: 10.13140/RG.2.1.2318.2560; link: https://www.researchgate.net/publication/281416995_Revolution_Bourgeoise_et_Modernisation_Capitaliste_au_Bresil?ev=prf_pub). Relação de Trabalhos Publicados n. 018.


(...)


4808. “Relação dos livros doados à Biblioteca do Itamaraty entre 2020 e 2024”, Brasília, 5 dezembro 2024, 50 p. Listagem efetuada a partir das doações sucessivas, num toda superior a 660 livros. Divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126099743/4808_Relacao_dos_livros_doados_a_Biblioteca_do_Itamaraty_entre_2020_e_2024) e apresentada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/relacao-dos-livros-doados-biblioteca-do.html).


4811. “Coleções Pessoais na Biblioteca do Itamaraty”, Brasília, 9 dezembro 2024, 12 p. Transcrição das notas biográficas, algumas bibliográficas, das coleções nominais integrando a Biblioteca Antônio Francisco Azeredo da Silveira, do Itamaraty. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126191351/4811_Colecoes_Especiais_da_Biblioteca_do_Itamaraty_2024_) e transcrito no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/colecoes-especiais-da-biblioteca-do.html). 


4812. “Colaborações a obras coletivas, Paulo Roberto de Almeida, 1987-2019”, Brasília, 10 dezembro 2024, 24 p. Livros das colaborações próprias a obras coletivas em livros impressos, editados por terceiros, doados à Biblioteca do Itamaraty, na primeira fase; lista elaborada em 12/03/2020. Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126228180/Colaboracoes_a_obras_coletivas_Paulo_Roberto_de_Almeida_doacoes_%C3%A0_Biblioteca_do_Itamaraty_2020_); blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/colaboracoes-obras-coletivas-paulo.html).


4813. “Lista de livros de Paulo Roberto de Almeida, linkados”, Brasília, 11 dezembro 2024, 5 p. Revisão de lista elaborada em dezembro de 2023, ajustando algumas novas informações. Inserida na plataforma Academia.edu em 10/12/2024 (link: https://www.academia.edu/126230455/4813_Lista_de_livros_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_linkados_2024_); divulgada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/lista-de-livros-de-paulo-roberto-de.html). 


4814. “Livros editados por Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 11 dezembro 2024, 3 p. Lista elaborada em 3/10/2019; disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126231228/4814_Livros_editados_por_Paulo_Roberto_de_Almeida_2024_; blog Diplomatizzando, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/livros-editados-por-paulo-roberto-de.html). 


4815. “Três grandes desafios dos novos diplomatas brasileiros”, Brasília, 20 dezembro 2024, 3 p. Notas para Aula Magna em curso preparatório a concurso para a carreira diplomática. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/tres-grandes-desafios-dos-novos.html). 


4816. “Lista consolidada de trabalhos de Paulo Roberto de Almeida disponíveis na plataforma Academia.edu; lista global para seleção temática posterior”, Brasília, 22 dezembro 2024, 117 p. Seleção exclusiva aos trabalhos colocados na plataforma Academia.edu, de 1976 a 2024. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126510793/4816_Lista_de_trabalhos_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_na_plataforma_Academia_edu_1976_2024_); 

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4816, 22 dezembro 2024, 117 p.

Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126510793/4816_Lista_de_trabalhos_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_na_plataforma_Academia_edu_1976_2024_). 

Uma “velha” declaração (2017), ainda válida: meus princípios e valores - Paulo Roberto de Almeida

Uma “velha” declaração (2017), ainda válida: meus princípios e valores - Paulo Roberto de Almeida

Feito originalmente em 2017, retomado em 2019, por acaso encontrado na lista de originais, sem que eu lembrasse de ter feito. Como está adaptado às mensagens de final de ano, vai aqui reproduzido tal qual divulgado em 2019 novamente: 

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Dois anos atrás, uma declaração de princípios e valores pessoais: ainda vale...

Uma “velha” declaração (2017), ainda válida

O que vai abaixo é uma espécie de declaração de princípios e valores, feitos ao sabor do teclado, sem preparação e sem reflexão, apenas juntando os elementos que acredito essenciais numa vida dedicada à leitura, à reflexão, ao ensino, enfim, ao conhecimento e à inteligência. Ela passa por uma mensagem unilateral e erga omnes.

Amor: a Carmen Lícia, e a toda a minha família, que ainda vai crescer...
Atitude geral: ceticismo sadio, sempre;
Paixão: pelos livros, em todas as suas formas, de quaisquer idades, tempo e lugar;
Comportamento: contrarianista tranquilo;
Educação: de preferência autodidata, nas leituras, nas viagens, na observação do mundo, tal como ele é, nas experiências da vida, mais do que nas instituições regulares;
Dedicação: ao ensino, à transmissão do conhecimento, pois é uma forma de aprender;
Ideologia: a da racionalidade, que também pode ser uma mania ilusória;
Religião: nenhuma em especial, ou nenhuma tout court, ou seja, irreligiosidade total e absoluta, mas profundo respeito pelas religiões (não todas, como podem ser essas “teologias da prosperidade” ou aquelas muito intolerantes), pois elas estão e estarão conosco por toda a existência humana, quer gostemos ou não;
Vocação: não muito bem definida: entre aprender, ensinar, propor, enfim, aquela mania que tem todo letrado pretensioso de ser conselheiro do príncipe, sem desejar sê-lo verdadeiramente, pois sabe que príncipes não seguem os pretensos conselheiros;
Projeto de vida: colaborar nesse vasto empreendimento reformista para deixar o Brasil um pouquinho melhor, quando eu o deixar (ou quando ele me deixar), do que o país que eu encontrei, quando tomei consciência, na minha primeira adolescência, da porcaria que era em termos sociais, humanos, educacionais e políticos;
Aspiração: que toda criança pobre, ou da modestíssima condição social como era a da minha família, em minha infância, pudesse ter, atualmente, uma educação pública comparável em qualidade à de que eu desfrutei, em décadas passadas, e que me habilitaram, justamente, com a biblioteca infantil que frequentei desde antes de aprender a ler, a adquirir as alavancas necessárias para ascender na escala social, apenas pela dedicação ao estudo, pelo conhecimento acumulado, pelo saber adquirido autodidaticamente, pelo esforço próprio, enfim;
Alergia: à burrice, não à ignorância dos que não tiveram chance de aprender, mas à obtusidade daqueles que tendo chance de o fazer, preferiram ficar na escuridão;
Aversão: à estupidez de certos letrados, por fundamentalismo, ideologia, oportunismo ou qualquer outro motivo não legítimo;
Objetos de desejo: livros, sobretudo aqueles antigos, não mais disponíveis em livrarias, e difíceis de encontrar em bibliotecas medíocres como são as nossas;
Mania: de ler o tempo todo, em qualquer circunstância, em qualquer lugar (menos no banho pois já fizeram livros digitais mas ainda não impermeáveis, a não ser os de bebês), mania que pode irritar quem me dirige a palavra nos momentos de concentração, e quando eu respondo “sim, sim...”;
Escola econômica: aquela que apresenta os melhores resultados práticos, com pouca, ou até nenhuma teoria; já passou da hora de aderir a este ou aquele guru das “melhores receitas econômicas”, e se contentar com a modesta racionalidade dos procedimentos testados e aferidos como efetivos; eles geralmente passam mais pelos mercados livres do que pela regulação estatal (mas reconheço que parece impossível desembaraçar-se desses ogros famélicos que nos dominam);
Filosofia política: a da maior liberdade individual, o que não chega a ser uma filosofia política, mas é um princípio de vida a que se chega depois de se conhecer todas as construções humanas que pretenderam organizar a vida em sociedade;
Política prática: nunca fazer parte de nenhum partido, nunca adentrar na política com ares de salvador da pátria, mas observar e estudar a todos meticulosamente, pois dependemos todos, quer queiramos ou não, da atividade daqueles que se dirigem à política por vocação, por interesse pessoal, por oportunismo, ou por qualquer outro motivo não confessado;
Time de futebol: nenhum, absolutamente nenhum; apenas apreciando alguns jogos;
Lei: a do maior esforço, ou seja, nunca se contentar com as explicações simplistas, mas sempre questionar o fundamento de qualquer afirmação ou argumento que são apresentados;
Responsabilidade: totalmente individual, ou seja, nunca atribuir à sociedade, ao Estado, ou até à família, aquelas bobagens que cometemos, que são cometidas por seres totalmente adultos e absolutamente responsáveis pelos seus atos;
Desafio constante: procurar defender o que se acha certo, aquilo de que se tem certeza de ser o melhor, mesmo em detrimento da conveniência pessoal, ou de interesses momentâneos;
Princípio, valor e finalidade de vida: sempre aprender, sempre procurar transmitir o que se sabe (as vezes até o que não se sabe exatamente também, mas que se desconfia que pode ser útil), sempre fazer o melhor dentro das possibilidade de cada um, nos limites da capacidade individual;
Finalizando: procurar fazer tudo o que me dá prazer intelectual...

Addendum: ficaram faltando alguns elementos indispensáveis na vida mundana:
Dinheiro: justo o necessário para comprar livros, viajar, frequentar restaurantes italianos de par le monde; o resto é mesada para pequenas despesas...;
Bebida: sem maiores vícios: taças de vinho nas refeições, cervejinha nas horas vagas;
Outros vícios?: quase nenhum: não jogo, não fumo, não faço apostas, não assino correntes em favor ou contra qualquer coisa, inclusive em prol de distribuição gratuita de livros; basta-me uma velha mania, com uma autoimposição adicional: começar a colocar os livros e papéis em ordem, terminar aqueles escritos essenciais deixados de lado por trabalhos de circunstância ou conjunturais, se expor menos, usufruir mais dos pequenos prazeres da vida, ser menos autocentrado, ou seja, várias tarefas a mais...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25 de dezembro de 2019 
(sobre texto de novembro de 2017)