Uma “história diplomática” pelo método confuso (com os venezuelanos é sempre assim):
“Maduro pede que Lula comente veto da Venezuela no Brics ao acusar Itamaraty de ‘conspirar contra’.
O presidente venezuelano afirmou que o “Itamaraty tem sido um poder dentro do poder no Brasil".
Por Elianah Jorge, do RFI
Brasil 247, 29 de outubro de 2024
Maduro fez as polêmicas declarações ao explicar o que teria motivado o Brasil a vetar a entrada da Venezuela no bloco econômico do Brics, cuja cúpula aconteceu semana passada na cidade russa de Kazan.
O presidente garantiu que a vice-presidente Delcy Rodríguez e o chanceler venezuelano Yvan Gil teriam conversado com “o Itamaraty. Nestas conversas em privado, eles (a diplomacia brasileira) diziam que não vetavam a Venezuela. Mantiveram (a afirmação) uma, duas, três, quatro vezes. O chanceler do Brasil, Mauro Vieira, me disse: presidente Maduro, o Brasil não veta a Venezuela”.
Segundo Maduro, então “apareceu um funcionário brasileiro chamado Eduardo Saboya, de obscuro e triste passado bolsonarista, muito questionado no Brasil, que afirmou de maneira direta que o Brasil veta a Venezuela e exerceu um poder de veto imoral, inexplicável e negado aos princípios da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) e da Unasul (União de Nações Sul-americanas)”.
Após criticar a diplomacia brasileira, Nicolás Maduro afirmou que prefere “esperar que (o presidente) Lula observe e ele, como chefe de Estado, em seu momento, diga o tenha que dizer”.
Perda de confiança
Semana passada, o assessor especial para a presidência do Brasil, Celso Amorim, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que a entrada da Venezuela no Brics “não é uma questão de regime político. É uma questão de perda de confiança”, em referência à falta de transparência na eleição presidencial de julho passado, quando o Conselho Nacional Eleitoral anunciou a reeleição de Nicolás Maduro sem ter apresentado as atas que comprovem a vitória do atual presidente, que está no poder desde 2013.
Pouco tempo após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Embaixada do Brasil em Caracas foi reaberta. Em fevereiro deste ano, a diplomata Glivânia Oliveira tomou posse como embaixadora do Brasil na Venezuela, restituindo as relações entre Caracas e Brasília.
A representação diplomática do Brasil na Venezuela havia sido fechada, em 2020, por ordem do então presidente Jair Bolsonaro, motivada por divergências políticas. Já em 2018, o então embaixador brasileiro Ruy Pereira precisou deixar a Venezuela após ter sido considerado persona non grata pelo governo de Nicolás Maduro.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.