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Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
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Ricardo Paes de Barros: Auxílio Brasil não resolve as falhas do Bolsa Família
Academia Brasileira de Ciências, 26 de novembro de 2021
O membro titular da ABC, Ricardo Paes de Barros, foi entrevistado no podcast A Malu Tá On, com a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Confira trechos da matéria no site d’O Globo.
O Auxilio Brasil, que deve substituir o Bolsa Família a partir de 7 de dezembro, não corrige as falhas do programa anterior e não persegue o que deveria ser a meta principal de um plano de combate à pobreza hoje: a inclusão produtiva das famílias de baixa renda. Quem afirma é Ricardo Paes de Barros, o PB, criador do Bolsa Família e um dos maiores estudiosos da desigualdade de renda no Brasil.
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“O pobre brasileiro não está precisando apenas de transferência de renda, mas também de inclusão produtiva. As famílias querem ter capacidade autônoma de gerar a própria renda”, explica o economista. Para PB, que acompanhou a elaboração do programa Brasil Sem Miséria no governo Dilma Roussef, o ideal seria aproveitar a experiência acumulada, corrigir eventuais falhas e avançar.
“Não era uma maravilha, mas era tido mundialmente como um grande exemplo de combate à pobreza. Qualquer programa de combate à pobreza daqui por diante vai ter que voltar lá, para melhorar a partir dele”. Em vez disso, disse PB à jornalista Malu Gaspar, retrocedemos ao ao patamar do início dos anos 2000, quando o Brasil distribuía vários bônus e auxílios sem qualquer coordenação.
Filho de militar e irmão do presidente da Infraero, PB revela que deu sugestões à equipe de Paulo Guedes para melhorar o programa, mas elas não foram aproveitadas. E lamenta: “O Brasil deixou de ser um país que era um modelo no combate à pobreza para ser um país percebido mundialmente como sem rumo no combate à extrema pobreza”.
Para ele, o problema do Auxílio Brasil não é falta de dinheiro e sim falta de informação. “Não tem como resolver o problema da pobreza eletronicamente ou pelo correio. Você tem que conversar com a família, entender o problema dela”, diz o economista. “A solução para a extrema pobreza de duas famílias vizinhas pode ser completamente diferente”.
Nessa missão, diz PB, o governo Bolsonaro fracassou com o auxílio emergencial, porque o Brasil perdeu uma grande oportunidade de conhecer em detalhes o perfil e as necessidades dos pobres. “O problema do Auxílio Emergencial foi que, ao final, você sabia tão pouco sobre a pobreza quanto sabia no primeiro mês. Você não criou um sistema de aprendizado com o que estava fazendo”.
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Ouça o podcast completo no Spotify.
Leia a matéria completa no O Globo.
Jornal O Globo, 26/11/2021