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terça-feira, 10 de junho de 2014

O Chile de volta 'a America latina: reflexao do dia (repetida)

Um leitor deste blog (talvez recente) me escreve para pedir uma reflexão que eu já fiz:


Raph Nogueira comentou a postagem de seu blog
E o Chile, professor, que está se movimentando em direção ao aumento da carga tributária?

Com efeito, no dia 20 de maio, eu postava esta reflexão, com o mesmo título:

O Chile de volta à América Latina: reflexão do dia

O Chile, até há pouco, era um país normal, ou seja, estava em outra galáxia, ou pelo menos em outro hemisfério, aquele da racionalidade econômica, das políticas econômicas sensatas, do bom senso, enfim...
Mas, isso não podia durar muito.
A lei da gravidade latino-americana é poderosa.

O Chile está voltando ao continente, para se igualar a seus vizinhos esquizofrênicos.
O governo socialista de Michelle Bachelet acaba de decretar que pretende o fim do lucro na educação, que toda a oferta no setor será estatal, e que ninguém mais pagará por nada em matéria de ensino.

Corrijo: ninguém não. Alguém pagará.
Os empresários em primeiro lugar, que vão ter o imposto sobre o faturamento e os lucros aumentados de 25 a 35% dos volumes globais. Depois, toda a população pagará.
Quando todos pagam, não existe mais avaliação de custo-benefício, aferição de preços reais, retornos compatíveis com os investimentos realizados, nada disso.

Enfim, assim é o socialismo, o que é que vocês queriam?

O Chile voltou ao continente latino-americano.
Que pena! Estava tão bem fora dele...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 20 de maio de 2014

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O que eu poderia acrescentar agora?
Pouca coisa, a não ser que cabe observar se é apenas um surto repentino de distributivismo mal concebido, ou se é realmente uma enfermidade que vai se espalhar pelo corpo do país, até torná-lo bem parecido com o resto da América Latina, como eu argumento acima.
Cabe dar um crédito de confiança (os famosos cem dias de todo novo governo) e ver se essa latino-americanice vai continuar, ou se será apenas para contentar os estudantes que se movimentaram tanto contra o governo anterior, pedindo justamente a escola risonha e franca, boa e barata, se possível de graça, do jardim da infância ao pós-doc.
Esse é o caminho mais rápido para a decadência educacional, como aliás a experiência brasileira deveria demonstrar.
Volto a dizer: o Chile estava tão bem fora do continente.
Pena que voltou...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 10/06/2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Chile de volta 'a America Latina: reflexao do dia

O Chile, até há pouco, era um país normal, ou seja, estava em outra galáxia, ou pelo menos em outro hemisfério, aquele da racionalidade econômica, das políticas econômicas sensatas, do bom senso, enfim...
Mas, isso não podia durar muito.
A lei da gravidade latino-americana é poderosa.

O Chile está voltando ao continente, para se igualar a seus vizinhos esquizofrênicos.
O governo socialista de Michelle Bachelet acaba de decretar que pretende o fim do lucro na educação, que toda a oferta no setor será estatal, e que ninguém mais pagará por nada em matéria de ensino.

Corrijo: ninguém não. Alguém pagará.
Os empresários em primeiro lugar, que vão ter o imposto sobre o faturamento e os lucros aumentados de 25 a 35% dos volumes globais. Depois, toda a população pagará.
Quando todos pagam, não existe mais avaliação de custo-benefício, aferição de preços reais, retornos compatíveis com os investimentos realizados, nada disso.

Enfim, assim é o socialismo, o que é que vocês queriam?

O Chile voltou ao continente latino-americano.
Que pena! Estava tão bem fora dele...

Paulo Roberto de Almeida

domingo, 18 de maio de 2014

Concurso do FMI: alguns comentários pessoais - Paulo Roberto de Almeida

O FMI anunciou um concurso, como vocês podem ver nesta postagem que efetuei anteriormente:

sábado, 17 de maio de 2014

- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/05/estudante-universitario-uma-boa-redacao.html#sthash.XrYb0HhW.dpuf

Sem pretender, e sem poder concorrer, ainda assim o tema me interessou. Mas, como só podia ser uma redação de 500 palavras, acabei escrevendo um pouco mais do que isso, mas acredito que os candidatos encontrarão o seu próprio estilo e preferências. Como sempre escrevo demais, eu também seria eliminado por isso.
Boa sorte, em todo caso...
Paulo Roberto de Almeida

Como construir um futuro melhor para a América Latina

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 17-18 de Maio de 2014

Tomei conhecimento, recentemente, deste concurso aberto pelo FMI, voltado para estudantes universitários (o que eu não sou mais), e destinado a selecionar cinco felizardos (ou respondedores merecedores) para um estágio na capital americana, à condição que a redação oferecida em respostas às questões colocadas abaixo seja considerada boa o bastante – na verdade teria que ser excelente – para corresponder ao prêmio oferecido. Creio que se trata de uma boa oportunidade para estudantes brasileiros, sobretudo porque oferecem inclusive a possibilidade de que a redação possa ser feita em Português. Suponho que tenha de ser em bom Português, ademais de certa consistência na argumentação, ou perfeita adequação do argumento às questões que foram colocadas. Leiam:

Concurso do FMI: 8 de março a 30 de maio de 2014
Prazo para envio da redação:
30 de maio de 2014, para o endereço: ConcursoFMI@imf.org

Como parte dos preparativos para as Reuniões Anuais de 2015, que serão realizadas em Lima, o FMI convida os estudantes universitários latino-americanos a escreverem uma redação curta (500 palavras) sobre o tema “Como construir um futuro melhor para a América Latina”. A redação deverá focalizar a opinião dos jovens sobre os temas e desafios que afetam as futuras gerações e suas possíveis soluções. O concurso está aberto a estudantes de vários países da região. Os idiomas oficiais são espanhol, inglês e português.

A redação deve ser estruturada em torno das seguintes perguntas:
i) Quais são, na sua opinião, os três maiores desafios que a região enfrenta?
ii) Qual é o tema que mais o preocupa sobre seu futuro?
iii) O que você e sua geração podem fazer hoje e nos próximos 10 anos para melhorar as perspectivas para sua região?


Não posso, como disse, participar do concurso, mas talvez possa oferecer algumas sugestões de redação aos candidatos, ou seja, aos estudantes interessados em apresentar suas redações de até 500 palavras sobre o tema geral e sobre as questões em especial. Não o faço com a intenção de sugerir a ninguém que copie as minhas propostas, mas apenas porque o tema me interessa e apresenta para mim o desafio de sintetizar uma vida de leituras, de estudo e de reflexões sobre a América Latina e o seu não desenvolvimento, eventualmente tocando nos pontos certos (não eventualmente aqueles esperados pelos organizadores, ou revisores das revisões, mas pelo menos aqueles que eu mesmo considero como corretos, ou necessários). Vejamos, portanto, o que eu poderia oferecer como sugestão.

Como construir um futuro melhor para a América Latina
A própria formulação do título já deixa supor, ou entender, que o passado, certamente, e o presente, possivelmente, não foram os melhores possíveis; ou seja, para haver um futuro melhor para a região, algumas coisas, certamente, ou mesmo muitas coisas, possivelmente, devem ser mudadas, novas políticas devem ser implementadas e diversas medidas precisariam entrar em vigor, imediatamente, em médio prazo e de forma contínua, para que o continente deixe de ser o marasmo que foi nas últimas décadas, de fato no último meio século, com seus altos e baixos em termos de crescimento, diversos surtos hiperinflacionários, planos frustrados de estabilização, trocas de moedas, calotes nas dívidas interna e externa, fuga de capitais, desvalorizações cambiais, desinvestimentos, dezenas de ministros de economia substituídos, sem falar de alguns golpes de estado e mudanças de regime completas (nem sempre para melhor).
A recomendação efetuada – “A redação deverá focalizar a opinião dos jovens sobre os temas e desafios que afetam as futuras gerações e suas possíveis soluções.” – também traduz esse sentido de urgência e frustração, pois desafios e soluções são termos que só se empregam quando existe uma percepção de carência quanto às políticas e resultados “normais”, ou considerados satisfatórios. Essa percepção não deveria surpreender, pois é um fato que a América Latina acumulou tantas carências sociais, e tantas políticas econômicas equivocadas, ao longo desse último meio século, que a conclusão a ser tirada dos diversos itinerários nacionais só pode ser a de um fracasso rotundo, ou pelo menos de insuficiências repetidas (embora existam exceções, mas depois dos referidos fracassos, como já referido). Vejamos agora as questões a que devem responder os candidatos.

i) Quais são, na sua opinião, os três maiores desafios que a região enfrenta?
Se dependesse exclusivamente de mim, eu diria apenas isto: educação, educação, educação, ponto. Com educação de qualidade, os próprios latino-americanos  poderiam resolver os seus problemas, e não precisariam da ajuda de nenhum organismo multilateral – seja ele o FMI, o BIRD, o BID, a ONU, ou qualquer outro – para ajudá-los a encontrar soluções feitas sob encomenda ou por sugestão de tecnocratas nacionais ou “multilaterais”. Como aparentemente o continente carece de pessoal capacitado, os tecnocratas estrangeiros se apresentam para “ajudá-los”, das mais diversas maneiras, inclusive promovendo concursos para estudantes. Talvez cabeças frescas, livres do peso da influência nefasta (ou pelo menos ultrapassada) de “economistas mortos”, possam oferecer novas soluções para velhos problemas, que são os mesmos: pobreza, miséria, pobreza, desigualdade, pobreza, distorções nas políticas econômicas, pobreza, corrupção, má governança, desrespeito às leis, violência criminosa, pobreza...
De toda forma, os problemas da região são muitos, mas uma má abordagem – de quem quer que tenha concebido a ideia do concurso e formulado as questões – seria começar por unificar a região num mesmo conjunto supostamente uniforme, a partir do qual o mesmo conjunto de prioridades devesse ser desenhado para responder a problemas e desafios supostamente iguais, ou pelo menos similares. Esse tipo de tratamento unificado simplesmente não funciona, pois a região não pode ser vista como um bloco dotado de características similares, com problemas e desafios mais ou menos semelhantes, aos quais devessem ser aplicado o mesmo conjunto de diagnósticos e, em seguida, um conjunto relativamente homogêneo de prescrições resolutivas. Isto é o que fazem burocratas externos à região, numa intensidade efetivamente bem maior em regiões e continentes mais atrasados, do que propriamente na América Latina.
O economista – ex-Banco Mundial – William Easterly acaba de publicar um livro, The Tyranny of Experts, que fala justamente dessas soluções prêt-à-porter, feitas justamente com essa intenção de resolver problemas de outros povos, mas que acabam atrapalhando a busca de soluções pelo próprio povo, no exercício de suas liberdades. Pois bem, independentemente da qualidade dessas expertises impostas de fora, e do fato que o continente não é um só, e não poderia receber soluções uniformes para problemas tão diversos entre os países, vejamos quais seriam os três grandes desafios para a média dos países da região:
1) Falta de educação de qualidade
2) Falta de boa governança
3) Falta de abertura ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros
Como a redação necessita ser de apenas 500 palavras, não seria possível desenvolver em detalhes cada um dos desafios, mas algumas considerações são importantes, já que o candidato não vai perder tempo, como eu fiz, com comentários iniciais muito longos ou reproduzindo os termos do concurso ao início deste texto. O que poderia ser dito, portanto, sobre cada um das questões apontadas?
Não há novidade nenhuma na constatação de que, com algumas diferenças nos níveis, a qualidade da educação na América Latina é genericamente desastrosa em quase todos os países, em todos os níveis, e igualmente má no setor público ou na rede particular de ensino. Não se trata tão somente de falta de prioridade entre as elites e o próprio povo, mas de critérios deformados de formação de mestres e professores e de ausência quase total de controle de qualidade quanto aos conteúdos didáticos e as pedagogias selecionadas. O setor mereceria uma grande revolução, o que está longe de acontecer, inclusive porque ele é dominado por sindicatos comprometidos unicamente com a remuneração uniforme para todos os seus afiliados, sem qualquer concessão a critérios meritocráticos ou correlação com os resultados.
A governança é um conceito amplo que, posto em sua formulação mais simples, significa um governo capaz de oferecer serviços à população ao menor custo possível. No seu sentido amplo implica uma política econômica capaz de produzir crescimento sustentado, sobre a base de estabilidade de regras, baixa inflação, ambiente favorável aos negócios, respeito aos contratos, baixa taxação, infraestrutura adequada, justiça funcional e rápida e outras condições macro e micro compatíveis com a expansão da produtividade do sistema produtivo e a manutenção da competitividade do país. A experiência acumulada em anos e décadas de políticas econômicas equivocadas na América Latina deveria ensinar aos dirigentes atuais quais as que funcionam e quais aquelas condenadas inevitavelmente ao fracasso. Basta olhar para alguns países e seus indicadores econômicos e sociais para constatar quais são umas e quais são outras.
No que tange a abertura externa, trata-se igualmente de simples bom senso e uma rápida constatação visual: países abertos, grandes comerciantes, são, em geral, os mais ricos e prósperos, ao passo que os fechados vegetam no baixo crescimento e no atraso tecnológico. Não deveria haver muitas dúvidas quanto a isso tampouco.

ii) Qual é o tema que mais o preocupa sobre seu futuro?
Como estudante, deveria ser a possibilidade de encontrar emprego e poder ascender profissionalmente. Como cidadão, poder eleger políticos decentes, não corruptos, que saibam administrar um país a partir de políticas sensatas. Como futuro aposentado, gostaria que a aposentadoria oficial não fosse à falência antes do prazo, ou que as aposentadorias complementares não corressem o risco de quebra ou fraude. Como as duas últimas condições são extremamente aleatórias, volto à primeira, que por acaso se aproxima da minha prioridade educacional: com uma boa educação, posso conseguir um bom trabalho e aumentar o meu valor de mercado, o que corresponde, imagino, às aspirações que todo jovem estudante deveria ter. Mas, para que essa educação seja colocada a serviço de minha prosperidade pessoal, seria preciso que o país oferecesse as condições adequadas para um crescimento sustentado, o que nos faz voltar às outras duas prioridades, a boa governança e a abertura do país ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros diretos. O círculo se fecha e temos, portanto, prioridades que se casam com as expectativas futuras.

iii) O que você e sua geração podem fazer hoje e nos próximos 10 anos para melhorar as perspectivas para sua região?
A condição básica, no plano individual, é ter uma consciência adequada dos problemas do país, e preparar-se para colaborar na sua resolução. Em primeiro lugar, sendo um bom estudante, obter bons resultados e colocar a capacitação adquirida a serviço de meu próprio futuro, o de minha família, e o do país. Ao votar, saber escolher políticos não corruptos – talvez seja um pouco ilusório pedir que eles sejam ademais competentes? – e cobrar-lhes resultados, pelo acompanhamento de seu trabalho. Em terceiro lugar, tentar alguma participação cidadã, seja na escola, nas associações de pais e mestres, nos clubes de cidadania, ou em partidos políticos, o que for. Estas seriam tarefas básicas, de aplicação permanente e observância regular.
Numa perspectiva de dez anos, caberia uma reflexão de caráter estratégico, e talvez a elaboração, em bases individuais ou coletivas (via partido político, por exemplo), de algum plano de ação que melhorasse a qualidade de vida ou dos serviços públicos em alguma área de concentração pessoal, por identificação profissional, ou interesse pessoal. Mas, seria preciso não manter sonhos irrealistas, como essa de que minha geração vai fazer algo para a região: essa é uma perspectiva ilusória, pois ninguém trabalha com sua geração ou na sua região. Todos atuamos num círculo menor de pessoas, de grupos mais limitados, e localmente, nunca nacionalmente ou em escala regional. A perspectiva pode até ser nacional, mas a atuação sempre é local, em escala limitada à nossa capacidade de intervenção.
Ser realista não é uma opção, mas uma necessidade. Simples assim.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 18 de maio de 2014. 

sábado, 17 de maio de 2014

Estudante universitario: uma boa redacao, pode leva-lo a Washington

CONCURSO DE REDAÇÃO
Como construir um futuro melhor para a América Latina 
8 de março a 30 de maio de 2014

Como parte dos preparativos para as Reuniões Anuais de 2015, que serão realizadas em Lima, o FMI convida os estudantes universitários latino-americanos a escreverem uma redação curta (500 palavras) sobre o tema “Como construir um futuro melhor para a América Latina”. A redação deverá focalizar a opinião dos jovens sobre os temas e desafios que afetam as futuras gerações e suas possíveis soluções. O concurso está aberto a estudantes de vários países da região. Os idiomas oficiais são espanhol, inglês e português.

A redação deve ser estruturada em torno das seguintes perguntas: 
i) Quais são, na sua opinião, os três maiores desafios que a região enfrenta? 
ii) Qual é o tema que mais o preocupa sobre seu futuro? 
iii) O que você e sua geração podem fazer hoje e nos próximos 10 anos para melhorar as perspectivas para sua região? 

Critério de participação:
O concurso se dirige a estudantes universitários de graduação e pós-graduação na América Latina.
Limite da redação:
Máximo de 500 palavras.

Idiomas:
Espanhol, inglês, português

Prazo para envio da redação:
30 de maio de 2014, 23h59 (horário de Washington), para o endereço: ConcursoFMI@imf.org

Instruções gerais:
Todas as redações devem abordar as três perguntas acima, ser redigidas em um dos três idiomas oficiais do concurso e não ultrapassar o limite de 500 palavras. Ao avaliar o conteúdo das redações, a comissão avaliadora levará em conta esses requisitos e também considerará os seguintes atributos: pertinência, originalidade, coerência, estrutura e eloquência da redação; países de origem, sexo, representação equilibrada de universidades públicas e privadas e diversidade acadêmica.

Premiação:
Cinco finalistas serão anunciados em julho de 2014. Os cinco finalistas serão convidados a participar das Reuniões Anuais do FMI que serão realizadas em Washington, em outubro de 2014 (o FMI arcará com os custos de viagem e estadia por um período de cinco a sete dias). O vencedor do concurso será anunciado em Washington, e o vencedor e o segundo colocado serão convidados a participar da mesa-redonda “Diálogo com a Juventude” durante as Reuniões Anuais, um evento que será moderado um membro da alta administração do FMI e transmitido ao vivo no website do FMI.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

BRIC, BROC, BRUC? A degringolada da America Latina sera' a do Brics tambem?

Banco Mundial vê 'nuvens negras' no horizonte econômico da América Latina

Segundo estudo, a desaceleração do motor chinês e a mudança na política monetária dos EUA trouxeram volatilidade e incerteza aos mercados em desenvolvimento, entre eles o Brasil

Veja.com, 9/04/2014
Bird: emergentes estão desacelerando e Brasil deve crescer 2% ou menos
Bird: emergentes estão desacelerando e Brasil deve crescer 2% ou menos (Sabelo Mngoma/AP)
O Banco Mundial vê "nuvens negras" no horizonte econômico da América Latina devido à incerteza e volatilidade geradas pela mudança na política monetária dos Estados Unidos e pela desaceleração da economia chinesa. "Os mercados financeiros globais seguem nervosos e voláteis", afirmou o organismo internacional, em um estudo divulgado nesta quarta-feira. 
O Banco Mundial destacou que o crescimento nos países emergentes passa por "uma desaceleração bastante generalizada", de cerca de três pontos porcentuais em comparação com os níveis pós-crise de 2008 e 2009. A previsão de crescimento para o Brasil é de 2%, ou pouco menos, este ano. Para a América Latina e o Caribe, espera-se um crescimento de 2,3%, abaixo dos 2,5% divulgados anteriormente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já haviam alertado para os crescentes riscos econômicos nos países emergentes. O FMI chegou a reduzir sua projeção de crescimento para a economia brasileira em 2014, de 2,3% para 1,8%.
O estudo divulgado nesta quarta-feira ainda chamou atenção para a "heterogeneidade" da região. Se, por um lado, estimativas apontam para uma contração de 1% na Venezuela em 2014, por outro, expectativas para o Panamá e o Peru indicam um crescimento de 7% e 5,5%, respectivamente. Chile e Colômbia também seguem acima a média regional, com avanços na ordem de 3,5 %. Já no México, a previsão é de alta de cerca de 3%, impulsionado pelas últimas reformas econômicas realizadas no país.
(com agência EFE)

America Latina: Banco Mundial decepcionado com as politicas economicas

Isso deve dizer muito para o Brasil, certo?
Vai adiantar alguma coisa para certas mulas que nos governam?
Acho que não. Teimosia, orgulho e arrogância são mais fortes.
Paulo Roberto de Almeida 
El Banco Mundial, decepcionado por la expansión en Latinoamérica
El Banco Mundial es contundente con América Latina: no hay margen para el error. Un día después de que el Fondo Monetario Internacional recortara el crecimiento a la región, el organismo habla de que las economías del subcontinente americano se asientan en este momento en una fase de lento crecimiento que le llevará a crecer un 2,3% este año. Es dos décimas menos de lo anticipado por la institución gemela en la víspera. Por eso reclama que se intensifiquen las reformas.
La institución constata una desaceleración generalizada en los países emergentes, que es tres puntos porcentuales inferior a la media antes de la crisis financiera. En el caso concreto de América Latina, califica en su análisis el ritmo actual de “decepcionante”. Es solo una décima menos que en 2013, pero menos de la mitad del 5% al que acostumbró en los años buenos. “Desafortunadamente, hay más factores que hacen de lastre que de impulso”, opina.
El contexto es complejo, como muestra el informe. Banco Mundial también se refiere al futuro económico de China como gran factor de volatilidad, por su efecto en el precio de las materias primas, junto al ajuste de las carteras de inversión desde los países emergentes hacia activos más seguros en las economías avanzadas. Como fuerza que actúa en sentido opuesto está la expansión del comercio global gracias a la reactivación económica en las economías más prósperas.
“Lo severo que estos choques externos sean es incierto y su impacto en América Latina dependerá del grado de exposición y de la capacidad que cada país de la región tenga para absorberlos”, indica el análisis elaborado por el equipo que lidera Augusto de la Torre. El economista explica que el viento de cola se disipa y el riesgo para el crecimiento muta. No es solo China. La débil recuperación en Europa y el lento crecimiento en EE UU también influyen.
Como señala de la Torre, se trata de factores que están fuera del control de los países en América Latina pero que hay que tener en cuenta porque es consecuencia de la globalización. El economista señala que la desaceleración en la región es "evidente" y explica que el crecimiento "parece estar estancándose en un ritmo lento". Su temor es que sea más una tendencia que un punto bajo en el ciclo. "Hay una cosa que podemos controlar y es la calidad de nuestras políticas", añade.

Grandes diferencias

El rendimiento es muy heterogéneo, como se ve también en los datos del FMI. En un extremo está Venezuela, con una contracción del 1% del crecimiento este año. En el otro Panamá, que crecerá un 7%, seguido por Perú, con el 5,5%. Otros países que harán de motor de la región son Chile y Colombia, con un crecimiento superior al 3,5%, por encima de la media. También destaca el rebote de México, que repuntará al 3% gracias a las reformas, que califica de "impresionantes".
El optimismo de los inversores hacia México contrasta con el de Brasil, la mayor economía de América Latina. Es el país que hace de lastre, con un crecimiento proyectado para este año por debajo del 2%. El Banco Mundial lamenta en este caso que no se haya forjado una agenda de reforma para romper a corto plazo con este escenario de bajo crecimiento, baja tasa de ahorro y baja inversión. "Ya no se puede contar con la ayuda de factores externos", dijo de la Torre.
Es decir, coincidiendo con la valoración del FMI, los países emergentes dejaron de ser las estrellas del crecimiento. Sin embargo, el Banco Mundial se muestra optimista aunque con cautela al hablar de América Latina. A favor de la región, a diferencia de Asia, juega que supo capitalizar el viento de cola externo para potenciar la demanda interna y logró una mayor integración del sistema financiero. Eso hace ahora que sean menos vulnerables a choques externos que en el pasado.
Es más, los economistas del Banco Mundial señalan que en la mayoría de países de la región habrá fluctuaciones en los ciclos de negocios similares a las que se ven en las economías avanzadas. Es decir, el patrón pasado expansión y contracción es historia. También indica que tienen más margen de maniobra para adoptar políticas monetarias y cambiarias para hacer frente a las turbulencias.

Ruptura con el pasado

Otra ruptura con el pasado, y que hace a América Latina más resistente a los choques externos, es que la región logró durante las últimas dos décadas reequilibrar la manera en la que se financia. Ahora ya no depende tanto como en los años 1990 del crédito que le llega de los bancos internacionales y la inversión es más directa. Es más, en lugar de pedir prestado, presta al mundo.
Esta mayor integración financiera de América Latina da tranquilidad. Pero la región no es inmune, porque la inversión directa extranjera y las remesas también están sujetas a ciclos y pueden actuar en sentidos opuestos. El gran reto es lograr que las dos actúen en la misma dirección por eso se vuelve a pedir que se intensifiquen las reformas para mejorar la competitividad vía un incremento de la productividad.
También reclama un mejor diseño de las políticas sociales en los presupuestos nacionales, para hacer frente a la presión fiscal derivada de un menor crecimiento económico. Es, indican desde el Banco Mundial, un reto importante si los países de América Latina quieren mantener el rápido ritmo de progreso social al que se acostumbró durante la pasada década. “Desafortunadamente, en todos los países no será posible conseguirlo”, concluye.
A modo de que conclusión, pide a los países de la región que utilicen el potencial de la inversión extranjera y de las remesas en políticas de innovación y productividad. En el caso de los hogares que reciben remesas, se recomienda que inviertan ese dinero de sus familiares en salud, educación y vivienda. Eso, a su vez, permitirá crear un clima de negocio que atraerá a sus propios trabajadores y más inversión extranjera.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Seminário “América Latina: Oportunidades y Desafios”, Lima, Peru, 24-25 março 2014

Seminário “América Latina: Oportunidades y Desafios”
Lima, Peru,  24-25 março 2014

Dia 24 de março, segunda-feira
08:45 horas – Abertura do Seminário “América Latina: Oportunidades y Desafios”
- Palavras de Mario Vargas Llosa – Presidente da Fundación Internacional para la Libertad

09:00 horas – Painel I: “UNA VISIÓN DE LOS PROTAGONISTAS”
- Sebastián Piñera – Presidente do Chile (2009 –2014)
- Felipe Calderón – Presidente do México (2006 – 2012)
Moderador: Luis Bustamante Belaunde – Reitor Emérito da UPC, Perú.

10:30 horas - Painel II “EL DESAFIO DEL NEOPOPULISMO”
- Mauricio Macri – Prefeito de Buenos Aires, Argentina
- Maria Corina Machado – Deputada, Venezuela
- Oscar Ortiz –  Ex - Presidente do Congresso, Bolívia
- Jorge Larrañaga – Candidato à presidência do Uruguai
Moderador: Álvaro Vargas Llosa,  Escritor, Peru.

12:15 horas – Painel III: “EDUCACIÓN, CULTURA Y LIBERTAD”
- Carlos Alberto Montaner –  Escritor,  Cuba
- Arturo Fontaine– Escritor, Ex Diretor do Centro de Estudios Públicos, Chile
- José Luis García Delgado  – Ex - Reitor da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, Espanha
- Sergio Ramírez -  Poeta, Ex-Vice-Presidente de Nicarágua                              
Moderador: Lorenzo Bernaldo de Quiroz,  Freemarket, Espanha.

17:00 horas – Bienal de novela Mario Vargas Llosa 2014
local: Museu de Arte Contemporânea - Av. Miguel Grau, 1511

Dia 25 de março, terça-feira
09:00 horas – Painel IV “EL PROBLEMA DE LAS DROGAS”
- Antonio Escohotado – Ensayista, Espanha
- Jorge Castañeda – Escritor, Ex – Chanceler do México
- Héctor Aguilar – Jornalista, México
 Moderador: Ian Vásquez – Cato Institute, USA.

10:30 horas – Painel V  “LA EXPERIENCIA DEL MODELO”
- Eva Arias – Presidenta da Sociedad Nacional de Minería y Petróleo, Perú
- Fernando Schuler – Fronteiras do Pensamento, Brasil
- Plinio Apuleyo Mendoza –  Escritor, Colômbia
Moderador: Miguel Vega Alvear,  CAPEBRAS, Peru.

12.00 – PANEL VI “PERU: LA AGENDA PENDIENTE”
- Gastón Acurio – Empresario, Peru
- Alfredo Barnechea – Escritor, Peru
- Beatriz Merino – Ex – Primeira- Ministra do Peru
Moderador: Enrique Ghersi – CITEL, Peru.


domingo, 16 de março de 2014

Antes e agora: uma pequena diferenca nos metodos, uma enorme diferenca moral - Reinaldo Azevedo

Venezuela, mais uma vez, e enquanto durar o massacre.
Paulo Roberto de Almeida 
A artista gráfica venezuelana Calavera teve um ideia simples, objetiva, clara e eficiente: confeccionou cartazes que lembram o que diziam ontem alguns líderes latino-americanos e o que dizem hoje; o que chamavam, no passado, de “ditadura” e o que chamam, no presente, de democracia. Ainda que haja alguma imperfeição na análise (já explico por quê), as peças são poderosas. Expõem, de maneira desconcertante, a duplicidade moral das esquerdas. As estrelas dos cartazes são os presidentes Dilma Rousseff (Brasil), José “Pepe” Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina). Vejam as imagens. Volto em seguida.
Ditadura -democracia - Dilma
Ditadura - democracia - Pepe
Ditadura-Democracia Cristina
Dilma e Mujica são ex-presos políticos. Na sua biografia oficial, consta que combateram a ditadura militar de seus respectivos países. É o passado que aparece em preto e branco, na metade à esquerda da montagem. Vemos ali forças de segurança reprimindo manifestações de rua. O tempo passou, os dois abandonaram a luta armada e se tornaram presidentes da República por intermédio do voto direto. E, ora vejam, são apoiadores incondicionais de uma ditadura, não exatamente militar, mas militaresca.
Que se note: mesmo os regimes militasres mais discricionários da América Latina não contaram com milícias civis armadas em larga escala, como as que atuam hoje na Venezuela. Havia, sim, grupos paramilitares assassinos — e isso é lixo político e moral, como sabe qualquer pessoa razoável. Mas tinham um alcance menor do que o esquema montado pelo chavismo na Venezuela. Em 21 anos, a ditadura militar brasileira fez, em números superestimados, 424 vítimas — incluindo os guerrilheiros do Araguaia. Por razões comprovadamente políticas, são 293 as vítimas. Houve tortura, assassinatos, desaparecimentos. Não se trata de dizer se é muito ou pouco. É só absurdo! Quem, já rendido, morreu nas mãos do estado foi vitima de um crime. Mas sigamos. Em pouco mais de um mês — os protestos na Venezuela começaram no dia 4 de fevereiro —, o próprio governo admite que já morreram 28 pessoas.
Não me surpreende: a esquerda sempre soube ser mais letal. Ora, como ignorar que os grupelhos extremistas no Brasil, meia-dúcia de gatos pingados, mataram pelo menos 120 pessoas — nessa lista, não estão mortos em combate, não! Essas 120 pereceram em ataques terroristas. E aqui lembro a única imperfeição da arte de Calavera, embora isso não diminua a pertinência do seu trabalho: os que hoje protestam na Venezuela estão, de fato, pedindo democracia. Não era o caso de Dilma. Não era o caso de Mujica. Eles eram terroristas e pretendiam implementar em seus respectivos países uma ditadura comunista.
Assim, a luta do povo venezuelano, hoje, é muito mais moral do que eram a de Dilma e a de Mujica. Eles queriam ditaduras com sinal trocado. A população da Venezuela quer um regime democrático. No passado, era possível repudiar a “luta” da dupla também por bons motivos, Tratava-se do confronto de forças opostas em si, mas combinadas na malignidade. No caso venezuelano, no entanto, não: opor-se às reivindicações da população corresponde a renegar o regime de liberdades públicas. Ou por outra: Dilma e Mujica continuam a se alinhar com a ditadura.
A VEJA desta semana traz uma excelente reportagem sobre a Venezuela. Um dos textos, sobre Che Guevara, o “Porco Fedorento”, vai ao ponto. Ilustra de modo inequívoco, a farsa moral esquerdista. Observem como a linha de, vá lá, raciocínio de Che é a que orienta hoje a escolha de Dilma, Mujica, Cristina e outros “líderes” latino-americanos. Reproduzo o texto, publico um vídeo e volto para encerrar.
*
Imagine qual seria a reação se, em 1974, o general presidente do Brasil Emílio Garrastazu Médici ocupasse a tribuna diante da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e afirmasse: “Temos que dizer aqui o que é uma verdade conhecida. Torturas, sim! Temos torturado: torturamos e vamos continuar torturando enquanto for necessário”.

Médici seria, justamente, execrado como um ditador. Em dezembro de 1964, porém, o argentino Ernesto Guevara, que, com o apelido de “Che”, ajudou Fidel Castro no triunfo do golpe comunista em Cuba, foi à ONU e confessou: “Nosotros tenemos que decir aquí lo que es una verdad conocida: fusilamientos, sí, hemos fusilado; fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario”.
Já se passavam seis anos da tomada do poder pelos comunistas em Cuba, e Guevara confessava que continuava em plena operação e sem data para arrefecer sua máquina de assassinatos políticos na prisão de La Cabaña. Seis anos de execuções sumárias de vítimas que chegavam ao paredão exauridas, pois delas se tirava até parte do sangue para transfusões.
Seis anos, e dissidentes continuavam a ser fuzilados. Guevara foi o único guerrilheiro a matar muito mais gente de mãos atadas e olhos vendados do que em combate — que, ao contrário da lenda, ele evitava ainda mais do que o banho. Qual foi a reação naquele instante em que permaneciam na audiência uma maioria de representantes de países “não-alinhados”, eufemismo para “pró-soviético”? Guevara foi aplaudido por 36 segundos.
No New York Times do dia seguinte, o redator, mesmerizado, fingiu que não ouviu a confissão de assassinato de Guevara, descrito como “versátil”, “economista autodidata” e “revolucionário completo”. A duplicidade ética não é uma exclusividade das esquerdas. Apenas elas são inexcedíveis nesse truque que, apesar de velho, ainda funciona. O ensurdecedor silêncio enquanto jovens mártires venezuelanos são torturados e mortos nas ruas é prova disso.

Para encerrar
Vejam esta foto.

Raúl Castro
Este que está pondo a venda nos olhos do rapaz que vai ser executado é Raúl Castro quando jovem. O tarado moral é hoje presidente de Cuba. Era um dos mais eloquentes na solenidade que marcava um ano da morte de Chávez, há alguns dias. Foi nesse evento que Nicolás Maduro convocou as milícias armadas a sair às ruas.
Com o apoio de Dilma.
Com o apoio de Mujica.
Com o apoio de Cristina, entre outros.

sábado, 8 de março de 2014

Uma leitura de noticiario da e sobre a regiao pode ser deprimente...

Percorrer apenas os headlines já representa um sofrimento intelectual. Imaginem, então, os que são obrigados a viver essa realidade?
Os coniventes, azar deles. Os contrariados, a minha solidariedade, mas de vez em quando é preciso ter coragem para dizer a verdade...
Paulo Roberto de Almeida

InfoRel, Relações Internacionais e Defesa

Brasília-DF, 07 de março de 2014 - 20h11

Brasília - A Saab, empresa sueca fabricante do caça Gripen NG, foi das t rês finalistas - Boeing com o F-18 e Dassault com o Rafale - a que ofereceu mais em termos de transferência de tecnologia, fator determinante para a sua escolha em dezembro no Programa FX-2. Foi o que revelaram o Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), responsável pelo projeto, brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso.


Defesa
Exército e Saab fecham contrato para sistema de mísseis terra-ar

O sistema adquirido por R$ 30 milhões é operado por 19 países nos cinco continentes

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Imprensa: uma cortina de silencio e de opressao se abate sobre a America Latina

América Latina, inimiga da imprensa livre
Editorial do jornal O Globo analisa a situação da imprensa na América Latina, pior a cada dia. Em termos de liberdade, aliás, estamos mais para as ditaduras africanas do que para as democracias europeias e norte-americana. Por aqui, abundam os tiranetes, inclusive sufragados pelas urnas - o que atesta a estupidez política dos latino-americanos em geral. O jornal é parcimonioso, no entanto, quanto à situação da imprensa no Brasil, onde o Partido Totalitário faz ataques permanentes à liberdade de expressão e ao Estado de Direito:

A orientação autoritária de governos, interesses econômicos, o crime organizado, conflitos, a violência em algumas situações, como a cobertura de manifestações de rua, e leis com o objetivo de “regular” o trabalho jornalístico têm colocado em risco a vida e os empregos dos jornalistas e enfraquecido a liberdade de imprensa na América Latina, um dos sustentáculos da democracia. O Grupo de Diários América (GDA), do qual O GLOBO faz parte, relatou as dificuldades na série “As ameaças à liberdade de imprensa”.

A hostilidade contra a imprensa profissional se manifesta como padrão de governos bolivarianos, a começar pelos de Venezuela e Equador, que não toleram, de forma visceral, diversidade de opiniões e críticas. Mas é também a situação que prevalece na Argentina, já que o kirchnerismo tem muitos pontos de contato com o chavismo. No Brasil, a integridade física dos jornalistas é ameaçada. Segundo a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), o país teve o maior número de profissionais mortos nas Américas em 2013 — cinco. Com isso, caiu duas posições e ocupa o 108º lugar entre 179 nações no ranking da RSF. E 2014 começa com a trágica morte do cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, atingindo na cabeça por um rojão disparado por black blocs, quando cobria protesto contra aumento das passagens de ônibus no Rio.

Na Venezuela (117º no ranking da RSF), o chavismo, no poder desde 1999, usou todo seu poder político e econômico para transformar a mídia no grande canal oficial. E em grande parte o conseguiu. Pela primeira vez no país, um governo controla quase totalmente a televisão. E agora, em séria crise econômica, o governo Maduro economiza divisas na importação de papel de imprensa. Pelo menos sete periódicos regionais já deixaram de circular. A eficácia do dispositivo oficial foi comprovada quando os jornais e a TV se autocensuraram na cobertura dos protestos de rua dos últimos dias contra o governo, em que três pessoas morreram. Cristina Kirchner levou às últimas consequências as manobras de seu marido e antecessor, Néstor, para manipular a imprensa na Argentina (54º lugar), esgrimindo com a verba oficial de publicidade e uma Lei de Meios para desmantelar a mídia profissional. Numa vitória do Grupo Clarín, o mais hostilizado, a Suprema Corte determinou que o governo promova de forma igualitária a distribuição da publicidade oficial. Mas o Clarín foi derrotado na luta jurídica em torno da Lei de Meios.

No Equador (119º, no rankink da RSF), o presidente Correa dispõe de novos meios para pressionar a imprensa independente depois da entrada em vigor de uma lei que instituiu o Conselho de Regulação da Comunicação com cinco membros, dos quais quatro vinculados ao governo. A democracia precisa evoluir na América Latina. É direito do povo cobrar das autoridades. É dever da imprensa fiscalizar, denunciar o que estiver errado, exigir providências. Só a corruptos e déspotas interessa uma imprensa “chapa branca”.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Os liberais e as desigualdades sociais na América Latina - Juan Carlos Hidalgo (El Pais)

Los liberales ante la desigualdad en América Latina

JUAN CARLOS HIDALGO 
El País (Espanha), 12/02/2014

El debate sobre la desigualdad promete dominar la discusión política este año. En Washington, el presidente Obama hizo del tema el eje central de su discurso del Estado de la Unión. En Davos, líderes políticos y empresariales reunidos en el Foro Económico Mundial discutieron sobre los retos que implica la creciente disparidad de ingresos en los países desarrollados. Y en La Habana, los presidentes de América Latina enfatizaron su compromiso para luchar contra dicho flagelo durante la cumbre de la CELAC.

El tema reviste particular relevancia en América Latina, al ser la región que presenta la mayor desigualdad del planeta. Paradójicamente, desde el 2000 la brecha en los ingresos, medida por el coeficiente de Gini, viene disminuyendo en todos los países latinoamericanos, con excepción de Costa Rica, Guatemala y República Dominicana. Aun así, las diferencias significativas que todavía persisten entre ricos y pobres constituyen un constante foco de fricción social y político.

Para los abanderados del liberalismo económico, el debate sobre la desigualdad en América Latina presenta un serio reto académico y político: nuestro énfasis siempre ha sido el combate a la pobreza, no la lucha por sociedades materialmente igualitarias. Siempre y cuando la gente salga de la miseria y prospere, no debería importarnos que otros aumenten sus fortunas. Es más, el mismo concepto de “distribución de la riqueza” nos resulta problemático, ya que da a entender que esta es una constante que simplemente hay que repartir, no generar. La historia está llena de ejemplos de naciones que optaron por distribuir la riqueza y más bien terminaron dilapidándola.

Sin embargo, los liberales no podemos obviar las causas de la persistente desigualdad en la región. Friedrich Hayek, uno de los grandes pensadores liberales del siglo XX, sostenía que siempre y cuando las reglas del juego fueran justas, el resultado sería justo. Esto nos lleva al hecho de que en América Latina el sistema económico imperante desde tiempos de la colonia se ha caracterizado por ser mercantilista. Es decir, el Estado escoge a los ganadores y perdedores.

Por ejemplo, una de las políticas más regresivas fue la manera en que por muchos años los Gobiernos latinoamericanos recurrieron a sus Bancos Centrales como fuente fácil de financiamiento, atizando altos niveles de inflación. Según datos de Steve Hanke, de la Universidad Johns Hopkins, en las últimas cuatro décadas han ocurrido siete episodios hiperinflacionarios en la región. La inflación es el impuesto más regresivo, ya que castiga a los pobres más que a ningún otro sector de la población. A diferencia de las clases altas y medias, que pueden protegerse de manera más efectiva a través de la posesión de activos o el cambio de sus ahorros a divisas, los pobres no tienen activos ni ahorros significativos. Afortunadamente, reformas en los últimos 15 años han traído estabilidad monetaria a América Latina (con las conocidas excepciones de Argentina y Venezuela): la mediana de inflación en el 2013 fue de apenas 3,9%.

El proteccionismo y las altas barreras de entrada a la competencia en diversos mercados han sido otra herramienta de privilegio. A pesar de los procesos de liberalización de las últimas dos décadas, la ausencia de competencia aún persiste en numerosos sectores agrícolas e industriales. Por lo general, la finalidad de estas trabas es la protección de vastos emporios corporativos a expensas de los consumidores. Muchas de las grandes fortunas latinoamericanas pueden trazarse a empresarios que han sido más exitosos en cosechar conexiones políticas que en ofrecer productos y servicios de calidad a un buen precio.

Pero es en la política regulatoria donde encontramos los mayores obstáculos para que los sectores de menos ingresos salgan adelante. En 1986, Hernando de Soto llamó la atención sobre el problema en su libro El Otro Sendero. En él, documentó los enormes costos burocráticos que enfrentaban las clases populares del Perú para emprender un negocio. Los ricos y, en cierta medida, la clase media pueden contratar abogados y contadores para sortear dicho viacrucis regulatorio, pero a los pobres no les queda otra que engrosar la economía informal.

El informe Haciendo Negocios del Banco Mundial ha revelado la extensión del problema: la nuestra es consistentemente la región del mundo que pone más obstáculos a la gente que quiere abrir una empresa. Once países latinoamericanos se encuentran por debajo del puesto 100 en el ranquin que reúne a 189 economías. Solo tres, Chile, Perú y Colombia, están en las primeras 50 posiciones. Esta realidad contrasta con los lugares que ostentan en dicho índice naciones desarrolladas como Nueva Zelanda (3), Suecia (14) o Canadá (19). No en vano, mi colega Johan Norbeg ha señalado que en los países desarrollados, si uno se quiere hacerse rico, se pone un negocio, mientras que en América Latina hay que ser rico para poder abrirse uno.

Según un estudio publicado el año pasado por la Organización Internacional del Trabajo (OIT), el 47,7% de los latinoamericanos que laboran en actividades no agrícolas trabajan en la economía paralela. La informalidad limita seriamente las perspectivas de desarrollo, al imponer una suerte de apartheid legal y económico a la gente que se encuentra en ella. Por ende, la capacidad de la región para reducir significativamente la brecha de ingresos enfrentará graves dificultades hasta el tanto casi uno de cada dos latinoamericanos esté empleado en el sector informal.

Como vemos, en América Latina la desigualdad es, en gran medida, un resultado injusto porque las reglas del juego nunca han sido justas. La solución no consiste en agrandar aún más unas burocracias nacionales elefantiásicas; sino en recortar las múltiples distorsiones estatales en la economía que perjudican a los que menos tienen. En eso, los liberales tenemos mucho que contribuir a la discusión.


Juan Carlos Hidalgo es analista de políticas públicas sobre América Latina en el Centro para la Libertad y Prosperidad Global del Cato Institute en Washington, DC.

sábado, 18 de janeiro de 2014

As duas Américas Latinas: a que funciona e a que patina... - Editorial Estadao

Eu já tinha postado o artigo original do Wall Street Journal aqui, mas sem comentários.
Este editorial serve de comentário, mas eu já vinha escrevendo sobre isso desde os últimos dez anos...
Paulo Roberto de Almeida

As duas Américas Latinas
Editorial O Estado de S.Paulo, 17/01/2014

A Aliança do Pacífico, bloco comercial formado por México, Colômbia, Peru e Chile, deverá ter neste ano um crescimento médio de 4,25%, com inflação baixa e forte investimento estrangeiro, conforme estimativa do Morgan Stanley. A mesma instituição financeira calcula que Brasil, Argentina e Venezuela, as três principais economias do Mercosul, terão expansão média de apenas 2,5% - e o Brasil crescerá modesto 1,9%. Tal perspectiva evidencia o crescente contraste entre a América Latina que optou pelo livre-comércio e a América Latina estatizante, protecionista e intervencionista.
Conforme notou The Wall Street Journal, essas diferenças permitem acompanhar, no mesmo continente e sob condições relativamente semelhantes, uma espécie de certame sobre qual modelo de desenvolvimento é o mais adequado, algo como um "experimento econômico controlado".
Ao longo da última década, parecia que o grupo dos brasileiros, argentinos e venezuelanos levaria a melhor, sob o impulso da alta dos preços das commodities e das boas condições macroeconômicas para conceder estímulos fiscais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a sugerir, em 2009, no auge da crise internacional, que "os países avançados deveriam caminhar para o novo modelo colocado pelos países emergentes". Em 2010, a economia brasileira não só conseguiu evitar a contaminação pela crise, como cresceu 7,5%, enquanto o mundo desenvolvido patinava.
Em pouco tempo, a fantasia desse triunfo se esfumou. Confiou-se excessivamente no crescimento chinês como motor da expansão das economias latino-americanas exportadoras de petróleo, minérios e soja, sem levar em conta a possibilidade de desaceleração da China e a consequente queda nos preços dessas commodities. O "modelo de sucesso" emergente inebriou incautos e adiou reformas necessárias que tornariam a economia menos dependente dos humores chineses.
Enquanto isso, países latino-americanos menos afeitos ao populismo optaram pelo livre mercado, aproximando-se dos Estados Unidos depois que a ideia da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) foi torpedeada, em 2005, pela aliança entre o petismo e o kirchnerismo - que queria fazer da hostilidade aos americanos o eixo da política comercial da região. Nos anos seguintes, a Aliança do Pacífico usufruiu da vantagem de ter acesso preferencial ao mercado americano. Já o Brasil enfrentou - e ainda enfrenta, sem se queixar - o inflexível protecionismo argentino, que distorce as relações comerciais no Mercosul.
Assim, enquanto Brasil, Argentina e Venezuela se atavam a compromissos ideológicos, o bloco do Pacífico se preparava para os novos tempos. O Chile, cuja dependência do comércio de cobre é conhecida, está se esforçando para diversificar as exportações. No caso do México, as vendas externas de manufaturados hoje representam 25% do total, enquanto no Brasil essa fatia ainda é de 4%.
É a comparação com a Argentina e a Venezuela, contudo, que torna as diferenças mais claras. Os venezuelanos, donos de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, enfrentam escassez crônica e inflação na casa dos 50% ao ano, como resultado dos delírios do "socialismo do século 21".
A Argentina, por sua vez, viu sua moeda perder 32% do valor em relação ao dólar no mercado oficial em 2013. A inflação, maquiada pelo governo, ronda os 30% anuais, mesmo com o controle de preços praticamente generalizado. O país convive com apagões diários, graças à falta de investimentos das empresas de energia, prejudicadas pelo represamento das tarifas.

Para o Journal, a atual conjuntura sugere que o Brasil está se tornando uma Argentina, a Argentina está virando uma Venezuela, e a Venezuela já é quase um Zimbábue. Pode ser um exagero, mas a comparação com a Aliança do Pacífico é, de fato, constrangedora. Como disse o ex-ministro da Fazenda peruano Pedro Pablo Kuczynski, "no fim das contas, os resultados dos dois diferentes blocos vão resolver o debate" sobre qual é o melhor modelo, "mas as más ideias levam muito tempo para morrer".

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Democracy deficit in emerging countries: the role of Brazil - an abridged version of an extended paper by Paulo Roberto de Almeida

Apenas o resumo de um trabalho bem mais amplo, que ainda vai ser publicado:

Democracy Deficit in Emerging Countries: Undemocratic trends in Latin America and the role of Brazil: a very short presentation”, Hartford, 12 October 2013, 3 p. Abridged version of the paper n. 2510, prepared for the Conference “Promoting Democracy: What Role for the Emerging Powers?”, organized by the Deutsches Institut für Entwicklungspolitik (DIE), the International Development Research Centre (IRDC), and the University of Ottawa (Ottawa, 15-16 October 2013).

Democracy Deficit in Emerging Countries:
Undemocratic trends in Latin America and the role of Brazil
(A very short presentation of the paper)

Paulo Roberto de Almeida
Ph.D. in Social Sciences, M.A. in Economic Development, Brazilian career diplomat; professor of International Political Economy at the University Center of Brasilia (Uniceub); currently Deputy Consul of Brazil in Hartford, CT-USA; Website: www.pralmeida.org.
Conference Promoting Democracy: What Role for the Emerging Powers?
(University of Ottawa, 15-16 October 2013)

            (... Intro...)
            My paper probably runs contrary sense to expected arguments, which the organizers perhaps would hope to be in favor of a stronger participation of emerging countries in the general movement towards higher degrees of democratization around the world. No, I do not buy this thesis, which would be a kind of late-Fukuyama optimistic view on the march of History: I do not think emerging countries are becoming more democratic, or pushing the world systems towards more democratic forms of governance, only because they have a stronger stake in the globalization process and in the economic interdependence, in general. For me, it all depends on the equilibrium of political forces at domestic level, and the type of ideologies and political doctrines that are at the core of hegemonic party that controls the State. States are an abstract notion to encompass the polity in its actual functioning. Government is a more concrete reality, because it arises from electoral choices – such as those being made in Brazil and India, for instance – or it derives from previous revolutionary process, and hold the monopoly of power – like in China, for example – or it simply is the result of powerful forces and movements which are capable of control the main leverages of political power: usually the levers of the main economic riches (like in Russia).
China and Russia are, palpably, the most visible undemocratic powers, both internally, against their own constituencies, and in multilateral organizations, where they act as restraints whenever the UN Security Council is discussing “responsibility to protect” initiatives against nasty dictators somewhere in the world. India and Brazil, for their side, arguably “big democratic emerging economies”, have not notably distinguished themselves as ardent and irreproachable defenders of democratic values and principles in their respective foreign policies; at national level, their low-quality democracy and large-scale, politically tolerated corrupt practices in domestic politics, offer no good examples for strengthening democracy in other countries.

That said, let me present how my paper was organized. I firstly have some considerations of a truly academic nature about the two types of democratic regimes; for one side, the ones that derive from the formal institutional organization, that is the classical tripartition of powers, which reveals a conception of democracy based mainly on its superstructure shape; and, at the other side, those which take ground on the democratic mores of the society, as arising, for example, from village level like in the old Anglo-Saxon approach, that was transplanted to the United States with the first colonizers. But we can leave that apart, because is only trivia for the academia.
After I make a very brief description of Brazilian path towards a low-quality democratic system, after many decades of oligarchic or military regimes. That’s no more Political Science, but just History, to put the current regime in the context of the many changes the Brazilian polity endured in the last half century. Next section is also context, but a current one: the rising of the so-called new Left in Latin America; some observers divide this persistent tribe of true believers in socialism in two bunches: the carnivore type, that is Bolivarians and the like; and the herbivorous Left, who was running some moderate distributive countries such as Chile, Uruguay and even Brazil. In fact, they are all committed with the defense of old Stalinists such as the Castro brothers in the last totalitarian dictatorship in Latin America, and they all take their political guidelines from the São Paulo Forum, a Cuban-ruled forum of Leftist and Stalinist parties that is firmly committed with the monopoly of power in those countries.
As for Brazil, the real picture is worse than the one publicized by international media, that is, a progressive out-of-the-people popular leader, the trade unionist Lula, who is preserving democracy and at the same time conducting the world’s greatest and most important income redistribution program, embodied in the Bolsa Familia, together with his phantasmagoric participative budget and other “social inclusive” measures.
In fact, it is not immediately visible, but it can be demonstrated, as I have done in my paper, that Lula and the PT government are, essentially, a neo-Bolshevik group, or an amalgam of various leftist and sectarian sects, who are substantially engaged in, and committed to, the monopolization of power in Brazil. They have conducted a very systematic work of submission of the two other independent powers: either by literally buying individual parliamentarians, or entire party ranks (and that is the origin of the worst corruption case in the history of Brazil, the Mensalão, or monthly allowances, in exchange of political alignment); or by nominating sympathetic judges to the Supreme Court: they are doing that since the beginning, but accelerating the trend with the final judgment of the case (after more than 8 years). They also try very hard to control the media, convening national media conferences, with the excuse of the “democratization of the press”, and have created many State-controlled agencies, which are submerged by party militants and fellow-travellers. There are thousands of them, everywhere.
Let’s not be duped: Brazil is not, of course, a undemocratic country, but it is very much a under-democratic polity, with plenty of privileges for the few, lots of pork-barrel in the parliament, and a corporatist state-of-mind, that serves pretty much the almost fascist-like manipulation of the governance by PT and its apparatchiks. Brazilian people, in general, love the State, they are always demanding more public services, they all want to become public officials, profiting from the high wages of the public sector – in average, six times more than the equivalent functions in the private sector – and they are unconscious accomplices in the overall dominance exerted by bureaucrats over the nation. The dirigisme, the hyper-centralization, and the State-induction of so many areas of the economy combines with the mandarins and the maharajahs in control of strategic levers of the State to lead Brazil to a situation of low savings, low investments, very low productivity gains, insufficient innovation, and, in consequence, mediocre growth and distorted development. The quality of public education is appalling, and, as in many other sectors, it is impossible to fix it, due to the resistance of trade union mafias which opposes any kind of meritocracy, and fight only for the most complete isonomy rules.
At the regional and international level, PT government has given support to the worst dictatorships in the world, beginning with Cuba and Venezuela, and going to China and others. It has also been a sympathetic ally of the many offenders of human rights everywhere. Their notion of diplomatic alliances is that Brazil has to be aligned with anti-hegemonic emerging powers, in their language “anti-imperialist” forces, which in the practice is a disguised word for plain anti-Americanism in every area.
That’s all. Many thanks...

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Abstract of the paper:

After an introductory discussion of the various meanings of democracy and its institutionalization in historical cases, the paper focuses on the case of Brazil in the regional context. After experiencing vigorous democratic dynamics, following the transition from military regime in mid-80s, Brazil seems to have witnessed a reversal of the previous democratic trend. Since the inauguration of Lula’s administration, in the early 2000s, the new elite of the Workers’ Party (PT) has aligned the government with the so-called Bolivarian countries in Latin America. In politics, the PT has revealed itself to be tolerant of the habits of the old oligarchies (clientelism, patrimonialism, corruption); economically, it has stimulated the old practices of Colbert, dirigisme, and displayed a preference for state-driven initiatives and controls (instead of autonomous agencies). Some analysts even raise the specter of corporate fascism, which is more evident in Bolivarian Venezuela; others suggest that a new unholy alliance is uniting Lula’s Brazil with its old and new best friends in Cuba, Venezuela, Bolivia, Ecuador, Nicaragua, and even Argentina (not forgetting some of their undemocratic cousins in other continents). Lula’s foreign policy confirmed a clear departure from Brazil’s traditional defense of human rights and democratic values, as reconstructed after the long undemocratic military interregnum by statesmen such as Fernando Henrique Cardoso. The PT’s South-South activism and infantile “anti-imperialism”, moreover, is directly at odds with, and opposed to, the more prudent orientation of professional diplomacy. Not only does it not reinforce democracy inside Brazil, but it also shows no determination to promote democracy abroad (a fact clearly revealed by votes on the UN Human Rights Commission, for instance). The weak democratic credentials of the new Gramscian nomenklatura currently in power in Brazil offer scant prospects for a vigorous promotion of democracy in most of South America. 
Paulo Roberto de Almeida
 [Hartford, October 12, 2013]