Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Resenha do livro do Ricupero publicada: OESP, 8/10/2017
Addendum intrometido: Programa Roda Viva com o Embaixador Ricupero, em 9/10/2017, neste link: https://www.youtube.com/watch?v=f7JGDD2POTo
Transcrevo o texto, já postado neste espaço, para melhor leitura dos interessados:
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Ricupero, on the move: programacao de lancamentos da Editora Versal
SÃO PAULO
4 de outubro, quarta-feira
Horário: 18h30
Palestra do autor e sessão de autógrafos.
Na FAAP, Centro de Convenções (Rua Alagoas, 903 – Higienópolis)
7 de outubro, sábado
Horário: 10h30
Palestra do autor e sessão de autógrafos.
Na JAPAN HOUSE São Paulo (Avenida Paulista, 52)
BRASÍLIA
[CANCELADO] [por enquanto; PRA]
Horário: 17h00
Palestra do autor e sessão de autógrafos.
No Palácio Itamaraty
Horário: 10h00
Sessão Especial na Comissão de Relações Exteriores.
Na Câmara dos Deputados
Palestra do autor seguida de debate com a participação do professor Estevão Chaves de Rezende Martins, do diplomata Paulo Roberto de Almeida, sob coordenação do prof. Antonio Carlos Lessa.
Na Universidade de Brasília (UNB) – Auditório do Instituto de Relações Internacionais
Na CNI – Confederação Nacional da Indústria (SBN Quadra 1, Bloco C, Ed. Roberto Simonsen)
RIO DE JANEIRO
18 de outubro
Horário: 19h00
Sessão de autógrafos.
Na Livraria Argumento Leblon (Rua Dias Ferreira, 417)
20 de outubro
Horário: 10h00
Palestra do autor seguida de debate com a participação dos diplomatas Celso Lafer e Marcos Azambuja.
Na Academia Brasileira de Letras (Av. Pres. Wilson, 203 – Centro)
Evento organizado em parceria com o CEBRI – Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
A diplomacia na construção do Brasil: 1750 – 2016, de Rubens Ricupero
A mais completa e atualizada história das relações do Brasil com o mundo. Testemunha e protagonista das últimas cinco décadas da diplomacia brasileira, Rubens Ricupero desvenda a trama de influências nacionais e internacionais desde 1750 até os dias de hoje e nos oferece um livro decisivo para a compreensão de nossa história – utilíssimo para estudiosos das ciências sociais em geral e indispensável para os que se dedicam às relações internacionais.
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sábado, 30 de setembro de 2017
Lancamentos Ricupero em SP: A Diplomacia na Construção do Brasil, 1750-2016
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Cesse tudo o que a musa antiga canta...: lancamento do livro de Ricupero em Brasilia anulado
O programa de lançamento era intenso, como revelado nesta minha postagem de alguns dias atrás:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/ricupero-livro-diplomacia-na-construcao.html
O último capítulo do livro, antes do Posfácio (datado de 27 de julho de 2017), termina da seguinte maneira:
Ao alcançar este meu Cabo da Boa Esperança, certamente me enganei em julgar terminado o livro, da mesma forma que se equivocou Diogo Cão, a tomar a foz do rio Zaire pelo fim da África. Ergueu mesmo assim seu marco, deixou outro corrigir-lhe o erro e seguiu avante, dizendo:
"A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus".
No caso do lançamento, eu nunca me tomei por Deus – impossível, até mesmo por ser um irreligioso igualmente imperfeito – mas o "por-fazer" era comigo mesmo, com marco ou sem marco, no caso, todos eles virtuais, nesta fase.
Havia até preparado o painel:
e o banner de lançamento do livro no Itamaraty:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/rubens-ricupero-e-construcao-do-brasil.html
O Centro de Estudos sobre as Relações Internacionais do Brasil Contemporâneo
<https://mailtrack.io/trace/link/645b08bb1a6eefabc8a730336c0451d65a92e810?url=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fribrasil&userId=949769&signature=e988d976afc773a1>,
laboratório do programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da
Universidade de Brasília, convida para a Mesa Redonda “A diplomacia na
construção do Brasil – 1750 – 2016”, a propósito do lançamento do livro de
autoria do Embaixador Rubens Ricupero. O evento terá lugar no dia 10 de
outubro de 2017, as partir das 17:30h, como se vê no Programa abaixo.
*PROGRAMA*
*14h 30 min – Abertura*
- Prof. José Flávio Sombra Saraiva, diretor do Instituto de Relações
Internacionais da Universidade de Brasília
*14h 40 min – Mesa Redonda*
- Embaixador Rubens Ricupero – A diplomacia na construção do Brasil
(1750 – 2016)
- Prof. Estevão Chaves de Rezende Martins, professor titular do
Departamento de História da Universidade de Brasília – Debatedor
- Ministro Paulo Roberto de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão (Ministério das
Relações Exteriores).
*Moderador*
- Prof. Antônio Carlos Lessa, professor do Instituto de Relações
Internacionais da Universidade de Brasília.
*Sessão de autógrafos do livro A diplomacia na construção do Brasil (1750 –
2016)*
O evento terá lugar no Auditório do Instituto de Relações Internacionais da
Universidade de Brasília (Campus Universitário Darcy Ribeiro – Asa Norte –
Brasília – DF), no dia 10/10/2017, das 14h 30 min às 16h 40 min.
e na CNI:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/cni-convida-para-o-lancamento-do-livro.html
Tudo cancelado, até nova oportunidade. Para os que não sabem, exatamente, porque os eventos foram cancelados, creio que estas duas postagens são suficientes:
Para não frustrar aqueles desejosos de conhecer o livro, transcrevo abaixo uma pequena resenha que elaborei em intenção da imprensa periódica:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/ricupero-livro-diplomacia-na-construcao.html
Bem, por enquanto, ficamos assim:
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram:
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram!
Cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor maior alto se alevanta!
Luis de Camões, Os Lusíadas, Canto I, estrofe 3
Pela transcrição:
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27 de setembro de 2017
Diplomacia lulopetista: a imagem do desastre - Editorial Gazeta do Povo
editorial Gazeta do Povo, 27/09/2017
A imagem do desastre
A diplomacia do PT destruiu uma tradição de equilíbrio, bom senso e excelência, perseguiu diplomatas não alinhados, abandonou interesses nacionais e apoiou regimes ditatoriais
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-imagem-do-desastre-8y9imwbxdmy5jup8isxg59ea1
O embaixador Rubens Ricupero, um dos mais destacados diplomatas
brasileiros, que ademais já foi ministro do Meio Ambiente e da Fazenda
nos anos 1990, está lançando um novo livro, que se soma a seu prolífico
legado como historiador e ensaísta. Na obra A diplomacia na construção do Brasil – 1750-2016,
Ricupero analisa o papel da diplomacia brasileira na consolidação das
fronteiras nacionais e na identidade da nação. Em entrevista à Folha de São Paulo,
nesta terça-feira (26), o diplomata deu um diagnóstico certeiro sobre a
atual imagem do país lá fora: “Ninguém quer sair na foto com o Brasil”.
Esse derretimento da imagem brasileira no exterior, à semelhança da
mais grave crise econômica da nossa história, é outra das heranças
malditas do governo do Partido dos Trabalhadores.
O embaixador Ricupero até tenta contemporizar, bem no tom do
diplomata experiente que é, elogiando algumas iniciativas do
ex-presidente Lula e do ex-chanceler Celso Amorim, que esteve à frente
do Itamaraty entre 2003 e 2010. Mas a verdade é que a diplomacia petista
obliterou o Ministério das Relações Exteriores e fez terra arrasada de
uma tradição de dois séculos de equilíbrio, bom senso e excelência,
perseguindo diplomatas não alinhados, aparelhando descaradamente a
máquina ministerial, abandonando interesses nacionais óbvios e apoiando
financeiramente regimes ditatoriais. O Itamaraty, que sempre se
orgulhara de fazer política de Estado, e não de governo, foi
praticamente posto de joelhos pela sanha ideológica de uma diplomacia
rasteira e nitidamente enviesada, estranha à vocação universalista do
Brasil. O Itamaraty foi posto de joelhos pela sanha ideológica de uma diplomacia rasteira e nitidamente enviesadaAinda mais, o avanço da operação Lava Jato e de suas ramificações nos Judiciários estrangeiros está revelando que muito desse processo se deveu não só à cegueira ideológica e ao autoritarismo tacanho, mas deu-se às custas da mais desbragada corrupção. Aqui como lá os companheiros só faziam lambuzar-se nos recursos sofridos do contribuinte brasileiro, notadamente pelo financiamento do BNDES a obras de interesse duvidoso no exterior. Isso só foi possível por uma operação de marketing pedestre, que contou com a vista grossa de muitos formadores de opinião e observadores desaviados: “Esse é o cara!”, declarava o ex-presidente Barack Obama sobre Lula em 2009, para a jactância dos petistas que, à época, convenientemente se esqueceram do seu antiamericanismo atávico.
Leia também: Diplomacia que se apequena (editorial de 27 de julho de 2014)
Que grande campanha publicitária foi essa, que não deixa nada a dever às maquinações do marqueteiro João Santana? Da mesma forma que o desempenho econômico brasileiro nos anos 2000 era vendido como mérito exclusivo do PT, enquanto se menosprezavam a bonança internacional do período e o legado positivo da estabilização econômica dos anos 1990, o protagonismo externo era creditado exclusivamente ao messianismo do “lulo-amorismo”, desconsiderando a inserção delicada e bem-sucedida do Brasil na ordem internacional, com a adesão a uma série de regimes, como o de não proliferação nuclear e os de direitos humanos, além do início de uma integração responsável com a América do Sul. Plantou-se a mentira estratégica, colheu-se a desmoralização quase completa.
Ricupero cita a importância do Brasil em matéria agrícola e ambiental. Mas nenhuma das posições em que a diplomacia brasileira ainda tem relevo é mérito dos delírios de grandeza da diplomacia “altiva e ativa” de Amorim. A imprescindibilidade do Brasil nas negociações comerciais agrícolas, por exemplo, é fruto do dinamismo e da eficiência do setor agrário, que remonta pelo menos à criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, em 1973. A centralidade nas discussões ambientais, por outro lado, deve-se ao fato de o país possuir a maior biodiversidade do mundo e uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, escolha política que antecede em muito o petismo. Mesmo as conquistas na proteção ao patrimônio natural da floresta Amazônica, que tanto se alardeia estarem em risco sob o governo de Michel Temer, começaram a degringolar ainda na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
O alto custo dessa trama macabra dos petistas no Itamaraty ainda será contabilizado por muito tempo. As dimensões do desastre são muitas e o próprio Ricupero reconheceu que “ninguém pode imaginar que o Itamaraty alavancará o Brasil se o país não acaba com a corrupção, não volta a crescer [e] não combate a miséria”. Mas não é só. Além de reformas de que o país precisa para retomar a estrada do crescimento sustentável e de punição exemplar, na forma da lei, para todos os corruptos que estenderam seus tentáculos sobre o Brasil desde 2003, será necessário garantir que nossa diplomacia seja resgatada – e ainda há diplomatas capacitados para tanto – e permaneça sempre como uma diplomacia de Estado. Não de governo, e muito menos dos companheiros.
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-imagem-do-desastre-8y9imwbxdmy5jup8isxg59ea1?utm_source=gazeta-do-povo&utm_medium=box-lista&utm_campaign=mais-quente-dia