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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 19 de julho de 2020

Sobre a Guerra Fria Econômica Trump-China - Paulo Almeida

Sobre a atual Guerra Fria Econômica (e tecnológica) de Trump contra a China, que alguns querem EUA vs. China, quando não deveria ser...

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: informação; finalidade: destinação]


Trump reforça sua ofensiva contra a China, com propósitos eleitorais, mas as medidas vão redundar em grave prejuízo para os EUA e para as empresas e consumidores americanos, como já amplamente demonstrado pelas salvaguardas abusivas e ilegais dos três anos passados.
A China consentiu com um acordo de compensações apresentado como uma vitória (tática) americana, quando é uma patente derrota estratégica.
Os EUA já entram derrotados nessa disputa, pois assumem uma postura claramente defensiva e de retaguarda.
Já perderam, agora e no futuro previsível.
Essa derrota se deve inteiramente à estupidez de Trump e de seus assessores imediatos.
Não há como não ficar estupefato com a passividade das classes dominantes, da complacência do establishment, da miopia dos supostos wisest and brightest, que não conseguem ver como os EUA estão cavando sua própria cova, ao rejeitar a necessária e lógica complementaridade entre as duas grandes economias.
Os EUA se isolam, recuam para uma fatal introversão, e ainda fazem pressão sobre parceiros dubitativos para que estes os sigam na burrice. Fazem chantagem em torno do caso da Huawei, mentem como já mentiram no caso do Iraque, e pretendem ser líderes a partir dessa postura defensiva e chantagista. Vão perder.
Parece incrível, mas os impérios mais poderosos podem ruir pela incompetência e estupidez de imperadores ineptos; os impérios romano e otomano são uma prova de que isso pode ocorrer pela má qualidade de suas elites. A Argentina e o próprio Império do Meio constituem provas adicionais da possível derrocada.
A China já venceu porque possui a estratégia correta, a da abertura para a globalização, a do livre comércio e a dos mercados abertos, com o Estado fazendo o seu papel na infraestrutura, no ambiente de negócios, no mercado de capitais, nos acordos internacionais.
A decadência da Grã-Bretanha pré-Thatcher deveria fornecer um claro exemplo sobre o quê NÃO fazer, mas parece que não aprenderam nada.
Quanto ao Brasil, não precisamos ir muito longe, pois temos aqui ao lado uma prova viva de como afundar um país.
O Brasil atual, com seu dirigentes estúpidos e subservientes a Trump — mais até do que aos EUA — pode ser o próximo exemplo de uma decadência made at home, autofabricada.
Que tristeza constatar isso...


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de julho de 2020

domingo, 23 de fevereiro de 2020

A batalha do 5G: entre os EUA e a China - Eliane Cantanhede (OESP)

Acho muito simplista apresentar essa questão do 5G como uma batalha pela dominação mundial entre os EUA (que estão atrasados nessa tecnologia, mas ainda são uma grande potência tecnológica) e a China (que já fez um avanço inacreditável na 5a revolução industrial).
Para mim, não vai haver batalha nenhuma, ou será como a "batalha de Itararé", aquela que não houve.
O que temos até aqui é os EUA atrasados nessa corrida tecnológica (inevitável e bem vinda), tentando  segurar nacos de mercado para si mesmos, mas sobretudo sua capacidade de penetrar sistemas de difusão de dados entre as novas ferramentas de comunicações e informações.
Essa acusação de que os chineses vão nos roubar "segredos de Estado" é risível, pois é o que mais os americanos fazem, contra inimigos e amigos...
O Brasil não deve se deixar pressionar pelos americanos, ainda que o presidente seja um fiel sabujo de Trump, junto com sua família e o chanceler acidental.
Temos de fazer uma análise isenta do que está em jogo, e entregar a decisão aos técnicos e economistas industriais, não aos políticos.
Paulo Roberto de Almeida

O controle do mundo

Recado dos EUA: opção pelo 5G chinês pode comprometer negociações na área de defesa

Eliane Cantanhede
O Estado de S. Paulo, 23/02/202

O Brasil está sofrendo pressões dos dois lados de uma guerra pós-contemporânea que tende a ter grande impacto na humanidade e tem nome curto, na verdade, uma sigla: 5G. Por trás desse avanço revolucionário há uma disputa entre Estados Unidos e China pela dominação do mundo no futuro.  
Parece exagero? Pode ser, mas os estrategistas dos países desenvolvidos se debruçam sobre o tema e o governo brasileiro, providencialmente cauteloso, criou um grupo de trabalho para analisar a questão sob os vários aspectos que ela abrange: financeiro, tecnológico, econômico e político, considerando a segurança de dados públicos, privados e individuais. Não é pouco. E não é fácil.  
Tanto os chineses pressionam o Brasil a favor do 5-G da Huawei, alegando preços menores e capacidade maior, quanto os americanos trabalham em sentido contrário, alertando para a “ameaça” que pode representar para a soberania nacional uma empresa estatal da China na área de dados.  
Em resumo, há temor de que a China, hoje segunda maior potência, possa usar o 5G para não só coletar, mas manipular dados de defesa, comunicações, energia elétrica, estradas, controle aéreo e florestas. Além de reunir o maior banco de dados de indivíduos do mundo. O governo chinês, que não é exatamente uma democracia, teria o controle de algo preciosíssimo nas disputas entre potências: informação. E, pior: poderia ter o controle remoto do funcionamento de todo o País. Com um botão, desligar uma hidrelétrica.  
Evidentemente, nenhum dos dois lados é santo e os Estados Unidos não estão preocupados em preservar dados e bases estratégicas brasileiros, mas sim sua própria hegemonia. Aliás, faz pouco tempo, uns cinco anos, que se descobriu que a NSA, agência de espionagem americana, grampeava a presidente Dilma Rousseff, 29 membros do governo e estatais, como a Petrobrás.  
Já que o presidente Jair Bolsonaro vai aos EUA em março, é bom lembrar que a diplomacia, a economia e a agricultura brasileiras têm recolocado no eixo as relações com a China, que haviam sido ameaçadas pelo presidente, mas a prioridade das prioridades é a parceria com os EUA, ou melhor, com o governo Donald Trump.  
Essa parceria vai bem, com pelo menos dez pontos prioritários. Trump lota aviões de brasileiros ilegais (que aumentaram entre 700% e 1000% em 2019) para despejá-los de volta, mas Bolsonaro lava as mãos e até estimula, considerando que esse é um problema menor. Quem arrisca que se vire. O importante é o interesse nacional.  
Brasil e EUA, que se unem a regimes como o da Hungria Polônia tendo como pretexto uma tal de “Aliança pela Liberdade Religiosa”, estão na verdade construindo um eixo internacional ideológico, de direita. E isso serve de liga para uma aproximação bilateral crescente em comércio, investimentos, energia, uso da Base de Alcântara (MA), pesquisa, tecnologia, cooperação em diferentes áreas, inclusive defesa, tão cara a Bolsonaro.  
E é precisamente aí, nesse pacote, que o governo americano tem mandado um recado nada sutil para o brasileiro: as negociações e acordos vão de vento em popa, mas uma eventual adesão do Brasil à tecnologia 5G da China terá consequências e poderá prejudicar a aproximação, principalmente na área de defesa.  
As guerras já foram com soldados em terra, passaram a ser por mísseis, resvalaram para uma fase nuclear e agora caminham para ser mais sofisticadas. A nova guerra é digital, pelo controle do mundo via dados. Não tem jeito: o 5G veio para ficar e, assim como todos os países, o Brasil vai ter que optar pelo modelo que melhor lhe convier, estrategicamente. Mas todo cuidado é pouco na hora de decidir. Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. 

sábado, 26 de outubro de 2019

A nova Guerra Fria Econômica e a previsível derrota dos EUA - Hudson Institute

O Hudson Institute é o mais próximo que se pode ter de think tank alinhado ao establishment político-intelectual dos EUA, e aqui eles analisam as "modestas vitórias" – na verdade uma batalha de retaguarda – que os EUA contabilizam contra o inevitável avanço da China em diversos quadrantes da geopolítica mundial.
Se os EUA continuarem tão inutilmente confrontacionais em relação à China, só se pode antecipar novas derrotas econômicas e tecnológicas da antiga futura potência hegemônica do século XXI, que está retrocedendo antes mesmo de terminar a segunda década do século.
Quanto à China, não vejo nenhum problema no que os imperialismos ocidentais sempre apontaram, uma vez que eles se dedicaram nos últimos cem anos, ou mais, a fazer exatamente o que fazem os chineses antes, com uma distinção, para o bem e para o mal: os ocidentais também chegavam com noções de direitos humanos, democracia, liberdade de expressão e coisas tais, o que os chineses ignoram solenemente, mas tampouco intentam exportar para outros o seu modelo autocrático de dominação política. O que lhe interessa é fazer negócios, ganhar dinheiro, explorar vantagens comerciais para se apropriar de segredos tecnológicos, enfim, fazer aquilo que todo capitalista que se respeita faz, ou seja, ganhar sempre que possível, ganhar bastante, ganhar exageradamente.
Não se trata de algo imoral, apenas de comportamentos amorais, desejo de ganho, o que todo ser humano exibe quando não pretende ser benemerente, desprendido, generoso, humano...
Paulo Roberto de Almeida
Poços de Caldas, 26 de outubro de 2019

Huawei advertising wraps the bell tower of the Kaiser Wilhelm memorial church in Berlin on March 28, 2019. The parish will use revenues from the advertising of Huawei for the restructuring of the building. (TOBIAS SCHWARZ/AFP/Getty Images)
The recent US-China trade deal, dubbed "tremendous" by President Trump, may only offer modest victories. In the deal, China offered to purchase massive amounts of agricultural commodities, refrain from currency manipulation, and offer the US better access to their financial services markets. But Beijing demurred on core issues like state subsidies and forced technology transfers, while offering vague assurances of intellectual property protections. Analysts remain skeptical that the October 11 accord marks a truce in the trade war.
In his latest briefing memo, Hudson fellow and former Department of Commerce assistant secretary Tom Duesterberg breaks down the latest on US-China trade, with an eye towards Europe's role in assuring Beijing's cooperation.
 
Go Deeper: Hudson Experts on China
 
US Secretary of State Mike Pompeo joined Hudson's podcast The Realignment to discuss how recent events have brought China’s influence over American culture and business into the mainstream consciousness.
 
Beijing's investments in 5G have paved the "digital road" of China's Belt-and-Road Infrastructure. In this briefing memo, Bill Schneider examines how 5G technology is the gateway to controlling the world's expanding infosphere.
 
 
This week, the Solomon Islands blocked an attempt by a Chinese company to lease a South Pacific Island with a deep-water port. Defense Secretary Mark Esper lauds it as "an important decision to reinforce sovereignty, transparency, and the rule of law."  
To learn why this decision has major ramifications for the US, read John Lee's recent report, "The Use of Aid to Counter China's 'Djibouti Strategy' in the South Pacific."
 
 
Hudson Institute
1201 Pennsylvania Avenue, N.W. Suite 400
Washington, DC 20004

quarta-feira, 26 de junho de 2019

A batalha do 5G: uma vertente da Guerra Fria Econômica? - Shanghai Daily

Huawei expects to retain lead position on 5G

Huawei expects to retain lead position on 5G
Zhu Shenshen / SHINE
Huawei remains 5G leading position and it calls for "technology back to technology," according to Ken Hu (second from right), the company’s deputy chairman.
Sanctions-hit Huawei Technologies will remain a leading player in the global 5G market, thanks to multiple-layer supply system and overseas expansion outside the United States, the tech giant said on Wednesday.
Huawei made a plea for “non-discriminatory treatment” from the authorities and governments worldwide, the company’s deputy chairman Ken Hu said in Shanghai. 
Huawei Technologies has secured 50 5G commercial contracts globally — two-thirds of the world's total. It has offered 150,000 5G base stations globally now, which is likely to touch 500,000 this year.
US put Huawei on a trade blacklist in May and has since put restrictions on American tech firms to offer chips and services to Huawei. 
“It won’t influence Huawei’s 5G leading position at all,” said Hu. “It’s a huge loss for carriers and consumers to enjoy 5G without Huawei’s devices and advanced technologies.”
Without Huawei, Europe’s 5G development will lag “at least two years," Hu added.
At the opening session of Mobile World Conference Shanghai, China’s biggest telecommunications event held annually in Shanghai, a senior government official also spoke against “technical bullying.”
“Unfair and technical bullying” still exists in the world. They are challenges to the healthy and sustainable development of 5G and the whole digital economy, said Liu Liehong, vice director of the Cyberspace Administration of China. 
JSC Kazakhtelecom, a telecom operator in Kazakhstan, said it’s “open to all vendors” on 5G construction. The country cares about technology and profitability than political reasons.
Huawei’s devices are used in over 30 countries, including Europe, the Middle East, Asia Pacific and Africa. China, as the world’s biggest mobile network, gave out commercial 5G licenses on June 6. Huawei expects new contracts from Chinese operators. 
Huawei has invested US$4 billion on 5G and it will keep increasing investment. It has established a multiple-layer supplier system for chip and software, and does not have to depend solely on US suppliers, said Hu.

domingo, 23 de junho de 2019

A Guerra Fria Econômica entre os EUA e a China se aprofunda - The Economist

Huawei Has Been Cut off From American Technology

The ban will be excruciating at best, and fatal at worst

America is no fan of Huawei. Its officials have spent months warning that the Chinese giant’s smartphones and networking gear could be Trojan horses for Chinese spies (something Huawei has repeatedly denied). They have threatened to withhold intelligence from any ally that allows the firm in. On May 15th they raised the stakes. President Donald Trump barred American firms from using telecoms equipment made by firms posing a “risk to national security”. His order named no names. But its target was plain.
For all the drama, the import ban hardly matters. Huawei has long been barred from America, in practice if not on paper. More significant was the announcement by the Commerce Department, on the same day, that it was adding Huawei to a list of firms with which American companies cannot do business without official permission. That amounts to a prohibition on exports of American technology to Huawei.
It is a seismic decision, for no technology firm is an island. Supply chains are highly specialised and globally connected. Cutting them off — “weaponising interdependence”, in the jargon — can cause serious disruption. When ZTE, another Chinese technology company, received the same treatment in 2018 for violating American sanctions on Iran, it was brought to the brink of ruin. It survived only because Mr Trump intervened, claiming it was a favour to Xi Jinping, China’s president.
Huawei matters more than ZTE. It is China’s biggest high-tech company, and is seen as a national champion. Its name translates roughly as “Chinese achievement”. Revenues of $105bn put it in the same league as Microsoft. Only Samsung, a South Korean firm, sells more smartphones. Huawei holds many crucial patents on superfast 5G mobile networks, and is the largest manufacturer of telecoms equipment. Were it to go under, the shock waves would rattle all of tech world.
By May 20th the impact of the ban was becoming clear. Google said it had stopped supplying the proprietary components of its Android mobile operating system to Huawei. A string of American chipmakers, including Intel, Qualcomm and Micron, have also ceased sales. Later that day the Commerce Department softened its line slightly, saying that firms could continue to supply Huawei for 90 days, but for existing products — for instance, with software updates for Huawei phones already in use. New sales, on which Huawei’s future revenue depends, remain banned.
Interdependence, of course, cuts both ways (see chart). Shares in American technology firms fell after the announcement, because Huawei is a big customer. Qorvo, which employs 8,600 people and makes wireless communication chips, derives 15% of its revenue from Huawei. Micron is in the memory business, of which Huawei is a big consumer. A report from the Information Technology & Innovation Foundation, a think-tank, also released on May 20th, guessed export controls could cost American firms up to $56bn in lost sales over five years.
Unlike Intel, Qualcomm or ZTE, Huawei is privately owned, so lacks listed shares whose price swing would hint at the extent of its distress — though the price of its listed bonds has dropped to 94 cents on the dollar. In public, the firm is staying calm. Ren Zhengfei, Huawei’s founder, said it would be “fine” without access to American technology. Huawei has spoken of activating a “Plan B” designed to keep it in business despite American sanctions. It has been stockpiling crucial components for months, and has made a conscious push to become less reliant on American technology over the past few years. Its phones in particular make extensive use of chips designed by HiSilicon, its in-house chipdesign unit.
Yet few analysts are as sanguine as Mr Ren. Three business areas in particular look vulnerable. Without Google’s co-operation, new Huawei phones will lack the latest versions of Android, and popular apps such as Gmail or Maps. That may not matter in China, where Google’s apps are forbidden. But it could be crippling in Europe, Huawei’s second-biggest market. Its telecoms business needs beefy server chips from Intel. The supply of software to manage those networks could dry up too. Huawei is developing replacements for all three, but they are far from ready.
Two questions will determine whether or not Huawei can weather the storm, says Dieter Ernst, a chip expert and China-watcher at the East-West Centre, a think-tank in Honolulu. The first concerns America’s motives. The timing of the ban, a few days after broader trade talks between China and America had broken down, was suggestive. On one reading, it is a tactical move designed to wring concessions from China. If so, it might prove short-lived, and Huawei’s stockpiles may tide it over.
Paul Triolo of Eurasia Group, a political-risk consultancy, is doubtful. Rather than a negotiating tactic, he sees the ban as “the logical end-game of the US campaign to take down Huawei”. A long-lasting ban would force the firm to look for alternative chips and software that Chinese suppliers would struggle to provide.
The second question concerns the reach of American power. The tangled nature of chip-industry supply chains, says Mr Ernst, means that many non-American companies make use of American parts or intellectual property. They may therefore consider themselves covered, wholly or partially, by the ban. Take Arm, a Britain-based firm whose technology powers chips in virtually every phone in the world, including those made by HiSilicon. Arm says that it will comply with the Commerce Department’s rules. That suggests that Arm will not grant Huawei new licences. It is unclear if Arm will offer support for existing licences, however. As Arm’s technology advances, Huawei risks being left behind.
Other non-American companies are as important. One industry insider with contacts in Taiwan says that American officials are pressing Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a big and cutting-edge chipmaker, to drop Huawei, which is its third-biggest customer. That would be a crushing blow, for Chinese chip factories are not up to the task of manufacturing HiSilicon’s sophisticated designs. TSMC’s only peer is Samsung — and South Korea is another of America’s allies. TSMC said on May 23rd that it would continue supplying Huawei for now.
Even if the optimists are right, and the ban is lifted in exchange for trade concessions, a return to business as usual seems unlikely. America has twice demonstrated a willingness to throttle big Chinese companies. Trust in American technology firms has been eroded, says Mr Triolo. China has already committed billions of dollars to efforts to boost its domestic capabilities in chipmaking and technology. For its rulers, America’s bans highlight the urgency of that policy. Catching up will not be easy, believes Mr Ernst, for chips and software are the most complicated products that humans make. But, he says, if you talk to people in China’s tech industry they all say the same thing: “We no longer have any other option.”

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Huawei: a guerra fria economica chega a tecnologia - The Economist

Huawei Has Been Cut off From American Technology

The ban will be excruciating at best, and fatal at worst

America is no fan of Huawei. Its officials have spent months warning that the Chinese giant’s smartphones and networking gear could be Trojan horses for Chinese spies (something Huawei has repeatedly denied). They have threatened to withhold intelligence from any ally that allows the firm in. On May 15th they raised the stakes. President Donald Trump barred American firms from using telecoms equipment made by firms posing a “risk to national security”. His order named no names. But its target was plain.
For all the drama, the import ban hardly matters. Huawei has long been barred from America, in practice if not on paper. More significant was the announcement by the Commerce Department, on the same day, that it was adding Huawei to a list of firms with which American companies cannot do business without official permission. That amounts to a prohibition on exports of American technology to Huawei.
It is a seismic decision, for no technology firm is an island. Supply chains are highly specialised and globally connected. Cutting them off — “weaponising interdependence”, in the jargon — can cause serious disruption. When ZTE, another Chinese technology company, received the same treatment in 2018 for violating American sanctions on Iran, it was brought to the brink of ruin. It survived only because Mr Trump intervened, claiming it was a favour to Xi Jinping, China’s president.
Huawei matters more than ZTE. It is China’s biggest high-tech company, and is seen as a national champion. Its name translates roughly as “Chinese achievement”. Revenues of $105bn put it in the same league as Microsoft. Only Samsung, a South Korean firm, sells more smartphones. Huawei holds many crucial patents on superfast 5G mobile networks, and is the largest manufacturer of telecoms equipment. Were it to go under, the shock waves would rattle all of tech world.
By May 20th the impact of the ban was becoming clear. Google said it had stopped supplying the proprietary components of its Android mobile operating system to Huawei. A string of American chipmakers, including Intel, Qualcomm and Micron, have also ceased sales. Later that day the Commerce Department softened its line slightly, saying that firms could continue to supply Huawei for 90 days, but for existing products — for instance, with software updates for Huawei phones already in use. New sales, on which Huawei’s future revenue depends, remain banned.
Interdependence, of course, cuts both ways (see chart). Shares in American technology firms fell after the announcement, because Huawei is a big customer. Qorvo, which employs 8,600 people and makes wireless communication chips, derives 15% of its revenue from Huawei. Micron is in the memory business, of which Huawei is a big consumer. A report from the Information Technology & Innovation Foundation, a think-tank, also released on May 20th, guessed export controls could cost American firms up to $56bn in lost sales over five years.
Unlike Intel, Qualcomm or ZTE, Huawei is privately owned, so lacks listed shares whose price swing would hint at the extent of its distress — though the price of its listed bonds has dropped to 94 cents on the dollar. In public, the firm is staying calm. Ren Zhengfei, Huawei’s founder, said it would be “fine” without access to American technology. Huawei has spoken of activating a “Plan B” designed to keep it in business despite American sanctions. It has been stockpiling crucial components for months, and has made a conscious push to become less reliant on American technology over the past few years. Its phones in particular make extensive use of chips designed by HiSilicon, its in-house chipdesign unit.
Yet few analysts are as sanguine as Mr Ren. Three business areas in particular look vulnerable. Without Google’s co-operation, new Huawei phones will lack the latest versions of Android, and popular apps such as Gmail or Maps. That may not matter in China, where Google’s apps are forbidden. But it could be crippling in Europe, Huawei’s second-biggest market. Its telecoms business needs beefy server chips from Intel. The supply of software to manage those networks could dry up too. Huawei is developing replacements for all three, but they are far from ready.
Two questions will determine whether or not Huawei can weather the storm, says Dieter Ernst, a chip expert and China-watcher at the East-West Centre, a think-tank in Honolulu. The first concerns America’s motives. The timing of the ban, a few days after broader trade talks between China and America had broken down, was suggestive. On one reading, it is a tactical move designed to wring concessions from China. If so, it might prove short-lived, and Huawei’s stockpiles may tide it over.
Paul Triolo of Eurasia Group, a political-risk consultancy, is doubtful. Rather than a negotiating tactic, he sees the ban as “the logical end-game of the US campaign to take down Huawei”. A long-lasting ban would force the firm to look for alternative chips and software that Chinese suppliers would struggle to provide.
The second question concerns the reach of American power. The tangled nature of chip-industry supply chains, says Mr Ernst, means that many non-American companies make use of American parts or intellectual property. They may therefore consider themselves covered, wholly or partially, by the ban. Take Arm, a Britain-based firm whose technology powers chips in virtually every phone in the world, including those made by HiSilicon. Arm says that it will comply with the Commerce Department’s rules. That suggests that Arm will not grant Huawei new licences. It is unclear if Arm will offer support for existing licences, however. As Arm’s technology advances, Huawei risks being left behind.
Other non-American companies are as important. One industry insider with contacts in Taiwan says that American officials are pressing Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a big and cutting-edge chipmaker, to drop Huawei, which is its third-biggest customer. That would be a crushing blow, for Chinese chip factories are not up to the task of manufacturing HiSilicon’s sophisticated designs. TSMC’s only peer is Samsung — and South Korea is another of America’s allies. TSMC said on May 23rd that it would continue supplying Huawei for now.
Even if the optimists are right, and the ban is lifted in exchange for trade concessions, a return to business as usual seems unlikely. America has twice demonstrated a willingness to throttle big Chinese companies. Trust in American technology firms has been eroded, says Mr Triolo. China has already committed billions of dollars to efforts to boost its domestic capabilities in chipmaking and technology. For its rulers, America’s bans highlight the urgency of that policy. Catching up will not be easy, believes Mr Ernst, for chips and software are the most complicated products that humans make. But, he says, if you talk to people in China’s tech industry they all say the same thing: “We no longer have any other option.”

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Mourão descarta veto à atuação da Huawei no Brasil

Vice-presidente diz que, apesar do alerta de Trump sobre a Huawei, a atuação da empresa no Brasil é importante para desenvolver o país tecnologicamente

Mourão descarta veto à atuação da Huawei no Brasil
‘Somos um país muito pouco integrado digitalmente’, disse Mourão (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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O vice-presidente Hamilton Mourão – que assumiu interinamente a presidência em decorrência da viagem de Jair Bolsonaro à Argentina – afirmou que o governo brasileiro não tem intenção de banir do país a empresa de tecnologia chinesa Huawei, alvo de um acirrado embate com os Estados Unidos por conta da liderança na tecnologia 5G, a quinta geração de internet móvel.
“Não, não. Aqui não. No nosso governo, não. O presidente não falou isso para mim em nenhum momento. Nós somos um país que precisa, somos um país muito pouco integrado digitalmente. Você sai daqui de Brasília, anda 50 km na estrada e não fala mais no telefone. Temos um marco de telecomunicações que é da década de 1990. Ele não atende mais. As operadoras têm que expandir a rede, mas elas são obrigadas a investir em telefonia fixa, orelhão. Tem que mudar o marco”, disse Mourão, em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, na última quinta-feira, 6.
Mourão confirmou que o presidente americano Donald Trump tocou no assunto durante a visita de Jair Bolsonaro aos EUA, em maio, alertando o presidente brasileiro sobre espionagem por parte da Huawei. Porém, o vice-presidente ressaltou que o Brasil não tem receio desse suposto intuito de espionagem e defendeu a necessidade de desenvolver o país tecnologicamente. 
Mourão lembrou que, em sua viagem à China, também em maio, conversou com o presidente da Huawei e destacou que a empresa precisa criar um ambiente de confiança.
“Disse para ele: ‘Olha, vocês têm que criar um ambiente de confiança na empresa. De modo que nenhum país que vá receber a empresa e a tecnologia que vocês vão instalar fique preocupado com que todos os dados que estarão no seu poder pertencerão também ao governo’. Esta é a discussão”, disse Mourão. 

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Trump vs China: a guerra Fria Econômica se transforma em guerra quente tecnológica

Minha opinião sobre o atual conflito econômico provocado pelo estúpido presidente americano contra a China, uma “trade war” que se converte em feroz guerra tecnológica, estimulada pelos paranoicos do Pentágono. 
O aprendiz de feiticeiro, “defensor da Civilização Ocidental” segundo um patético seguidor brasileiro, acelera assim a decadência da “civilização ocidental” liderada pelo Império americano, tudo em função da “lei das consequências involuntárias” e da ainda mais poderosa Lei de Murphy (aliás, ironicamente, inventada por um americano, assim como o Peter Principle, aquele que eleva um incompetente como Trump ao nível mais alto de sua própria incompetência).

Eu imaginava que a Guerra Fria Econômica se desenvolveria em etapas prolongadas numa série de frentes secundárias, com intermediários diversos, ou seja, uma espécie de protracted war combinada a proxy wars, como ocorreu ao longo de toda a Guerra Fria Geopolítica entre EUA e URSS.
Agora a Guerra Fria Econômica se converte repentinamente numa guerra aberta, suscitada não apenas pela estupidez econômica de Trump — o mais estúpido de todos os presidentes americanos —, mas também pela paranoia estratégica (outra estupidez) dos militares do Pentágono.
Isso vai representar um enorme atraso para o mundo, crescimento lento, perda de oportunidades para todos, mas também, contraditoriamente, um avanço inevitável em certas frentes, ainda que de forma fragmentada.
O mundo será menos global, menos “globalista” (contra o temor, portanto, dos antiglobalistas estúpidos, aliados idiotas de Trump), com menor dinâmica na integração global das economias.
Uma perda temporária, que será aproveitada pela China para deslocar ainda mais o Império americano.
Estaremos pior, em face da “autocracia chinesa”?
Não creio: a China não pretende exportar o seu modelo político autocrático, apenas os seus produtos e serviços, e lucrar muito com isso.
Algum dia, a China será uma democracia.
Idiotas como Trump apenas retardam essa evolução inevitável.
Paulo Roberto de Almeida
Curitiba, 29 de maio de 2019

El País, Madri – 28.5.2019
El problema no está en tu móvil Huawei, el problema se llama 5G
La quinta generación de telefonía móvil se ha convertido en el nuevo arma de destrucción masiva en la guerra declarada por Trump a China
Ramón Muñoz

El veto del Gobierno estadounidense, primero a las redes, y ahora a los móviles del fabricante asiático es una declaración de guerra que va mucho más allá de las hostilidades arancelarias. El anuncio de Google de que dejará de dar soporte a los smartphones de Huawei ha sido un golpe de efecto mundial. Millones de usuarios se levantaban el pasado lunes azorados al enterarse de que su móvil podía convertirse en un cascarón vacío porque Android, el sistema operativo con el que funcionan, ya no dispondría de actualizaciones del sistema de Google.
Siendo gravísimo el hecho de que una decisión gubernamental condene a la obsolescencia a millones de dispositivos, en realidad, es solo el primer aviso del volcán. La mayor erupción, la definitiva, está por venir bajo las siglas 5G. Esta tecnología no es solo un avance más. Gracias a la quinta generación del móvil funcionarán los coches autónomos, los robots industriales podrán procesar en tiempo real cualquier orden, lo que les convertirá en máquinas eficientes y casi humanas capaces no solo de sustituir a operarios de una fábrica sino a un cirujano en un quirófano para realizar una operación a distancia.

El inicio de la era de la invención

“El 5G marcará el comienzo de lo que llamamos la era de la invención. Es mucho más profundo que lo que vimos antes con el paso al 4G o cualquier avance anterior. Y no es una exageración. El 5G y la inteligencia artificial significarán miles de millones de elementos conectados, enormes cantidades de datos y todos ellos en la nube. Cambiará la forma de compartir archivos, las compras online o la reproducción de contenidos”, según dijo Cristiano Amon, presidente de Qualcomm en el Congreso Mundial del Móvil (MWC19) de Barcelona.
El 5G dará paso a la cuarta revolución industrial gracias a saltos de innovación, que supone una disrupción tecnológica total. Las conexiones 5G son 10 veces más rápidas (aunque en laboratorios se han alcanzado velocidades 250 veces más rápidas) que las 4G actuales. Gracias a esa inmediatez, se podrán ver contenidos en realidad virtual o en calidades inimaginables como la televisión en 8K.
En segundo lugar, multiplica por 100 el número de dispositivos conectados con el mismo número de antenas. Se resuelve así el problema de la cobertura en grandes aglomeraciones como estadios de fútbol y conciertos. Además, reduce también a una décima parte el consumo de batería de los dispositivos (alarmas, células o chips) lo que les da más autonomía para funcionar durante años.

Permitirá la conducción autónoma

No obstante, el mayor avance del 5G será la reducción de la latencia, el tiempo de respuesta que tarda un dispositivo en ejecutar una orden desde que se le manda la señal. Cuanto más baja, más rápida será la reacción del aparato que accionemos a distancia. El 5G reduce ese retardo a un milisegundo. Esa repuesta instantánea es la que permite que la conducción autónoma sea segura pero también que se dirija a distancia los sistemas de comunicación, seguridad o defensa. De ahí que Trump haya centrado toda su artillería en Huawei, porque domina la construcción de redes 5G.
Lo que subyace en el pulso tecnológico entre EE UU y China tiene que ver con la más honda preocupación estadounidense por una primacía china en la carrera militar y el 5G figura en el centro de esa inquietud. El Pentágono advierte de ello en un informe al Congreso, en el que destaca el desarrollo de firmas como Huawei y ZTE y señala que el esfuerzo de Pekín por “construir grandes grupos empresariales que logren un rápido dominio del mercado con un amplio abanico de tecnologías complementa directamente los esfuerzos de modernización del Ejército y trae consigo implicaciones militares serias”.

El control de los sistemas de comunicaciones y defensa

En un lenguaje mucho más crudo se expresaba el general retirado James L. Jones: “La tecnología 5G de Huawei es la versión siglo XXI del mitológico Caballo de Troya”, advertía en un documento de recomendaciones publicado el pasado febrero por el Atlantic Council, uno de los grandes laboratorios de ideas de Washington.
“Si China controla la infraestructura digital del siglo XXI —razonaba— explotará su posición para sus propósitos de seguridad nacional y tendrá una influencia coercitiva en EE UU y sus aliados, ya que estas redes procesarán todo tipo de datos, y China desde luego las usará para llevar a cabo espionaje”. Y agregó: “la expansión del 5G chino amenazará la interoperabilidad de la OTAN, ya que EE UU no podrá integrar su red 5G segura con ningún elemento de los sistemas chinos”.
El presidente estadounidense cree que Huawei puede instalar en las redes una capa oculta (lo que se conoce como puerta trasera) con la que el Gobierno chino controlará las comunicaciones de todo el mundo, incluyendo los EE UU. Huawei insistió una y otra vez esta semana en que esa acusación es falsa, y ofrece a cualquier autoridad el acceso a sus redes para que puedan comprobarlo por sí mismas.
Liderazgo en tecnología
En Europa, Huawei tiene una cuota de mercado del 35% que en España se dispara hasta el 60% en las redes de nueva generación. Más de 2.500 patentes relativas al 5G llevan su nombre, y tiene contratos con unos 40 operadores. Si estos, incluyendo los españoles (Telefónica, Vodafone y Orange), secundan el bloqueo a Huawei les sería imposible desplegar a tiempo una red 5G. De hecho, Europa ya va con retraso respecto a países como EE UU, Japón, China o Corea. Solo Nokia y Ericsson le hacen sombra, pero la tecnología y despliegue de la firma china es más avanzada y menos costosa.
“Nuestras tecnologías 5G van al menos dos años por delante y serán líderes mundiales durante mucho tiempo. Nuestras estaciones base de 5G se pueden instalar a mano. No hace falta torres ni grúas ni cortar carreteras para construirlas ya que tienen el tamaño de un maletín. Por eso, es precisamente el departamento de 5G el que ha sido objeto de los ataques de los EE UU”, dijo esta semana Zhengfei en declaraciones recogidas por medios chinos.
El fundador de Huawei, cuya biografía arranca como militar del Ejército Rojo, calmó a una audiencia enfervorecida, y les pidió que no recurrieran al nacionalismo ni al populismo en respuesta al bloqueo estadounidense.

Respuesta de China al desafío de Trump

China tiene muchas armas tecnológicas y comerciales en su arsenal para responder al desafío. La primera es que es el primer inversor mundial en innovación y su retirada de los países occidentales causaría daños considerables. También puede cortar el grifo de las exportaciones de los metales raros, imprescindibles para los teléfonos móviles. Pero sin duda, la más temible es que aplique los planes de contingencia que dice tener para esquivar el aislamiento estadounidense (el plan b del que habla Huawei) y desarrolle un sistema operativo que reemplace a Android, y acabe con el cuasimonopolio de Google, con una cuota de mercado del 85%.
El plan pasa por avanzar también en el desarrollo de sus propios chips de procesamiento y de memoria, rompiendo el cerco que le han impuesto los fabricantes como Intel, Qualcomm, Xilinx, Broadcom, Micron Technology y Western Digital, o la británica ARM. Los conglomerados industriales chinos como Huawei pasarían una larga travesía del desierto pero al final estarían en disposición de destronar a los gigantes norteamericanos como Google, Cisco, Microsoft o Qualcomm, cuyo dominio nadie discute ahora.
Está en juego algo más que la desilusión de millones de usuarios de Huawei. El 5G representará el 15% de las conexiones móviles globales en 2025, y cerca del 30% en mercados como China y Europa, y del 50% en EE UU, según la GSMA. En ese año, la cantidad de conexiones globales del Internet de las Cosas se triplicará hasta los 25.000 millones. Ahora toca decidir si quién controla esas redes inteligentes y maneja a distancia los dispositivos tendrá su despacho en Pekín o en Washington.

TRUMP, ENTRE LA GUERRA FRÍA Y EL ACUERDO COMERCIAL

El temor a que China controle las comunicaciones y los datos en el futuro es lo que convierte lo que parecía una guerra comercial en una liza trascendental en la industrial tecnológica y, en el fondo, en la génesis de una posible carrera armamentística. Es decir, que el problema no es el móvil, ni el 5G a secas, sino todo lo que Pekín pueda llegar a desarrollar con esa red más allá de los usos civiles. Por eso, Washington también se plantea vetar a la compañía china de video vigilancia Hikvision.
La tensión no nace con la Administración de Trump. Sin embargo ha sido esta, nutrida de halcones en materia comercial la que ha apretado las tuercas a Pekín de un modo que Barack Obama, pese a compartir el diagnóstico, no se atrevió.
Eso sí, se trata de una presión contradictoria, marca de la casa en el estilo negociador de Trump, que pese a la escalada de las últimos días pugna por sellar un gran acuerdo comercial con China.
Las proporciones de una guerra económica entre Estados Unidos y China son mayúsculas. El flujo comercial entre ambas potencias mueve unos 2.000 millones de dólares y el actual grado de interconexión entre producción, suministro y finanzas provoca que el pulso, en realidad, afecte a medio planeta. Para Washington, la complicidad de la Unión Europea y el resto aliados en la presión contra Pekín resulta básica, pero la respuesta es mucho más fría de lo que la Casa Blanca querría.

(Grato ao embaixador Pedro Luís Rodrigues, pelo provimento da informação)