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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sob neve pesada, na companhia de bons livros...

Tenho, em volta de minha cadeira de "trabalho" que não é a do escritório, mas uma confortável lazychair, na sala de TV, exatamente 31 livros (alguns para resenha, outros para consulta, mais alguns para escrever um trabalho).
Lá fora, está branco, e nem sei como está...
Tenho isto, no computador:

Hartford, CT (06103) Weather


Hourly Forecast

Updated: Feb 13, 2014, 11:45am EST
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5 pm

Light Rain / Freezing Rain / Wind
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6 pm

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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Comemorando o aniversario de casamento: Carmen Licia e Paulo Roberto

Nesta segunda-feira, 16 de Dezembro, Carmen Lícia e eu comemoramos nosso aniversário de casamento (nem vou dizer quantos anos, ou décadas), à nossa maneira, e num restaurante apreciado por ambos, um vero italiano, em Hartford, Casa Mia.
Três fotos tiradas por Carmen Licia, a caminho do restaurante, com neve nas ruas de acesso, e na mesa, já servidos, depois de uma entrada com queijo (ainda visível, mas já bem diminuído), duas entradas excelentes e depois os pratos principais: camarão para Carmen Lícia, scaloppina di vitello para mim. Claro, vinho italiano para regar o almoço.
Só faltou uma boa livraria para completar o dia, mas tivemos de fazer compras de Natal, no final do dia.
Salute.
Paulo Roberto de Almeida



quarta-feira, 27 de março de 2013

A Journey Inside the Whale: menu do O'Porto

Sem pretender vangloriar-me de nada, apenas de iniciativas gastronômicas, transcrevo aqui o menu do Restaurant O'Porto, de Hartford, tal como degustado no último domingo dia 24, por apenas duas pessoas (eu e Carmen Lícia), mas cercados de muitas outras, portugueses, brasileiros, americanos, etc.

Comecei com um apertivo, Mojito (que me pareceu muito pálido, mas o rum era bom), e camarões grelhados. Depois encomendei o vinho Borba do Alentejo, Visconde de Borba 2010, fresco e muito saboroso, o que nos permitiu acompanhar as Lulas Grelhadas, da Carmen Lícia, e eu um Bacalhau Lagareiro.
Terminei por uma salada de frutas, e café, sem licor, pois já havia tomado 3/4 da garrafa e ainda tinha de dirigir até o shopping...
Esqueci o valor exato, mas deu menos de 90 dólares, o que no Brasil seria impensável, suponho.
Saímos meio borrachos, o que não impediu uma simpática passante de registrar nossa foto na frente do restaurante.
Até a próxima (em Washington).

quinta-feira, 14 de março de 2013

A Journey Inside the Whale: with the genius of Mozart...

I. Allegro vivace
II. Andante cantabile
III. Allegretto
IV. Molto allegro

Estes são os quatro movimentos da Sinfonia n. 41 in C Major, K 551, dita "Júpiter", que Mozart compôs quando já estava na pior: atolado em dívidas, mulher doente, a única filhinha de seis meses morta pouco tempo antes, ele tampouco bem de saúde, mas ainda juntou forças para compor suas três últimas sinfonias,  esta a última, composta em Agosto de 1788; ele morreria 3 anos depois, na miséria.
Esta também foi a última das quatro peças que preencheram o programa The Genius of Mozart, no Bushnell Theatre, onde fomos assistir, eu e Carmen Lícia, a uma das últimas apresentações da Hartford Symphony Orchestra, da temporada de 2012-2013. Lá fora um frio de rachar (menos 6 graus Celsius), mas dentro um auditório acolhedor, simpático, bem próximo do palco, a ponto de seguir as expressões faciais mesmo do tambor lá no fundo.
Peça grandiosa, pela combinação de vários temas musicais num mesmo movimento, e a mobilização de quase todos os instrumentos de uma orquestra sinfônica.
Tinha começado com a Sinfonia n. 1, in E-flat Major, K. 16, que o jovem gênio compôs em 1765, com apenas 9 anos, portanto (ele nasceu em Salzburg, em 1756, e morreu em Viena, em 1791), em três movimentos, começando por um molto allegreo e terminando por um presto. Seguiu-se uma peça do ano de sua morte, o Concerto para clarineta e orquestra em A Major, K. 622, com o famoso clarinetista Curt Blood: 25 minutos de puro enlevo.
Após o intervalo, o maestro e violinista  Leonid Sigal (de origem russa) interpretou e dirigiu o Concerto n. 3 in G Major para violino e orquestra, K. 216, que Mozart compôs em 1775, junto com outros quatro concertos para violino, no auge de sua carreira.
Maestro e orquestra magníficos, primeira violina também excellente. Eu fiquei de olho nos "baixistas", com perdão da expressão, mas um era baixinho e pequeno, e ficava imaginando como é que ele faria, depois, para carregar seu imenso baixo para o carro. Imagino que deposite um no teatro e deixe o seu em casa, para encantar os vizinhos...
Mas o que mais me encantou, mesmo, foi a genialidade, versatilidade, profundidade e diversidade das músicas de Mozart, algo que não percebemos quando apenas ouvimos suas composições em áudio, e só atinamos quando estamos ao vivo, vendo a "agitação" de cada performer e os braços e a baguette do maestro. Simplesmente incrível a capacidade que tinha Mozart de combinar 4 ou 5 melodias simultâneas numa mesma composição.
Frio de arrancar rabo de cachorro ao sair, mas nenhum arrependimento pelo espetáculo. Tem também o espetáculo dos próprios americanos, com seus estilos variados em todas as ocasiões: só não tinha bermuda e chinelo de dedo porque devia estar realmente frio, mas tinha um pouco de tudo...
Pena que chegamos tarde para a programação anual, que incluiu um pouco de tudo. Mas fica assinatura reservada para a próxima saison...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 14 de março de 2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A journey Inside the Whale: explaining the title

Muitos leitores deste blog, pelo menos os mais atentos, ou os mais literários, digamos assim, podem ter questionado o título dado a alguns dos meus posts, os mais diretamente pessoais, sob a rubrica repetida já três vezes de
A Journey Inside the Whale

Posso explicar, mas a razão é puramente fortuita, ou alegórica, e não tem a intenção de reproduzir nenhuma grande obra literária, ou aventura pessoal.
Journey remete a aventura, périplo, caminho, andança, recorrido, percurso, itinerário, ou qualquer equivalente funcional ou conceitual. Ou seja, trata-se simplesmente de uma estada ou excursão.

A palavra remete a várias obras literárias, ou aventuras exóticas, a primeira das quais é o périplo cientifico do suíço-americano Louis Agassiz ao Brazil, a partir de Harvard, onde ele já ensinava. Seu livro foi publicado em Boston, no começo ou meados dos anos 1860 (e pode ser facilmente encontrável na internet, em versão digital), e nele ele relata sua estada de vários meses no Brasil, para pesquisas científicas. O naturalista, apesar de antidarwinista, é considerado um dos país do establishment cientítico americano, pela sua imensa capacidade de trabalho na classificação de espécies e de pesquisas de terreno, em várias áreas, inclusive geologia, mineralogia, botânica, zoologia e outras, destacando-se ainda sua correspondência e amizade com o imperador D. Pedro II, também um humanista interessado nas ciências naturais. A Journey to Brazil é uma descrição sincera de todas as suas andanças, inclusive o confronto com a escravidão e a falta de cultura literária (ou seja, ausência completa de livros), até hoje, aliás, em nosso país.

A segunda referência é ao romance realista de Louis-Ferdinand Céline, Voyage au Bout de la Nuit, um livro inovador para a época (1932), no qual ele relata todo o horror que tinha da Primeira Guerra Mundial, das experiências colonialistas na África e até na América fordista de Detroit, e seu capitalismo desenfreado. Em inglês, o romance se chama A Journey Inside the Night, e nesse título se pode tomar inspiração para qualquer reflexão sobre aventuras, jornadas, passeios e outros percursos que expressem a descrição de lugares e situações com intenções reflexivas e intelectuais. Obviamente, não existe nada que o conecte com o percurso ulterior desse grande autor, no sentido de se aproximar dos fascismos ambientes nos anos 1930 na Europa e de sua experiência colaboracionista, ou simpática, em relação ao regime de Vichy e ao próprio nazismo na França ocupada, postura que quase lhe rendeu uma condenação à morte na Libertação.

A terceira referência é ao livro de memórias e de críticas literárias de George Orwell, Inside the Whale, no qual ele relata suas andanças por Paris e Londres, na maior miséria, por sinal.
Pode-se também remetar à famosa frase do nacionalista cubano José Marti, que dizia conhecer  as "entranhas do monstro", ou seja, do Império, por ter vivido em New York, como exilado político da então dominação espanhola sobre sua ilha natal.

Nenhuma dessas referências é exclusiva, ou deve ser tomada em seu sentido próprio, uma vez que as palavras possuem existência própria e diversos significados. Eu juntei esses conceitos para descrever alguns aspectos de minhas andanças e reflexões no coração do império, embora não esteja bem no coração, e já não tenho certeza de que estou no império (não assumido, em todo caso).
Os EUA são, inquestionavelmente, o centro do mundo, para qualquer coisa que se possa imaginar, menos para a maldade absoluta (isso fica com a Coréia do Norte), para a desfaçatez autoritária (deixemos isso para a pobre Cuba), para a tristeza incomensurável e o sofrimento humano (creio que o recorde ainda pertence ao Congo ex-belga), ou para a mentira institucional (aqui a concorrência é forte, havendo vários latino-americanos na competição, mas talvez a China seja o melhor exemplo).

Os EUA são o império da inovação, da modernidade e, sobretudo, da liberdade, em todos os seus sentidos, inclusive aquele de carregar armas mortíferas que nas mãos dos malucos se convertem em instrumentos ocasionais de morte e sofrimento.
São também o império do pragmatismo, mesmo ao preço do charme e da non-chalance, que pertencem inquestionavelmente à Europa, bem mais rica culturalmente, mas mais difícil materialmente falando.
Enfim, estou no coração do império, pelos próximos três anos, e nele pretendo aproveitar todas as possibilidades de enriquecimento intelectual que aqui existem em tal abundância que não podem ser comparadas a qualquer outro continente ou país, mesmo a Europa e suas instituições seculares.
Vale a experiência, vale uma vida, vale um artigo, como este, modesto e sintético.
Vale!

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 10 de fevereiro de 2013