Review: novo MacBook Air de 11,6 polegadas
por Autor Convidado | 02/11/2010 às 22:48 61 Comentários
por César Moniz
Acho que posso me considerar um cara de sorte, pois tenho novamente a possibilidade de testar em primeira mão um dos últimos lançamentos da Apple, e segundo as más línguas (e talvez as boas também), um dos produtos mais cobiçados e desejados do momento: o novo MacBook Air de 11,6 polegadas.Na qualidade de usuário antigo do mundo Apple devo dizer que, ao longo dos anos, não perdi a minha empolgação ao comprar um produto novo da marca e finalmente poder abrir sua a caixa pela primeira vez. Isso se amplifica ainda mais quando o produto é novidade para todos.
Essa máquina é o meu 17º Macintosh, de acordo com meus cálculos, isso sem contar iPhones, iPods e outras maravilhas. Mesmo assim, pouco mudou: abrir a caixa do novo MacBook Air é um prazer que me remete ao dia em que comprei o meu primeiro — um iMac colorido, em 1998.
Apresentação
A embalagem não reserva muitas novidades pra quem já é usuário de produtos Apple. A única coisa que mudou, desta vez, foi o meio que a Apple encontrou de fornecer o disco de instalação do Mac OS X e do iLife: ela abandonou o DVD que vem tradicionalmente em suas máquinas (inclusive no próprio modelo anterior do MacBook Air) e adotou um dongle USB de 8GB contendo tudo o que se precisa pra fazer uma nova instalação do sistema operacional e programas adicionais.O lado bom disso é que, principalmente no caso do MacBook Air, não se faz mais necessário “emprestar” o leitor de DVD de alguma outra máquina ou utilizar um leitor USB externo. Além dessa grande vantagem, a nova ideia abriu espaço para a possibilidade de a Apple fazer a mesma coisa nas próximas gerações de softwares que lançar, afinal de contas o Air já está aí com sua positiva ausência de drive óptico, e já é sabido que essas mídias estão fadadas ao desaparecimento mesmo. Pra que continuar vendendo-as, então?
A máquina é bela e possui um conjunto extremamente robusto, proporcionado pelo processo produtivo conhecido como “unibody”. A maior diferença nesse âmbito é a tampa do Air, que é mais fina do que a de outros Macs portáteis. É realmente espantoso como a Apple conseguiu enxugar ainda mais na execução dessa máquina em relação ao Air de 13,3″ da geração passada, e isso eu gostaria de detalhar a seguir.
Tamanho e peso
A surpresa realmente fica reservada para o corpo da máquina em si, que é ridiculamente pequeno e leve. É difícil descrever em palavras o quanto essa máquina é portátil!Eu tinha a impressão de que o MacBook Pro de 13,3” era pequeno e o MacBook Air anterior de 13,3” era leve, mas agora a coisa ganhou uma dimensão que não dá pra explicar muito bem num review.
Se você já é um feliz proprietário de iPad, vai entender fácil o que eu quero dizer, pois o MacBook Air de 11,6” é muito próximo de um iPad em termos de dimensão e peso, sendo que seus milímetros e gramas extras em relação ao irmão que roda o iOS não são capazes de gerar um incômodo suficiente pra querer deixá-lo em casa.
No último final de semana eu fiz uma pequena viagem de 500km e, obviamente, levei meu novo brinquedo junto comigo. Ao colocar o pequeno prodígio na minha mochila, que tenho desde a época em que possuía um MacBook Pro de 17”, comecei a me dar conta do quanto essa máquina nasceu pra ser levada pra todo canto. Ela coube transversalmente onde o Pro de 17” ficava justo longitudinalmente!
Se já tinha espaço sobrando nessa bolsa ao transportar um MacBook Pro de 13,3”, agora ela ficou totalmente inviável! Como consequência terei que comprar uma bolsa nova, e o mais interessante é que não precisará ser um trambolho de mochila para laptop, pois o notebook cabe em qualquer bolsa de tamanho comum e não pesa mais do que um livro. Só é recomendável comprar uma luva protetora para que outros objetos não arranhem o Air caso entrem em contato com ele dentro da sacola.
Usando a máquina
Se a máquina é um sonho em termos de tamanho, a impressão ao usar não é muito diferente disso. Eu comprei o Air pensando em usá-la como máquina secundária. Tenho um iMac que uso para edição musical com Logic Studio e interface de áudio externa, e sempre gostei de ter uma segunda máquina pra poder levar pra onde eu quiser, usar no sofá, sacada ou na rua.Minha segunda máquina até então era um MacBook Pro de 13,3”, que passei pra minha namorada. A minha intenção era adquirir um iPad, mas confesso que a ausência de algumas coisas nele contiveram meu impulso de comprá-lo. Algumas pendências certamente serão sanadas na próxima geração da tablet, mas o MacBook Air estava lá bonitão e disponível pra se comprar, com tudo que um usuário de Mac precisa numa máquina. Decidi que não precisava esperar o iPad de segunda geração.
O MacBook Air de 11,6” em questão é um BTO (built to order), adquirido pela Apple Store Online alemã, com 128GB de SSD, 4GB de RAM e 1,4Ghz de processador Intel Core 2 Duo.
Mas por que configurar a máquina dessa maneira e não comprar a versão de entrada, com seus 64GB de SSD e 2GB de RAM? A resposta pra isso é simples: essa máquina não possui a qualidade dos irmãos mais velhos no que tange a upgrades. Ela é inflexível nesse sentido, não permitindo upgrades posteriores sem o uso de poderes sobrenaturais. Resolvi adquirir a máquina com mais RAM e mais SSD logo de cara pra não me arrepender depois, principalmente quando o Mac OS X 10.7 Lion estiver saltitando nas prateleiras das lojas de eletrônicos.
O upgrade de processador não me convenceu a ponto de valer os euros extras. Minha experiência com Macs diz que 200MHz de clock adicional não farão a máquina rodar nada mais rápido na vida real. Não sou um crédulo em números de teste de benchmark nesse sentido, pois na prática os ganhos são desprezíveis com uma diferença de velocidade de processador dessa magnitude. Caso você esteja com dinheiro sobrando e não quiser gastar em cervejas e bolovos, talvez deva cogitar o processador levemente mais veloz.
Até agora tenho instalados o pacote iLife parcialmente (sem GarageBand, iWeb e iDVD), sendo que o iTunes possui uma versão enxuta da minha biblioteca real, pois só tenho 10GB de conteúdo nela. O iPhoto está com meros 4GB de fotos. Fora o iLife resolvi adicionar o Office 2011, que recebi gratuitamente da Microsoft ao adquirir a versão anterior numa promoção local. Usei o Word para escrever este texto e devo dizer que estou gostando da combinação.
Neste exato momento, estão rodando simultaneamente Word, Skype, Windows Messenger 8, iChat, Safari com cinco abas abertas, iTunes e Mail. O desempenho não deixa nada a desejar em relação ao MacBook Pro que eu usava anteriormente. A máquina trabalha de maneira ágil, responsiva e com a temperatura sempre mais baixa do que as outras máquinas portáteis que eu já tive.
Acho que isso serve para dar uma impressão melhor do que recitar números de benchmark que pouco fazem sentido para quem os lê. Quem tem hoje um MacBook ou um MacBook Pro de 13,3” e tem como uso principal alguma dessas coisas que eu mencionei, não notará diferença significativa de desempenho.
Falando um pouco mais sobre temperatura do processador, ela não passou dos 40ºC no indicador do iStat nano por aqui, mesmo quando tinha todas essas coisas rodando ao mesmo tempo. É o primeiro notebook que eu tenho em anos que realmente dá pra chamar de laptop sem queimar a língua (ou as coxas, no caso!). Talvez essa temperatura oscile um pouco pra cima com vídeos do YouTube ou similares, mas eu não uso tanto essas coisas pra falar a verdade. Para isso prefiro meu Mac mini com Plex ligado na televisão. ;-)
A bateria dele, segundo meus testes iniciais, atinge facilmente a promessa de cinco horas de uso anunciadas pela Apple nos dados técnicos. Em uso normal, com luminosidade do display no quarto quadradinho, navegação wireless e uso misto, inclusive transferindo alguns arquivos de outras máquinas para ela via wireless, consegui usar por mais de cinco horas e ainda tinha cerca de 15% de carga pra torrar. Acredito que a eficiência térmica tenha muito a ver com o baixo consumo desse Mac.
A inicialização leva cerca de 15 segundos e voltar do modo sleep ao abrir a tampa é praticamente instantâneo. Segundo a Apple, a carga da bateria pode durar cerca de 30 dias em sleep, o que é realmente muito bom. Lembro que os Macs com PowerPC eram bem mais eficientes do que os Macs Intel nesse sentido, mas com o MacBook Air tudo isso virou história, pois a Apple desenvolveu um sleep extremamente eficiente para esse Mac.
Em termos de hardware, o MacBook Air de 11,6” perdeu alguns mimos do modelo maior, como o leitor de cartões SD. As outras diferenças ficam restritas ao processador e armazenamento, cuja oferta não é tão generosa quanto a do irmão maior (até 256GB de SSD no modelo de 13,3”, por exemplo).
Em relação ao Air da geração passada, ele não mais possui o teclado retroiluminado, o que pode ser algo negativo para alguns usuários. Quem viu a máquina desmontada nas páginas do iFixit entende facilmente o porquê dessas limitações, afinal Steve Jobs e seu time de engenharia ainda não conseguiram reverter algumas leis da Física, como a de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.
Enfim, esse é o preço a se pagar por um laptop extremamente delgado e leve, mas que ainda possui um tempo de uso de bateria digno de respeito, e que eu particularmente acredito que o compromisso seja válido.
Esta máquina também não possui receptor infravermelho para controle remoto e nem a luz pulsante do sleep. Pra ser sincero não senti falta de nenhuma dessas ausências, mas talvez alguns sintam. No fundo é uma questão de prioridade, que varia de usuário para usuário.
O display de 11,6” é brilhante e possui uma resolução muito boa, inclusive para os que gostam de ver filmes quando viajam. O fato de a tela ser menor que a de 13,3” dos MacBooks anteriores é parcialmente compensada pela resolução maior. A dimensão vertical reduzida pode ser compensada posicionando o Dock lateralmente na interface, algo que faz a janela de alguns aplicativos como o próprio Word ganhar espaço vertical precioso.
Outras coisas merecem menção honrosa por aqui são o novo trackpad de vidro, que finalmente chegou ao Air depois de muita espera, a adição de uma porta USB e a eliminação daquela portinhola lateral no MacBook Air antigo, que era feinha e pouco prática.
Apanhado geral, pontos positivos e negativos
O MacBook Air é um campeão, não tem como negar. O preço dele é arrebatador para quem pensava em comprar um Air mas não tinha coragem de gastar o que ele custava. Ele não é barato, mas nessa faixa de preços tem definitivamente muitos compradores potenciais, que se empolgarão com as boas qualidades que o pequeno MacBook Air de 11,6” oferece.Se eu havia comprado esse Mac pensando em um segundo computador, a cada uso fico mais convencido de que ele pode vir a se tornar o computador principal, deixando o iMac como a máquina secundária. [Se eu tenho um carro, deixo o caminhão só pra cargas mais pesadas, rá! Valeu, Steve!]
O desempenho realmente surpreende positivamente, principalmente para quem acredita que uma máquina pequena dessas e com um processador de menos de 2GHz não dará conta do recado.
Se eu tinha dúvidas e até estava disposto a aceitar um desempenho inferior ao do MacBook Pro de 13,3” em detrimento do tamanho e peso reduzidos, agora não tenho mais: ele dá e sobra para os mortais que usarão a máquina com iLife, internet, Office e talvez até algum outro software mais exigente.
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Pontos positivos:
| Pontos negativos:
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