A despeito de algumas reivindicações não exatamente nacionais, mas corporativas -- explicadas pela deterioração dos soldos e a penúria de recursos para equipamentos e treinos -- o manifesto traduz bastante bem o clima existente em largas frações da classe média (aliás dos próprios militares), que se iludiram, em 2003, com a chegada de um nacionalista de fachada ao poder, e continuaram a se iludir depois, com todas as bravatas nacionalisteiras, que muitos militares defendem.
Sem concordar com todos os pontos, vou transcrever aqui seu manifesto e relação de princípios e valores defendidos, pois me parecem dignos de conhecimento e ampla disseminação.
Tenho restrições, por exemplo, a estes dois pontos:
9) Rever a política de celebração de acordos comerciais externos, levando em conta exclusivamente a proteção dos interesses nacionais e abandonando qualquer viés ideológico.
PRA: Todos os países inteligentes celebram acordos comerciais (por definição externos), e os verdadeiramente inteligentes, como a China, por exemplo, não costumam exibir nenhum viés ideológico nessas negociações, apenas e tão somente seus interesses econômicos. Essa menção a "proteção" descamba facilmente para o protecionismo comercial, um elemento absolutamente nefasto, prejudicial e pouco inteligente de promover os interesses nacionais. Os militares sempre foram defensores do nacionalismo econômico, e conseguiram levar o país aos extremos da autarquia comercial, e aos extremos da burrice tecnológica (ao defender, por exemplo, a lei de informática). Já está na hora de aprender um pouco de economia...
10) Como Comandante Supremo da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, corrigir as aflitivas condições em que se encontra a Família Militar, em particular no que tange ao descompasso salarial , e combater as tentativas de desmoralizar as Forças Armadas, instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, destinadas à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
PRA: Essa reivindicação não tem nada de nacional, e é apenas corporativa, ainda que seja legítima. Mas não deveria fazer parte de um manifesto que se pretende nacional.
Não tenho preferências políticas eleitorais, como já disse várias vezes, mas defendo ideias e valores, como os militares e seus aliados civis.
As trincheiras da democracia, atualmente, são as urnas, e não mais os tanques e manobras militares.
Creio que eles começam bem, sobretudo porque se trata de educar politicamente ampla massa de votantes, ainda enganados pelos discursos mentirosos e fraudulentos dos companheiros mafiosos.
Vamos lutar o bom combate.
Eu não me filio a partidos ou a movimentos políticos, mas não deixo de assumir minhas responsabilidades de cidadão consciente quando há necessidade disso.
Este é o momento. Leiam, tomem posição.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 12/08/2014
2) Garantir que a vontade do povo, manifestada por ocasião do voto, seja rigorosamente obedecida, assegurando que os meios de votação estejam sempre acima de qualquer suspeita e que sua inviolabilidade seja certificada por meio de procedimentos cujos resultados sejam de domínio público.
3) Aperfeiçoar o sistema de programas sociais, transformando-os em um vetor de alavancagem social e evitando que se tornem simples indutores de ociosidade remunerada e/ou artifício aliciador de votos.
4) Restaurar o respeito aos princípios da ética, da moral e dos costumes sobre os quais foram fundados os valores, as tradições, a cultura e o senso comum de nosso povo.
5) Priorizar investimentos estatais em educação, saúde e segurança pública.
6) Dedicar-se à reforma do sistema prisional brasileiro voltada a dar aos detentos condições de contribuir para sua própria manutenção e recuperação social pelo trabalho e, nesse contexto, empenhar-se pela revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Código Penal Brasileiro, eliminando a impunibilidade absoluta dos menores de 18 (dezoito) anos.
7) Erradicar a propaganda político-ideológica oficial em todos os níveis escolares.
8) Respeitar e fazer respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal; instituir a transparência como norma fundamental da economia, proibindo todo e qualquer artifício contábil na prestação das contas públicas.
9) Rever a política de celebração de acordos comerciais externos, levando em conta exclusivamente a proteção dos interesses nacionais e abandonando qualquer viés ideológico.
10) Como Comandante Supremo da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, corrigir as aflitivas condições em que se encontra a Família Militar, em particular no que tange ao descompasso salarial , e combater as tentativas de desmoralizar as Forças Armadas, instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, destinadas à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Se estiver de acordo com esses conceitos, e entender a importância de usar o conjunto de nossos votos como instrumento de negociação democrática, convido-o a aderir a esse Movimento Nacional.
Para isso, basta clicar Aquí ou no botão “Inscrição” , e preencher os dados solicitados.
Tais dados serão mantidos em caráter de absoluta confidencialidade, mas permitirão, pelo volume e distribuição geográfica dos inscritos, aferir a força do movimento.
Uma vez inscrito, sua mais importante missão é obter a ampliação urgente de nossos quadros, difundindo esta convocação e buscando atrair para o Movimento o maior número possível de pessoas, a começar pelos membros de sua família que sejam eleitores.
José Gobbo Ferreira
Coordenador