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terça-feira, 1 de setembro de 2015

Livros esquecidos: Oliveira Lima sobre a America Iberica e a America Inglesa - livro de um seculo atras

Esquecido não é bem o caso, pois sob minha sugestão, e o empenho do meu colega Andre Heraclio do Rego, ele foi republicado pela Editora do Senado Federal, pouco tempo atras.
Mas não sabia que ele tinha sido publicado nos EUA também. Ele foi aliás escrito para o público americano, pois seu conteúdo foi preparado para as conferências que Oliveira Lima fez em universidades americanas na segunda década do século XX.
Paulo Roberto de Almeida

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Manoel De Oliveira Lima
Published by Forgotten Books, United States (2015)
ISBN 10: 133036760X ISBN 13: 9781330367605
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Item Description: Forgotten Books, United States, 2015. Paperback. Book Condition: New. 229 x 152 mm. Language: English Brand New Book ***** Print on Demand *****. Excerpt from The Evolution of Brazil Compared With That of Spanish and Anglo-Saxon America The six lectures included in the present volume were delivered at Leland Stanford Junior University in the autumn of 1912 by Dr. Oliveira Lima under the auspices of the Department of History. To those familiar with the recent contributions of Latin America and, more especially, Brazil, in the field of historical scholarship the distinguished author of these lectures needs no introduction; as historian, essayist and diplomat, he has won a commanding place in the intellectual activities of contemporary Brazil; as a tireless investigator and productive scholar, he has done much to raise the study of South American History to a dignity and importance it had never previously enjoyed. Manoel de Oliveira Lima was born in Pernambuco, Brazil, December 25, 1865. At the age of twenty he received the degree of Doctor of Philosophy and Letters at the University of Lisbon; two years later he embarked upon a diplomatic career of unusual fruitfulness. From 1892 to 1900 he was attache to the Brazilian embassies at Berlin, Washington and London. In 1901 he was appointed minister to Japan; from 1902 to 1913 he represented Brazil in a similar capacity in Peru, Venezuela, Sweden and Belgium, and on various occasions he was intrusted with important foreign missions. In 1913 he withdrew from the diplomatic service to devote his entire time to the prosecution of his historical studies. While acting as the representative of Brazil, Dr. Lima always interpreted his obligations with much latitude; his conception of the duties of a minister plenipotentiary differed widely from that of a conventional diplomatist. He refused to confine his talents and energies to the usual routine in which fixed conventions, meaningless etiquette and hampering restrictions play such a large part. He conceived it his mission to represent Brazil at her best or not at all. Whether in Tokyo or Brussels, in Caracas or Stockholm, he strove unceasingly to extend a wider and truer knowledge of Brazil; not only the Brazil of the present, with her astounding economic development, but also the Brazil of the past with her rich spiritual heritages, her fine traditions, her inspiring history and literature. In pursuance of this ambitious program he displayed an intellectual activity little short of prodigious. About the Publisher Forgotten Books publishes hundreds of thousands of rare and classic books. Find more at This book is a reproduction of an important historical work. Forgotten Books uses state-of-the-art technology to digitally reconstruct the work, preserving the original format whilst repairing imperfections present in the aged copy. In rare cases, an imperfection in the original, such as a blemish or missing page, may be replicated in our edition. We do, however, repair the vast majority of imperfections successfully; any imperfections that remain are intentionally left to preserve the state of such historical works. Bookseller Inventory # APC9781330367605

sábado, 31 de maio de 2014

O Barao do Rio Branco e Oliveira Lima: vidas paralelas - Paulo Roberto de Almeida

Reparei que um breve texto meramente comemorativo sobre o historiador e diplomata Manuel de Oliveira Lima, preparado pelo Itamaraty, conheceu um sucesso extraordinário ao ser postado neste blog, sendo acessado dezenas de vezes, o que me faz suspeitar que o personagem, o historiador, o diplomata Oliveira Lima ainda goza de certa notoriedade entre os estudantes universitários, ou simples curiosos.
Por isso vou postar aqui um grande texto que fiz sobre ele e suas relações sempre tempestuosas com Juca Paranhos, mais exatamente com o Barão do Rio Branco, preparado para um livro sobre os 100 anos da posse do Barão como chanceler brasileiro.
Transcrevo apenas o início desse meu texto, e depois remeto ao link onde ele pode ser descarregado em formato pdf.
Paulo Roberto de Almeida

O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima
Vidas paralelas, itinerários divergentes


Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais, mestre em Planejamento Econômico
Publicado in:
Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.).
Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil
(Brasília: Comissão Organizadora das Comemorações do Primeiro Centenário da Posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores, IPRI-Funag, 2002, ISBN: 85-87933-06-X, pp. 233-278).

“Rio Branco was the greatest combination
of scholar and statesman I ever knew.”
Carta de John Basset Moore (julho de 1944) a
Aluizio Napoleão in Rio-Branco e as relações entre o Brasil e os
Estados Unidos (Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, 1947), p. 8

Les délégués [syndicaux] abordent la question du programme économique et social:
“Mon général, comme nous l’avons déjà dit à l’un de vos prédécesseurs...”
Le secrétaire général des syndicats chrétiens ne va pas plus loin.
De Gaulle: “Le général de Gaulle n’a pas de prédécesseur.”
Temps d’arrêt dans la conversation.
De Gaulle: “Mais continuez, messieurs, je vous en prie...”
Jean-Raymond Tournoux: Secrets d’État (Paris: Plon, 1960), p. 351


O Barão do Rio Branco, antecipando-se historicamente ao General De Gaulle, tampouco teve predecessores. De resto, sua figura histórica paira sobre seus sucessores, quase como uma entidade mítica e, portanto, inatingível. Ele foi, em todo caso, único no panteão de nossas (raras) unanimidades nacionais, possuindo todas as condições de ombrear-se historicamente com Tiradentes, com…?
Bem, deixemos esse terreno comparativo com alguns dos “mitos fundadores” de nossa identidade nacional e vejamos um outro personagem, em carne e osso, que, toutes proportions gardées, poderia ter sido um êmulo intelectual e diplomático do Barão, não fosse pelo seu espírito provocador, suas imprudências e precipitações, sua “incontinência da pena”, justamente acusada por contemporâneos, sua vaidade (de certa forma legítima, em vista da importante obra realizada, desde muito jovem), seus repentes de sinceridade déroutante, quando não chocante, seu caráter, por fim, de “diplomata dissidente”, dentre algumas das características multifacéticas desse Dom Quixote Gordo que foi Manuel de Oliveira Lima, no dizer de Gilberto Freyre.
Este ensaio – inclusive pelo fato de ter sido preparado à distância dos arquivos do Barão, no Rio de Janeiro, e, inversamente, nas proximidades dos livros e papéis de Oliveira Lima, depositados na biblioteca que leva o seu nome, junto à Universidade Católica de Washington – deveria em verdade ter o título invertido, “Oliveira Lima e o Barão do Rio Branco”, e de certa forma é disso que se trata quando queremos, não comparar, mas “confrontar”, no bom sentido, um gigante como Rio Branco e qualquer outro personagem de nossa história política e diplomática do final do Império e do início do século XX. Vamos portanto descrever e analisar como essas duas vidas – essas duas inteligências – se cruzam e interagem, e como, do ponto de vista de Oliveira Lima, os resultados traduzem o mais notório sentimento de frustração, de fato uma sensação de trajetória interrompida, que perpassa e transcende as mais diferentes avaliações da vida e da obra do historiador pernambucano, de tão fugidia memória até um período ainda bem recente de nossa République des lettres.

Acesse o texto completo neste link: http://cl.ly/VpqC

sábado, 17 de maio de 2014

Oliveira Lima: um salto nas estatisticas de visita deste blog; o que houve com ele?

Por acaso repassando estatísticas de visitas a temas deste blog, deparei-me com esta coisa surpreendente: centenas de clicks em torno do nome do nosso diplomata-historiador de um século atrás.
Não sei a que se deve este interesse repentino...
Paulo Roberto de Almeida

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terça-feira, 25 de março de 2014

Oliveira Lima no Facebook do MRE

O texto abaixo foi retirado do Facebook do Itamaraty, em 25/03/2014: 

Esqueceram de mencionar este meu texto: 
“O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima: Vidas paralelas, itinerários divergentes”, in: Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.), Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil (Brasília: Comissão Organizadora das Comemorações do Primeiro Centenário da Posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores, IPRI-Funag, 2002, ISBN: 85-87933-06-X, p. 233-278); ensaio preparado para o Seminário “Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil” (Brasília, IRBr: 28-29.08.2002), no quadro das comemorações do Primeiro Centenário de Posse do Barão do Rio Branco como Ministro de Estado das Relações Exteriores.
Na revista Remate de Males (v. 24, 2004) também existe um texto meu sobre ele: 
Também reeditei e introduzi o livro de Oliveira Lima sobre os Estados Unidos: 
Nos Estados Unidos, Impressões políticas e sociais (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2009; 424 p.; p. 9-39).
Paulo Roberto de Almeida 

OLIVEIRA LIMA
Há 86 anos, em 24 de março de 1928, falecia, em Washington, o diplomata, historiador, bibliófilo e escritor brasileiro Manoel de Oliveira Lima.

Nascido no Recife no dia de Natal de 1867, Oliveira Lima mudou-se para Lisboa com a família aos seis anos de idade. Na capital portuguesa, demonstrou precoce vocação jornalística – fundou a revista Correio do Brasil aos quinze anos – e formou-se em Letras. Em 1890, ingressou no Serviço Exterior brasileiro como secretário da Legação do Brasil em Lisboa. Durante sua carreira diplomática, serviu ainda em Berlim, Washington, Londres, Tóquio, Caracas (onde negociou limites com a Venezuela) e Bruxelas (como Ministro Plenipotenciário).

Sua experiência diplomática, aliada à reflexão sobre as mudanças nas relações internacionais de então, levaram-no a criticar as diretrizes da inserção internacional do Brasil e a estrutura da carreira do Itamaraty chefiado pelo Barão do Rio Branco. Oliveira Lima se manifestou contra a virada americanista da política externa nacional, sobretudo o pan-americanismo “vistoso” de Joaquim Nabuco; participou da oposição ao Tratado de Petrópolis, que incorporou o Acre ao território nacional em 1903; e defendeu a neutralidade brasileira na Primeira Guerra. A divisão do serviço exterior em três carreiras – diplomática, consular e de secretaria – parecia-lhe anacrônica. Para ele, o diplomata ideal deveria ser capaz de “redigir uma nota num francês sem asneiras, formular uma informação, concisa e luminosa, à consulta urgente de um ministro de Estado, e explorar o mercado mais promissor e mais vantajoso para os nossos gêneros de exportação”.

O trânsito nos melhores arquivos da Europa e das Américas permitiu-lhe a construção de notável obra historiográfica, na qual se destaca D. João VI no Brasil (1908), considerada por Octavio Tarquínio de Souza “um dos maiores livros de nossa historiografia”. Seus escritos de viagem sobre os EUA, o Japão, a Argentina e a América Hispânica, mais do que fixar impressões sobre as sociedades que retratava, constituíam estudos sociológicos profundos, dos quais emergiam observações surpreendentes. Em No Japão (1903), por exemplo, previu acertadamente o resultado da guerra entre Japão e Rússia, que nem sequer havia começado.

É autor ainda de O Secretário d'El-Rei, peça teatral inspirada na vida de Alexandre de Gusmão, e de inúmeras conferências de divulgação da cultura brasileira.

Oliveira Lima aposentou-se do serviço diplomático em 1913, e é membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Seu túmulo no cemitério de Mount Olivet, em Washington, traz a inscrição “Aqui jaz um amigo dos livros”. A coleção Oliveira Lima, com mais de 40 mil itens, entre livros, obras de arte, recortes de jornal e cartas, foi doada à Universidade Católica da América.

Nas imagens, o óleo sobre tela de Carlos Chambelland “Retrato de Oliveira Lima lendo”, de 1913, e a caricatura e texto sobre Oliveira Lima na edição de 2 de julho de 1910 da revista Careta.

Para saber mais:

Baixe gratuitamente livro Oliveira Lima e as Relações Exteriores do Brasil, da diplomata Maria Theresa Diniz Forster: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product%2Fproduct&product_id=299&search=Oliveira+Lima&category_id=62

A coleção Pensamento Diplomático Brasileiro, também publicada pela Funag, tem um artigo sobre Oliveira Lima, escrito por Helder Gordim da Silveira. Baixe-o gratuitamente, em formato ePub, aqui:http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product%2Fproduct&product_id=507&search=Pensamento&category_id=62

A revista Remate de Males, do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, dedicou um número a Oliveira Lima:http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/remate/issue/view/192/showToc

Página da Oliveira Lima Library na The Catholic University of America:http://libraries.cua.edu/oliveiralima/index.cfm

Reportagem sobre a coleção Oliveira Lima publicada pelo Estadão em 2011:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,biblioteca-em-washington-recupera-legado-de-oliveira-lima,733914,0.htm

Crítica de Machado de Assis sobre peça “O Secretário d'El-Rei”:http://www.machadodeassis.ufsc.br/obras/criticas/CRITICA,%20Oliveira%20Lima%20-%20Secretario%20DEl-Rei,%201904.htm