Alguém acredita no Putin?
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta (5) que o Kremlin não tem planos para atacar a Otan, a aliança militar ocidental, a despeito do apoio que a organização tem fornecido à Ucrânia.
Em entrevista a jornalistas estrangeiros, porém, o líder manteve o roteiro adotado desde o começo do conflito com o vizinho e distribuiu ataques retóricos aos Estados Unidos e a outras potências do Ocidente.
Numa aparente estratégia morde eassopra, Putin afirmou que Moscou não tem "ambições imperiais" e que tampouco planeja expandir a guerra iniciada em fevereiro de 2022. Mas voltou a dizer que a Otan está envolvida de forma direta na Guerra da Ucrânia e reiterou que o envio de armas a Kiev representa um movimento "muito perigoso".
"Entregar armas numa zona de guerra é sempre ruim. Ainda mais se aqueles que o lázem não só entregam, mas também as controlam", disse Putin na entrevista de mais de três ho ras no principal fórum eco nômico anual da Rússia, em São Petersburgo.
"Se alguém acha que é possível enviar tais armas a uma zona de guerra para atacar o nosso território, então por que não temos o direito de fornecer armas do mesmo tipo para regiões do mundo onde possam ser usadas em ataques contra instalações sensíveis dos países que fazem isso com a Rússia?" acrescentou, em tom de ameaça.
A declaração foi direcionada à Alemanha, país integrante da Otan e que, na semana passada, decidiu junto com os EUA desafiar as ameaças nucleares de Putin e permitir o emprego de armas doadas a Kiev contra alvos na Rússia.
Os impactos da medida já são reglstradosnos campos de batalha. No domingo (2), as orças ucranianas destruíram pela primeira vez um sistema antiaéreo dentro do território vizinho usando um foguete americano.
Putin chamou de estúpidos os comentários que sugerem um ataque da Rússia à Otan como resposta. Mas, de forma ambígua, voltou a afirmar que Moscou pode acionar a sua doutrina nuclear se a segurança do país for ameaçada.