Costiguana parece o nome de um país imaginário de um dos romances de Joseph Conrad, estilo The Heart of Darkness ou algo parecido. Pois é: de vez em quando a realidade é superior à ficção. A RPDC, a verdadeira, se encarrega de desmentir os piores presságios e expectativas de qualquer romancista, de tão surrealista e bizarra que ela é.
Aposto como o Brasil não vai retirar o seu embaixador...
Para que, não é mesmo? A gente sempre confia na racionalidade dos companheiros dos companheiros (aposto, também, como tem acordo de cooperação interpartidária...).
Paulo Roberto de Almeida
Coreia do Norte pede a países que deixem embaixadas
VEJA.com, 5/04/2013
A Coreia do Norte instalou dois mísseis de alcance intermediário em lançadores móveis e os escondeu na Costa Leste do país, afirmou nesta sexta-feira a agência sul-coreana Yonhap, citando fontes militares. A informação dá força às especulações de que a Coreia do Norte está pronta para lançar um míssil. Segundo a BBC, diplomatas britânicos foram informados, pelo governo de Pyongyang, que sua segurança não poderá ser garantida após 10 de abril, no caso de um conflito — reforçando orientação anterior de desocupação de todas as embaixadas no país.
Na quinta-feira, a CNN divulgou imagens e conversas interceptadas que mostravam a movimentação da Coreia do Norte com o transporte de mísseis, lançadores e combustíveis para a Costa Leste. Em resposta, a Coreia do Sul deslocou nesta sexta-feira dois navios de guerra com capacidade para interceptar mísseis balísticos para sua costa. Segundo declarou um porta-voz do ministério da Defesa para a agência de notícias sul-coreana, os destroieres com 7.600 toneladas foram divididos entre a Costa Leste e a Oeste do país e estão equipados com o sistema de radar Aegis, capaz de detectar e destruir mísseis em sua trajetória.
Nesta semana, o regime comunista transportou dois mísseis do tipo Musudan para a Costa Leste, levando os EUA a enviar seu avançado sistema de defesa de mísseis à sua base de Guam, no Oceano Pacífico.
A Coreia do Sul e os Estados Unidos estão monitorando de perto a Costa Leste, onde estariam os mísseis Musudan, já instalados nos lançadores. Segundo a Yonhap, eles podem alcançar entre 3.000 e 4.000 quilômetros e seriam capazes de atingir a base americana de Guam. Contudo, o radar sul-coreano pode localizar milhares de alvos até 1.000 quilômetros de distância. “Se o Norte lançar um míssil, nós localizaremos sua trajetória”, disse uma autoridade do Exército sul-coreano.
Embaixadas
Nesta sexta-feira, a agência oficial de notícias da China, Xinhua, informou que a Coreia do Norte recomendou a todas as embaixadas estrangeiras que considerem a possibilidade de retirada de seu pessoal de Pyongyang. A informação foi confirmada pela Rússia e, logo depois, pela Grã-Bretanha — que, depois de ser avisada sobre o prazo de segurança, diz estar analisando “os próximos passos”.
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Embassies in North Korea told safety can't be assured
Source: AFP | Shanghai Daily, April 6,
2013
NORTH Korea yesterday warned foreign embassies in Pyongyang that it
was unable to guarantee their safety after April 10 and they should
consider evacuating their missions amid soaring nuclear tensions.
European
countries with embassies in Pyongyang, such as Britain and Russia,
reported receiving a warning advisory, as North Korea moved two
mid-range missiles to its east coast.
"Their communication said
that from April 10, the North Korean government would be unable to
guarantee the safety of embassies and international organizations in the
country in the event of conflict," a spokeswoman for Britain's Foreign
Office said yesterday. "Our understanding is that the North Koreans were
asking whether embassies are intending to leave, rather than advising
them to leave."
Britain was considering its next steps, she
said, while reminding North Korea of its responsibilities under the
Vienna Convention to protect diplomatic missions.
Russia also
received the missive. Foreign Minister Sergei Lavrov said Moscow was in
close contact with its partners, including China, over the suggestion.
"The
suggestion was made to all embassies in Pyongyang and we are trying to
clarify the situation," Russian news agencies quoted Lavrov as saying.
"We
are in close contact with our Chinese partners as well as the
Americans" and all participants in the frozen six-party talks process
seeking peace on the peninsula, he added.
He said there were "many factors" that needed clarification.
Denis
Samsonov, spokesman for the Russian embassy in Pyongyang, told Russian
news agencies that a representative of the North Korean foreign ministry
"suggested that the Russian side examine the question of evacuating the
employees of the Russian embassy."
He said the mission had
taken note of the information and was working normally. "We are
currently in the process of taking the decision," said Samsonov, adding
that the current situation in Pyongyang was "absolutely peaceful."
A
Russian foreign ministry source was quoted as saying by the Interfax
and RIA Novosti news agencies that the security of Russian citizens was
the priority in the taking of any decision.
"Unfortunately, the
situation (in the Korean Peninsula) is not developing in the way that we
would like. For us the security of our citizens is the priority," said
the unnamed source.
In Sofia, a foreign ministry spokesman said
North Korea had sent letters to Bulgaria and other EU countries telling
them to consider pulling their diplomatic staff from Pyongyang for
security reasons.
"Yes, we - along with other EU member states -
have received such a letter signed by a deputy foreign minister of the
Democratic People's Republic of Korea," Dimitar Yaprakov said.
He
said that all foreign ambassadors had been summoned by Pyongyang's
foreign ministry "telling them that it was ready to assist them if they
wanted to evacuate their missions."
"The chiefs of EU missions to Pyongyang are meeting tomorrow there to discuss a common position and common action," he added.
The
Czech foreign ministry also said that it had received the statement,
with spokesman Karel Srol "confirming the information" to reporters in
Prague.
"Each Czech embassy has a detailed plan of what to do in a crisis.
"If
the situation required such steps, they would be taken," Srol said,
confirming that the Czech embassy in Pyongyang has four employees.
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Addendum em 6/04/2013:
Diplomacia | 05/04/2013 14:09
Brasil avalia deixar Coreia do Norte depois de aviso de país
Coreia do Norte se ofereceu para ajudar na
retirada de diplomatas de todas as nações com representação no país.
Brasil avalia "oferta", mas mantém embaixada
São Paulo – A embaixada brasileira em Pyongyang foi comunicada hoje de que receberá ajuda logística do governo
norte-coreano
para que os diplomatas deixem o país. Os brasileiros têm até o dia 10
deste mês para decidir se abandonam a representação diplomática. A mesma
recomendação foi feita às 23 demais nações estrangeiras presentes na
Coreia do Norte, em um momento de escalada da tensão que aumenta os
temores de um possível conflito na península coreana.
Por enquanto, o Itamaraty anunciou que manterá a embaixada.
Apenas seis brasileiros vivem hoje na Coreia do Norte, segundo o
Ministério das Relações Exteriores:
o embaixador Roberto Colin, sua mulher e filho, um funcionário
administrativo, além da mulher e da filha do embaixador da Palestina,
que também são brasileiras.
A ação da Coreia do Norte se baseia na Convenção de Viena, que afirma
que países com embaixadas têm a obrigação de garantir a integridade dos
diplomatas e dos bens da representação no território.
O Itamaraty afirma que ainda vai avaliar a ajuda oferecida por Pyongyang.
Uma das possibilidades
seria transferir a embaixada temporariamente para Dandong, na China,
que fica a quatro horas por terra do território norte-coreano.
Os últimos dias têm sido de
intensas movimentações militares
no regime de Kim Jong-un, elevando o tom de representantes da Coreia do
Sul e dos Estados Unidos. Os EUA instalaram mísseis na base militar de
Guam, a mais próxima à Coreia.
A decisão de recomendar o esvaziamento das embaixadas aumenta a
impressão de que a Coreia do Norte se prepara para uma guerra, embora
analistas sempre tenham dificuldades para separar a realidade da
retórica quando se trata do fechado regime comunista.