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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Oliveira Lima: o meu "depoimento" sobre o historiador e sua obra - Paulo Roberto de Almeida

Tendo recebido algumas questões de jornalistas pernambucanos a propósito do lançamento do meu livro, com o André Heráclio do Rêgo, colega e igualmente estudioso de Oliveira Lima, respondi extensivamente às perguntas feitas, alguns trechos tendo sido aproveitados nas matérias transcritas na postagem anterior.
Paulo Roberto de Almeida 
Recife, 13 de dezembro de 2017
(59 anos do AI-5, em 1968)



Entrevista sobre Oliveira Lima: livro publicado pela CEPE

Paulo Roberto de Almeida

Questões:
1) Como surgiu a ideia de escrever o livro?
PRA: Há muito tempo que eu e meu colega de carreira André Heráclio do Rêgo, legítimo pernambucano, lemos e admiramos Oliveira Lima, em sua qualidade de maior historiador diplomático brasileiro, e um dos poucos, senão o último, a conhecer também (e profundamente) a história de Portugal, o que poucos brasileiros, mesmo acadêmicos, conhecem depois da conquista da independência. Essa característica, obviamente, ocorreu por circunstâncias fortuitas, devido ao fato de sua família, de origem portuguesa, ter retornado a Portugal em sua infância, o que resultou em sua educação basicamente portuguesa, ainda que bastante ligada ao Brasil. Tanto André quanto eu lemos muito Oliveira Lima e aprendemos a admirar seu estilo historiográfico, aliás revolucionário em sua época, pois que combinando os métodos próprios da história com uma análise sociológica do contexto econômico e social dos processos focados por ele (ligados muito à história diplomática, mas também o desenvolvimento social dos povos americanos), e com uma interpretação de cunho psicológico, como revelado em vários trabalhos, como em D. João VI no Brasil, por exemplo, mas em diversos outros textos também, até em artigos de jornal.
O livro surgiu de repente, ao aproximar-se a data dos 150 anos do nascimento de Oliveira Lima, mas não foi escrito rapidamente. Ele resultou de vários trabalhos preliminares que André Heráclio e eu vínhamos fazendo em torno das obras e do pensamento de Oliveira Lima ao longo dos anos. Ambos já tínhamos escrito trabalhos sobre diversas obras dele e para este livro, dedicado ao “historiador das Américas”, selecionamos trabalhos nossos que se ativessem a essa dimensão: André analisou as famosas conferências que Oliveira Lima, pouco antes de se afastar definitivamente do serviço diplomático, fez em visitas e conferências às universidades americanas, comparando o desenvolvimento da parte anglo-saxã do hemisfério com sua parte ibérica, ou hispano-americana, incluindo a brasileira. De minha parte focalizei a carreira do diplomata-historiador em paralelo com a do Barão do Rio Branco, destacando, em outro trabalho, suas crônicas sobre os Estados Unidos do final do século XIX, quando serviu em Washington nas presidências de McKinley. Um trabalho final fixou-se numa conferência feita nos EUA pelo primeiro embaixador brasileiro, Joaquim Nabuco, com quem Oliveira Lima tinha diferenças substanciais no modo de julgar o papel da grande nação no hemisfério e no mundo.

2) Por que o Barão de Rio Branco é um caso único na história da diplomacia?
PRA: Rio Branco, ou Paranhos Júnior, tornou-se uma figura maior da diplomacia brasileira por ter sido o diplomata que, dadas suas virtudes de grande historiador do passado, seu estudo de velhos mapas e manuscritos, soube, como poucos, negociar todas as fronteiras pendentes do Brasil, ao final do século XIX, tanto pela via das arbitragens acordadas bilateralmente, quanto por meio de negociações diretas. Mas essas foram circunstâncias excepcionais, ao ter a diplomacia brasileira o homem certo no momento certo, quando todos os países fronteiriços, na região platina ou nas profundezas da Amazônia, buscavam delimitar os seus limites ainda incertos. Antes, talvez tivesse sido prematuro, depois provavelmente esses casos pendentes teriam sido conduzidos pela via arbitral, com resultados incertos a cada vez, como por acaso ocorreu no caso da Guiana inglesa, quando o rei italiano concedeu à Grã-Bretanha mais território a que ela teria direito pelos documentos que o próprio Rio Branco preparou e repassou a Joaquim Nabuco, que era o defensor do Brasil neste caso arbitral.
Mas o pai do Barão, o Visconde do Rio Branco, foi um diplomata excepcional, talvez até mais bem preparado do que o filho, mas teve de ocupar-se dos conflitos nos quais o Brasil esteve envolvido na região do Prata, no Uruguai, contra Rosas, o ditador argentino, e depois a guerra do Paraguai, deslanchada pelo ditador paraguaio, Solano Lopez. Ademais de grande jornalistas – autor das Cartas do Amigo Ausente –, ele também foi um exímio parlamentar, retratado em crônica clássica de Machado de Assis.
O Barão, portanto, não é um caso único, mas ocorreu com ele essa coincidência extraordinária de ser o mais preparado dos homens – independentemente de ser apenas um cônsul, o que ele era até o caso de Palmas, ou das Missões, com a Argentina – para resolver difíceis pendências de fronteiras, que requeriam não só habilidade negociadoras mas também um conhecimento profundo da história e da cartografia coloniais.

3) Foi no discurso na Academia Pernambucana de Letras que Oliveira Lima recebeu o apelido de Dom Quixote Gordo?
PRA: Não creio, pois Gilberto Freyre chamou-o por esse carinhoso apelido em circunstâncias posteriores ao conhecimento travado reciprocamente por ambos, em Washington, nos anos 1920, uma vez que o livro do sociólogo da lusotropicologia foi elaborado muitos anos depois da morte de Oliveira Lima. Não conheço o discurso do historiador ao tomar posse na cadeira cujo patrono é o General Abreu e Lima, e o site da Academia Pernambucana de Letras não traz essa informação.

4) O Barão de Rio Branco era mais versado no trato diplomático do que Oliveira Lima?
PRA: Seus estilos eram bem diferentes, inclusive por formação familiar. Paranhos Júnior acompanhou o pai em missões no Prata desde muito jovem, quando Oliveira Lima estava ainda estudando em Lisboa, dada a diferença de mais de vinte anos entre ambos. Quando o pernambucano ingressa na carreira diplomática, no início da República, o cônsul Paranhos Jr. já servia desde longos anos no Consulado em Liverpool, e tinha uma convivência estreita com a nobreza do regime imperial, o que provavelmente explica seu maior tato diplomático do que Oliveira Lima, mais voltado para os trabalhos de pesquisa e escrita de seus brilhantes livros de história, desde o inicial sobre o desenvolvimento social de Pernambuco, o que lhe abriu, antes de Rio Branco, as portas da Academia Brasileira de Letras. Oliveira Lima se chocou com o próprio Rio Branco, com Joaquim Nabuco em diversas ocasiões, por motivos que não tinham exatamente a ver com a carreira diplomática, e provavelmente mais com ciúmes intelectuais e disputas políticas no âmbito da “república das letras”, mas também por diferenças de opinião quanto à política externa que melhor conviria ao Brasil.

5) Qual a grande importância de Oliveira Lima como historiador em relação ao Brasil?
PRA: À diferença de Varnhagen, que é considerado o patrono da historiografia brasileira, Oliveira Lima ultrapassou a simples pesquisa em arquivos, superou o mero recurso aos documentos, para fazer aquilo que no século XX ficou conhecido como história social total, tal como praticado pela Escola francesa dos Annales. Ele pode, aliás, ser considerado um precursor dessa análise abrangente, combinando fontes primárias, visão sociológica, percepções antropológicas e finas análises psicológicas. Suas obras históricas constituem, verdadeiramente, uma síntese abrangente dos processos históricos, não apenas pela sua formação na pesquisa histórica, mas também pelo exercício constante do jornalismo o que torna o seu estilo de escrita muito mais fascinante do que o vocabulário pouco atraente de Varnhagen. Em história do Brasil, ele foi o único a ter uma percepção mais ampla do mundo português, que marcou o Brasil durante boa parte do século XIX, até praticamente o início do século XX. De resto, ele foi o verdadeiro iniciador da história diplomática brasileira, mesmo se os predecessores também trataram dessa vertente, mas sem a sua visão global e metodologicamente diversificada.

6) Quais são as obras mais importantes de Oliveira Lima?
PRA: Depois de uma história de Pernambuco (1895), a coletânea de crônicas sobre os Estados Unidos (1899) impressiona pela visão de futuro da grande potência ainda nascente; ele também foi o primeiro a visualizar a ascensão do Japão a potência emergente (1903), mas no intervalo compôs o seu primeiro livro de história diplomática (O Reconhecimento do Império, 1901). Ele fez vários livros, muitos artigos, dezenas, senão centenas de textos para jornais e conferências, antes de consolidar sua fama como o maior historiador brasileiro da transição para a independência com Dom João VI no Brasil (1908). Seguiram suas palestras na Sorbonne, publicadas em francês sob o título de Formation Historique de la Nationalité Brésilienne (1911), obra verdadeiramente magnífica, ao lado das outras conferências pronunciadas nos Estados Unidos e que são igualmente clássicas, pelo comparatismo de grande densidade histórica: The evolution of Brazil compared with that of Spanish and Anglo-Saxon America (1912), publicadas dois anos depois no Rio de Janeiro: América Latina e América Inglesa: a evolução brasileira comparada com a Hispano-Americana e a Anglo-Americana. Sua história diplomática do Brasil se completa com O Movimento da Independência, 1821-1822 (1922), mas entre essas obras, e depois, existe uma pletora de trabalhos de grande valor histórico, sociológico ou jornalístico.

7) Como foi escrever a quatro mãos?
PRA: O livro não resultou de uma colaboração a dois, mas sim de uma assemblagem de escritos independentes, que por acaso combinavam pela metodologia adotada e por enfoques relativamente similares: ou seja, a obra sociológica de Oliveira Lima sobre temas americanos, ou hemisféricos. São três textos meus, e um de André Heráclio, que trata do conjunto de sua obra, mas basicamente de um de seus melhores livros, o que comparou a evolução respectiva das três grandes civilizações americanas.

8) Qual a história mais intrigante que você conta sobre a personalidade de Oliveira Lima?
PRA: Sobre seus entreveros com o Barão do Rio Branco, justamente, quando este já era ministro e pretendeu designá-lo para a legação em Lima, quando o Barão tinha de resolver o delicado problema do Acre, ao lado das pretensões do Peru de reivindicar boa parte da Amazônia boliviana e brasileira, mas Oliveira Lima resiste a ir para Lima, mesmo já designado oficialmente. Ao ficar sem posto no Rio de Janeiro, o historiador pernambucano começa a escrever artigos de jornal expressando sua opinião provocadora sobre a melhor maneira de orientar a política externa brasileira. Esse tipo de atitude desafiadora de Oliveira Lima degradou as relações entre ambos, ao que se agregou, logo adiante, desacordos ainda mais sérios com Joaquim Nabuco, a quem Lima criticava por sua postura muito simpática aos Estados Unidos, quando ele próprio já temia a atitude arrogante da potência imperial em formação. Em tudo isso, sobressai-se também a personalidade difícil de Dona Flora, que achava que seu marido é quem merecia ser designado chanceler de um dos muitos presidentes a quem Rio Branco serviu como ministro das Relações Exteriores.

9) Qual a principal divergência entre Rio Branco e Oliveira Lima?
PRA: Oliveira Lima se julgava merecedor de um bom posto na Europa, depois de ter servido no longínquo Japão, pois pretendia continuar suas pesquisas históricas nos arquivos das principais potências europeias. Rio Branco o queria na América do Sul, num momento extremamente importante para as negociações de fronteiras com os vizinhos. Como castigo, pelo fato de o historiador não ter aceito ir para Lima, Rio Branco ainda o designou para o México (tampouco aceito) e depois para Caracas, o que deve ter sido considerado uma punição para quem se julgava merecedor de coisas melhores.

10) Há um trecho em que vocês falam das frases ferinas, ironias e críticas indiretas ao ministro. Pode citar algo?
PRA: Quando designado para o Peru, Oliveira Lima teria repetido uma frase atribuída ao longevo secretário-geral do Itamaraty, o Visconde de Cabo Frio: “Peru, só na mesa, e para quem gosta”, e ele acrescentou: “E eu não gosto.” Outras frases ferinas foram pronunciadas no discurso de posse de Oliveira Lima na Academia Brasileira de Letras, em 1903, quando ele tinha sido escolhido na primeira turma, em 1896, à frente de Rio Branco, que teve de esperar a morte de um antecessor; frases ao estilo de saber “fazer história” e outras do mesmo tipo.

11) Em que pontos Oliveira Lima divergiu dos EUA a favor do Brasil?
PRA: Ao ter vivido em Washington na segunda metade da última década do século XIX, no momento da guerra hispano-americana e da projeção dos EUA sobre territórios no Caribe e no Pacífico (Cuba, Haiti, Porto Rico, Filipinas), Oliveira Lima viu de perto o poder imperial na sua fase do “grande porrete” em construção, o que seria consagrado no início do século XX, por Theodore Roosevelt. Assim, quando da reunião pan-americana no Rio de Janeiro, em 1906, ele assume uma postura muito crítica dos EUA, contra a atitude simpática, até benevolente de Joaquim Nabuco. Mas, realista, ele reconhecia no tremendo progresso econômico americano um exemplo a ser seguido pelo Brasil, mesmo criticando a terrível segregação racial ali praticada. Ou seja, ele pretendia o desenvolvimento material americano combinado à suposta integração racial no Brasil. Ele também soube reconhecer os progressos feitos pela Argentina, e deixou um livro inteiro sobre o país vizinho (1919). Nos anos 1920, ele desejava construir um tipo de pan-americanismo inteiramente respeitador das soberanias latino-americanas, numa fase em que os EUA ainda não tinha renunciado à sua política de intervenções.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12 de dezembro de 2017

Livro: Oliveira Lima: um historiador das Américas, Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo (Recife: CEPE, 2017, 175 p.; ISBN: 978-85-7858-561-7). Anunciado no Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/oliveira-lima-um-historiador-das.html).

Oliveira Lima: lancamento de livro no Recife - materias de imprensa

Cheguei há pouco ao Recife para este lançamento.
O Jornal do Commercio, a Folha de Pernambuco e o Diário de Pernambuco publicaram hoje (quarta-feira, 13.12) matérias sobre o livro  Oliveira Lima – Um historiador das Américas, de Paulo Roberto de Almeida e André Heráclio do Rêgo, que a Cepe lançará às 19h, no Instituto Arquelógico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), na Rua do Hospício. 




Saiu também uma pequena nota também na coluna do jornalista João Alberto, do Diário de Pernambuco.


Aqui acima a capa do livro, abaixo o sumário e a Apresentação.
Paulo Roberto de Almeida 
Recife, 13/12/2017
 Oliveira Lima: um historiador das Américas
Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo 
(Recife: CEPE, 2017, 175 p.; ISBN: 978-85-7858-561-7). 

Índice
  
    Apresentação: O maior historiador diplomático brasileiro
       Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo

    1. O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima: vidas paralelas itinerários divergentes
       Paulo Roberto de Almeida


    2. Oliveira Lima, intérprete das Américas
       André Heráclio do Rêgo

    3. O império americano em ascensão, visto por Oliveira Lima
       Paulo Roberto de Almeida   

Apêndice: O Brasil e os Estados Unidos antes e depois de Joaquim Nabuco
       Paulo Roberto de Almeida   
Notas aos capítulos
Sobre os autores

Apresentação
O maior historiador diplomático brasileiro

Paulo Roberto de Almeida
André Heráclio do Rêgo


O Itamaraty, nos anos finais do século XIX e iniciais do XX, congregava três personalidades cuja atuação se espraiava desde as lides diplomáticas até a área cultural.
A primeira delas, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o barão do Rio Branco, era, ademais do negociador e do chanceler que marcou época, historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Brasileira de Letras. O segundo, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, além de haver sido o paladino do pan-americanismo e nosso primeiro embaixador em Washington, já na idade madura, após uma juventude em que deixou sua marca na História do Brasil, ao dedicar-se à causa abolicionista, era também historiador e memorialista, considerado por Gilberto Freyre como um dos maiores estilistas da língua portuguesa.
Essas duas primeiras personalidades foram consagradas ainda em vida. Nabuco, desde a campanha abolicionista; Rio Branco, desde as questões de limites. Multidões acorreram aos respectivos enterros, o de Joaquim Nabuco no Recife, em 1910, o de Rio Branco no Rio de Janeiro, ao início de 1912, ocasião na qual inclusive o carnaval teve que ser adiado.
A terceira personalidade não teve consagração em vida, e ainda hoje não alcançou completamente nem a póstuma. Trata-se de Manuel de Oliveira Lima. Pernambucano como Nabuco, Oliveira Lima era bem mais jovem do que os outros dois. Além da diferença generacional, também não compartilhava com eles a formação nos cursos jurídicos de Olinda e de São Paulo. Ao contrário, graduou-se em Lisboa, no curso superior de Letras, tendo uma formação ‘profissional’ nas áreas de História e Literatura. Terá sido, pois, na sua época, o único grande historiador brasileiro que não foi autodidata. Também ao contrário de Nabuco e Rio Branco, foi republicano na juventude e na idade madura flertou com a monarquia.
Entrou no Itamaraty no princípio da última década do século XIX, numa época em que a situação política de Rio Branco e Nabuco não era das melhores. Paralelamente à carreira diplomática, logo se iniciou na escrita da História, tendo publicado ainda nesta década dois livros, que possibilitaram sua entrada na Academia Brasileira de Letras entre os 40 primeiros integrantes, ou seja, como membro fundador, glória que, se não pode ser comparada à de Nabuco, que além de fundador foi o idealizador da instituição, ao lado de Machado de Assis, foi bem superior à de Rio Branco, que teve de esperar a abertura de uma vaga para entrar no grêmio.
Oliveira Lima poderia ter sido um êmulo do barão do Rio Branco, nosso grande chanceler e modelo da diplomacia até hoje, se tivesse mais ‘diplomático’. Sua caracterização como ‘diplomata dissidente’ é adequada; em alguns casos terá sido também um “rebelde com causa”, que foi a de sua luta pelo desenvolvimento social, político e econômico e do Brasil, para ele espelhando, mas apenas parcialmente, os magníficos progressos da nação americana, em cuja capital ele trabalhou como jovem diplomata, mas já totalmente consciente das grandes diferenças que separavam o mundo anglo-saxão do errático universo ibero-americano que ele soube analisar tão bem numa fase já madura de sua vida.
Não sendo muito diplomático e não aceitando ficar à sombra do poderoso barão, voltou-se cada vez mais para os estudos históricos, contando para tanto com a ajuda do próprio chefe desafeto, que lhe propiciava longos períodos de inatividade diplomática. Graças a esses longos períodos em disponibilidade e às longas licenças que tirava – o que certamente não agradava à chefia superior, que paradoxalmente o punia com longos períodos em disponibilidade, teve tempo para pesquisar e escrever, erguendo uma obra historiográfica mais sistemática e consistente que as de Rio Branco e Nabuco. Nela, foi muitas vezes pioneiro e precursor: da história da vida privada, por exemplo, ao indicar a utilização de romances como fonte historiográfica; da utilização das obras de viajantes estrangeiros sobre o Brasil. Sua obra antecipou, de certa forma, os escritos de Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Raimundo Faoro e José Honório Rodrigues, entre outros. Se passarmos para o campo da patriotada, poderíamos dizer até que ele foi precursor de Norbert Elias e de Lucien Febvre, respectivamente nos conceitos de processo civilizatório e de instrumentos mentais, e até mesmo de Georges Duby, no que se refere à caracterização tripartite da sociedade. Além disso, Oliveira Lima foi pioneiro em estudos comparatistas, e era o historiador brasileiro que mais sabia da história de Portugal, dispondo para tanto de uma capacidade de síntese sem igual.
Ele, como Nabuco e Rio Branco, foi único e incontornável, mas a História lhe foi ingrata, algumas vezes por culpa sua, por ser corajosamente sincero, ao ponto de ser incômodo. Após um começo brilhante, sua vida profissional e intelectual passou a se caracterizar por um ressaibo amargo de incompletude e de frustração, no que se poderia considerar uma trajetória interrompida. Ao contrário de Rio Branco e de Nabuco, ao seu enterro não compareceram multidões, apenas a esposa, que compartilhava com ele o ‘exílio’ em Washington, e mais uns poucos.
Aos 150 anos de seu nascimento, no Recife, em dezembro de 1867, vale examinar alguns dos seus muitos escritos com o objetivo de constatar que ele foi, efetivamente um dos grandes, senão o maior dos historiadores diplomáticos brasileiros, pesquisador incansável dos arquivos, leitor das crônicas dos contemporâneos, colecionador de manuscritos, de livros e de obras de arte, leitor da literatura de cada época, dos jornais do momento e dos grandes historiadores do passado. Sua obra completa excede as possibilidades de um único estudioso e, talvez por isso, temos de nos contentar com uma Obra Seleta, e com vários outros trabalhos, reeditados de forma dispersa e errática, ao sabor do interesse de editores, de admiradores e de alguns poucos acadêmicos devotados ao estudo de uma imensa série de livros, resenhas, notas e artigos de revista e de jornais, que pode facilmente encher mais de uma estante de livros.
Sua biblioteca, depositada na Universidade Católica de Washington, oferece um testemunho de seu voraz interesse por toda a história das civilizações ocidentais desde os descobrimentos, com um grande foco no hemisfério americano, daí o título desta coletânea por dois estudiosos e admiradores de sua obra, que é especialmente relevante no plano pessoal, não apenas pela mesma condição profissional, a de diplomatas de carreira, mas igualmente pelo que ela oferece como interpretação significativa, e ainda válida, a despeito da passagem de um século, sobre o desenvolvimento comparado dos povos das Américas. Oliveira Lima não foi apenas historiador, mas também sociólogo, cientista político, fino psicólogo dos personagens estudados – como D. João VI, por exemplo – e também uma espécie de antropólogo cultural, como tal inspirador de uma outra rica obra construída pelo conterrâneo Gilberto Freyre, que com ele conviveu em sua fase iniciante e já na fase madura e derradeira do grande historiador pernambucano.
Os trabalhos aqui coletados não podem representar a justa homenagem que lhe é devida no 150o aniversário de seu nascimento, mas eles representam, ainda assim, um testemunho de apreço, nos planos sociológico e historiográfico, pelo valor intelectual da produção ímpar do historiador e diplomata Oliveira Lima. Não temos nenhuma dúvida de que nos próximos 150 anos essa obra continuará a ser lida e a servir de inspiração a novos historiadores e sociólogos das civilizações do hemisfério americano.

Brasília, novembro de 2017

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Livro sobre Oliveira Lima, de Paulo Roberto de Almeida e Andre Heraclio do Rego - IAHG-PE, Recife, 13/12, 19hs


Oliveira Lima: um historiador das Américas
Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo 
(Recife: CEPE, 2017, 175 p.; ISBN: 978-85-7858-561-7). 

Índice
  
    Apresentação: O maior historiador diplomático brasileiro
       Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo

    1. O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima: vidas paralelas itinerários divergentes
       Paulo Roberto de Almeida


    2. Oliveira Lima, intérprete das Américas
       André Heráclio do Rêgo

    3. O império americano em ascensão, visto por Oliveira Lima
       Paulo Roberto de Almeida   

Apêndice: O Brasil e os Estados Unidos antes e depois de Joaquim Nabuco
       Paulo Roberto de Almeida   
Notas aos capítulos
Sobre os autores

Apresentação
O maior historiador diplomático brasileiro

Paulo Roberto de Almeida
André Heráclio do Rêgo


O Itamaraty, nos anos finais do século XIX e iniciais do XX, congregava três personalidades cuja atuação se espraiava desde as lides diplomáticas até a área cultural.
A primeira delas, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o barão do Rio Branco, era, ademais do negociador e do chanceler que marcou época, historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Brasileira de Letras. O segundo, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, além de haver sido o paladino do pan-americanismo e nosso primeiro embaixador em Washington, já na idade madura, após uma juventude em que deixou sua marca na História do Brasil, ao dedicar-se à causa abolicionista, era também historiador e memorialista, considerado por Gilberto Freyre como um dos maiores estilistas da língua portuguesa.
Essas duas primeiras personalidades foram consagradas ainda em vida. Nabuco, desde a campanha abolicionista; Rio Branco, desde as questões de limites. Multidões acorreram aos respectivos enterros, o de Joaquim Nabuco no Recife, em 1910, o de Rio Branco no Rio de Janeiro, ao início de 1912, ocasião na qual inclusive o carnaval teve que ser adiado.
A terceira personalidade não teve consagração em vida, e ainda hoje não alcançou completamente nem a póstuma. Trata-se de Manuel de Oliveira Lima. Pernambucano como Nabuco, Oliveira Lima era bem mais jovem do que os outros dois. Além da diferença generacional, também não compartilhava com eles a formação nos cursos jurídicos de Olinda e de São Paulo. Ao contrário, graduou-se em Lisboa, no curso superior de Letras, tendo uma formação ‘profissional’ nas áreas de História e Literatura. Terá sido, pois, na sua época, o único grande historiador brasileiro que não foi autodidata. Também ao contrário de Nabuco e Rio Branco, foi republicano na juventude e na idade madura flertou com a monarquia.
Entrou no Itamaraty no princípio da última década do século XIX, numa época em que a situação política de Rio Branco e Nabuco não era das melhores. Paralelamente à carreira diplomática, logo se iniciou na escrita da História, tendo publicado ainda nesta década dois livros, que possibilitaram sua entrada na Academia Brasileira de Letras entre os 40 primeiros integrantes, ou seja, como membro fundador, glória que, se não pode ser comparada à de Nabuco, que além de fundador foi o idealizador da instituição, ao lado de Machado de Assis, foi bem superior à de Rio Branco, que teve de esperar a abertura de uma vaga para entrar no grêmio.
Oliveira Lima poderia ter sido um êmulo do barão do Rio Branco, nosso grande chanceler e modelo da diplomacia até hoje, se tivesse mais ‘diplomático’. Sua caracterização como ‘diplomata dissidente’ é adequada; em alguns casos terá sido também um “rebelde com causa”, que foi a de sua luta pelo desenvolvimento social, político e econômico e do Brasil, para ele espelhando, mas apenas parcialmente, os magníficos progressos da nação americana, em cuja capital ele trabalhou como jovem diplomata, mas já totalmente consciente das grandes diferenças que separavam o mundo anglo-saxão do errático universo ibero-americano que ele soube analisar tão bem numa fase já madura de sua vida.
Não sendo muito diplomático e não aceitando ficar à sombra do poderoso barão, voltou-se cada vez mais para os estudos históricos, contando para tanto com a ajuda do próprio chefe desafeto, que lhe propiciava longos períodos de inatividade diplomática. Graças a esses longos períodos em disponibilidade e às longas licenças que tirava – o que certamente não agradava à chefia superior, que paradoxalmente o punia com longos períodos em disponibilidade, teve tempo para pesquisar e escrever, erguendo uma obra historiográfica mais sistemática e consistente que as de Rio Branco e Nabuco. Nela, foi muitas vezes pioneiro e precursor: da história da vida privada, por exemplo, ao indicar a utilização de romances como fonte historiográfica; da utilização das obras de viajantes estrangeiros sobre o Brasil. Sua obra antecipou, de certa forma, os escritos de Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Raimundo Faoro e José Honório Rodrigues, entre outros. Se passarmos para o campo da patriotada, poderíamos dizer até que ele foi precursor de Norbert Elias e de Lucien Febvre, respectivamente nos conceitos de processo civilizatório e de instrumentos mentais, e até mesmo de Georges Duby, no que se refere à caracterização tripartite da sociedade. Além disso, Oliveira Lima foi pioneiro em estudos comparatistas, e era o historiador brasileiro que mais sabia da história de Portugal, dispondo para tanto de uma capacidade de síntese sem igual.
Ele, como Nabuco e Rio Branco, foi único e incontornável, mas a História lhe foi ingrata, algumas vezes por culpa sua, por ser corajosamente sincero, ao ponto de ser incômodo. Após um começo brilhante, sua vida profissional e intelectual passou a se caracterizar por um ressaibo amargo de incompletude e de frustração, no que se poderia considerar uma trajetória interrompida. Ao contrário de Rio Branco e de Nabuco, ao seu enterro não compareceram multidões, apenas a esposa, que compartilhava com ele o ‘exílio’ em Washington, e mais uns poucos.
Aos 150 anos de seu nascimento, no Recife, em dezembro de 1867, vale examinar alguns dos seus muitos escritos com o objetivo de constatar que ele foi, efetivamente um dos grandes, senão o maior dos historiadores diplomáticos brasileiros, pesquisador incansável dos arquivos, leitor das crônicas dos contemporâneos, colecionador de manuscritos, de livros e de obras de arte, leitor da literatura de cada época, dos jornais do momento e dos grandes historiadores do passado. Sua obra completa excede as possibilidades de um único estudioso e, talvez por isso, temos de nos contentar com uma Obra Seleta, e com vários outros trabalhos, reeditados de forma dispersa e errática, ao sabor do interesse de editores, de admiradores e de alguns poucos acadêmicos devotados ao estudo de uma imensa série de livros, resenhas, notas e artigos de revista e de jornais, que pode facilmente encher mais de uma estante de livros.
Sua biblioteca, depositada na Universidade Católica de Washington, oferece um testemunho de seu voraz interesse por toda a história das civilizações ocidentais desde os descobrimentos, com um grande foco no hemisfério americano, daí o título desta coletânea por dois estudiosos e admiradores de sua obra, que é especialmente relevante no plano pessoal, não apenas pela mesma condição profissional, a de diplomatas de carreira, mas igualmente pelo que ela oferece como interpretação significativa, e ainda válida, a despeito da passagem de um século, sobre o desenvolvimento comparado dos povos das Américas. Oliveira Lima não foi apenas historiador, mas também sociólogo, cientista político, fino psicólogo dos personagens estudados – como D. João VI, por exemplo – e também uma espécie de antropólogo cultural, como tal inspirador de uma outra rica obra construída pelo conterrâneo Gilberto Freyre, que com ele conviveu em sua fase iniciante e já na fase madura e derradeira do grande historiador pernambucano.
Os trabalhos aqui coletados não podem representar a justa homenagem que lhe é devida no 150o aniversário de seu nascimento, mas eles representam, ainda assim, um testemunho de apreço, nos planos sociológico e historiográfico, pelo valor intelectual da produção ímpar do historiador e diplomata Oliveira Lima. Não temos nenhuma dúvida de que nos próximos 150 anos essa obra continuará a ser lida e a servir de inspiração a novos historiadores e sociólogos das civilizações do hemisfério americano.

Brasília, novembro de 2017



quarta-feira, 9 de junho de 2010

Seminario sobre Politica Externa e Eleicoes na UFPE

Eleições 2010: perspectivas para a atuação internacional do Brasil
NEPI - UFPE, 9 a 11 de junho de 2010
Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFCH
Universidade Federal do Pernambuco, Recife

Mais informações:
http://seminarionepi2010.wordpress.com/

Programação

Dia 09 de junho

14h30 – Abertura Solene

15h – Conferência de Abertura – “Política Externa Brasileira: padrões e descontinuidades”
Coordenador: Professor Marcelo de Almeida Medeiros – UFPE
Conferencista: Embaixador Gelson Fonseca Jr. – Ministério das Relações Exteriores
Debatedora: Professora Simone Diniz – UFSCar

17h – Mesa-Redonda I – “Eleições e Política Externa”
Coordenador: Professor Ernani Carvalho – UFPE
Palestrantes: Professor Timothy Power – Universidade de Oxford/Reino Unido
Professor Philippe Faucher – Universidade de Montréal/ Canadá
Debatedora: Professora Maria Tereza Sadek – Cebepej – USP

Dia 10 de junho

9h – Mesa-redonda II – “O Brasil e os Países Emergentes Índia e China: parceiros ou concorrentes ?”
Coordenador: Professor José Alexandre Ferreira Filho – Unicap
Palestrantes: Professor Andrew Hurrell – University of Oxford (Reino Unido)
Professor Marcos Costa Lima – UFPE
Debatedor: Professor Rafael Villa – USP

14h – Mesa-redonda III – “O Brasil nas Instituições Internacionais (OMC / OEA / ONU).”
Coordenadora: Professora Gabriela Tarouco – UFPE
Palestrantes: Professora Janina Onuki – USP
Professora Letícia Pinheiro – PUC/RJ
Debatedor: Professor Paulo Vizentini – UFRGS

Dia 11 de junho

9h – Mesa-redonda IV – “Brasil vs. EUA: Onde estão as fronteiras de liderança?”
Coordenador: Professora Eugenia Barza – UFPE
Palestrantes: Professor Andrés Malamud – Universidade de Lisboa (Portugal)
Professora: Raquel Bezerra – UEPB
Debatedor: Professor Marcelo de Almeida Medeiros – UFPE

14h – Mesa-redonda V – “O Brasil nos Blocos Regionais: do Mercosul às relações com a União Européia”
Coordenadora: Professora Cinthia Campos – UFPE
Palestrantes: Professor Olivier Dabène/Sciences Po – Paris
Professor Marcelo Coutinho – UFRJ
Debatedora: Professora Miriam Saraiva – UERJ

17h – Conferência de Encerramento – “Perspectivas da Política Externa brasileira para a próxima década: possibilidades de mudança?”
Palestrante: Conselheiro César de Paiva Leite Filho – Ministério das Relações Exteriores
Coordenador: Professor Enivaldo Rocha – UFPE
Debatedor: Professor Marcos Guedes – UFPE

Seminário – Eleições 2010: perspectivas para a atuação internacional do Brasil

Nas últimas décadas, a história e análise da política externa têm sido áreas de expressiva produção acadêmica. No contexto nacional, a Política Externa tem, cada vez mais, ocupado espaços no debate público. Dessa forma, o campo de pesquisa antes restrito a academia e aos debates de alto nível realizados pelo Ministério das Relações Exteriores e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, passa a ser notado nos mais distintos ambientes da vida política brasileira. Tema corrente nas publicações de estudiosos e formadores de opinião, as diferenças entre as políticas externas do governo de Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva alimentam um expressivo debate. Autores importantes têm contribuído no sentido de aprimorar as análises sobre as relações exteriores do Brasil, em especial os seus aspectos de continuidade e ruptura.

Passados quase 25 anos desde a redemocratização, o ano de 2010 é um marco temporal que traz, entre outras questões, dúvidas quanto ao futuro das relações exteriores do país. A literatura especializada apresenta um razoável consenso de que houve mudanças na condução dos assuntos externos do país. Nos tempos hodiernos, a nova política externa brasileira, o recente status do país na política internacional e a sua estratégia de inserção internacional são temas fundamentais do momento da vida exterior do Brasil.

É no contexto destes temas e inquietações que o Núcleo de Estudos sobre Política Comparada e Relações Internacionais (NEPI) prestigia a comunidade acadêmica e a sociedade civil a participarem do seminário “Eleições 2010: perspectivas para a atuação internacional do Brasil”. Estarão representados acadêmicos nacionais, pesquisadores estrangeiros de reconhecido renome e embaixadores. Em três dias de palestras e debates, serão abordados temas caros a política externa brasileira, a saber: os países emergentes, as instituições internacionais, blocos regionais e as relações do Brasil com os Estados Unidos. Contando com a participação de pesquisadores de todas as regiões do país e de instituições acadêmicas internacionais, o debate promete ser de alto nível e de expressiva relevância tanto para a universidade brasileira, como para formuladores de política externa. É com grande prazer que o Núcleo de Estudos sobre Política Comparada e Relações Internacionais vem convidá-lo a participar.

Augusto W. M. Teixeira Jr. – membro do NEPI