Intelectuais na diplomacia brasileira:
a cultura a serviço da nação
Organizador: Paulo Roberto de Almeida
Livro em publicação pela Francisco Alves e pela Editora da Unifesp
Índice
Prefácio , 13
Celso Lafer
Apresentação: intelectuais brasileiros a serviço da diplomacia , 23
Paulo Roberto de Almeida
Bertha Lutz: feminista, educadora, cientista , 35
Sarah Venites
Afonso Arinos de Melo Franco e a política externa independente , 57
Paulo Roberto de Almeida
San Tiago Dantas e a oxigenação da política externa , 83
Marcílio Marques Moreira
Roberto Campos: um humanista da economia na diplomacia , 105
Paulo Roberto de Almeida
Meira Penna: um liberal crítico do Estado patrimonial brasileiro , 143
Ricardo Vélez-Rodríguez
Lauro Escorel: um crítico engajado , 169
Rogério de Souza Farias
Sergio Corrêa da Costa: diplomata, historiador e ensaísta , 191
Antonio de Moraes Mesplé
Wladimir Murtinho: Brasília e a diplomacia da cultura brasileira , 235
Rubens Ricupero
Vasco Mariz: meu tipo inesquecível , 249
Mary Del Priore
José Guilherme Merquior, o diplomata e as relações internacionais , 277
Gelson Fonseca Jr.
A coruja e o sambódromo: sobre o pensamento de Sergio Paulo Rouanet , 307
João Almino
Apêndices:
1. O Itamaraty na cultura brasileira (2001), sumário da obra , 323
2. Introdução de Alberto da Costa e Silva à edição de 2001 , 325
3. Alberto da Costa e Silva – 1931-2023, Celso Lafer , 341
Sobre os intelectuais na diplomacia , 347
Sobre os autores , 351
Sobre os intelectuais na diplomacia
Bertha Lutz (1894-1976)
Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo, aos 2 de agosto de 1894. Filha do médico e cientista Adolpho Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler, teve uma trajetória muito singular, que dificilmente encontra paralelo entre as mulheres do início do século XX. Formada em ciências naturais pela Sorbonne, passa a trabalhar com o pai, no Instituto Oswaldo Cruz, e logo se torna a segunda mulher brasileira a ingressar no serviço público federal, por meio de concurso para o cargo de secretária do Museu Nacional. No Brasil, ficou conhecida por defender o direito ao voto feminino; no exterior, tem sido reverenciada por seu papel na defesa da igualdade de gênero, sobretudo quanto a previsões relativas aos direitos das mulheres no texto da então nascente Carta das Nações Unidas, em 1945. Sua atuação, no entanto, foi muito mais ampla, na medida de sua versatilidade intelectual, como tradutora, botânica, zoóloga, educadora, feminista e advogada.
Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990)
Filho de Afrânio de Melo Franco, representante brasileiro na Liga das Nações e primeiro chanceler no governo provisório de Getúlio Vargas, iniciou-se na vida profissional no final dos anos 1920 como promotor de Justiça em Belo Horizonte, mas teve uma carreira sobretudo intelectual, desempenhando como professor em diversas faculdades brasileiras, inclusive no Instituto Rio Branco nos anos da redemocratização. Eleito deputado por seu estado por três legislaturas, sob a Constituição de 1946, foi também senador a partir de 1958, adquirindo grande prestígio na área constitucional e política, na qual possui diversos livros. Foi chanceler no governo efêmero de Jânio Quadros, e também sob o regime parlamentarista durante o interregno João Goulart, quando assentou as bases da Política Externa Independente. Foi o primeiro chanceler brasileiro a visita a África, recentemente descolonizada. Na nova redemocratização, a partir de 1985, também deu impulso ao processo de elaboração constitucional, presidente uma Comissão de Estudos, como seu pai já o tinha feito em 1934, a pedido do presidente da República. Membro da Academia Brasileira de Letras, deixou muitos livros de memórias, inclusive de suas várias missões diplomáticas e como chanceler duas vezes.
San Tiago Dantas (1911-1964)
Natural do Rio de Janeiro, sempre esteve ligado a atividades advocatícias e acadêmicas, desde os anos 1930, deixando para trás uma orientação de direita para aproximar-se do trabalhismo a partir dos anos 1940. Foi eleito deputado pelo PTB nos anos 1950, mas também participou de missões diplomáticas. Sua fase mais notável se deu quando se tornou chanceler no governo parlamentarista de João Goulart, depois como ministro da Fazenda, já no retorno ao presidencialismo, em 1963. Junto com Afonso Arinos – que sob Jânio Quadros, reatou relações diplomáticas com a União Soviética, rompidas desde 1947 – foi um dos principais defensores das ideias da Política Externa Independente. Na Fazenda, renegociou a dívida externa do Brasil e tentou um programa de estabilização, já num ambiente exageradamente polarizado. Faleceu de câncer no pulmão cinco meses depois da deposição de João Goulart. Deixou muitas obras jurídicas e conferências diplomáticas. Seus textos sobre a Política Externa Independente constituem referência na área.
Roberto de Oliveira Campos (1917-2001)
Nascido no Mato Grosso, de família modesta, estudou em seminário e foi um dos primeiros a ingressar no Itamaraty depois da criação dos concursos do DASP, sob o Estado Novo, em 1938. Nomeado para Washington durante a guerra, estudou economia na Universidade George Washington, defendendo em 1947 uma dissertação de mestrado sobre ciclos econômicos que o professor de Harvard Joseph Schumpeter classificou como sendo uma verdadeira tese. De volta ao Brasil, trabalhou na Comissão Econômica Mista Brasil-Estados Unidos, da qual resultaram várias propostas institucionais, entre elas a criação de um banco de fomento: foi diretor e depois presidente do BNDE, tendo sido um cos autores do Programa de Metas do governo JK. Demitiu-se do cargo quando JK rompeu as negociações com o FMI, a propósito do desequilíbrio nas contas públicas. Renegociou a dívida externa brasileira e foi designado embaixador em Washington por Jânio Quadros, com pouco mais de quarenta anos. Sem participar do golpe militar de 1964, foi convidado pelo presidente Castelo Branco para ser ministro do Planejamento, administrando com o ministro da Fazendo Octavio Gouvêa de Bulhões um programa bem-sucedido de estabilização econômica e des reformas tributária e administrativa, do qual resultou a criação do Banco Central. Serviu depois como embaixador em Londres, para iniciar uma carreira política como senador por Mato Grosso e deputado pelo Rio de Janeiro. Deixou extensa obra econômica, sobretudo suas memórias, cobrindo o itinerário econômico do Brasil no século XX. Foi membro da Academia Brasileira de Letras.
José Osvaldo de Meira Penna (1917-2017)
Colega de Roberto Campos e brilhante intelectual, fez acompanhar suas primeiras etapas de carreira diplomática no Extremo Oriente por livros de história e de interpretação da China e do Japão. Defensor de ideias liberais, ligou-se à Société du Mont Pelèrin e escreveu intensamente sobre o patrimonialismo, o mercantilismo e o protecionismo brasileiro. Serviu em missões diplomáticas na Costa Rica, no Canadá e nas Nações Unidas, antes de ser designado sob o governo Jânio Quadros como embaixador na Nigéria. Serviu depois em Israel, durante a “guerra dos seis dias” (1967), seguindo depois para a Noruega, Equador e Polônia, quando se aposentou (1981). Continuou produzindo extensivamente sobre diferentes assuntos, inclusive sobre o darwinismo, mas foi na promoção das ideias liberais que se distinguiu como um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Fundou a Sociedade Tocqueville e colaborou durante décadas com os principais jornais nacionais. Morreu aos 100 anos em Brasília.
Lauro Escorel (1917-2002)
Nascido em São Paulo, ingressou na carreira diplomática em 1943, já tendo iniciado uma carreira paralela como crítico literário. Serviu nos Estados Unidos (Boston e Washington) entre 1946 e 1953, seguindo, depois de breve estada no Rio de Janeiro, para o Vaticano, entre 1954 e 1957; sua estada na Itália lhe serviu para compor um brilhante estudo sobre o pensamento política de Maquiavel. Entre 1957 e 1960 esteve em posto na embaixada em Buenos Aires, passando depois a chefiar o Departamento Cultural no Itamaraty do Rio de Janeiro, quando promoveu um intenso programa no exterior sobre a cultura brasileira. Depois de postos em Belgrado e novamente em Roma, na embaixada, entre 1963 e 1965, serviu como embaixador em La Paz, de 1965 a 1967. Embaixador no Paraguai entre 1970-72, assistiu aos primeiros passos do projeto de aproveitamento hidroelétrico no rio Paraná. No posto, escreveu uma interpretação da poesia do colega João Cabral de Melo Neto, “A Pedra e o Rio”. Nos anos 1980 foi diretor do Instituto Rio Branco.
Wladimir Murtinho (1919-2002)
Nascido em San José (Costa Rica), Wladimir Murtinho teve uma vida excepcionalmente movimentada entre artes e cultura, áreas nas quais mais se distinguiu, sobretudo como presidente da Comissão de Transferência do velho Itamaraty no Rio de Janeiro, entre 1963 e 1969, para o novo Palácio em Brasilia, para onde o Itamaraty se transferiu em 1970. A decoração da nova sede foi uma obra exclusivamente sua, combinando peças modernas e arte e mobiliário tradicional, com obras expressamente compostas por renomados artistas. Logo em seguida foi embaixador na Índia. Também combinou parcialmente a presidência da Fundação Alexandre de Gusmão (1981-1983) com a de diretor do Instituto Rio Branco (1982-1985).
Sergio Corrêa Affonso da Costa (1919-2005)
Nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1919, filho de Israel Affonso da Costa e Lavínia Corrêa da Costa; faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 2005. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (1942); curso da Escola Superior de Guerra (1951); pós-graduação na University of California at Los Angeles (UCLA, 1948-1950). Tornou-se diplomata em 1939, sendo promovido a cônsul de terceira-classe em 1943, por merecimento, e ao título de conselheiro em 1952; ministro de segunda-classe em 1954, e de primeira-classe em 1962, sempre por merecimento. Serviu em Buenos Aires, Washington, Los Angeles, Nova York, Roma, Ottawa (embaixador), Londres, representante do Brasil junto à ONU em Nova York e como embaixador em Washington. Autor de muitas obras de história diplomática desde 1942. Membro da Academia Brasileira de Letras em 1983.
Vasco Mariz (1921-2017)
Um dos maiores historiadores e memorialistas do Itamaraty, sua carreira como intelectual é vastamente superior a seus finos dotes de diplomata, na qual também se distinguiu, deixando relatos e produzindo obras que enriquecem a bibliografia diplomática e a literatura histórica. Serviu em diferentes postos das Américas e da Europa, sempre produzindo extensivamente sobre os países, as personalidades e os bastidores da diplomacia. Representou o Brasil como embaixador nas embaixadas no Equador, em Israel, no Peru e na República Democrática Alemã. Mas foi sobretudo um musicólogo, um dos maiores do Brasil, deixando uma obra de primeira grandeza nessa área. Também escreveu sob pseudônimos, para comentar sobre o lado político da diplomacia, sem afetar os interesses brasileiros no relacionamento bilateral. Membro da Academia Brasileira de Música.
Alberto da Costa e Silva (1931-2023)
Filho do poeta Antonio Francisco da Costa e Silva, ele mesmo poeta, diplomata, ensaísta, memorialista e historiador, autor e vasta obra literária (poesia e memórias), de história do Brasil e de história, cultura e antropologia do continente africano e organizador de antologias poéticas. Foi embaixador na Nigéria, em Portugal, na Colômbia e no Paraguai. Membro do IHGB, da Academia Brasileira de Letras, acadêmico correspondente da Academia de Ciências de Lisboa. Prêmios Juca Pato (2003) e Camões (2004). Diversas ordens honoríficas. Professor no Instituto Rio Branco e presidente do Curso de Altos Estudos do IRBr.
Sergio Paulo Rouanet (1934-2022)
Brilhante aluno do Instituto Rio Branco, diplomata conhecido por suas qualidades intelectuais, Rouanet fez doutorado em filosofia e escreveu bastante sobre cultura brasileira e os fundamentos do pensamento ocidental moderno: foi dos gregos aos iluministas e filósofos contemporâneos. Também foi ministro da Cultura, deixando uma lei de apoio às atividades culturais que leva seu nome. Um de seus livros mais importantes se chama A Razão Cativa.
José Guilherme Merquior (1941-1991)
Um dos mais brilhantes intelectuais brasileiros, de estatura mundial, deixou obra de referência nos terrenos da crítica literária (De Anchieta a Euclides: breve história da literatura brasileira), da sociologia (Rousseau and Weber) e da filosofia (Foucault, Wester Marxism). Polemista temido, não hesitou em terçar armas críticas com importantes intelectuais brasileiros e estrangeiros. Se não tivesse falecido precocemente, aos 50 anos, teria deixado uma obra ainda mais vasta, sobretudo sobre o liberalismo (Liberalism, Old and New), seus derradeiros focos de interesse.
Os autores
Antonio de Moraes Mesplé é diplomata, graduado em Direito e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília; serviu em diversos postos no exterior, desempenhou funções na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e atuou como colaborador no Instituto de Pesquisas de Relações Exteriores da Fundação Alexandre de Gusmão (2016-201); foi gerente de projeto na Comissão Nacional da Verdade, atuando sobre a vertente internacional da repressão política aos opositores do regime militar.
Celso Lafer é advogado, jurista, professor, membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Brasileira de Letras e da Academia Paulista de Letras; ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (1999-2000), ministro das Relações Exteriores (1992 e 2001-2002); chefe da Delegação Permanente do Brasil em Genebra (1995-1998); dirigiu os trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (1964), mestre (1967) e doutor (1970) em Ciência Política pela Universidade Cornell, livre-docente em Direito Internacional Público na USP (1977), professor titular de Filosofia do Direito e professor emérito da USP; ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); presidente do Conselho Deliberativo do Museu Lasar Segall e da Fundação Ema Klabin. Autor de vasta obra nos campos da Filosofia do Direito, Direitos Humanos, Direito Internacional; grande conhecedor da obra de Norberto Bobbio e de Hannah Arendt, de quem foi aluno e cuja obra introduziu no Brasil. Doutor Honoris Causa de várias universidades.
Gelson Fonseca Jr. foi diplomata de carreira de 1968 a 2016, quando se aposentou. Graduou-se em Ciências Jurídicas pela Universidade da Guanabara e possui mestrado em Ciência Política pela Georgetown University. Foi professor no Instituto Rio Branco, na Universidade de Brasília; membro fundador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). Defendeu tese no Curso de Altos Estudos do Itamaraty sobre as interações entre a academia e a diplomacia, que suscitou a criação do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais (IPRI), órgão da Fundação Alexandres de Gusmão, no Itamaraty de Brasília. Possui vasta obra publicada sobre temas de relações internacionais, multilateralismo e política internacional: A legitimidade e outras questões internacionais (1998); Rousseau e as relações internacionais (2003); O interesse e a regra: ensaio sobre o multilateralismo (2003); Constantes e variações: a diplomacia multilateral do Brasil(2015). Foi representante do Brasil na ONU (NY, 1998-1999) e embaixador em diversos outros países. Na Secretaria de Estado foi presidente da Funag, entre vários outros cargos. Atualmente é diretor do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD), órgão da Funag, no Itamaraty do Rio de Janeiro.
João Almino é escritor e diplomata, com doutorado em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley, Stanford e Universidade de Chicago. Autor dos inúmeros romances, vários traduzidos para o inglês, o francês, o espanhol, o italiano, o holandês e outras línguas: Cidade Livre (Prêmio Passo Fundo de Literatura 2011 de melhor romance publicado no Brasil entre 2009 e 2011), Ideias para Onde Passar o Fim do Mundo (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), Entre facas, algodão (2017), As Cinco Estações do Amor (Prêmio Casa de las Américas 2003), e Homem de Papel (2022). Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia; entre estes, incluem-se os livros Os Democratas Autoritários (1980), A Idade do Presente (1985), Era uma Vez uma Constituinte (1985) e O Segredo e a Informação (1986). Em 2017 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Marcílio Marques Moreira, filho de diplomata, estudou em Viena, Berna, Budapeste e Berna; bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 1957 e em mestre em Ciência Política pela Georgetown University (Washington), em 1963. Ingressou na carreira diplomática em 1954; começou como professor de Direito Internacional na Universidade Cândido Mendes em 1956. De 1957 a 1961 serviu como secretário na Embaixada do Brasil em Washington, quando também foi diretor temporário no FMI e no BID. Foi assessor do Ministro da Fazenda na gestão de San Tiago Dantas e, até fins de 1965, assessor-geral de Operações Internacionais do BNDE. Foi embaixador do Brasil em Washington (1987-1992) e ministro da Fazenda (1991-92). De 2001 a 2005 foi Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Possui inúmeras obras publicadas e pertence a diferentes instituições acadêmicas e culturais.
Mary del Priore é historiadora, escritora e professora, autora de mais de meia centena de livros sobre história do Brasil, vencedora de mais de 20 prêmios literários, nacionais e internacionais, entre os quais, três Jabutis. Concluiu o doutorado em História Social na USP e pós-doutorado na École de Hautes Études en Sciences Sociales da França. Ex-professora da FFLCH/USP e da PUC/RJ, leciona, atualmente, na pós-graduação de História da Universidade Salgado de Oliveira. Sócia do IHGB, IHGRJ, Pen Club do Brasil, e da Academia Carioca de Letras entre outras academias nacionais e internacionais, colabora com jornais e revistas científicos e não científicos, nacionais e internacionais. Laureada com prêmios e títulos como Casa Grande e Senzala, da Fundação Joaquim Nabuco, e o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Ocupa uma cadeira na Academia Paulista de Letras.
Paulo Roberto de Almeida é doutor em ciências sociais (Université Libre de Bruxelles, 1984), mestre em planejamento econômico (Universidade de Antuérpia, 1977), diplomata de carreira de 1977 a 2021. Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais e, de 2004 a 2020, professor de economia política no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Direito no Centro Universitário de Brasília (Uniceub); serviu em diversos postos no exterior (Genebra, Paris, Washington) e na Secretaria de Estado. De 2016 a 2019 foi Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), autarquia vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. Ministra cursos regulares ou na qualidade de professor convidado em universidades brasileiras e estrangeiras; faz pesquisas e publicou em diversas áreas – entre as quais relações internacionais do Brasil e da América Latina, história econômica e desenvolvimento comparado – e tem experiência prática em negociações comerciais internacionais, integração regional e questões financeiras. É diretor de relações internacionais do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
Ricardo Vélez Rodríguez é membro fundador da Academia Brasileira de Filosofia. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Pen Club do Rio de Janeiro, professor emérito da ECEME, membro do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio no Rio de Janeiro, docente da Universidade Positivo em Londrina.
Rogério de Souza Farias é doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2012), onde é pesquisador do seu Instituto de Relações Internacionais; ganhou concurso de teses e dissertações da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) e tem menção honrosa pela Capes. Trabalhou na Câmara de Comércio Exterior (Camex), no Ministério do Planejamento, na Escola Nacional de Administração e no Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), da Fundação Alexandre de Gusmão (Itamaraty). Foi visiting scholar em diversas instituições do exterior. Publicou extensamente em revistas de prestígio na área de relações internacionais e de história diplomática. É autor de diversos livros, entre eles: A palavra do Brasil no sistema multilateral de comércio (1946-1994) (2013) e Edmundo P. Barbosa da Silva e a construção da diplomacia econômica brasileira (2017); organizou as obras Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro (2017) e A palavra dos chanceleres na Escola Superior de Guerra (1952-2012) (2018).
Rubens Ricupero foi diplomata de carreira. Chefiou o Departamento das Américas (1980-85) do Ministério das Relações Exteriores, tendo em 1984 atuado como assessor de política externa do candidato e presidente-eleito Tancredo Neves. Durante o governo Sarney, foi subchefe da Casa Civil da Presidência da República e assessor especial do presidente. Em 1991, tornou-se embaixador do Brasil em Washington, passando dois anos depois para a chefia do Ministério do Meio Ambiente. Assumiu o Ministério da Fazenda em 1994 e, no mesmo ano, passou para a Embaixada do Brasil em Roma e tornou-se secretário-geral da Unctad por uma década. Publicou enormemente, entre os livros, A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016 (2017) e Memórias (2024).
Sarah de Andrade Ribeiro Venites é mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB), onde foi orientada pelo professor doutor Francisco Doratioto (2022), e bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (2009). Ingressa na carreira diplomática em 2016. Na Secretaria de Estado, trabalhou com temas relacionados a países africanos de língua portuguesa e propriedade intelectual. Foi responsável pelos Setores Econômico e Político, na Embaixada do Brasil em Camberra. É segunda-secretária, atualmente lotada na Secretaria de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, em Brasília.