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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação - Os intelectuais e os autores - Paulo Roberto de Almeida (organizador)

 Intelectuais na diplomacia brasileira:

a cultura a serviço da nação

Organizador: Paulo Roberto de Almeida


Livro em publicação pela Francisco Alves e pela Editora da Unifesp

 

Índice

 

Prefácio , 13

            Celso Lafer

 

Apresentação: intelectuais brasileiros a serviço da diplomacia , 23

            Paulo Roberto de Almeida

 

Bertha Lutz: feminista, educadora, cientista ,  35

            Sarah Venites

 

Afonso Arinos de Melo Franco e a política externa independente , 57

            Paulo Roberto de Almeida

 

San Tiago Dantas e a oxigenação da política externa , 83

            Marcílio Marques Moreira

 

Roberto Campos: um humanista da economia na diplomacia , 105

            Paulo Roberto de Almeida 

 

Meira Penna: um liberal crítico do Estado patrimonial brasileiro , 143

            Ricardo Vélez-Rodríguez

 

Lauro Escorel: um crítico engajado , 169

            Rogério de Souza Farias

 

Sergio Corrêa da Costa: diplomata, historiador e ensaísta ,  191

            Antonio de Moraes Mesplé

 

Wladimir Murtinho: Brasília e a diplomacia da cultura brasileira , 235

            Rubens Ricupero

 

Vasco Mariz: meu tipo inesquecível , 249

            Mary Del Priore

 

José Guilherme Merquior, o diplomata e as relações internacionais ,  277

            Gelson Fonseca Jr. 

 

A coruja e o sambódromo: sobre o pensamento de Sergio Paulo Rouanet  , 307

            João Almino

 

Apêndices: 

1. O Itamaraty na cultura brasileira (2001), sumário da obra , 323

2. Introdução de Alberto da Costa e Silva à edição de 2001 ,  325

3. Alberto da Costa e Silva – 1931-2023, Celso Lafer ,  341

 

Sobre os intelectuais na diplomacia ,  347

Sobre os autores ,  351

 

  =============


Sobre os intelectuais na diplomacia

 

Bertha Lutz (1894-1976)

Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo, aos 2 de agosto de 1894. Filha do médico e cientista Adolpho Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler, teve uma trajetória muito singular, que dificilmente encontra paralelo entre as mulheres do início do século XX. Formada em ciências naturais pela Sorbonne, passa a trabalhar com o pai, no Instituto Oswaldo Cruz, e logo se torna a segunda mulher brasileira a ingressar no serviço público federal, por meio de concurso para o cargo de secretária do Museu Nacional. No Brasil, ficou conhecida por defender o direito ao voto feminino; no exterior, tem sido reverenciada por seu papel na defesa da igualdade de gênero, sobretudo quanto a previsões relativas aos direitos das mulheres no texto da então nascente Carta das Nações Unidas, em 1945. Sua atuação, no entanto, foi muito mais ampla, na medida de sua versatilidade intelectual, como tradutora, botânica, zoóloga, educadora, feminista e advogada. 

  

Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990)

Filho de Afrânio de Melo Franco, representante brasileiro na Liga das Nações e primeiro chanceler no governo provisório de Getúlio Vargas, iniciou-se na vida profissional no final dos anos 1920 como promotor de Justiça em Belo Horizonte, mas teve uma carreira sobretudo intelectual, desempenhando como professor em diversas faculdades brasileiras, inclusive no Instituto Rio Branco nos anos da redemocratização. Eleito deputado por seu estado por três legislaturas, sob a Constituição de 1946, foi também senador a partir de 1958, adquirindo grande prestígio na área constitucional e política, na qual possui diversos livros. Foi chanceler no governo efêmero de Jânio Quadros, e também sob o regime parlamentarista durante o interregno João Goulart, quando assentou as bases da Política Externa Independente. Foi o primeiro chanceler brasileiro a visita a África, recentemente descolonizada. Na nova redemocratização, a partir de 1985, também deu impulso ao processo de elaboração constitucional, presidente uma Comissão de Estudos, como seu pai já o tinha feito em 1934, a pedido do presidente da República. Membro da Academia Brasileira de Letras, deixou muitos livros de memórias, inclusive de suas várias missões diplomáticas e como chanceler duas vezes.

 

San Tiago Dantas (1911-1964)

Natural do Rio de Janeiro, sempre esteve ligado a atividades advocatícias e acadêmicas, desde os anos 1930, deixando para trás uma orientação de direita para aproximar-se do trabalhismo a partir dos anos 1940. Foi eleito deputado pelo PTB nos anos 1950, mas também participou de missões diplomáticas. Sua fase mais notável se deu quando se tornou chanceler no governo parlamentarista de João Goulart, depois como ministro da Fazenda, já no retorno ao presidencialismo, em 1963. Junto com Afonso Arinos – que sob Jânio Quadros, reatou relações diplomáticas com a União Soviética, rompidas desde 1947 – foi um dos principais defensores das ideias da Política Externa Independente. Na Fazenda, renegociou a dívida externa do Brasil e tentou um programa de estabilização, já num ambiente exageradamente polarizado. Faleceu de câncer no pulmão cinco meses depois da deposição de João Goulart. Deixou muitas obras jurídicas e conferências diplomáticas. Seus textos sobre a Política Externa Independente constituem referência na área.

 

Roberto de Oliveira Campos (1917-2001)

Nascido no Mato Grosso, de família modesta, estudou em seminário e foi um dos primeiros a ingressar no Itamaraty depois da criação dos concursos do DASP, sob o Estado Novo, em 1938. Nomeado para Washington durante a guerra, estudou economia na Universidade George Washington, defendendo em 1947 uma dissertação de mestrado sobre ciclos econômicos que o professor de Harvard Joseph Schumpeter classificou como sendo uma verdadeira tese. De volta ao Brasil, trabalhou na Comissão Econômica Mista Brasil-Estados Unidos, da qual resultaram várias propostas institucionais, entre elas a criação de um banco de fomento: foi diretor e depois presidente do BNDE, tendo sido um cos autores do Programa de Metas do governo JK. Demitiu-se do cargo quando JK rompeu as negociações com o FMI, a propósito do desequilíbrio nas contas públicas. Renegociou a dívida externa brasileira e foi designado embaixador em Washington por Jânio Quadros, com pouco mais de quarenta anos. Sem participar do golpe militar de 1964, foi convidado pelo presidente Castelo Branco para ser ministro do Planejamento, administrando com o ministro da Fazendo Octavio Gouvêa de Bulhões um programa bem-sucedido de estabilização econômica e des reformas tributária e administrativa, do qual resultou a criação do Banco Central. Serviu depois como embaixador em Londres, para iniciar uma carreira política como senador por Mato Grosso e deputado pelo Rio de Janeiro. Deixou extensa obra econômica, sobretudo suas memórias, cobrindo o itinerário econômico do Brasil no século XX. Foi membro da Academia Brasileira de Letras.

 

José Osvaldo de Meira Penna (1917-2017)

Colega de Roberto Campos e brilhante intelectual, fez acompanhar suas primeiras etapas de carreira diplomática no Extremo Oriente por livros de história e de interpretação da China e do Japão. Defensor de ideias liberais, ligou-se à Société du Mont Pelèrin e escreveu intensamente sobre o patrimonialismo, o mercantilismo e o protecionismo brasileiro. Serviu em missões diplomáticas na Costa Rica, no Canadá e nas Nações Unidas, antes de ser designado sob o governo Jânio Quadros como embaixador na Nigéria. Serviu depois em Israel, durante a “guerra dos seis dias” (1967), seguindo depois para a Noruega, Equador e Polônia, quando se aposentou (1981). Continuou produzindo extensivamente sobre diferentes assuntos, inclusive sobre o darwinismo, mas foi na promoção das ideias liberais que se distinguiu como um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Fundou a Sociedade Tocqueville e colaborou durante décadas com os principais jornais nacionais. Morreu aos 100 anos em Brasília. 

 

Lauro Escorel (1917-2002)

Nascido em São Paulo, ingressou na carreira diplomática em 1943, já tendo iniciado uma carreira paralela como crítico literário. Serviu nos Estados Unidos (Boston e Washington) entre 1946 e 1953, seguindo, depois de breve estada no Rio de Janeiro, para o Vaticano, entre 1954 e 1957; sua estada na Itália lhe serviu para compor um brilhante estudo sobre o pensamento política de Maquiavel. Entre 1957 e 1960 esteve em posto na embaixada em Buenos Aires, passando depois a chefiar o Departamento Cultural no Itamaraty do Rio de Janeiro, quando promoveu um intenso programa no exterior sobre a cultura brasileira. Depois de postos em Belgrado e novamente em Roma, na embaixada, entre 1963 e 1965, serviu como embaixador em La Paz, de 1965 a 1967. Embaixador no Paraguai entre 1970-72, assistiu aos primeiros passos do projeto de aproveitamento hidroelétrico no rio Paraná. No posto, escreveu uma interpretação da poesia do colega João Cabral de Melo Neto, “A Pedra e o Rio”. Nos anos 1980 foi diretor do Instituto Rio Branco.

 

Wladimir Murtinho (1919-2002)

Nascido em San José (Costa Rica), Wladimir Murtinho teve uma vida excepcionalmente movimentada entre artes e cultura, áreas nas quais mais se distinguiu, sobretudo como presidente da Comissão de Transferência do velho Itamaraty no Rio de Janeiro, entre 1963 e 1969, para o novo Palácio em Brasilia, para onde o Itamaraty se transferiu em 1970. A decoração da nova sede foi uma obra exclusivamente sua, combinando peças modernas e arte e mobiliário tradicional, com obras expressamente compostas por renomados artistas. Logo em seguida foi embaixador na Índia. Também combinou parcialmente a presidência da Fundação Alexandre de Gusmão (1981-1983) com a de diretor do Instituto Rio Branco (1982-1985). 

 

Sergio Corrêa Affonso da Costa (1919-2005)

Nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1919, filho de Israel Affonso da Costa e Lavínia Corrêa da Costa; faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 2005. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (1942); curso da Escola Superior de Guerra (1951); pós-graduação na University of California at Los Angeles (UCLA, 1948-1950). Tornou-se diplomata em 1939, sendo promovido a cônsul de terceira-classe em 1943, por merecimento, e ao título de conselheiro em 1952; ministro de segunda-classe em 1954, e de primeira-classe em 1962, sempre por merecimento. Serviu em Buenos Aires, Washington, Los Angeles, Nova York, Roma, Ottawa (embaixador), Londres, representante do Brasil junto à ONU em Nova York e como embaixador em Washington. Autor de muitas obras de história diplomática desde 1942. Membro da Academia Brasileira de Letras em 1983.

 

Vasco Mariz (1921-2017)

Um dos maiores historiadores e memorialistas do Itamaraty, sua carreira como intelectual é vastamente superior a seus finos dotes de diplomata, na qual também se distinguiu, deixando relatos e produzindo obras que enriquecem a bibliografia diplomática e a literatura histórica. Serviu em diferentes postos das Américas e da Europa, sempre produzindo extensivamente sobre os países, as personalidades e os bastidores da diplomacia. Representou o Brasil como embaixador nas embaixadas no Equador, em Israel, no Peru e na República Democrática Alemã. Mas foi sobretudo um musicólogo, um dos maiores do Brasil, deixando uma obra de primeira grandeza nessa área. Também escreveu sob pseudônimos, para comentar sobre o lado político da diplomacia, sem afetar os interesses brasileiros no relacionamento bilateral. Membro da Academia Brasileira de Música.

 

Alberto da Costa e Silva (1931-2023)

Filho do poeta Antonio Francisco da Costa e Silva, ele mesmo poeta, diplomata, ensaísta, memorialista e historiador, autor e vasta obra literária (poesia e memórias), de história do Brasil e de história, cultura e antropologia do continente africano e organizador de antologias poéticas. Foi embaixador na Nigéria, em Portugal, na Colômbia e no Paraguai. Membro do IHGB, da Academia Brasileira de Letras, acadêmico correspondente da Academia de Ciências de Lisboa. Prêmios Juca Pato (2003) e Camões (2004). Diversas ordens honoríficas. Professor no Instituto Rio Branco e presidente do Curso de Altos Estudos do IRBr.

 

Sergio Paulo Rouanet (1934-2022)

Brilhante aluno do Instituto Rio Branco, diplomata conhecido por suas qualidades intelectuais, Rouanet fez doutorado em filosofia e escreveu bastante sobre cultura brasileira e os fundamentos do pensamento ocidental moderno: foi dos gregos aos iluministas e filósofos contemporâneos. Também foi ministro da Cultura, deixando uma lei de apoio às atividades culturais que leva seu nome. Um de seus livros mais importantes se chama A Razão Cativa.

 

José Guilherme Merquior (1941-1991)

Um dos mais brilhantes intelectuais brasileiros, de estatura mundial, deixou obra de referência nos terrenos da crítica literária (De Anchieta a Euclides: breve história da literatura brasileira), da sociologia (Rousseau and Weber) e da filosofia (Foucault, Wester Marxism). Polemista temido, não hesitou em terçar armas críticas com importantes intelectuais brasileiros e estrangeiros. Se não tivesse falecido precocemente, aos 50 anos, teria deixado uma obra ainda mais vasta, sobretudo sobre o liberalismo (Liberalism, Old and New), seus derradeiros focos de interesse. 

 

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Os autores

 

Antonio de Moraes Mesplé é diplomata, graduado em Direito e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília; serviu em diversos postos no exterior, desempenhou funções na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e atuou como colaborador no Instituto de Pesquisas de Relações Exteriores da Fundação Alexandre de Gusmão (2016-201); foi gerente de projeto na Comissão Nacional da Verdade, atuando sobre a vertente internacional da repressão política aos opositores do regime militar. 

 

Celso Lafer é advogado, jurista, professor, membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Brasileira de Letras e da Academia Paulista de Letras; ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (1999-2000), ministro das Relações Exteriores (1992 e 2001-2002); chefe da Delegação Permanente do Brasil em Genebra (1995-1998); dirigiu os trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (1964), mestre (1967) e doutor (1970) em Ciência Política pela Universidade Cornell, livre-docente em Direito Internacional Público na USP (1977), professor titular de Filosofia do Direito e professor emérito da USP; ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); presidente do Conselho Deliberativo do Museu Lasar Segall e da Fundação Ema Klabin. Autor de vasta obra nos campos da Filosofia do Direito, Direitos Humanos, Direito Internacional; grande conhecedor da obra de Norberto Bobbio e de Hannah Arendt, de quem foi aluno e cuja obra introduziu no Brasil. Doutor Honoris Causa de várias universidades.

 

Gelson Fonseca Jr. foi diplomata de carreira de 1968 a 2016, quando se aposentou. Graduou-se em Ciências Jurídicas pela Universidade da Guanabara e possui mestrado em Ciência Política pela Georgetown University. Foi professor no Instituto Rio Branco, na Universidade de Brasília; membro fundador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). Defendeu tese no Curso de Altos Estudos do Itamaraty sobre as interações entre a academia e a diplomacia, que suscitou a criação do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais (IPRI), órgão da Fundação Alexandres de Gusmão, no Itamaraty de Brasília. Possui vasta obra publicada sobre temas de relações internacionais, multilateralismo e política internacional: A legitimidade e outras questões internacionais (1998); Rousseau e as relações internacionais (2003); O interesse e a regra: ensaio sobre o multilateralismo (2003); Constantes e variações: a diplomacia multilateral do Brasil(2015). Foi representante do Brasil na ONU (NY, 1998-1999) e embaixador em diversos outros países. Na Secretaria de Estado foi presidente da Funag, entre vários outros cargos. Atualmente é diretor do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD), órgão da Funag, no Itamaraty do Rio de Janeiro.

 

João Almino é escritor e diplomata, com doutorado em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley, Stanford e Universidade de Chicago. Autor dos inúmeros romances, vários traduzidos para o inglês, o francês, o espanhol, o italiano, o holandês e outras línguas: Cidade Livre (Prêmio Passo Fundo de Literatura 2011 de melhor romance publicado no Brasil entre 2009 e 2011), Ideias para Onde Passar o Fim do Mundo (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), Entre facas, algodão (2017), As Cinco Estações do Amor (Prêmio Casa de las Américas 2003), e Homem de Papel (2022). Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia; entre estes, incluem-se os livros Os Democratas Autoritários (1980), A Idade do Presente (1985), Era uma Vez uma Constituinte (1985) e O Segredo e a Informação (1986). Em 2017 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

 

Marcílio Marques Moreira, filho de diplomata, estudou em Viena, Berna, Budapeste e Berna; bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 1957 e em mestre em Ciência Política pela Georgetown University (Washington), em 1963. Ingressou na carreira diplomática em 1954; começou como professor de Direito Internacional na Universidade Cândido Mendes em 1956. De 1957 a 1961 serviu como secretário na Embaixada do Brasil em Washington, quando também foi diretor temporário no FMI e no BID. Foi assessor do Ministro da Fazenda na gestão de San Tiago Dantas e, até fins de 1965, assessor-geral de Operações Internacionais do BNDE. Foi embaixador do Brasil em Washington (1987-1992) e ministro da Fazenda (1991-92). De 2001 a 2005 foi Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Possui inúmeras obras publicadas e pertence a diferentes instituições acadêmicas e culturais.

 

Mary del Priore é historiadora, escritora e professora, autora de mais de meia centena de livros sobre história do Brasil, vencedora de mais de 20 prêmios literários, nacionais e internacionais, entre os quais, três Jabutis. Concluiu o doutorado em História Social na USP e pós-doutorado na École de Hautes Études en Sciences Sociales da França. Ex-professora da FFLCH/USP e da PUC/RJ, leciona, atualmente, na pós-graduação de História da Universidade Salgado de Oliveira. Sócia do IHGB, IHGRJ, Pen Club do Brasil, e da Academia Carioca de Letras entre outras academias nacionais e internacionais, colabora com jornais e revistas científicos e não científicos, nacionais e internacionais. Laureada com prêmios e títulos como Casa Grande e Senzala, da Fundação Joaquim Nabuco, e o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Ocupa uma cadeira na Academia Paulista de Letras.

 

Paulo Roberto de Almeida é doutor em ciências sociais (Université Libre de Bruxelles, 1984), mestre em planejamento econômico (Universidade de Antuérpia, 1977), diplomata de carreira de 1977 a 2021. Foi professor no Instituto Rio Branco e na Universidade de Brasília, diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais e, de 2004 a 2020, professor de economia política no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Direito no Centro Universitário de Brasília (Uniceub); serviu em diversos postos no exterior (Genebra, Paris, Washington) e na Secretaria de Estado. De 2016 a 2019 foi Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), autarquia vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. Ministra cursos regulares ou na qualidade de professor convidado em universidades brasileiras e estrangeiras; faz pesquisas e publicou em diversas áreas – entre as quais relações internacionais do Brasil e da América Latina, história econômica e desenvolvimento comparado – e tem experiência prática em negociações comerciais internacionais, integração regional e questões financeiras. É diretor de relações internacionais do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

 

Ricardo Vélez Rodríguez é membro fundador da Academia Brasileira de Filosofia. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Pen Club do Rio de Janeiro, professor emérito da ECEME, membro do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio no Rio de Janeiro, docente da Universidade Positivo em Londrina.

 

Rogério de Souza Farias é doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2012), onde é pesquisador do seu Instituto de Relações Internacionais; ganhou concurso de teses e dissertações da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) e tem menção honrosa pela Capes. Trabalhou na Câmara de Comércio Exterior (Camex), no Ministério do Planejamento, na Escola Nacional de Administração e no Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), da Fundação Alexandre de Gusmão (Itamaraty). Foi visiting scholar em diversas instituições do exterior. Publicou extensamente em revistas de prestígio na área de relações internacionais e de história diplomática. É autor de diversos livros, entre eles: A palavra do Brasil no sistema multilateral de comércio (1946-1994) (2013) e Edmundo P. Barbosa da Silva e a construção da diplomacia econômica brasileira (2017); organizou as obras Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro (2017) e A palavra dos chanceleres na Escola Superior de Guerra (1952-2012) (2018).

 

Rubens Ricupero foi diplomata de carreira. Chefiou o Departamento das Américas (1980-85) do Ministério das Relações Exteriores, tendo em 1984 atuado como assessor de política externa do candidato e presidente-eleito Tancredo Neves. Durante o governo Sarney, foi subchefe da Casa Civil da Presidência da República e assessor especial do presidente. Em 1991, tornou-se embaixador do Brasil em Washington, passando dois anos depois para a chefia do Ministério do Meio Ambiente. Assumiu o Ministério da Fazenda em 1994 e, no mesmo ano, passou para a Embaixada do Brasil em Roma e tornou-se secretário-geral da Unctad por uma década. Publicou enormemente, entre os livros, A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016 (2017) e Memórias (2024).

 

Sarah de Andrade Ribeiro Venites é mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB), onde foi orientada pelo professor doutor Francisco Doratioto (2022), e bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (2009). Ingressa na carreira diplomática em 2016. Na Secretaria de Estado, trabalhou com temas relacionados a países africanos de língua portuguesa e propriedade intelectual. Foi responsável pelos Setores Econômico e Político, na Embaixada do Brasil em Camberra. É segunda-secretária, atualmente lotada na Secretaria de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, em Brasília.

 


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Intelectuais na diplomacia brasileira: a cultura a serviço da nação - Paulo Roberto de Almeida (organizador) Indice

 Livro pronto para entrar na linha de montagem:

 

Intelectuais na diplomacia brasileira:

a cultura a serviço da nação

 Paulo Roberto de Almeida

(organizador)

Índice

Prefácio , 13

            Celso Lafer

Apresentação: intelectuais brasileiros a serviço da diplomacia , 23

            Paulo Roberto de Almeida

     Nas origens da feliz interação entre o Itamaraty e a cultura brasileira , 23

     Por que uma nova iniciativa aliando diplomatas e cultura, muitos anos depois?,27

     Um novo projeto cobrindo outros intelectuais associados à diplomacia brasileira, 32

 

Bertha Lutz: feminista, educadora, cientista   , 35

            Sarah Venites

     Não tão breve nota introdutória  ,    35

     Uma formação cosmopolita    ,     38

     A ciência, a educação e o Museu Nacional   ,     40

     Política feminista, no Brasil e no mundo  ,       47

     O legado de Bertha e considerações finais  ,    54         

 

Afonso Arinos de Melo Franco e a política externa independente  , 57

            Paulo Roberto de Almeida

     Um membro do patriciado mineiro, de uma família de estadistas e intelectuais , 57

     Vida intelectual de Afonso Arinos, de uma família de escritores , 58

     Um diplomata natural, chanceler num período atribulado , 63

     A solução parlamentarista, sempre no horizonte...  , 74

     A crise brasileira e seu caráter permanente  ,   75

     De volta ao planalto, como senador e constituinte   ,,    79

 

San Tiago Dantas e a oxigenação da política externa   ,    83

            Marcílio Marques Moreira

     Marcos de uma vida intensa  ,  83

     San Tiago Dantas e os apelos do autoritarismo ,    85

     A trajetória na luta democrática   ,    88

     Uma fina sensibilidade cultural ,      89

     O ingresso na vida política  ,   90

     San Tiago e a reforma do Itamaraty ,   92

     San Tiago, diplomata  ,   93

     Uma visão original da política externa e da política internacional  , 97

     San Tiago, o pacifista  ,   100

     Em busca de uma esquerda “positiva”: San Tiago e Merquior  ,    102

 

Roberto Campos: um humanista da economia na diplomacia , 105

            Paulo Roberto de Almeida

     Uma vida relativamente bem documentada, senão totalmente devassada , 105

     O diplomata enquanto economista e, ocasionalmente, homem de Estado , 110

     Além da economia: um observador sofisticado do subdesenvolvimento brasileiro e latino-americano  ,  115

     Além da economia: o humanismo na sua versão irônica e política  , 123

     A premonição das catástrofes evitáveis, um fruto de sua racionalidade127

     Um longo embate contra sua própria instituição   ,    130

     A Weltanschauung evolutiva de Roberto Campos: do Estado ao indivíduo , 134

 

Meira Penna: um liberal crítico do Estado patrimonial brasileiro ,   143

            Ricardo Vélez-Rodríguez

     Breve síntese biográfica  ,   143

     A crítica de Meira Penna ao Estado patrimonial  ,        144

     O Brasil e o liberalismo    ,  146

     Patrimonialismo, o mal latino  ,    147

     Patrimonialismo e familismo clientelista     ,       151

     Patrimonialismo e formalismo cartorial    ,    155

     Patrimonialismo e estatismo burocrático  , 158

     Patrimonialismo e mercantilismo   ,    159

     Patrimonialismo e corrupção   ,    162

     Alternativas ao patrimonialismo    ,     163

     Um Tocqueville brasileiro   ,    165

 

Lauro Escorel: um crítico engajado ,       169

            Rogério de Souza Farias

     Esperançosa inteligência   , 169

     Retórica militante   ,   172

     Escolástico inútil   ,        175

     Cultura da política  ,    180

 

Sergio Corrêa da Costa: diplomata, historiador e ensaísta  ,191

            Antonio de Moraes Mesplé

       Os anos 40   ,     191

       D. Pedro I e a exceção brasileira    ,   196

       Floriano Peixoto e a história diplomática da Revolta da Armada , 204

       Juan Perón, o hipernacionalismo argentino e a conexão nazista  , 215

       A globalização lexical e a Francofonia   ,    228

       Um diplomata de escol  ,     232

 

Wladimir Murtinho: Brasília e a diplomacia da cultura brasileira , 235

            Rubens Ricupero

       Colocar o Estado a serviço da cultura  ,    235

       As origens e os episódios latino-americanos  ,   236

       A história de Wladimir é um romance de aventuras   ,  239

       As marcas de Murtinho na cultura do Brasil ,      240

       Brasília como nova capital da cultura brasileira  ,      242

       O legado de Wladimir Murtinho em Brasília e para o Brasil                                244

 

Vasco Mariz: meu tipo inesquecível  ,    249

            Mary Del Priore

       Uma infância carioca  ,   249

       Como se fabrica um escritor e musicólogo?   ,    250

       Itinerários na diplomacia: Porto e Belgrado  ,     252

       De volta à América Latina e novos desafios diplomáticos    ,    254

       A obsessão pela música    ,    256

       Um longevo diplomata-escritor    ,      260

       Vasco: demasiadamente humano   ,    269

 

José Guilherme Merquior, o diplomata e as relações internacionais , 277

            Gelson Fonseca Jr.

       O intelectual e o diplomata278

       Encontros com Merquior  ,   282

       Os textos sobre questões diplomáticas   ,   287

       O intelectual antes do diplomata  ,      304

 

A coruja e o sambódromo: sobre o pensamento de Sergio Paulo Rouanet , 307

            João Almino

       Diplomacia    ,  307

       Literatura  ,   309

       Filosofia ,      311

       Iluminismo e universalismo   ,   312

       Universalismo e etnocentrismo  ,    314

       Relativismo e particularismos ,    316

       Civilização ou barbárie    ,  317

       A permanência da obra  ,  321

 

Apêndices:

1. O Itamaraty na cultura brasileira (2001), sumário da obra , 323

2. Introdução de Alberto da Costa e Silva à edição de 2001 ,   325

3. Alberto da Costa e Silva – 1931-2023, Celso Lafer  ,   341


Sobre os intelectuais na diplomacia   ,       347

Sobre os autores   ,    351

 

 

domingo, 27 de outubro de 2024

Dois livros sobre intelectuais na diplomacia brasileira - Paulo Roberto de Almeida

 Dois livros sobre intelectuais na diplomacia brasileira

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota contendo os sumários do livro publicado em 2001, O Itamaraty na Cultura Brasileira, e do livro preparado para a próxima edição de Intelectuais na Diplomacia Brasileira, duas obras essenciais sobre a contribuição diplomática e cultural dos intelectuais que moldaram o perfil intelectual do Itamaraty e da própria sociedade brasileira.

Desde quando foi publicado o livro organizado pelo saudoso embaixador Alberto da Costa e Silva, O Itamaraty na Cultura Brasileira (Brasília: Instituto Rio Branco, 2001; sumário ao final da postagem), fiquei fascinado pela amplitude da informação e análise das obras de alguns grandes nomes que enalteceram a diplomacia brasileira. Muitos deles, ou a maioria, se tornaram conhecidos não tanto pelos telegramas e ofícios preparados no exercício de suas funções oficiais, mas em lides paralelas, de caráter literário, cultural ou científico, atividades voluntárias (ou seja, não comandadas pela profissão que escolheram ou à qual se devotaram) que marcaram suas vidas na cultura brasileira como um todo, não apenas do lado da política externa ou da diplomacia.

Eu havia tomado conhecimento da preparação dessa obra antes mesmo de sua publicação, pois que, lotado na embaixada em Washington, recebi, em 2000, o historiador Carlos Guilherme Mota, que estava preparando o seu capítulo sobre o grande historiador diplomático Manuel de Oliveira Lima: tive o prazer de acompanhá-lo na visita à Biblioteca Oliveira Lima – na Catholic University of America, sempre frequentada por mim, desde os primeiros dias de estada na capital americana –, assim como ao cemitério Mount Olivet, no qual há uma tumba não identificada, cuja lápide contém apenas estas palavras: “Aqui jaz um amigo dos livros” (devo ter fotos que fiz em visita anterior, em alguma pasta de computador).

Desde a publicação da luxuosa primeira edição, eu aspirava por uma edição mais popular, facilitando o acesso a um público mais vasto do conteúdo da magnífica obra, prefaciada pelo chanceler Celso Lafer – mas sua encomenda e preparação tinham sido iniciadas sob a gestão do chanceler Luiz Felipe Lampreia –, o que foi felizmente efetuado logo no ano seguinte, pela Editora Francisco Alves, a mais antiga, longeva e educativa editora brasileira. Desde essa época, eu imaginava que a obra poderia ser complementada pela inclusão de novos nomes à lista – sobremodo restrita; apenas 18 nomes, um capítulo duplo e dois capítulos para o grande Vinicius de Moraes, merecedor –, alguns deles já sugeridos na própria introdução de Costa e Silva, como Euclides da Cunha, por exemplo (depois objeto de uma belíssima biografia por meu colega e amigo, o historiador Luiz Cláudio Villafañe Gomes Santos), outros em cogitação por ele mesmo, e por mim, já encantado com o empreendimento. A edição da Francisco Alves, em formato brochura (e, portanto, mais acessível), tinha até um capítulo a mais, uma complementação feita pelo diplomata José Roberto de Andrade Filho, de notas sobre a evolução da carreira diplomática, intitulado “Diplomacia no tempo”, ademais de uma quarta capa assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, sem cargos na Secretaria de Estado durante largos anos, só pude iniciar meu projeto quando assumi, em agosto de 2016, o cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão, passando a desenvolver, até o final de 2018, um programa basicamente cultural e intelectual, bem mais do que diplomático-funcional.

Nasceu então o projeto que me ocuparia pelos dois anos seguintes, e que teve de aguardar mais quatro ou cinco, até que as condições ideais se apresentassem para uma boa edição voltada para o público em geral. Numa primeira fase, cogitou-se de uma terceira edição à obra original de 2001, embora sem a belíssima iconografia daquela, inclusive por razões orçamentárias. A ideia era a de reproduzir os textos dedicados aos dezoito autores constantes da edição organizada pelo embaixador Costa Silva, complementando-a por mais alguns nomes que tinha falecido nos anos subsequentes ao infeliz e precoce desaparecimento de José Guilherme Merquior (1991). Depois de um cuidadoso exame dos “candidatos” à inclusão nessa projetada 3a. edição, trabalho conduzido em consulta ao próprio Costa e Silva – a quem ofereci a coordenação desse volume complementar – e em conjunto com meus colegas do IPRI, Rogerio de Souza Farias, Antonio de Moraes Mesplé e Marco Tulio Scarpelli Cabral, nos fixamos inicialmente nos seguintes nomes: Wladimir Murtinho (entregue a seu grande amigo Rubens Ricupero); Vasco Mariz (para quem a autora convidada foi Mary Del Priore, sugerida pelo próprio Costa e Silva); Sergio Corrêa da Costa (assumido por quem o admirava, o próprio Antônio de Moraes Mesplé); Lauro Escorel (sendo Rogerio de Souza Farias o voluntário para a pesquisa); Meira Penna (a cargo de seu amigo e admirador Ricardo Velez Rodriguez), e Roberto Campos, sob minha própria responsabilidade, uma vez que eu já estava organizando O Homem que Pensou o Brasil (Appris, 2017), para comemorar o centenário de seu nascimento.

O projeto teve idas e vindas nos dois anos que antecederam o novo governo que sairia das eleições presidenciais de 2018, ao sabor das disponibilidades orçamentárias da Funag e da própria preparação dos originais pelos autores convidados. Eu mesmo pretendia que a nova edição tivesse uma repetição, no caso um novo capítulo dedicado a José Guilherme Merquior, por considerar que a bela contribuição do editor José Mario Pereira mais seguia a trajetória diplomática e editorial do grande intelectual eclético do que propriamente fazia a análise de sua contribuição à cultura brasileira. Num determinado momento, já avançado o projeto, e com a entrega de diversas contribuições naqueles primeiros nomes, consideramos que uma terceira edição incorreria em diversos obstáculos práticos e propriamente editoriais, com o que se cogitou de fazer uma obra independente, a partir de cuja opção se decidiu incorporar novos nomes, não exatamente de diplomatas profissionais, mas de personagens da vida política e cultural brasileira que tinham colaborado com a diplomacia, a um título ou outro. Estavam nessa categoria, por exemplo, Rui Barbosa, Afonso Arinos de Melo Franco, San Tiago Dantas, assim como a cientista Bertha Lutz, a única mulher finalmente incorporada ao time de novos representantes da diplomacia cultural. Também foi incluído o nome do filósofo e ensaísta Sergio Paulo Rouanet, falecido posteriormente à preparação dos novos originais.

O processo editorial enfrentou escolhos de tipos diversos, até que finalmente se obteve o apoio da diretora da Editora da Unifesp, Mirhiane Mendes Abreu, assim como a aceitação da nova edição por parte de Carlos Leal, o editor da Francisco Alves, já responsável pela 2a edição do livro original que inspirou esta obra, assim como de várias outras obras de cunho diplomático. Transcrevo a seguir o sumário da edição de 2001 – livro cujo conteúdo disponibilizei num arquivo reformatado na plataforma Academia.edu – e o sumário da obra que, finalmente, será publicado proximamente. Aproveito para, mais uma vez, desculpar-me junto aos primeiros colaboradores pelo longo tempo decorrido desde os idos de 2017, assim como para agradecer aos novos colaboradores – sobretudo ao chanceler Celso Lafer, em sua qualidade de duplo prefaciador – de uma obra que merece continuidade pela incorporação de novos nomes, diplomatas profissionais ou de “ocasião”, que abrilhantaram, diplomaticamente e culturalmente, o universo brasileiro da diplomacia de alto nível intelectual.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4771, 27 outubro 2024, 4 p.

 

Sumários de dois livros num mesmo universo

 

O Itamaraty na Cultura Brasileira

Organizador: Alberto da Costa e Silva

1ª edição, Brasília: Instituto Rio Branco, 2001 (edicão de luxo, ilustrada)

 

O Itamaraty na cultura brasileira - Celso Lafer

Diplomacia e cultura - Aberto da Costa e Silva (organizador)

Varnhagen, história e diplomacia – Arno Wehling

Brazílio Itiberê da Cunha. Músico e diplomata  - Celso Tarso Pereira

Joaquim Nabuco - Evaldo Cabral de Mello

Luiz Guimarães Júnior e Luiz Guimarães Filho – Sergio Marzagão Gesteira

Aluízio Azevedo: A literatura como destino – Massaud Moisés

Domício da Gama – Alberto Venâncio Filho

Oliveira Lima e nossa formação – Carlos Guilherme Mota

Gilberto Amado: além do brilho – André Seffrin

A vida breve de Ronald de Carvalho - Alexei Bueno

Ribeiro Couto, o poeta do exílio - Afonso Arinos, filho

Viagem a Beira de Bopp - Antonio Carlos Secchin

Guimarães Rosa, viajante - Felipe Fortuna

Antônio Houaiss, cultura brasileira e língua portuguesa –- Leodegario Azevedo

Vinícius de Moraes: o poeta da proximidade - Miguel Sanches Neto

Vinícius, poeta e diplomata, na música popular - Ricardo Cravo Albin

João Cabral, um mestre sem herdeiros - Ivan Junqueira

O fenômeno Merquior - José Mário Pereira

 

2ª edição: Editora Francisco Alves, edicão brochura; Rio de Janeiro, 2002

Acréscimo do capítulo final: “Diplomacia no tempo: notas sobre a evolução da carreira diplomática”, por José Roberto de Andrade Filho

 

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Intelectuais na diplomacia brasileira: A cultura a serviço da nação

Organizador: Paulo Roberto de Almeida

Próxima publicação: São Paulo: Editora da Unifesp; Rio de Janeiro: Francisco Alves

 

Prefácio - Celso Lafer

Apresentação: intelectuais brasileiros a serviço da diplomacia - Paulo Roberto de Almeida

Bertha Lutz: feminista, educadora, cientista - Sarah Venites

Afonso Arinos de Melo Franco e a política externa independente - Paulo Roberto de Almeida

San Tiago Dantas e a oxigenação da política externa - Marcílio Marques Moreira

Roberto Campos: um humanista da economia na diplomacia - Paulo Roberto de Almeida

Meira Penna: um liberal crítico do Estado patrimonial brasileiro - Ricardo Vélez-Rodríguez

Lauro Escorel: um crítico engajado - Rogério de Souza Farias

Sergio Corrêa da Costa: diplomata, historiador e ensaísta - Antonio de Moraes Mesplé

Wladimir Murtinho: Brasília e a diplomacia da cultura brasileira - Rubens Ricupero

Vasco Mariz: meu tipo inesquecível - Mary Del Priore

José Guilherme Merquior, o diplomata e as relações internacionais - Gelson Fonseca Jr.

A coruja e o sambódromo: sobre o pensamento de Sergio Paulo Rouanet - João Almino

 

Apêndices:

1. O Itamaraty na cultura brasileira (2001), sumário da obra

2. Introdução de Alberto da Costa e Silva à edição de 2001

3. Alberto da Costa e Silva (1931-2023): Homenagem ao diplomata, poeta, historiador e ensaísta - Celso Lafer

 

Sobre os intelectuais na diplomacia

Sobre os autores

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 4771. “Dois livros sobre intelectuais na diplomacia brasileira”, Brasília, 27 outubro 2024, 3 p. Nota contendo os sumários do livro publicado em 2001, O Itamaraty na Cultura Brasileira, e do livro preparado para próxima edição, Intelectuais na Diplomacia Brasileira, duas obras essenciais sobre o tema dos grandes intelectuais que moldaram o perfil intelectual do Itamaraty e da própria sociedade brasileira. Postado no blog Diplomatizzando, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/10/dois-livros-sobre-intelectuais-na.html