O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Vidas Paralelas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vidas Paralelas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 27 de março de 2024

As etapas até chegar ao produto final de Vidas Paralelas: Ricupero-Lafer - Paulo Roberto de Almeida

As etapas até chegar ao produto final de Vidas Paralelas: Ricupero-Lafer 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Listagem dos trabalhos feitos até chegar ao livro em sua forma quase final.

 

4404. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p. Projeto de obra sobre as trajetórias de vida, as carreiras na diplomacia e na academia e a produção intelectual do diplomata Rubens Ricupero e do professor Celso Lafer, com base em depoimentos pessoais, em resumo interpretativo das obras publicadas e no exame seletivo dos itinerários respectivos, como parte da construção do estudo intelectual e do exercício prático nas relações  internacionais do Brasil, dos anos 1950 à terceira década do século XXI. Para ser desenvolvido em cooperação com os personagens e na consulta ao conjunto da obra publicada ou divulgada nos meios de comunicação. 

 

4429. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer as relações internacionais do Brasil; um projeto de história intelectual”, Brasília, 4 julho 2023, 3 p. Nota metodológica e introdutória a um projeto de trabalho em suas primícias, a partir do trabalho n. 4404, “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil” (Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p.). Submetido a ambos para apreciação. 

 

4439. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil – possível esquema de trabalho”, Brasília, 18 julho 2023, 2 p. Estrutura possível da obra planejada e sugestão de encontros presenciais ou online para a condução dos trabalhos preparatórios. Submetida a ambos para comentários. Os precedentes figuram nos trabalhos 4404 e 4429. 

 

4441. “Dois protagonistas da história diplomática do Brasil e um espectador: Rubens Ricupero, Celso Lafer e Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 20 julho 2023, 4 p. Nota preparatória a entrevistas com Rubens Ricupero e Celso Lafer. 

 

4452. “Ricupero-Lafer Book: esquema tentativo”, Brasília, 6 agosto 2023, 1 p. Possível estrutura da obra propostaVidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil. Enviada aos personagens e consulta sobre as partes e organização dos depoimentos.

 

4458. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil: Introdução (versão provisória, incompleta)”, Brasília, 17 agosto 2023, 5 p. Rascunho de uma possível introdução, no seguimento dos trabalhos 4404, 4429, 4439, 4441 e 4452.

 

4461. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 19 agosto 2023, 112 p. Rascunho preliminar com materiais relativos ao projeto de trabalho. Em revisão. Integração de trabalhos anteriores ao volume e preparada nova brochura. Ampliada em diversas passagens com base na literatura e nas obras de um e outro autor. Preparada brochura para impressão.

 

4469. “Direitos Humanos: um debate sempre atual”, Brasília, 5 setembro 2023, 5 p. Capítulo sobre DH na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores. 

 

4470. “A aventura da revista Política Externa e seu papel no cenário editorial”, Brasília, 6 setembro 2023, 5 p.; revisão, 12/09/2023, 6 p. Capítulo sobre a criação e direção editorial da revista Política Externa, na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores.

 

4404. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p. Projeto de obra sobre as trajetórias de vida, as carreiras na diplomacia e na academia e a produção intelectual do diplomata Rubens Ricupero e do professor Celso Lafer, com base em depoimentos pessoais, em resumo interpretativo das obras publicadas e no exame seletivo dos itinerários respectivos, como parte da construção do estudo intelectual e do exercício prático nas relações  internacionais do Brasil, dos anos 1950 à terceira década do século XXI. Para ser desenvolvido em cooperação com os personagens e na consulta ao conjunto da obra publicada ou divulgada nos meios de comunicação. 

 

4429. “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer as relações internacionais do Brasil; um projeto de história intelectual”, Brasília, 4 julho 2023, 3 p. Nota metodológica e introdutória a um projeto de trabalho em suas primícias, a partir do trabalho n. 4404, “Vidas paralelas: Ricupero, Lafer e as relações internacionais do Brasil” (Belo Horizonte, 26 maio 2023, 1 p.). Submetido a ambos para apreciação. 

 

4439. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil – possível esquema de trabalho”, Brasília, 18 julho 2023, 2 p. Estrutura possível da obra planejada e sugestão de encontros presenciais ou online para a condução dos trabalhos preparatórios. Submetida a ambos para comentários. Os precedentes figuram nos trabalhos 4404 e 4429. 

 

4441. “Dois protagonistas da história diplomática do Brasil e um espectador: Rubens Ricupero, Celso Lafer e Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 20 julho 2023, 4 p. Nota preparatória a entrevistas com Rubens Ricupero e Celso Lafer. 

 

4452. “Ricupero-Lafer Book: esquema tentativo”, Brasília, 6 agosto 2023, 1 p. Possível estrutura da obra propostaVidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil. Enviada aos personagens e consulta sobre as partes e organização dos depoimentos.

 

4458. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil: Introdução (versão provisória, incompleta)”, Brasília, 17 agosto 2023, 5 p. Rascunho de uma possível introdução, no seguimento dos trabalhos 4404, 4429, 4439, 4441 e 4452.

 

4461. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 19 agosto 2023, 112 p. Rascunho preliminar com materiais relativos ao projeto de trabalho. Em revisão. Integração de trabalhos anteriores ao volume e preparada nova brochura. Ampliada em diversas passagens com base na literatura e nas obras de um e outro autor. Preparada brochura para impressão.

 

4469. “Direitos Humanos: um debate sempre atual”, Brasília, 5 setembro 2023, 5 p. Capítulo sobre DH na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores. 

 

4470. “A aventura da revista Política Externa e seu papel no cenário editorial”, Brasília, 6 setembro 2023, 5 p.; revisão, 12/09/2023, 6 p. Capítulo sobre a criação e direção editorial da revista Política Externa, na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores.

 

4475. “Norberto Bobbio, o sábio italiano e suas afinidades eletivas com o jurista brasileiro”, Brasília 12 setembro 2023, 6 p. Mais um subcapítulo à parte analítica da obra de Celso Lafer para o livro Vidas Paralelas. Incorporado. 

 

4476. “Um judaísmo laico?”, Brasília 13 setembro 2023, 8 p. Mais um subcapítulo à parte analítica da obra de Celso Lafer para o livro Vidas Paralelas. Incorporado.

 

4567. “Irredutível liberal: ensaios e desafios”, Brasília, 24 janeiro 2024, 4 p. Mais uma seção do capítulo sobre Celso Lafer no projeto de livro Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil. Inserido na obra. Revisto em 31/01/2024. 

 

4569. “A trajetória de Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, Brasília, 26 janeiro 2024, 4 p. Capítulo setorial ao livro Vidas paralelas.

 

4570. “As relações econômicas internacionais: cooperação e reciprocidade”, Brasília, 26 janeiro 2024, 4 p. Capítulo setorial ao livro Vidas paralelas.

 

4571. “No templo dos imortais: um ‘intelectual militante’ e um ‘observador participante’”, Brasília, 27 janeiro 2024, 6 p. A ser incluído na seção sobre a produção de Celso Lafer na obra projetada “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil”, incorporado ao conjunto já preparado em etapas anteriores.

 

4572. “Direitos humanos: um diálogo permanente com Hannah Arendt”, Brasília, 28 janeiro 2024, 3 p. Para a obra Vidas Paralelas.

 

4575. “Celso Lafer: um dos pais fundadores das relações internacionais no Brasil”, Brasília, 3 fevereiro 2024, 77 p. Assemblagem das seções pertencentes ao capítulo sobre Celso Lafer para incorporação ao livro Vidas Paralelas. Encaminhado a Celso Lafer. 

 

4582. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 14 fevereiro, 175 p. Brochura provisória, incompleta, contendo o estado dos capítulos até a data, em Edição de Autor. Enviada aos interessados e a Ronaldo Costa Couto.

 

4584. “Vidas Paralelas: Rubens Ricupero, Celso Lafer e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 23 fevereiro, 195 p. Brochura provisória, incompleta, contendo o estado dos capítulos até a data, em Edição provisória, para revisão e correção. Revisão parcial 29/02/2024, novamente em 3/03/2024.

 

4585. “Construir a nação pela sua diplomacia: objetivos compartilhados”, Brasília, 26 fevereiro 2024, 6 p. Notas para capítulo final do livro Vidas Paralelas. Enviada a Rubens Ricupero e a Celso Lafer.

 

4600. “Rubens Ricupero: um projeto para o Brasil no mundo”, Brasília 11 março 2024, 112 p. Capítulo 3 da obra Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, em elaboração.

 

4601. “Celso Lafer: um dos pais fundadores das relações internacionais no Brasil”, Brasília 12 março 2024, 94 p. Capítulo 4 da obra Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, em elaboração.

 

4602. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 13-16 março 2024, 247 p. (provisório). Assemblagem provisória dos capítulos 2, 3 e 4, mais uma bibliografia geral, do livro em preparação.

 

4603. “Correspondência Ricupero-Lafer, Vidas Paralelas”, Brasília, 13 março 2024, 1 p. Encaminhamento dos capítulos 3 e 4, mais bibliografia geral, do livro em preparação, solicitando leitura cuidadosa, correção, sugestões.

 

4605. “Uma história intelectual: paralelas que se cruzam”, Brasília, 15 março 2024, 16 p. Introdução ao livro Vidas Paralelas. Incorporada ao trabalho n. 4602.

 

4607. “Paralelas convergentes: considerações finais”, Brasília, 17 março 2024, 6 p. Conclusão ao livro Vidas Paralelas. Incorporada ao trabalho n. 4602.

 

4608. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 17 março 2024, 251 p. (provisório). Livro terminado em sua versão de autor, não revisto pelos “personagens”, sujeito a revisão de bibliografia e linguagem.

 

4610. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 18 março 2024, 5 p. Artigo para o Portal Interesse Nacional, apresentando o livro e remetendo ao sumário da obra, no blog Diplomatizzando (18/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/um-novo-livro-terminado-vidas-paralelas.html). Divulgado no Portal da revista Interesse Nacional (27/03/2024; link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/). Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/116777792/4610_Vidas_Paralelas_Rubens_Ricupero_e_Celso_Lafer_nas_relações_internacionais_do_Brasil_2024_) e no blog Diplomatizzando (27/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso.html). Relação de Publicados n. 1554.

 

4618. “As etapas até chegar ao produto final de Vidas Paralelas”, Brasília, 27 março 2024, 4 p. Listagem dos trabalhos feitos até chegar ao livro em sua forma quase final.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4618, 27 março 2024, 4 p.


O produto final está aqui: 


4610. Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil, Brasília, 18 março 2024, 5 p. Artigo para o Portal Interesse Nacional, apresentando o livro e remetendo ao sumário da obra, no blog Diplomatizzando (18/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/um-novo-livro-terminado-vidas-paralelas.html). Divulgado no Portal da revista Interesse Nacional (27/03/2024; link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/). Postado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/116777792/4610_Vidas_Paralelas_Rubens_Ricupero_e_Celso_Lafer_nas_relações_internacionais_do_Brasil_2024_) e no blog Diplomatizzando (27/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso.html). Relação de Publicados n. 1554.

 

Paulo Roberto de Almeida: Vidas Paralelas – Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil - Portal da revista Interesse Nacional

Paulo Roberto de Almeida: Vidas Paralelas:

Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil 

Portal da revista Interesse Nacional 



https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/


Trajetórias dos dois personagens fundamentais da política externa brasileira são o foco de livro sobre sua marca indelével no cenário cultural e intelectual do país. Para diplomata, os dois contribuíram para a imagem e o papel que o Brasil conseguiu forjar para si no cenário mundial

O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer participa na Comissão Relações Exteriores do Senado do segundo painel do ciclo de debates Brasil e a Ordem Internacional (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Por Paulo Roberto de Almeida*

O embaixador Rubens Ricupero e o ex-chanceler Celso Lafer são duas das personalidades mais conhecidas e respeitadas no panorama cultural e no cenário brasileiro de conhecimento, produção e atuação nas relações internacionais do Brasil. Eles apresentam certa similaridade de pensamento e de realizações, segundo trajetórias que se cruzaram, que se entrelaçaram e que se uniram num mesmo propósito: elevar o status do Brasil no mundo, melhorar a cultura da nação, a política do país, a vida diária dos brasileiros e dos imigrantes que para aqui vieram e que aqui construíram uma sociedade vibrante, diversificada, como foram, aliás, os seus bisavôs, chegados ao Brasil no final do século XIX, e que aqui empreenderam uma vida de trabalho e de construção do próprio país.

Eles possuem muitas “afinidades eletivas”, construídas tanto no labor acadêmico, quanto no trabalho diplomático, assim como exibem dois percursos paralelos, merecendo, portanto, apresentação e avaliação conjunta, o que pode ser feito por meio de um percurso bibliográfico e de um relato mais ou menos linear sobre seus desempenhos notáveis na vida pública e nas relações exteriores do Brasil. 

‘Pode-se abordar a produção literária e as atividades públicas de Ricupero e de Lafer pela via de uma história intelectual, capaz de segui-los no desempenho de suas funções respectivas, como professores e como diplomatas’

Mais exatamente: pode-se abordar a produção literária e as atividades públicas de Rubens Ricupero e de Celso Lafer pela via de uma história intelectual, capaz de segui-los no desempenho de suas funções respectivas, como professores e como diplomatas, assim como pelo relato da contribuição de ambos para as relações internacionais do Brasil, tanto no plano da produção intelectual propriamente dita, quanto no terreno das atividades públicas nas quais estiveram engajados, como pensadores, como tribunos de ideias e propositores de políticas, como burocratas de alto escalão, no campo da política externa e da diplomacia. 

O volume total da produção de cada um deles é absolutamente assustador, não apenas pela variedade das abordagens nas diversas vertentes de que se ocuparam, mas também pela qualidade do que escreveram ou disseram. Muitos dos atuais diplomatas, assim como grande parte dos pesquisadores e professores da área de relações internacionais se beneficiaram da produção publicada pelos dois ao longo das últimas quatro ou cinco décadas, ou se inspiraram nos exemplos que ambos prodigaram em suas atividades práticas nos encargos que assumiram nos últimos sessenta anos da vida nacional. 

O embaixador Rubens Ricupero durante comemoração dos 45 anos da assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica (Foto: José Cruz/ Agência Brasil

As trajetórias de vida de Rubens Ricupero e de Celso Lafer evidenciam uma motivação comum, profundamente engajada no estudo dos problemas internacionais do Brasil, desde os primeiros trabalhos conhecidos, e uma constância nesse tipo de produção – em direitos humanos, na história diplomática, nas relações econômicas internacionais, na integração, no direito internacional – que resulta, em sua essência e centralidade analítica, numa grande coerência e honestidade intelectual. 

Ambas as trajetórias podem ser vistas sob o conceito de “vidas paralelas”. Elas o são a mais de um título, independentemente da diferença de origens sociais, que marcaram as primeiras fases da vida acadêmica e profissional de cada um deles. A partir de certo momento, as paralelas se cruzaram, se imbricaram e não mais se desligaram, nem se desfizeram. 

Cada um, separadamente, mereceria várias biografias, mas não parece existir, até aqui, um estudo conjunto, sobre esses dois amigos de coração, duas almas gêmeas na vocação de servir o Brasil em sua vertente internacional’

O que há de peculiar, ou de exclusivo, a cada um? O que os distingue entre si, e o que os une, fundamentalmente? Cada um, separadamente, mereceria várias biografias, suas obras publicadas oferecem matérias para dezenas de dissertações, muitas teses de doutorado, centenas de artigos analíticos, mas não parece existir, até aqui, um estudo conjunto, sobre esses dois amigos de coração, duas almas gêmeas na vocação de servir o Brasil em sua vertente internacional. 

Foi o que eu decidi fazer, e o que agora estou concluindo, depois de um ano inteiro de leituras, anotações, visitas a bibliotecas, intercâmbio de mensagens e algumas conversas com os dois, sob o formato de um livro, dotado dessa perspectiva unificadora das Vidas Paralelas

Algum motivo especial para esta iniciativa agregadora de caráter intelectual? O que une, essencialmente, Ricupero e Lafer? O que deu origem e o que, de certa forma, legitima e justifica este meu empreendimento, de estudar a trajetória de ambos? Uma mesma origem na imigração, ainda que diferente em suas raízes, uma trajetória similar de construção de vida pelo trabalho, o mesmo esforço nos estudos, uma absoluta identidade de propósitos quanto a objetivos maiores. 

Origens divergentes, no passado, mas lançadas no cadinho convergente dos grandes fluxos imigratórios no Brasil do final do século XIX e do início do século XX; trajetórias não exatamente paralelas na juventude de estudos, mas confluindo no mesmo universo do direito, das humanidades, do interesse comum por assuntos internacionais na primeira fase da vida madura. 

Dois meios sociais diferentes, tradições familiares separadas, mas alguns traços similares entre eles, o que me motivou a juntá-los nesse paralelismo de realizações, no campo das reflexões sobre as relações internacionais do Brasil e no terreno prático das atividades diplomáticas. Provavelmente também uma identificação pessoal com a trajetória e o trabalho acumulado ao longo de várias décadas de estudos, de escritos, de propósitos.

Mais do que as reflexões e escritos, ou o desempenho de cada um a serviço da diplomacia brasileira, o que os une, basicamente, são dois elementos intangíveis, que foi o que me lançou na concepção desta obra de história intelectual: cultura e inteligência’

Mais do que as reflexões e escritos, ou o desempenho de cada um a serviço da diplomacia brasileira, o que os une, basicamente, são dois elementos intangíveis, que foi o que me lançou na concepção desta obra de história intelectual: cultura e inteligência. Independentemente de todos os artigos, ensaios, livros e entrevistas – dezenas de quilos de material impresso, de cada um dos lados – e do ativismo exemplar nas relações internacionais do Brasil, no exercício prático de sua diplomacia, o que distingue, mais do que qualquer outra coisa, os dois personagens, por mim escolhidos para uma espécie de bisturi analítico sobre seus escritos e realizações, foi justamente estes traços do caráter de cada um, em relação aos quais eu tenho profunda devoção, um duplo Graal sempre perseguido: cultura e inteligência.

Quando apresentei a eles, em julho de 2023, o meu projeto de elaborar uma história intelectual comum, o próprio Ricupero me escreveu estas palavras, a respeito dos paralelismos entre ambos: 

‘Um aspecto óbvio é que, apesar das diferenças, Celso e eu pertencemos a uma mesma família de orientação política e filosófica: somos ambos liberais com consciência social. Embora com muito menor base filosófica, admiro as mesmas personalidades que Celso: Isaiah Berlin, Norberto Bobbio, Hannah Arendt, Raymond Aron. Tanto na política interna brasileira como em relação à política externa, a real e a ideal, não creio que existam entre nós diferenças fortes…’

O resultado, portanto, foi um livro de história intelectual, no sentido mais direto da expressão. Ele trata de duas personalidades influentes no pensamento e na atuação prática das relações internacionais do Brasil. Eles são influentes pelas obras produzidas, pelas ideias defendidas, pelas ações conduzidas em diferentes vertentes de suas respectivas vidas: como professores, pensadores e autores de obras relevantes num vasto leque das ciências sociais e humanas, como ativistas civis e propositores de medidas para a condução política do país, em especial na vertente externa, bem como, last but not the least, como decisores setoriais quando assumiram responsabilidade por cargos de relevo em governos do passado: ambos como ministros de Estado, Celso Lafer duas vezes na chefia do Itamaraty (1992 e 2001-2002), Ricupero como ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, logo em seguida como ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real. 

Os dois personagens destas Vidas Paralelas deixam uma marca indelével no cenário cultural e intelectual do Brasil, o que emerge naturalmente a partir de seus respectivos desempenhos no plano da elaboração e transmissão de ideias, da produção de conhecimento nos campos da ciência política, da história, do direito, das relações internacionais, entre várias outras das humanidades e das ciências sociais. Eles também contribuíram, com o melhor de cada um deles, no universo geral da cultura, e no mais especializado da diplomacia, para a imagem e o papel que o Brasil conseguiu forjar para si no cenário mundial, ambiente no qual atuaram, de forma muito intensa, juntos ou separadamente, e no qual eles constituem, justamente, dois dos mais distinguidos representantes da inteligência nacional.


* Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, doutor em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia, licenciado em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, 1975). Atua como professor de economia política no Programa de Pós-Graduação em direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional.

Sumário da obra Vidas Paralelas, em publicação


Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional.


Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil: livro em preparação - Paulo Roberto de Almeida

 Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil

Paulo Roberto de Almeida


O embaixador Rubens Ricupero e o ex-chanceler Celso Lafer são duas das personalidades mais conhecidas e respeitadas no panorama cultural e no cenário brasileiro de conhecimento, produção e atuação nas relações internacionais do Brasil. Eles apresentam certa similaridade de pensamento e de realizações, segundo trajetórias que se cruzaram, que se entrelaçaram e que se uniram num mesmo propósito: elevar o status do Brasil no mundo, melhorar a cultura da nação, a política do país, a vida diária dos brasileiros e dos imigrantes que para aqui vieram e que aqui construíram uma sociedade vibrante, diversificada, como foram, aliás, os seus bisavôs, chegados ao Brasil no final do século XIX, e que aqui empreenderam uma vida de trabalho e de construção do próprio país.

Eles possuem muitas “afinidades eletivas”, construídas tanto no labor acadêmico, quanto no trabalho diplomático, assim como exibem dois percursos paralelos, merecendo, portanto, apresentação e avaliação conjunta, o que pode ser feito por meio de um percurso bibliográfico e de um relato mais ou menos linear sobre seus desempenhos notáveis na vida pública e nas relações exteriores do Brasil. Mais exatamente: pode-se abordar a produção literária e as atividades públicas de Rubens Ricupero e de Celso Lafer pela via de uma história intelectual, capaz de segui-los no desempenho de suas funções respectivas, como professores e como diplomatas, assim como pelo relato da contribuição de ambos para as relações internacionais do Brasil, tanto no plano da produção intelectual propriamente dita, quanto no terreno das atividades públicas nas quais estiveram engajados, como pensadores, como tribunos de ideias e propositores de políticas, como burocratas de alto escalão, no campo da política externa e da diplomacia. 

O volume total da produção de cada um deles é absolutamente assustador, não apenas pela variedade das abordagens nas diversas vertentes de que se ocuparam, mas também pela qualidade do que escreveram ou disseram. Muitos dos atuais diplomatas, assim como grande parte dos pesquisadores e professores da área de relações internacionais se beneficiaram da produção publicada pelos dois ao longo das últimas quatro ou cinco décadas, ou se inspiraram nos exemplos que ambos prodigaram em suas atividades práticas nos encargos que assumiram nos últimos sessenta anos da vida nacional. 

As trajetórias de vida de Rubens Ricupero e de Celso Lafer evidenciam uma motivação comum, profundamente engajada no estudo dos problemas internacionais do Brasil, desde os primeiros trabalhos conhecidos, e uma constância nesse tipo de produção – em direitos humanos, na história diplomática, nas relações econômicas internacionais, na integração, no direito internacional – que resulta, em sua essência e centralidade analítica, numa grande coerência e honestidade intelectual. Ambas as trajetórias podem ser vistas sob o conceito de “vidas paralelas”. Elas o são a mais de um título, independentemente da diferença de origens sociais, que marcaram as primeiras fases da vida acadêmica e profissional de cada um deles. A partir de certo momento, as paralelas se cruzaram, se imbricaram e não mais se desligaram, nem se desfizeram. 

O que há de peculiar, ou de exclusivo, a cada um? O que os distingue entre si, e o que os une, fundamentalmente? Cada um, separadamente, mereceria várias biografias, suas obras publicadas oferecem matérias para dezenas de dissertações, muitas teses de doutorado, centenas de artigos analíticos, mas não parece existir, até aqui, um estudo conjunto, sobre esses dois amigos de coração, duas almas gêmeas na vocação de servir o Brasil em sua vertente internacional. Foi o que eu decidi fazer, e o que agora estou concluindo, depois de um ano inteiro de leituras, anotações, visitas a bibliotecas, intercâmbio de mensagens e algumas conversas com os dois, sob o formato de um livro, dotado dessa perspectiva unificadora das Vidas Paralelas

Algum motivo especial para esta iniciativa agregadora de caráter intelectual? O que une, essencialmente, Ricupero e Lafer? O que deu origem e o que, de certa forma, legitima e justifica este meu empreendimento, de estudar a trajetória de ambos? Uma mesma origem na imigração, ainda que diferente em suas raízes, uma trajetória similar de construção de vida pelo trabalho, o mesmo esforço nos estudos, uma absoluta identidade de propósitos quanto a objetivos maiores. Origens divergentes, no passado, mas lançadas no cadinho convergente dos grandes fluxos imigratórios no Brasil do final do século XIX e do início do século XX; trajetórias não exatamente paralelas na juventude de estudos, mas confluindo no mesmo universo do Direito, das Humanidades, do interesse comum por assuntos internacionais na primeira fase da vida madura. Dois meios sociais diferentes, tradições familiares separadas, mas alguns traços similares entre eles, o que me motivou a juntá-los nesse paralelismo de realizações, no campo das reflexões sobre as relações internacionais do Brasil e no terreno prático das atividades diplomáticas. Provavelmente também uma identificação pessoal com a trajetória e o trabalho acumulado ao longo de várias décadas de estudos, de escritos, de propósitos.

Mais do que as reflexões e escritos, ou o desempenho de cada um a serviço da diplomacia brasileira, o que os une, basicamente, são dois elementos intangíveis, que foi o que me lançou na concepção desta obra de história intelectual: cultura e inteligência. Independentemente de todos os artigos, ensaios, livros e entrevistas – dezenas de quilos de material impresso, de cada um dos lados – e do ativismo exemplar nas relações internacionais do Brasil, no exercício prático de sua diplomacia, o que distingue, mais do que qualquer outra coisa, os dois personagens, por mim escolhidos para uma espécie de bisturi analítico sobre seus escritos e realizações, foi justamente estes traços do caráter de cada um, em relação aos quais eu tenho profunda devoção, um duplo Graal sempre perseguido: cultura e inteligência.

Quando apresentei a eles, em julho de 2023, o meu projeto de elaborar uma história intelectual comum, o próprio Ricupero me escreveu estas palavras, a respeito dos paralelismos entre ambos: 

Um aspecto óbvio é que, apesar das diferenças, Celso e eu pertencemos a uma mesma família de orientação política e filosófica: somos ambos liberais com consciência social. Embora com muito menor base filosófica, admiro as mesmas personalidades que Celso: Isaiah Berlin, Norberto Bobbio, Hannah Arendt, Raymond Aron. Tanto na política interna brasileira como em relação à política externa, a real e a ideal, não creio que existam entre nós diferenças fortes...

 

O resultado, portanto, foi um livro de história intelectual, no sentido mais direto da expressão. Ele trata de duas personalidades influentes no pensamento e na atuação prática das relações internacionais do Brasil. Eles são influentes pelas obras produzidas, pelas ideias defendidas, pelas ações conduzidas em diferentes vertentes de suas respectivas vidas: como professores, pensadores e autores de obras relevantes num vasto leque das ciências sociais e humanas, como ativistas civis e propositores de medidas para a condução política do país, em especial na vertente externa, bem como, last but not the least, como decisores setoriais quando assumiram responsabilidade por cargos de relevo em governos do passado: ambos como ministros de Estado, Celso Lafer duas vezes na chefia do Itamaraty (1992 e 2001-2002), Ricupero como ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, logo em seguida como ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real. 

Os dois personagens destas Vidas Paralelas deixam uma marca indelével no cenário cultural e intelectual do Brasil, o que emerge naturalmente a partir de seus respectivos desempenhos no plano da elaboração e transmissão de ideias, da produção de conhecimento nos campos da ciência política, da história, do direito, das relações internacionais, entre várias outras das humanidades e das ciências sociais. Eles também contribuíram, com o melhor de cada um deles, no universo geral da cultura, e no mais especializado da diplomacia, para a imagem e o papel que o Brasil conseguiu forjar para si no cenário mundial, ambiente no qual atuaram, de forma muito intensa, juntos ou separadamente, e no qual eles constituem, justamente, dois dos mais distinguidos representantes da inteligência nacional.

 

Obras relevantes: 

 

Celso Lafer:

Relações internacionais, política externa e diplomacia brasileira: pensamento e ação. Brasília: Funag, 2018, 2 vols.

Hannah Arendt: Pensamento, persuasão e poder. 3ª ed.; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.

Um percurso no Direito do Século XXI. São Paulo: Atlas, 2015, 3 vols. 

Norberto Bobbio: trajetória e obra. São Paulo: Perspectiva, 2013.

A internacionalização dos direitos humanos: Constituição, racismo e relações internacionais. Barueri, SP: Manole, 2005.

A Identidade Internacional do Brasil e a Política Externa Brasileira: passado, presente e futuro. 2a. ed., revista e ampliada; São Paulo: Perspectiva, 2004. 

Comércio, desarmamento, direitos humanos: reflexões sobre uma experiência diplomática. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.

Política externa brasileira: três momentos. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 1993.

A reconstrução dos direitos humanos, um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

O Brasil e a crise mundial: paz, poder e política externa. São Paulo: Perspectiva, 1984.

Paradoxos e possibilidades: Estudos sobre a Ordem Mundial e sobre a Política Exterior do Brasil num Sistema Internacional em Transformação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

 

Rubens Ricupero: 

A Diplomacia na Construção da Nação, 1750-2016. Rio de Janeiro: Versal, 2017.

“O Brasil no mundo”, In: Costa e Silva, Alberto (org.). Crise Colonial e Independência, 1808-1830. Madri-Rio de Janeiro: Fundación Mapfre-Objetiva, 2011, p. 115-159.

- “A inserção do Brasil no mundo”, in: Botelho, André; Schwarcz, Lilia Moritz (orgs.). Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 458-469.

Diário de Bordo: a viagem presidencial de Tancredo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.

Esperança e Ação: a ONU e a busca de desenvolvimento mais justo. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 

O Brasil e o dilema da globalização. 2ª ed.; São Paulo: Senac-SP, 2001.

Rio Branco: o Brasil no Mundo. Rio de Janeiro. Ed. Contraponto, 2000. 

O ponto ótimo da crise. Rio de Janeiro: Revan, 1998.

Visões do Brasil: ensaios sobre a história e a inserção internacional do Brasil. Rio de Janeiro: Record, 1995.

- “A diplomacia do desenvolvimento”. In: Pereira de Araujo, João Hermes; Azambuja, Marcos; Ricupero, Rubens. Três Ensaios sobre diplomacia brasileira. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 1989, p. 193-209. 

A Abertura dos Portos. São Paulo: Senac-SP, 2007 (co-organização com Luis Valente de Oliveira). 

- Rio Branco”, in: João Hermes Pereira de Araujo. José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco: Uma Biografia Fotográfica,1845-1995. Brasília: Funag, 1995.

 

Sumário da obra em publicação: 

https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/um-novo-livro-terminado-vidas-paralelas.html

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4610: 18 março 2024, 5 p.

Publicado no portal da revista Interesse Nacional (27/03/2023; link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-vidas-paralelas-rubens-ricupero-e-celso-lafer-nas-relacoes-internacionais-do-brasil/)

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Vidas Paralelas na educação brasileira: Cláudio Moura Castro e Simon Schwatzman

 Cláudio Moura Castro: 

A pedido de um periódico internacional de educação, preparei um artigo revendo a minha carreira profissional. Meio embaraçoso se auto-elogiar e, pior ainda, fazer meu culpa. Fiz o melhor que pude. Aí está

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0738059323001918?fr=RR-2&ref=pdf_download&rr=82c6ea28df43628f

The many incarnations of a curious researcher

The author describes his early interests, meandering from areas such as woodworking, electronics, economics, and education. Not surprisingly, his career also takes many kinks and detours. From a researcher in a government think tank he moves to coordinate a joint research in ten Latin American countries. He then becomes the head of the Brazilian agency in charge of masters and doctoral programs (and scholarships). From there, he leads the social policy unit of the Planning Ministry. At the ILO, he directs a group devoted to vocational training policies. Then comes the World Bank and the Interamerican Development Bank (where he became Chief Educational Advisor). Returning to Brazil, he designs a new college and then joins another large proprietary institution. Next project is to rescue a failing medical school. In this zigzagging trek, with successes and failures, there are some constants: curiosity, research and collisions with the bureaucracy.

Section snippets

Youth decisions: tools or books?

Some people find out early what they want to do in their professional life and plan their future. I am not one of them. Sometimes I thought I knew what I wanted to do. But then changed my mind. In most cases, things just happened.

Some dreams were volatile, but curiosity never abandoned me.

My first passion was tools. Recently, I found my picture, less than five years old, sitting on a bed, surrounded by tools. From this addiction I could never recover. I was less than ten years when I got my

A zigzagging educational trajectory

Initially, becoming an engineer was the obvious career choice. However, as the eldest grandson of one of the firm’s proprietors, I was in line to become an executive. Hence, why study engineering and not business? In fact, what I liked was the shop and manual work, not engineering, with its threatening mathematics.

In the event, I enrolled in a Business School in Belo Horizonte (Minas Gerais). I found management studies down to earth and concrete, but not too exciting. In contrast, Economics

A college lifts itself by its bootstraps

My undergraduate program was, in itself, an educational adventure. In Belo Horizonte, a mediocre bookkeeping school was suddenly merged with the Federal University of Minas Gerais. What happened afterwards is a unique case of an old-fashioned and mediocre school transforming itself into the premier program in Economics.

After the merger, an inspired Director created a first-class library and selected the best freshmen to scholarships, under which they were assigned small offices, to remain all

“Mr. Castro, you read too much and understand too little”

While attending the succession of American universities, my ego suffered a major blow. The first time I was shown a syllabus, my gut and arrogant reaction was: “I have already studied all that”. It took me a long time to discover - the hard way - that "studying" is not "learning". I consider this sobering epiphany as the most powerful impact of graduate schools in my intellectual development.

Nicholas Georgescu-Roegen was the most inspiring and brutal professor in the department, but he was also 

First job: a researcher fearing to become a manager

The recently created IPEA became the prestigious research branch of the Planning Ministry. There, many of the “young turks,” returning with their shiny new masters and Ph.Ds., created a critical mass in the abrupt modernization of the federal government. This happened during the military government, when the “technocrats” had ample political power to do what they thought was right.

It was an ideal setting for policy research. Being so close to the upper echelons of the government, it offered

Managing education research in Latin America during its inchoate stages

ECIEL was a Latin American consortium for comparative economic research, attached to the Brookings Institute. When the decision came to move it to Brazil, I was retained as a consultant to develop a new project in education - in ten countries. Afterwards, I became the coordinator of this project.

It was a bumpy adventure, given the lack of scientific maturity of the region in such matters. Education research in countries such as Argentina, Chile, and Colombia had already matured. Dealing with

Teaching in the first masters’ programs

In the seventies, the first master’s programs were created in Brazil. They lasted two years, plus the thesis period. Soon after, I started teaching at the Vargas Foundation and the Catholic University, both in Rio de Janeiro. From an initial beginning in Economics, I switched to the recently created education programs.

In the ultra-soft environment of educators, a firebrand economist in their milieu was somewhat upsetting. I was accepted and even welcomed, but in ten years, never invited to a

Scholarships, evaluation and crisis in graduate schools

CAPES is an agency of the Ministry of Education in charge of allocating thousands of scholarships and the coordination of all graduate schools in the country. As it happened, it was the best performing branch of this ministry.

With the change of government, I was invited to be its general director. In my previous research, I was impressed by how inane the decisions of the Ministry of Education were. Therefore, I decided on an almost suicidal experiment: to accept the position, do what I thought

Social policies at the Planning Ministry: can success lead to extinction?

When IPEA was created, as an adjunct institution to the Ministry of Planning, another one was also created to deal with social policies - its acronym was CNRH. It attracted a serious and motivated staff – an uncommon case in public service.

My colleagues from Planning had asked me for a name to direct CNRH. I obliged, suggesting a recently graduated Ph.D. Unfortunately, my suggestion was accepted and he became a most inept chief, clashing with all the technical staff. This created a major

Bullying a well-behaved group of bureaucrat-researchers

With my dissertation, I began a long sequence of studies on vocational training. For that reason, some researchers from the ILO, working in this field, knew me. An invitation came, to lead its policy unit, around a dozen officers strong.

This was a serious and hard-working group, inured to the bureaucratic styles of the house. Reflecting its location in Switzerland, the ILO is dead serious in whatever it does. Watching the group, I saw as my role to spice up the atmosphere, promote more

The collision of dogma, expediency and bureaucracy in the World Bank

The more uncomfortable my situation became at the ILO, the more I explored the possibilities of a move. As I found out, job mobility in Europe works at a snail’s pace. But I had frequent contacts with the education and training staff of the World Bank. Hence, it was the obvious choice. But where in the Bank? Latin America was already trodden territory. Africa had proven to be quite frustrating. But I was offered a position to deal with the Arab World and the crumbling Soviet Union. As an extra

The IDB, a more simpático version of the WB

After six years at the World Bank, I was invited to migrate to the Interamerican Development Bank. Historically, the World Bank was created to rescue Europe after the Second World War. The IDB was born during the Cold War and the Alliance for Progress. Of course, the IDB had much to learn from its older brother. Therefore, formally, they are very similar. In fact, strictly speaking, they are not banks, but credit unions, in which the members are governments (represented by their Finance

The design, implementation, collapse, and rebirth of a college

Pitágoras began as a cram school to prepare students for the entrance exams. It was created fifty years ago by four engineers and a biochemist (presently, only three remain). Since it was a great success, the next move was to create a high-end K-12 school. Another success. Not much later, like a few other competitors, it began preparing textbooks, complementary materials, and tutoring for teachers from other private schools. This initiative can be described as a “soft franchise.” By the end of

When a great leader creates a school

Very soon after quitting Pitágoras, I joined Positivo. As it turns out, it had a similar trajectory. Coincidence? No so much, since both were aggressive and open-minded institutions, they fit my profile.

Forty years ago, five people created a cram school program in Curitiba. With the success of the initiative, they added a K-12 school and then a university. In due time, they also created a quasi-franchise to sell services to private and public schools – akin to that of Pitágoras. The ensemble of 

FASEH medical school: from near bankruptcy to victory

A highly respected ophthalmologist from Belo Horizonte purchased a proprietary medical school in a town nearby. It was then on the brink of being closed by the Ministry of Education. Considering that such schools are highly profitable, it takes tremendous incompetence to go bankrupt.

It is very difficult to obtain the authorization to open medical schools – this is why they are so profitable. Given that, locating it in an underserved location facilitates the approval. These rules are a mix of

A final balance sheet

Best of all, my career is not over yet. I still have plenty of energy for a wide range of activities. My professional life continues, a bit less strenuous than before. Fortunately, I am working on some interesting projects.

Conceiving a project, developing the details, and planning implementation, in themselves, are very exciting activities. Even if the initiative comes to nothing, the road offers plenty of rewards. Therefore, in tallying failures and successes, from the point of view of my...

=======

Simon Schwatsman: 

A pedido da International Review of Educational Development, escrevi um pequeno ensaio refletindo sobre minha experiência de participação em estudos e elaboração de propostas de políticas públicas nas áreas de ciência, tecnologia e educação. Como é para um público internacional, achei que deveria também descrever o contexto destas experiências, desde meus tempos de faculdade em Minas Gerais na década de 60. O artigo se chama “Lighting a candle” – acendendo uma vela – e o texto, em inglês,  está disponível aqui.

está disponível aqui

Eu concluo dizendo que não tenho certeza de ter tido sempre razão nas políticas que propus e nas ideias que defendi ao longo destes anos. O certo é que minhas proposições quase sempre ficavam em minoria. Minha explicação é que a escolha e implementação de políticas públicas é determinada sobretudo por uma combinação de inércia e preservação de interesses estabelecidos, e não pelo mérito das propostas, força dos argumentos ou qualidade das evidências. Pelas decisões feitas e não feitas, o Brasil tem um sistema educativo caro, inchado, ineficiente e muito resistente a buscar alternativas que poderiam levar a bons resultados se fossem postas em prática. Tomara que as coisas melhorem no futuro, o que compensaria ter passado tantos anos segurando uma vela acesa e algumas vezes queimando meus dedos.