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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Evasao fiscal: o Brasil entre os paises com mais milionarios "suicos" - Jamil Chade (OESP)

Bem, parece que o esporte é universal: todo milionário adora ter uma conta secreta na Suíça. O problema é que agora elas não são mais tão secretas assim: seja pelo SwissLeaks, seja por cooperação fiscal e criminal, seja ainda por processos conduzidos nos países de origem, muito do dinheiro detido por estrangeiros nos bancos suiços está sendo monitorado, em alguns casos devolvidos.
Vamos ver o que vai ser feito com os milionários brasileiros...
Paulo Roberto de Almeida

Banco suíço manteve US$ 7 bilhões de brasileiros em contas secretas

Jamil Chade
Economia & Negócios
O Estado de S. Paulo, 08 fevereiro 2015 | 21:18

Documento revela que o HSBC de Genebra facilitou a abertura de contas sem perguntar a origem do dinheiro de 8,7 mil clientes do Brasil

Documento mostra irregularidades nos depósitos do banco (Reuters)
Documento mostra irregularidades nos depósitos do banco (Reuters)

GENEBRA – O banco HSBC ajudou a mais de 8,7 mil brasileiros a depositar US$ 7 bilhões em contas secretas na Suíça. Os dados fazem parte de documentos bancários que revelam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro e que, em muitos casos, ajudou a evadir impostos.
No mundo, o banco auxiliou a mais de 100 mil clientes a levar para a Suíça suas fortunas, nem sempre declaradas em seus países. A lista desses clientes é um exemplo de como o sistema bancário do país alpino lucrou ao manter contas de criminosos, traficantes, ditadores e milionários que optaram por não pagar impostos ou pilharam seus países. Na semana passada, delatores do caso da Petrobras indicaram que abriram 19 contas em nove bancos suíços para receber a propina.
No caso do HSBC, o Brasil aparece com destaque na lista, sendo o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco e as contas secretas. No total, foram mais de 6,6 mil contas. Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie, Tina Turner ou o Rei Abdallah, da Jordânia.
A lista incluí desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até nomes famosos do mundo da música e do esporte, num total de US$ 100 bilhões. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas e ser uma espécie de “buraco negro” no sistema financeiro internacional.
Os documentos foram colhidos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo e revelam a frequência pela qual personalidades viajavam para a Genebra para consultar suas contas e administrar suas fortunas.
No caso do Brasil, as contas registradas existem desde os anos 70 e o período avaliado perdura até o ano de 2006. Na maior das contas, os documentos apontam para mais de US$ 300 milhões em apenas um nome.
Pelos documentos, porém, o que se revela é que o crime organizado sul-americano usou as contas do HSBC para lavar dinheiro da droga e não se exclui que parte das contas tinham relações com organizações criminosas.
Os papeis foram obtidos a partir de uma lista roubada dos escritórios do banco em Genebra por um ex-funcionário, Hervé Falciani, em 2008 e entregue para as autoridades francesas.
Atingindo todas as partes do mundo, a lista das contas traz pessoas como Gennady Timchenko, um bilionário russo associado ao presidente Vladimir Putin e que hoje é alvo de sanções da UE pela guerra na Ucrânia.
A lista também aponta contas em nome de assistentes do ex-presidente do Haiti, Jean Claude “Baby Doc” Duvalier, e de Rami Makhlouf, um primo e aliado do presidente da Síria, Bashar al Assad.
Outro nome é a de Li Xiaolin, filha do ex-primeiro ministro chinês Li Peng, responsável pela repressão na Praça Tiananmen, além de príncipes e de membros da monarquia de toda a Europa.
Em uma resposta oficial, o HSBC indica que reconhece que os controles sobre a origem do dinheiro no passado nem sempre foram corretos. Mas garante que, desde 2007, o banco “tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC”.
Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

domingo, 14 de abril de 2013

O novo amigo dos companheiros: ate os bancos suicos desconfiam...

Agora, até bancos suíços suspeitam de Maluf

Jamil Chade, Direto da Europa
Blogs Estadão, 13/04/2013

Bancos suíços suspeitam que Paulo Maluf continuaria lavando dinheiro e bloqueiam transação de sua empresa, a Eucatex, em Zurique. O UBS em Zurique alertou à COAF no Brasil sobre “possíveis atividades suspeitas” na tentativa da Eucatex de transferir a uma empresa uruguaia R$ 47 milhões no final de 2012. A movimentação foi considerada pela Justiça paulista como um sinal suspeito de que Maluf continuaria a usar a Eucatex como veículo para lavagem de dinheiro. O UBS se recusou a autorizar a transferência.

Ontem, o banco Itaú – que representa o UBS no Brasil – foi intimado a executar a ordem da Justiça de São Paulo de bloquear os bens até o limite de R$ 519,7 milhões da Eucatex S.A. Indústria e Comércio. O valor corresponderia ao que teria sido desviado pelo ex-prefeito da capital paulista e deputado Paulo Maluf (PP) e serviria para ressarcir os cofres públicos por causa de dinheiro supostamente desviado da Prefeitura. A decisão é da juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4.ª Vara da Fazenda Pública.

A liminar havia sido pedida pelo promotor Silvio Antônio Marques, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.

Segundo o Estado apurou, a nova suspeita na Suíça sobre Maluf foi registrada no dia 19 de fevereiro deste ano, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras comunicou a tentativa da Eucatex de transferir ações de sua emissão do banco UBS à empresa uruguaia Cuznar. O banco envolvido na negociação, o Finter Bank de Zurique, se negou a revelar quem seria o dono dos valores mobiliários.

O alerta foi passado ao COAF pelo Itaú, banco que representa o UBS no Brasil. O banco brasileiro informou que, no dia 6 de outubro de 2012, o Finter Bank pediu ao UBS em Zurique fazer a transação de R$ 47 milhões da Eucatex aos uruguaios.

O UBS, em diversas ocasiões desde então, solicitou ao Finter Bank informações sobre quem seriam os propritários das ações. Cinco meses depois, o UBS ainda não tinha recebido as informações e o único dado repassado ao maior banco suíço foi que a pessoa envolvida era classificada no país como PEP – sigla para Politically Exposed People (Pessoas Politicamente Expostas). Sim informações, o UBS decidiu bloquear a transação até que ficasse esclarecida sua natureza.

Coube então ao Itaú, com base em cartas assinadas pelos executivos do UBS, Stephan de Boni e Oliver Barcholet, comunicar às autoridades brasileiras do fato.

Para a Justiça paulista, a mudança de custodiante das ações pela Eucatex foi uma prática que Maluf se utilizou em diversas ocasições nos últimos dez anos. Isso envolveu transações de até US$ 74 milhões em 2001 no mesmo Finter Bank de Zurique, além do uso da Durant Int, empresas que, em Jersey, já foi identificada como um dos veículos de Maluf para depositar dinheiro fruto de corrupção.