Eu tenha certa alergia à burrice, como todo mundo sabe.
Mas tenho mais horror ainda à estupidez voluntária e à desonestidade intelectual.
Somados à pedagogia ambiente, isso pode dar uma mistura explosiva (e imbecilizante).
Acabo de ver uma reportagem num canal de notícias (reputado sério, mas nada impede que ele tenha jornalistas idiotas, também) sobre a "violência na escola".
Um dos professores, provavelmente indelevelmente marcado pela pedagogia freireana -- do supremo idiota educacional Paulo Freire; não confundir com o mestre Gilberto Freyre -- disse que a culpa era da "mercantilização do ensino"...
Uma pedagoga, entrevistada expressamente sobre isso na mesma matéria, confirmou que havia uma tendência à "privatização do ensino", o que poderia explicar esse aumento da violência. Ou seja, os alunos são mal-educados e violentos, não porque os pais não os educam em casa, mas porque a escola pública é ruim, e cada vez a classe média recorre ao ensino pago.
Conclusão lógica: o pequeno delinquente é resultado da nossa sociedade capitalista.
Confesso que não tenho mais paciência para aguentar esse desfilar de imbecilidades, de professores, pedagogas e jornalistas.
Depois entrevistaram a cavalgadura da "professora" que escreveu um livro que considera normal falar e escrever errado, já que o povo fala assim.
Deve ser o efeito de outra cavalgadura que se orgulhava (deve se orgulhar ainda) de não ler livro nenhum. (E para quê?: ele está ganhando dinheiro a rodo dos capitalistas -- todos com cursos universitários, se entende -- para falar meia dúzia de bobagens e três piadas.)
Estou estarrecido, e quase desistindo de escrever e de publicar.
As cavalgaduras ocuparam todos os espaços públicos...
Preciso de um exílio temporário em algumaa ilha do conhecimento.
Vou para algum quilombo de resistência intelectual, para começar o trabalho de reconquista do terreno contra os idiotas que estão soltos por aí...
Paulo Roberto de Almeida