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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Putin faz nova chantagem nuclear: guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia

 Mais um blefe, e uma chantagem, de quem sabe que já perdeu:

“President Vladimir Putin said Russia would suspend participation in New START, its last major nuclear arms control treaty with the U.S.” (NYT)

Não vai conseguir outra coisa senão nova corrida armamentista. Numa anterior, a de mísseis balisticos iniciada prla URSS, os EUA responderam com outro programa de keynesianismo militar, um pouco lunático, a famosa Star Wars Initiative, que serviu para aprofundar o déficit fiscal americano. 

Mas teve pelo menos  um efeito positivo: afundou de vez, junto com a coragem do Papa Wojtilla (João Paulo II), a esclerosada União Soviética. 

Fez um bem à humanidade, ainda que temporário. Sempre aparecem tiranos desvairados, pequenos e grandes ditadores, em países grandes e pequenos.

No mais, a humanidade progrediu muito pouco: paixões e interesses dominam as relações de poder, dentro dos, e entre os Estados.

Tem sido assim desde a guerra de Troia (mas a Helena não teve nada a ver com o conflito entre a Grécia e uma de suas colônias). Mas Putin não tem nada de Menelau: está mais para uma combinação de Hitler com Mussolini: os dois tiveram triste fim, depois de arrasarem seus respectivos países e vários em volta.

Assim caminha a humanidade, como um desengonçado carro de bois, avançando lentamente por uma estrada lamacenta e esburacada, sem muita visão do que vem pela frente.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 21/02/2023

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Sobre a furada chantagem nuclear do tirano de Moscou - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre a furada chantagem nuclear do tirano de Moscou:


Não acredito que o grau máximo de insanidade do tirano de Moscou consiga se sobrepor à racionalidade última dos generais russos encarregados da segurança do botão nuclear. 

Teriam de primeiro decidir: jogar o quê contra quem, onde e com qual objetivo estratégico? 

Alguma razão especificamente tática? 

A ameaça é pura bazófia, e se trata, sim, de um blefe, talvez o último do czar que pretendia ser Pedro o Grande, talvez até Ivan o Terrível, e que pode terminar como Nicolau II. 

Não vale o argumento de que a Rússia se encontra em mais uma postura defensiva, como em face de Napoleão e de Hitler. Desta vez ela É a potência agressora!

Minha única dúvida é sobre se a Rússia, derrotada militarmente, finalmente se encaminhará, ainda que muito lentamente, para uma nova democracia de fachada — como ocorreu entre fevereiro e outubro de 1917, objeto de um artigo de Max Weber — ou se recrudescerá nos seus instintos totalitários que foram a marca distintiva do regime bolchevique, mais até do que o absolutismo czarista.

Putin, em última instância, pode ser o aprendiz de feiticeiro que libertará a Rússia de sua doença senil do imperialismo, mas acredito mais num impasse histórico de dimensão e duração indefinidas. Ou seja, a humanidade continuará vivendo dramas não muito distantes da guerra de Troia.

À falta de um Heródoto ou de um Tucídides, talvez apareça algum novo poeta cego…

Paulo Roberto de Almeida

Ribeirão Preto, 22/09/2022