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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Ditaduras sempre querem reescrever a História. deformá-la ou suprimi-la: O massacre da Praça da Paz Celestial não será esquecido

 

Taiwan quer preservar memória de massacre chinês
Folha de S. Paulo | Mundo
05 de junho de 2024

TAIPÉ (TAIWAN) | AFP E REUTERS

No dia em que o Massacre na Praça da Paz Celestial completa 35 anos, nesta terça -feira (4), o novo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, afirmou que a violenta repressão chinesa na praça Tiananmen "não desaparecerá na torrente da história", ao recordar o evento que pode ter deixado mais de mil mortos em 1989, segundo estimativas.

"Nós continuaremos trabalhando de maneira árdua para manter viva essa memória histórica e alcançar todos os que se preocupam com a democracia chinesa" afirmou Lai em publicação numa rede social.

A declaração de Lai ocorre semanas após a sua posse e depois de a China executar manobras militares ao redor de Taiwan, que Pequim considera uma parte do seu território.

Em Pequim, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse na terça-feira aos repórteres que "se opõe firmemente a qualquer um que difame a China e use Lasso [4 de junho] como pretexto para interferimos assuntos internos da China".

Taiwan é a única parte do mundo de língua chinesa onde a data pode ser lembrada abertamente.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

O discurso que deveria ter sido e não foi: subsídios do Itamaraty para o discurso na AGNU, expurgados na PR - Matheus Leitão (Veja)

 O discurso que o Itamaraty vazou e Bolsonaro não fez

Circula entre empresários brasileiros a versão moderada do discurso que o presidente faria. Para que tentar melhorar a imagem? Chanceler fez “arminha” 
Por Matheus Leitão | 23 set 2021, 10h54

Após o discurso pária do presidente Jair Bolsonaro nas Organizações das Nações Unidas, o Itamaraty resolveu tentar melhorar a sua imagem, como numa contenção de danos, vazando trechos do que seria a ideia original do discurso do chefe da nação brasileira na ONU.

Segundo a coluna apurou, o Ministério das Relações Exteriores fez circular esses trechos até entre empresários. Essa versão do discurso não lido, pode ser uma espécie de Porcina, porque ele também foi sem nunca ter sido.

Geralmente é assim. Em um evento como o da ONU, a Presidência recebe do Ministério das Relações Exteriores propostas iniciais e normalmente a assessoria direta do presidente altera certas palavras, acrescenta algum ponto. Às vezes muda para pior. Neste caso específico, não só piorou muito como adicionou mentiras, como quando disse que no último 7 de setembro os brasileiros fizeram a maior manifestação da história do país.

Um ponto que o ministro Carlos França queria passar era o ambiental e climático, já que haverá a reunião do Clima em Glasgow em dezembro. Mas o trecho foi muito distorcido.

Esta coluna escreveu sobre isso em reportagem com o título “Na batalha da ONU, Bolsonaro massacrou o Itamaraty”, mostrando até trechos que seriam do Ministério das Relações Exteriores e os que seriam de Bolsonaro.

A ideia agora de vazar “o discurso que não foi” faz parte de uma tentativa de mostrar que o Itamaraty seria uma força moderadora no governo Bolsonaro.

O único problema é que esse movimento da pasta é em vão, já que o atual ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conseguiu destruí-lo em um só gesto, ao fazer o sinal de arminha a manifestantes brasileiros contrários ao governo em Nova York.

Qualquer outro ministro poderia fazer o gesto ridículo, tão repetido pelo presidente Jair Bolsonaro há anos, já que a democracia brasileira escolheu eleger um governo armamentista. Mas, Carlos França não.

Desde cedo aprende-se no Itamaraty que os diplomatas defendem os interesses do Estado e não de um específico governo. Isso tem que ser a máxima de qualquer diplomata. É o primeiro ensinamento da diplomacia.

Quando ele faz a arma, França aderiu ao bolsonarismo. Defendeu o bolsonarismo. E não os interesses do estado brasileiro.

Na verdade, a tentativa de melhorar a imagem do Ministério das Relações Exteriores, vazando o discurso porcina, não resolve o problema, senhor chanceler.

Recolha as armas, ou as arminhas, porque o senhor fez um gesto que demonstra o que escolheu: representar um grupo político e não país como um todo.

https://veja.abril.com.br/blog/matheus-leitao/o-discurso-que-o-itamaraty-vazou-e-bolsonaro-nao-fez/