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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 21 de março de 2016

A falencia moral dos academicos petralhas: denunciando a conivencia - Paulo Roberto de Almeida e Rodrigo Constantino

Estou cada vez mais estarrecido, ou atônito, como diria aquela que ficará desempregada dentro de algumas semanas, com a desfaçatez e a completa imoralidade política dos acadêmicos petralhas, que não contentes de ignorar o quadro de podridão moral e de corrupção política, de banditismo mesmo, dos neobolcheviques mafiosos que ocupam o poder atuamente, ainda têm a petulância de lançarem manifestos nas redes sociais que, a pretexto da "defesa da democracia" representam, na verdade, conivência com os criminosos do poder.
Na semana que passou já pude denunciar duas "notas" de associações acadêmicas -- e de uma delas eu solicitei imediata desfiliação -- que vieram com essa conversa mole de "defesa das instituições", o que nada mais é do que um travestimento vergonhoso para tentar salvar a quadrilha de criminosos que assaltou o Brasil desde 2003 e que agora está encontrando uma barreira intransponível à continuidade de seus crimes: a Operação Lava Jato.
Insuportável ter de ler, ou ouvir, essas declarações de defesa da democracia que representam, na verdade, um apoio velado, implícito, declarado nas entrelinhas, aos assaltantes da fé públicas.
Mais do que simples má-fé, trata-se de desonestidade "subintelequitual", como diria Millor Fernandes, e esse tipo de gente eu rejeito absolutamente.
Não quero ter nenhum tipo de relacionamento com quem passa a mão na cabeça de bandidos políticos, ou com quem quer minimizar a extensão da corrupção no Estado brasileiro. Por isso, estou excluindo esses acadêmicos e essas associações de meu círculo de relacionamento.
O outro exemplo que quero trazer ao conhecimento dos meus leitores é este compilado no blog de Rodrigo Constantino, relativamente a um sociólogo que parecia competente, isento e objetivo, e que se revela, pela gravação obtida pela Polícia Federal, um canalha tão grande quanto aquele com quem ele fala, e aconselha.
Transcrevo abaixo a postagem para conhecimento.
Paulo Roberto de Almeida

Alberto Carlos Almeida: os petralhas disfarçados de “cientistas políticos”

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Já comentei aqui o absurdo desse Alberto Carlos Almeida bancando o “cientista político” e enganando até mesmo a turma do Instituto Millenium, do qual sou membro-fundador. O instituto já divulgou nota de repúdio ao “espertinho”, lembrando que ele já estava afastado há tempo por divergências de opinião. Para dar um exemplo, Almeida era o grande combatente da ideia do voto distrital, que o Imil apoia, na figura de Luis Felipe D’Ávila e outros, e que aproximaria o poder do indivíduo.
Alberto é uma fraude completa, um petralha, um cúmplice de quadrilha. Mas é esse tipo de gente que costuma ser chamada de “especialista” pelos entrevistadores da grande imprensa, como alerta Alexandre Borges:
Podemos depois deste áudio vazado do Alberto Carlos Almeida com Lula parar de tratar esse sujeito como “cientista político”?
São esses militantes travestidos de intelectuais isentos que a imprensa brasileira entrevista e pede artigos como se fossem “analistas”, “cientistas” que opinam sobre a conjuntura e ajudam a emplacar a visão petista como se fosse a verdade dos fatos. É o tipo de propagandista ideológico que é figurinha fácil não só na Globonews como também como palestrante e consultor político dos principais empresários do país.
É assim que os ricos brasileiros são enrolados e esquerdizados, enquanto suas esposas são doutrinadas na Casa do Saber ou colóquios regados a vinho francês nas salas das suas mansões. Funciona assim desde Rousseau e dá certo. Lembre que Alberto Carlos Almeida já foi também do Instituto Millenium, o tal think tank de direita do país.
Ouçam o áudio e entendam de uma vez por todas quem é esse tipo de “cientista político” que dá palpite o dia inteiro na imprensa como se fosse uma voz isenta da ciência e da academia, quando não é mais que um soldado do exército vermelho petista.
Alguns trechos:
“A coisa mais simples que ela tem de fazer é liberar financiamento para governadores e fazer o BNDES liberar dinheiro do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], do PIL [Programa de Investimento em Logística], da puta que o pariu.”
“Eu mandei, eu fiz um balão de ensaio com meus clientes, tá. Mandei um um informativo trabalhando com a seguintes hipótese, (inaudível) é uma hipótese da minha cabeça mesmo: você [Lula] ministro e Palocci na Fazenda. Cara, nego começou a me ligar ‘vai acontecer isso?’, ‘não vai?’. ‘Não’, falei, ‘é só uma hipótese’. Cara, acaba a crise, acaba a crise, põe o mercado no bolso.”
Está cheio desses petistas espalhados por aí, vistos como “moderados” e como “analistas imparciais”. É preciso muito cuidado com essa turminha podre.
Rodrigo Constantino

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A USP petista e das seitas esclerosadas de esquerda: uma total falta de carater

Acho que não precisaria tantas voltas em torno de intelectuais famosos, como os citados por este professor de filosofia da USP -- Richard Sennett, Imanuel Kant -- para caracterizar, breve e rudemente, o que acontece atualmente na USP, apenas um retrato -- sem nenhuma importância nacional, apenas simbólica -- do que acontece pelo país afora: uma total falta de caráter, um esclerosamento mental,  uma decadência moral, a total desonestidade (já não digo intelectual) dessas seitas de esquerda, a começar pela seita maior, que levam o Brasil ao retrocesso, à decadência, ao desmantelamento de suas instituições públicas.
A herança maldita dessa turba será pesada, e recairá sobre toda a sociedade, pelo futuro previsível...
Paulo Roberto de Almeida 


A USP e a corrosão do caráter

O Estado de S.Paulo, 23 de novembro de 2011 | 3h 06
Roberto Romano, filósofo, professor de Ética e Filosofia na Unicamp, é autor, entre outros livros, de 'O Caldeirão de Medeia' (Perspectiva)



Acadêmicos brasileiros pouco afeitos à cultura imaginam que noções éticas, morais, científicas surgem apenas em textos considerados relevantes nas seitas universitárias. A preguiça e a pressa na publicação, unidas, logo brotam juízos "definitivos" sobre algum campo do pensamento. Assim ocorre com o tema antigo sobre a presença ou ausência de caráter nas pessoas. Os supostos pesquisadores consideram que o conceito de uma corrupção do caráter aparece com o sociólogo norte-americano Richard Sennett. Esse teórico, é certo, muito ajuda a entender a vida moderna. Seu livro sobre o caráter corrompido integra uma série de textos que narram, com olhar clínico, as mudanças e o estilhaçamento de valores na sociedade urbana ocidental. Com a flexibilização do trabalho e a insegurança resultante, temos a massa dos que perderam a confiança nos governos e nos mercados. Outra obra de Sennett indica a crise da sociedade e do Estado. Trata-se do monumental O Declínio do Homem Público. Ali, ele demonstra o quanto as formas do Estado foram enfraquecidas, após o século 18, em proveito das "intimidades tirânicas", os movimentos que prometem às minorias a defesa de seus direitos sem passar pelos mecanismos do poder público.
Baseando-se na "identidade" assumida pelos indivíduos, tais movimentos assumem formas repressivas das quais é quase impossível escapar. Antes de ser um cidadão, o sujeito pertenceria à sua "comunidade", cujas causas importam mais do que as coletivas. A primeira vítima da corrosão do caráter é a vida pública. Movimentos como os descritos por Sennett conduzem milhões às ruas para exercer pressão sobre a sociedade e o Estado. Mas pouco ou nada fazem diante de descalabros ocorridos na economia, no Judiciário, no Executivo, nos Parlamentos. A identidade maior deixa de ser a cidadania e se transfere para instâncias que defendem particularidades. Sennett respeita os referidos modelos intimistas, mas também mostra o quanto sua pauta é unilateral e autoritária, tiranizando seus adeptos. A corrosão do caráter é potencializada quando os grupos e indivíduos assumem o perfil da militância. O militante padrão, por mimetismo, sacrifica normas éticas, sociais e políticas em proveito de seu movimento, visto por ele como a fonte última dos valores. Todos os demais âmbitos seriam movidos por interesses escusos. A maior parte do material histórico e sociológico usado por Sennett vem dos EUA e da Europa.
No Brasil, temos um campo mais complexo. Aqui, longe de permanecerem distantes e hostis aos poderes públicos, lutando contra eles na concorrência para dominar indivíduos e grupos, movimentos sociais mantêm excelentes tratos com os governos e Parlamentos. Eles sabem aplicar ventosas nos cofres estatais (as ONGs...) de modo a expandir suas forças, mas guardam a retórica contrária ao Estado. A busca de verbas põe a militância ao dispor de partidos políticos hegemônicos. O militante exerce seu fervor de tal modo que, em pouco tempo, pratica o que suas doutrinas condenavam ou condenam. O militante, cujo caráter foi corroído, julga que os interesses sociais alheios à sua pauta são "burgueses", "abstratos", "conservadores". Ele se imagina autorizado a manter em lugares estratégicos oligarcas exímios na arte de roubar os cofres públicos. Na superfície, movimentos como a UNE (e suas subsidiárias) arvoram palavras de esquerda. Mas dão suporte às mais retrógradas forças políticas. Líderes estudantis que ontem lutavam contra a corrupção, ao subirem ao poder de Estado, guardam excelentes relações com oligarcas truculentos.
Entre as manifestações contra Fernando Collor e o realismo de hoje não existiria, para a esquerda oficial, nenhum elo. Os valores antes repetidos qual ladainhas são ditos "bravatas" pelos que aderiram à razão de Estado corrompida. A militância é processo corrosivo a ser notado em todas as profissões. Em todos os setores da vida social e política ela dissolve valores efetivos em prol dos dirigentes demagógicos e de suas alianças em proveito próprio.
A que assistimos na USP nos últimos dias? Lutas contra o arbítrio autoritário dos oligarcas? Denúncias de corrupção política (que lesa milhões de brasileiros em termos de educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia)? Batalhas contra a falta de democracia nos grandes partidos, nos quais os dirigentes são donos das alianças, das candidaturas, dos cofres, sem ouvir as bases? Movimentos contra o privilégio de foro, algo que faz de nosso Estado um absolutismo contrário à República? A pauta dos militantes, professores e alunos é alienada em todos os sentidos, da marijuana ao populismo rasteiro. Militantes fazem sua revolução em escala micrológica contra o reitor, mas os dirigentes nacionais do movimento estudantil negociam apoio aos donos do poder, os verdadeiros soberanos.
Aviso aos bajuladores do petismo: a noção de caráter é velha como o saber humano e foi estudada, sobretudo, por um pensador "burguês", Immanuel Kant. Para ele, o caráter é "marca distintiva do ser humano como racional, dotado de liberdade". O caráter "indica o que o ser humano está preparado para fazer a si mesmo". Dentre as técnicas para a corrosão do caráter, as drogas são as piores. É irresponsabilidade ética afirmar que elas não prejudicam os usuários ou "ajudam a melhorar a imaginação nas artes e nas ciências". A leitura de pesquisas como a de Alba Zaluar, sobre a indústria das drogas, traria prudência aos seus apologetas nos câmpus. Militantes sempre ignoram e combatem a liberdade e a dignidade alheias, basta ver as multidões que apoiaram tiranias modernas, do fascismo ao stalinismo. Hoje, na USP, a militância aposenta a busca de "mudar o mundo". Sobram os coquetéis Molotov para a defesa do nada, da irrelevância absoluta, da morte.