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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Leilao de Libra, do pre-sal: o Brasil se expoe ao ridiculo internacional - France Info

Um país que não consegue livremente debater a forma de exploração de seus recursos naturais, e que se submete à chantagem de grupelhos radicais, realmente se expõe ao ridículo internacional, por ser incapaz de determinar seu futuro pelas vias democráticas, tendo de assistir a essas deploráveis cenas de enfrentamento entre a polícia e manifestantes violentos.
Tudo isso é muito triste.
Paulo Roberto de Almeida

Addendum: um governo que tem competência mínima, só pode obter o mínimo

Shell, Total y firmas chinas se hacen con el mayor yacimiento de Brasil

Las petroleras China National Corporation (CNPC), China National Offshore Oil Corporation (CNOOC), la francesa Total y la anglo-holandesa Shell se adjudicaron este lunes la licitación del campo de Libra, el mayor yacimiento de hidrocarburos hasta ahora descubierto en Brasil.

Este consorcio fue el único que pujó en la subasta, realizada en un hotel de Río de Janeiro, y ofertó entregarle al Estado un 41,65% del petróleo excedente, el mínimo exigido por el Gobierno.

Según las normas de la licitación, las empresas ganadoras serán socias de la estatal brasileña Petrobras, que será la operadora y tendrá una participación del 40 % en el consorcio.






France Info, Le 21 Octobre 2013 à 17h par Lucas Roxo



Le Brésil met aux enchères les concessions d'un de ses gisements pétroliers les plus importants. "Libra", plus grande concession de pétrole pré-salifère dans tout le pays, pourrait doubler la production de pétrole du pays. Onze compagnies pétrolières sont sur les rangs, dont Total. La vente aux enchères se déroule sous haute tension, des heurts entre manifestants et policiers ayant déjà eu lieu à Rio de Janeiro.  



L'ambiance était tendue aux abords de l'hôtel Windsor, ce lundi. Manifestants et policiers se sont affrontés, et ces derniers n'ont pas hésité à faire usage de gaz lacrymogènes et de flash-ball à l'encontre des personnes sur place. 
Protester Marcelo Tigre, shot with rubber bullets in the ear and leg. Photo: Ricardo Moraes/Reuters #Libra #Rio pic.twitter.com/Y8TzudxCRP
— Kety Shapazian (@KetyDC) October 21, 2013
La raison de cet emballement est simple : c'est à l'hôtel Windsor que se déroule ce lundi une vente aux enchères complètement inédite et fondamentale pour l'avenir du Brésil. 
Les réserves brésiliennes multipliées par deux
La mise aux enchères porte sur 70% de Libra, ce gisement de pétrole offshore brésilien en eaux profondes, découvert en 2010. Mais Libra n'est pas qu'un simple gisement. Situées dans le bassin de Santos, dans une couche antésalifère, ses réserves totales se chiffreraient entre 8 et 15 millars de barils de pétrole.
Ce qui en ferait simplement le plus grand gisement de pétrole découvert depuis celui de Cantarell, au Mexique, en 1976, mais aussi et surtout le premier gisement brésilien. Pour pas faire les choses à moitié, Libra multiplierait par deux les réserves pétrolières du Brésil. 
Une vente aux enchères inédite
Alors, pourquoi une vente aux enchères ? Car les gisements brésiliens ont un potentiel considérable, mais pour pouvoir les exploiter, il faut une quantité énorme d'investissements (autour de 500 milliards de dollars). C'est pourquoi le Brésil a organisé la vente de 70% de son gisement (30% sont déjà réservés à Petrobras, la compagnie nationale). 
Onze compagnies pétrolières participent aux enchères, qui se tiendront à 14h heure brésilienne (18h en France). Petrobras, contrôlée par l'Etat brésilien, sera bien évidemment présente, mais y figurent également des groupes chinois, néerlandais, colombien... et français, car Total sera présent. Par contre, aucun groupe américain n'a souhaité participer
Un consortium de cinq groupes
Le groupe pétrolier français est l'un des favoris, puisque c'est sans doute vers un consortium que se dirige la vente aux enchères. On parle d'un partenariat entre Total et Petrobras, deux groupes chinois CNPC (China National Corporation) et CNOOC (China National Offshore Oil Corporation), et une dernière entreprise dont le nom n'est pas encore connu. 
En réalité, cette vente aux enchères est à moitié jouée d'avance, puisque c'est celui qui rétrocèdera le plus grand pourcentage de pétrole à l'Etat brésilien qui devrait l'emporter. D'autant que la compagnie nationale Petrobras détient obligatoirement 30% du gisement. Or, les entreprises chinoises devraient, proposer de procéder 50%. 
Les syndicats mobilisés contre la vente
Les syndicats pétroliers brésiliens sont montés au créneau pour contester la vente. Ils dénoncent ce qu'ils nomment la plus grande privatisation de l'histoire des ressources du pays, et ont donc entamé une "grève illimitée", jeudi 17 octobre. La Fédération unique des travailleurs du pétrole (FUP), leader du mouvement, réclame la suspension immédiate des enchères. Elle dénonce les risques pour la souveraineté et les pertes que la nation brésilienne subira si des compagnies pétrolières multinationales s'approprient Libra. Le gouvernement s'en défend.
► ► ► A LIRE AUSSI | La fin du pétrole n'est pas pour demain
"Nous ne sommes pas en train de privatiser le pétrole du pré-salifère, au contraire, nous nous approprions cette richesse immense qui se trouve sous la mer et à l'intérieur de la terre", a déclaré le ministre des Mines et de l'Energie. A l'initiative de l'ex-président Lula, une loi a également été instaurée visant à consacrer la manne pétrolière à l'Education (75%) et à la Santé (15%). 
700 militaires mobilisés
Rio now: National troops (sent by president Dilma Rousseff to make sure Libra auction goes as planned) using teargas pic.twitter.com/dCTzRMUXUo
— Kety Shapazian (@KetyDC) October 21, 2013
Dès 11 h locales, un groupe de 200 manifestants, dont certains masqués, a tenté de forcer un barrage policier près de l'hôtel avant d'être repoussé par les forces de l'ordre, qui ont fait usage de gaz lacrymogènes et de balles en caoutchouc. Pour l'occasion, Dilma Roussef avait envoyé 700 militaires et plusieurs centaines de policiers devant l'hôtel de luxe Windsor pour sécuriser la vente aux enchères.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A USP petista e das seitas esclerosadas de esquerda: uma total falta de carater

Acho que não precisaria tantas voltas em torno de intelectuais famosos, como os citados por este professor de filosofia da USP -- Richard Sennett, Imanuel Kant -- para caracterizar, breve e rudemente, o que acontece atualmente na USP, apenas um retrato -- sem nenhuma importância nacional, apenas simbólica -- do que acontece pelo país afora: uma total falta de caráter, um esclerosamento mental,  uma decadência moral, a total desonestidade (já não digo intelectual) dessas seitas de esquerda, a começar pela seita maior, que levam o Brasil ao retrocesso, à decadência, ao desmantelamento de suas instituições públicas.
A herança maldita dessa turba será pesada, e recairá sobre toda a sociedade, pelo futuro previsível...
Paulo Roberto de Almeida 


A USP e a corrosão do caráter

O Estado de S.Paulo, 23 de novembro de 2011 | 3h 06
Roberto Romano, filósofo, professor de Ética e Filosofia na Unicamp, é autor, entre outros livros, de 'O Caldeirão de Medeia' (Perspectiva)



Acadêmicos brasileiros pouco afeitos à cultura imaginam que noções éticas, morais, científicas surgem apenas em textos considerados relevantes nas seitas universitárias. A preguiça e a pressa na publicação, unidas, logo brotam juízos "definitivos" sobre algum campo do pensamento. Assim ocorre com o tema antigo sobre a presença ou ausência de caráter nas pessoas. Os supostos pesquisadores consideram que o conceito de uma corrupção do caráter aparece com o sociólogo norte-americano Richard Sennett. Esse teórico, é certo, muito ajuda a entender a vida moderna. Seu livro sobre o caráter corrompido integra uma série de textos que narram, com olhar clínico, as mudanças e o estilhaçamento de valores na sociedade urbana ocidental. Com a flexibilização do trabalho e a insegurança resultante, temos a massa dos que perderam a confiança nos governos e nos mercados. Outra obra de Sennett indica a crise da sociedade e do Estado. Trata-se do monumental O Declínio do Homem Público. Ali, ele demonstra o quanto as formas do Estado foram enfraquecidas, após o século 18, em proveito das "intimidades tirânicas", os movimentos que prometem às minorias a defesa de seus direitos sem passar pelos mecanismos do poder público.
Baseando-se na "identidade" assumida pelos indivíduos, tais movimentos assumem formas repressivas das quais é quase impossível escapar. Antes de ser um cidadão, o sujeito pertenceria à sua "comunidade", cujas causas importam mais do que as coletivas. A primeira vítima da corrosão do caráter é a vida pública. Movimentos como os descritos por Sennett conduzem milhões às ruas para exercer pressão sobre a sociedade e o Estado. Mas pouco ou nada fazem diante de descalabros ocorridos na economia, no Judiciário, no Executivo, nos Parlamentos. A identidade maior deixa de ser a cidadania e se transfere para instâncias que defendem particularidades. Sennett respeita os referidos modelos intimistas, mas também mostra o quanto sua pauta é unilateral e autoritária, tiranizando seus adeptos. A corrosão do caráter é potencializada quando os grupos e indivíduos assumem o perfil da militância. O militante padrão, por mimetismo, sacrifica normas éticas, sociais e políticas em proveito de seu movimento, visto por ele como a fonte última dos valores. Todos os demais âmbitos seriam movidos por interesses escusos. A maior parte do material histórico e sociológico usado por Sennett vem dos EUA e da Europa.
No Brasil, temos um campo mais complexo. Aqui, longe de permanecerem distantes e hostis aos poderes públicos, lutando contra eles na concorrência para dominar indivíduos e grupos, movimentos sociais mantêm excelentes tratos com os governos e Parlamentos. Eles sabem aplicar ventosas nos cofres estatais (as ONGs...) de modo a expandir suas forças, mas guardam a retórica contrária ao Estado. A busca de verbas põe a militância ao dispor de partidos políticos hegemônicos. O militante exerce seu fervor de tal modo que, em pouco tempo, pratica o que suas doutrinas condenavam ou condenam. O militante, cujo caráter foi corroído, julga que os interesses sociais alheios à sua pauta são "burgueses", "abstratos", "conservadores". Ele se imagina autorizado a manter em lugares estratégicos oligarcas exímios na arte de roubar os cofres públicos. Na superfície, movimentos como a UNE (e suas subsidiárias) arvoram palavras de esquerda. Mas dão suporte às mais retrógradas forças políticas. Líderes estudantis que ontem lutavam contra a corrupção, ao subirem ao poder de Estado, guardam excelentes relações com oligarcas truculentos.
Entre as manifestações contra Fernando Collor e o realismo de hoje não existiria, para a esquerda oficial, nenhum elo. Os valores antes repetidos qual ladainhas são ditos "bravatas" pelos que aderiram à razão de Estado corrompida. A militância é processo corrosivo a ser notado em todas as profissões. Em todos os setores da vida social e política ela dissolve valores efetivos em prol dos dirigentes demagógicos e de suas alianças em proveito próprio.
A que assistimos na USP nos últimos dias? Lutas contra o arbítrio autoritário dos oligarcas? Denúncias de corrupção política (que lesa milhões de brasileiros em termos de educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia)? Batalhas contra a falta de democracia nos grandes partidos, nos quais os dirigentes são donos das alianças, das candidaturas, dos cofres, sem ouvir as bases? Movimentos contra o privilégio de foro, algo que faz de nosso Estado um absolutismo contrário à República? A pauta dos militantes, professores e alunos é alienada em todos os sentidos, da marijuana ao populismo rasteiro. Militantes fazem sua revolução em escala micrológica contra o reitor, mas os dirigentes nacionais do movimento estudantil negociam apoio aos donos do poder, os verdadeiros soberanos.
Aviso aos bajuladores do petismo: a noção de caráter é velha como o saber humano e foi estudada, sobretudo, por um pensador "burguês", Immanuel Kant. Para ele, o caráter é "marca distintiva do ser humano como racional, dotado de liberdade". O caráter "indica o que o ser humano está preparado para fazer a si mesmo". Dentre as técnicas para a corrosão do caráter, as drogas são as piores. É irresponsabilidade ética afirmar que elas não prejudicam os usuários ou "ajudam a melhorar a imaginação nas artes e nas ciências". A leitura de pesquisas como a de Alba Zaluar, sobre a indústria das drogas, traria prudência aos seus apologetas nos câmpus. Militantes sempre ignoram e combatem a liberdade e a dignidade alheias, basta ver as multidões que apoiaram tiranias modernas, do fascismo ao stalinismo. Hoje, na USP, a militância aposenta a busca de "mudar o mundo". Sobram os coquetéis Molotov para a defesa do nada, da irrelevância absoluta, da morte.