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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Reflexões sobre a tragédia política brasileira, a de 2018 e uma outra possível em 2022 - Paulo Roberto de Almeida

Reflexões sobre a tragédia política brasileira, a de 2018 e uma outra possível em 2022

Paulo Roberto de Almeida 

Marlos Ápyus pergunta:

"É menos uma questão de "como puderam votar nisso?", e mais de "quais erros foram cometidos para que a população preferisse isso?".
A pergunta errada nunca levará à resposta certa."

PRA: De fato, esta é a GRANDE pergunta, que não remete apenas a 2018, mas a 2022 também. Se não formularmos as perguntas corretas, e não soubermos, a partir do bom diagnóstico, aplicar o receituário clínico-político, vamos estar com a pandemia bolsonarista por muito mais tempo...
Tento responder: não houve um único erro. Foi uma sucessão de erros, causados por prestigiadores da política, a liderança carismática de Lula, as políticas sociais, as belas promessas do lulopetismo, a grande ilusão de que o Brasil decolava, seguidos por uma nova sucessão de erros, por parte da população, dos militares e das elites políticas: a rejeição do eleitorado de classe média à corrupção monumental do lulopetismo e à Grande Destruição Econômica de Dona Dilma e sua Nova Matriz Econômica.
São muitos erros, mas aí "Inês já era morta". Os saudosistas da ditadura militar, os malucos dispersos na sociedade, os direitistas enrustidos nos armários durante 30 anos, todos eles saíram à luz do dia e se converteram em fanáticos do capitão. Muitos ainda continuam fanáticos, inclusive pessoas normalmente normais ou bem informadas como certos diplomatas.
Estamos no meio do pântano.
Minha única resposta seria esta: esquerda, centro, direita racional precisariam estar UNIDOS para vencer o candidato dos Novos Bárbaros. Se não o fizerem, a derrota é certa em 2022.
Os líderes políticos o farão? Superarão suas ambições individuais em troca da renúncia em favor de um projeto comum?
Não tenho certeza. Elites econômicas e militares ainda não fizeram o diagnóstico correto e não tiraram as consequências.
Por que os dirigentes políticos o fariam?
Os acadêmicos, como sempre, continuam falando apenas para si mesmos, sem qualquer conexão com o povo real...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21/12/2022