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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 20 de março de 2013

MEC patrocina a mediocrizacao do ensino, e faz pior,...

...muito pior: constrange os corretores a passaram por cima dos erros mais gritantes, e não dar zero em hipótese alguma, para que não se revele o fracasso completo do sistema de ensino no Brasil.
O que o MEC faz é simplesmente criminoso: pretende esconder que mais da metade dos alunos que chegam ao final do ensino médio não possuem domínio da língua portuguesa, e quer que eles sejam admitidos no ciclo superior.
Eu de certa forma já desconfiava que isso ocorria, com ENEM ou sem ele: cada vez mais alunos de graduação não sabem se expressar.
Mas, a realidade é muito pior: no último exame de seleção de que participei, reparei que pelo menos a metade dos candidatos não conseguia se expressar direito. Fiquei estarrecido ao constatar que os candidatos não conseguiam montar duas frases sem erros de concordância e, também, não conseguiam expressar ideias com clareza. Ou seja, além de não saberem escrever -- pelos inúmeros de correção simplesmente gramatical -- as pessoas não sabiam pensar, pois as frases, independentemente de erros de grafia ou de concordância, não faziam sentido.
Que isso ocorra no final do secundário, já estamos nos acostumando. Mas que isso passe a ocorrer na passagem para a pós-graduação, me parece terrível, a revelar a total falência da educação brasileira.
Grato a meu amigo Gil Rikardo pelo envio da matéria abaixo, que de outra forma me passaria despercebida.
Além de estarrecedora, vemos que o MEC quer encobrir seus "crimes" educacionais e obriga os professores a mentir e a serem coniventes com seus crimes... 
Paulo Roberto de Almeida 

"Somos orientados a não sermos rigorosos na correção", diz avaliadora do Enem

Em entrevista, professora que avaliou redações disse estar revoltada com o processo

Zero Hora, 20/03/2013

Em meio à polêmica sobre a correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na qual redações com receita de miojo e trechos de hinos de futebol receberam notas acima dos 50% da pontuação possível, uma das avaliadoras fez revelações que demonstram a precariedade do sistema de correção.
Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter na tarde desta quarta-feira, a professora de língua portuguesa, cuja identidade foi preservada em função de um contrato de sigilo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmou que não ficou surpresa com as notas dadas às redações:

— Somos orientados a não sermos rigorosos na correção.

A explicação dos coordenadores do Enem, fornecida aos avaliadores em uma reunião, é que se houvesse um rigor maior, a reprovação seria muito alta e muitos alunos não atingiriam a nota mínima.
A professora afirmou que todos avaliadores foram orientados a não zerar os textos, e fazer todos os esforços para manter a redação dentro das notas mínimas. Os que não cumprissem com isso, poderiam ser excluídos do processo de correção:
— Dentro do que foi possível, fui o mais criteriosa possível nas redações que avaliei, mas tive meu sistema bloqueado. Essa era a ameaça.
Quando questionada sobre o processo de seleção dos avaliadores, a professora afirmou que o mesmo foi feito sem muito rigor. Ela foi chamada por uma amiga, que já fazia parte de uma das equipes de correção, e não passou por nenhum tipo de prova antes de integrar o grupo. A partir daí, passou por uma capacitação online que durou cinco semanas.
Houve somente um encontro presencial entre todos os avaliadores, cerca de um mês antes do início das correções. Nessa oportunidade, a professora e seus colegas fizeram uma manifestação para questionar as orientações que lhes haviam sido passadas.
— Foi esclarecido que os critérios já tinham sido estabelecidos pela equipe do Sesc, que é responsável pela prova, e que não cabia a nós questionar. Tínhamos que cumprir o que estava sendo orientado — comentou.
Indignada com o processo, a professora explicou que cada avaliador é obrigado a ler e dar nota a 3 mil redações em um período de um mês, quantidade considerada excessiva por ela:
— Como professora, acho que a revolta principal é por tu tentares desenvolver um trabalho sério, desenvolver as competências linguísticas, e depois ver que a avaliação não é séria, que os critérios não são rigorosos. Somos orientados inclusive a não penalizar o uso de emigrante no lugar de imigrante — desabafou.

domingo, 18 de março de 2012

Ministros tropecam na ortografia: Banco do Sul

Consultando o texto do convênio constitutivo do Banco do Sul, assinado por sete países da América do Sul em 2009, leio na mensagem que os ministros Mantega e Patriota remeteram à Presidente da República, para seu envio ao Congresso, em 22/12/2011, o seguinte trecho:

2. Os principais aspectos que caracterizam essa nova instituição financeira, conforme detalhado no Convênio Constitutivo, são os seguintes: 
a) (...)
b) (...)
c) possibilidade de ascenção do capital do Banco, no futuro, ao valor de US$ 20 bilhões (capital autorizado)...
[EM Interministerial nº 219/2011 - MF/MRE; Mensagem 45, ao Congresso Nacional]

Bem, esperamos que o Banco do Sul, que tem sede em Caracas, possa logo ascender aos céus, e lá permanecer, para maior felicidade de todos, inclusive porque o Brasil deveria se fazer responsável por 2 bilhões dos 7 bilhões de dólares de seu capital. Como o banco é socialista, ou seja, terá "sistema decisório com representação igualitária de seus membros", a despeito da desigualdade nos aportes, pode-se esperar um desempenho menos que perfeito em suas operações...
Paulo Roberto de Almeida 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Curso Rápido de Gramática (para espiritos fortes)


Com perdão das almas sensíveis e dos adesistas anônimos que frequentam estas paragens...

- FdP é adjunto adnominal, quando a frase for: ''Conheci um político FdP". 
 - Se a frase for: "O político é um FdP", daí, é predicativo. 
 - Agora, se a frase for: "Esse FdP é um político", é sujeito. 
 - Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz: "Agora nega o roubo, FdP!" - daí é vocativo. 
- Finalmente, se a frase for: "O ex-ministro, Fulano de Tal, aquele FdP, desviou o dinheiro das estradas" daí, é apôsto. 
 Que língua a nossa, não?! 
 Agora vem o mais importante para o aprendizado: Se estiver escrito: "Saiu da presidência em janeiro e ainda se acha presidente." O FdP é sujeito oculto... 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A frase sintese da campanha eleitoral...

Deve ser muito criterioso que não se acuse sem provas porque no final da campanha tem gente que vai passar para a história das campanhas eleitorais como ter feito calúnia e difamado desnecessariamente pessoas e campanhas que não tinham provas”.
Candidata Dilma Rousseff (11/08/2010)

Entendeu leitor?
Não se preocupe, eu também não, e acho que ninguém mais.
Como disse um jornalista (Reinaldo Azevedo. de quem copio essa transcrição) é "a sintaxe na sua fase de miséria". Essa frase "rende um tratado de lingüística e neurologia."