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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ah, esse capitalismo financeiro predatorio: de olho nos nossos pobres...

O capitalismo financeiro monopolista internacional, como gostam de dizer os companheiros, está de olho nos nossos pobres, que, como diz a matéria abaixo, podem não ter conta em banco mas têm celulares, e portanto são vítimas potenciais dos especuladores e outros monopolistas financeiros de Wall Street para novos sistemas de pagamentos via celular.
Mas, como os companheiros no poder estão sempre alertas, e detestam os estadunidenses, sobre o fato de que eles pretendem manter o mercado fechado, para um pequeno grupo de monopolistas nacionais -- que os financiam generosamente -- eles não vão permitir a entrada no país de concorrência predatória, que de resto não pagaria pedágio para eles como fazem os nossos bons capitalistas nacionais.
A matéria foi publicada no principal órgão do capitalismo financeiro monopolista internacional, o boletim diário de American Banker.
Paulo Roberto de Almeida

Brazil Is the Country to Watch for Mobile Payments


For the last decade, year-on-year the payments industry has predicted the shift of mobile payments to the mainstream.
The fact that the uptake of mobile financial services is finally experiencing a global surge is no longer under debate, however some regions are more equipped to rollout widespread engagement initiatives than others.
Enter Latin America, where countries like Peru, Costa Rica, Mexico and Brazil are all taking measures to ensure the interoperability of their payments systems by leveraging the mobile device as a means of reducing the heavy reliance on cash.
As a BRIC country, Brazil is one of the fastest growing payments markets in the world, with the most developed card market in Latin America and boasting 70% of the total ecommerce transactions in the region.
While the government has been actively involved in financial inclusion initiatives, there is still a high population of unbanked consumers at 65 million adults. According to Mercator Advisory Group, more than 40% of the country's population is currently under the age of 24 and it has the sixth largest population in the world. Though still technically falling under the developing country status, this combination of factors, twinned with a growing economy and relatively new technology infrastructure, makes Brazil an exciting contender in the payments market.
There are more mobile phones in Brazil than people, with 272.4 million subscriptions amongst a population of 199 million (Anatel/Teleco) making it the fourth largest mobile market in the world (GSMA). Despite the extensive mobile device penetration and substantial unbanked population, mobile payments have been relatively slow to catch on.
This is all set to change in the next couple of years. While the payments landscape has been likened to that of Kenya pre-MPesa, Brazil has a set of unique qualities that could lead to it taking the mantle in leading the mobile banking space.
Aside from a young, tech savvy population and increasingly favorable economic conditions, Brazil also boasts new regulations that encourage competition within the mobile payments space (for both mobile providers and payment services providers); creating a system of interoperability with the fees and commissions carefully overseen by the Central Bank. Add to the equation that smartphones outsold feature phones for the first time in 2013, and that Visa is pushing contactless technology for the 2016 Olympic games, and Brazil is looking set to take a very different route into the widespread adoption of mobile payments than Kenya.
The smartphone route into mobile adoption will undoubtedly see a slower penetration rate than the path of feature phones, as it is a much more costly initiative and will rely on merchant uptake. However, there has been a heavy emphasis on NFC and contactless in the region, with the rollout of numerous pilot projects and this is set to continue.
This ongoing concerted effort between different players in the mobile payments space to make the infrastructure primed for large scale consumer acceptance means that the future of payments in Brazil could be much more weighted towards the mobile than any other payment method. When it comes to mobile, it is not a question of if, but when, and Brazil is undoubtedly the country to watch.

Bethan Cowper is head of international marketing for Compass Plus. This article is online at paymentssource.com.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Estado de Mal Estar (Italian Style): enfim, quem pode morrer é voce...


Comerciantes se unem contra a máfia na Itália

ItáliaBBC – 21/02/12

Comerciantes da região de Nápoles, no sul da Itália, se uniram para resistir à máfia.
A iniciativa começou em 2006 com uma única comerciante da cidade de Ercolano, uma cidade menor, nos arredores de Nápoles.
Raffaella Ottaviano foi a primeira a recusar um pagamento à Camorra
Raffaella Ottaviano, de 70 anos, começou a enfrentar os mafiosos quando alguns membros da Camorra entraram em sua loja de roupas.
“‘Você sabe porque estamos aqui’, eles disseram”, afirmou Ottaviano.
Os mafiosos exigiam da comerciante o chamado “il pizzo”, o dinheiro que os comerciantes davam à Camorra em troca de proteção.
Há gerações este dinheiro é exigido de donos de lojas, bares e outras pequenas empresas em toda a região.
Mas, daquela vez, Raffaella Ottaviano decidiu que não iria pagar.
“‘Escutem, sejam educados e saiam imediatamente. Não tenho intenção nenhuma de pagar’”, disse a comerciante aos mafiosos naquela ocasião.
“E eles disseram: ‘Mas você não percebe o que está fazendo?’. E eu disse: ‘Não estou interessada. Saiam daqui!’”.
Fim do silêncio
A Camorra é descrita como o grupo mafioso mais violento da Itália e, por causa disso, suas vítimas preferem manter o silêncio em relação aos seus ataques e exigências.
Mas, Raffaella Ottaviano preferiu romper este silêncio. Ela foi à polícia e, a partir de fotografias, identificou os homens que foram à sua loja.
Eles foram presos e ela precisou da proteção da polícia.
“Por um ano e meio eu fiquei sozinha com os policiais, que nunca me deixavam”, disse.
Aos poucos, outros comerciantes de Ercolano começaram a seguir Ottaviano e se recusavam a pagar a Camorra.
Os comerciantes começaram a se reunir em segredo e formaram uma associação com a ajuda do conselho municipal.
Desde 2006, o movimento dos comerciantes cresceu e se fortaleceu e, atualmente, mais de 80 deles se recusam a pagar o dinheiro de proteção à Camorra.
Sem medo
Raffaela Ottaviano afirma que não teme uma vingança da Camorra.
“Não há mais medo agora. Estamos todos unidos. Não podíamos continuar daquele jeito. Temos que combater a Camorra. Não apenas com conversa, mas com ação”, disse a comerciante.
No entanto, a máfia napolitana ataca comerciantes, punindo os que desafiam suas exigências.
Raffaelle Rossi é dono de um restaurante perto de Ercolano chamado Ciro a Maro. O lugar é perto da Baía de Nápoles e tem vista para a ilha de Capri.
O restaurante progredia até que a Camorra se interessou pelo negócio.
Os mafiosos exigiram 50 mil euros (cerca de R$ 113 mil) por ano, mas Rossi negou.
Primeiro, os mafiosos dispararam contra as janelas do restaurante. Então, uma noite depois que Rossi fechou o restaurante, eles colocaram uma bomba na entrada.
Depois, dois homens em uma motocicleta atiraram em Rossi e, por fim, o restaurante foi incendiado.
Rossi, parado em frente aos escombros do restaurante, afirma que o estabelecimento vai ser reconstruído e reaberto. E, mesmo com medo da Camorra, ele afirma que não vai pagar.
“Somos humanos. Não podemos negar o medo que temos. Muito medo. Mas temos que acabar com este tipo de pressão”, disse.
Batalhas vencidas
Os comerciantes de Ercolano afirmam que estão vencendo a máfia.
Sofia Ciriello tem uma padaria e aguentou a pressão da Camorra depois de se recusar a pagar o “il pizzo”.
“As pessoas precisam se libertar desta escravidão e opressão, reconquistar a dignidade, pois as coisas não são mais como costumavam ser”, disse.
Além da iniciativa dos comerciantes da região, a polícia também está em ação e dezenas de mafiosos da Camorra foram presos por tentativa de extorsão.
As autoridades locais também apoiam os comerciantes que enfrentam a máfia e acredita-se que seja o primeiro conselho municipal da Itália a oferecer isenção de impostos para comerciantes que denunciam a máfia para a polícia.
“O que está acontecendo em Ercolano é extraordinariamente importante”, disse Rosario Cantelmo, um promotor que luta contra a máfia em Nápoles.
O promotor contou que há dois anos, muitos negócios da região ainda se recusavam a admitir que eram submetidos à máfia e ficavam em silêncio mesmo quando eram ameaçados de processo por “assistência a uma organização criminosa”.
Cantelmo afirma que os comerciantes criaram coragem para fazer algo que ela nunca viu. E o promotor acredita que os mafiosos estão preocupados.
“Eles enfrentam uma realidade que não conhecem. Não costumava ser assim, as pessoas em frente a um juiz, olhando-os no rosto e os acusando sem medo”, disse.
Para o promotor, “a guerra ainda não foi vencida, mas estamos vencendo muitas batalhas importantes”.