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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Se Putin vencer, será o retorno à barbárie - Miodrag Soric (DW)

CONFLITOS UCRÂNIA

Se Putin vencer, será o retorno à barbárie

 Miodrag Soric

https://www.dw.com/pt-br/opinião-se-putin-vencer-será-o-retorno-à-barbárie/a-60929574?maca=bra-GK_RSS_Chatbot_Mundo-31505-xml-media

Vladimir Putin precisa vencer rápido a sua guerra de ofensiva contra a Ucrânia. Não porque tenha uma consciência ou escrúpulos. A questão é, antes, que caixões de jovens russos mortos na luta contra o povo-irmão ortodoxo suscitam dúvidas quanto à propaganda estatal de que esta seria uma guerra defensiva.

Em breve chega no Leste Europeu a época de jejum pré-pascoal, que o ex-homem da KGB, o serviço secreto da União Soviética, aproveitará para se apresentar como cristão devoto, de vela na mão. Só que isso não combina com as imagens de mulheres, crianças e homens que, por estes dias, morrem nos ataques do exército da Rússia.

Mas essa guerra não vai passar tão rápido. Mesmo que tenham que lutar com coquetéis molotov e com as mãos nuas, os ucranianos não vão desistir! O povo russo provou grande capacidade de sofrer durante a era soviética, e coragem na Segunda Guerra Mundial, mas os ucranianos não ficam nada atrás. Além disso, têm a primazia moral: estão defendendo seu país, suas famílias, sua vida. Os soldados russos, em contrapartida, chegam como agressores, ocupadores, fratricidas.

Paz e liberdade não são grátis

Para o tão reticente Ocidente, a questão é a seguinte: até agora, não havia hostilidade em relação à Rùssia. Pelo contrário: fazíamos negócios, cooperávamos na política, cultura e ciência. Milhões de russos vinham como turistas à Espanha, Turquia ou Grécia, lá onde também os europeus ocidentais passam suas férias. Justamente por isso, quase ninguém no Ocidente conseguia imaginar que Putin cometeria esse crime, e que os russos seguiriam essa loucura.

Sim, o presidente da Rússia tem razão: os europeus estão mal equipados, têm tomado a sua vida na prosperidade como um fato inquestionável. Mas isso está mudando, agora mesmo. Pois todo europeu que ame a liberdade e a paz percebe essa ofensiva contra os ucranianos como um ataque contra si mesmo. Todo mundo está vendo que Putin mente quando abre a boca, que não se atém a nenhum pacto nem regra internacional.

De repente, muitos na Alemanha compreendem, com nitidez maior do que lhes conviria, que só os Estados Unidos garantem a sua segurança – e estão gratos por isso. Mas é justo exigir de uma mãe do Mississipi que seus filhos se engajem pela segurança da Europa, quando outra mãe em Berlim não está disposta a isso? A Alemanha precisa acordar e compreender: a paz, a liberdade e a nossa democracia não são de graça.

A disposição de tornar as Forças Armadas alemãs novamente aptas à mobilização e a fortalecer a Otan cresce com cada foto de mulheres e crianças em prantos nos metrôs de Kiev, onde vão buscar proteção das bombas russas. Os europeus de dispõem a fazer sacrifícios em nome de seus valores. E vão fazer frente à declaração de guerra da Rússia contra a ordem pacítica da Europa.

Putin mente, China observa

As perspectivas que o mundo civilizado tem de ganhar essa luta, são boas. Putin pode bem tentar convencer seus compatriotas e o mundo de que a Rússia é forte, mas também isso é uma mentira. A moral dos russos é forte quando eles sabem que estão do lado do bem. Apesar da imprensa manipulada pelo Estado, vão cada vez mais perceber que sua guerra contra o povo-irmão ucraniano é um crime.

Além disso, a Rússia está economicamente fraca, pois Putin é incapaz de modernizar seu país. A atual classe política é ainda mais corrupta do que nos tempos do líder do Soviete Supremo Leonid Brejnev. E o presente chefe do Kremlin só suporta a seu redor servidores submissos, que ainda por cima humilha diante das câmeras.

Sanções econômicas e gastos de defesa significativamente mais altos não bastarão para vencer a confrontação com o ditador. A elite criminosa da Rússia tem que ser isolada; as relações diplomáticas, reduzidas ao mínimo.

Acima de tudo, entretanto, o Ocidente não deve fechar suas portas aos jovens russos. A economia alemã e americana procura desesperadamente centenas de milhares de profissionais. Quem queira emigra da Rússia, a fim de levar uma vida normal em ambiente seguro, deve ser bem-vindo.

Pois uma coisa é certa: a guerra da Rússia contra a Ucrânia vai custar muito dinheiro. Putin só conseguirá manter seu domínio se transformar seu país num grande presídio – como a China.

O que, aliás, é mais um motivo por que a civilização amante da liberdade deve vencer esse conflito: Pequim está acompanhando minuciosamente o que ocorre na Ucrânia. Caso Putin tenha sucesso, a China atacará Taiwan e, em algum momento, também outras nações.

Aí, só o que vai valer por todo o mundo é a lei do mais forte. A humanidade se precipitaria de volta na barbárie. Mas a coisa não precisa ir tão longe se, a partir de já, estivermos dispostos a também fazermos sacrifícios em nome da nossa liberdade.

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Miodrag Soric é jornalista da DW. O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente da DW.


domingo, 9 de janeiro de 2022

Bolsonaro expõe a imundície de suas entranhas e de seu projeto eleitoral - Vinicius Torres Freire (FSP)

 O psicopata se degrada e degrada o país. O degenerado é uma escória ambulante que não consegue sequer ser um líder fascista, pois para  isso seria preciso ter um discurso organizado. O genocida é apenas o que restou do esterco da política, que só emergiu a parte da Grande Destruição lulopetista da economia e da moralidade pública.

O Brasil desgraçadamente caminha para mais um ano de mediocridade degradante com essa imundície no poder.

Paulo Roberto de Almeida 


Bolsonaro expõe a imundície de suas entranhas e de seu projeto eleitoral

Brutalidade, exibição de vergonhas e artes do espectro fascista são projeto eleitoral

Viniciu Torres Freire

Folha de S. Paulo, 9/01/2022

O espetáculo, a massificação da mentira e a propaganda da morte são atitudes típicas de políticos do espectro fascista. Jair Bolsonaro não é lá diferente. Foi assim a virada de ano da extrema direita brasileirinha, ainda mais repugnante na sua decomposição avançada, mas até por isso mesmo capaz de causar mais pestes.

O país se degrada, mais gente padece de fome, doença ou desgraças como as enchentes da Bahia. A administração pública se desorganiza mais, ora em revolta contra caprichos sectários desse tipo que ocupa a cadeira de presidente, que quer agradar polícias a fim de manter consigo falanges armadas.

Há operações-padrão de auditores da Receita, o que ameaça por exemplo a importação de combustíveis; há ameaça de greve geral de servidores. A produção da indústria encolheu pelo sexto mês seguido, o que não se via desde a recessão de 2015. Azares do tempo podem fazer com que a safra de grãos seja menor que a do ano passado —​se esperava recorde, um anteparo mínimo para a recessão que começa a aparecer no horizonte. Mas não há governo, tentativa de reação ou remédio. Ao contrário.

Bolsonaro vai a culto da Igreja Sara Nossa Terra, no Distrito Federal - @Bispo Robson Rodovalho no Facebook

O capitão da morte vadiava, indiferente a sofrimentos e desordens, rindo com sua catadura selvagem e sua boca espumante. Fazia o show do tiozão grosseiro desfilando com brinquedos caros e barulhentos. Era parte da palhaçada da autenticidade, show que em breve voltaria quase à indecência teratológica dos tempos das cirurgias, durante a internação indigesta do tapado. Uma parte do espetáculo de Bolsonaro é a exposição de suas entranhas morais e quase literalmente físicas: intimidades com a mulher com quem se casou, o corpo nu cheio de tubos, as cicatrizes e, agora, sua indigestão monstruosa.

"Foi domingo. Eu não almoço, eu engulo. Foi uma peixada, tinha uns camarõezinhos também. Eu mastiguei o peixe e engoli o camarão", disse, ao explicar sua mais recente internação.

A indecência, a brutalidade e a feiura são parte da estética política do bolsonarismo. Entender porque o despudor ainda comove suas falanges e um tanto mais do eleitorado é um problema, mas desde a irrupção de Bolsonaro tal exposição faz algum efeito. A exibição do desmazelo pessoal, corporal e social, sua boca-suja, seu linguajar iletrado e cafajeste, o chinelão, o leite condensado com migalhas espalhadas pela mesa, tudo faz parte da fantasmagoria da autenticidade.

O espetáculo vai além, claro. Há motociatas e comícios golpistas, assim como a nomeação de inimigos da pátria, do cardápio tradicional do espectro fascista. Há o heroísmo de fancaria de quem diz lutar contra o "sistema" e a difusão de mentiras conspiratórias que tempera esse brutesco. Há o farisaísmo, as blasfêmias e o uso do nome de Deus em vão, o que espantosamente não abala muita gente religiosa. Há a propaganda da morte, a crítica aos "tarados por vacina" e a indiferença quanto à morte de crianças. Tudo isso é tolerado, como se o salvador da pátria e da família tivesse de vir travestido de anticristão (o que também é o caso de Donald Trump).

E daí? Esse é o monstro que, daqui a outubro, tentará obter votos para a reeleição ou algum modo de sobreviver politicamente ou fora da cadeia. Esses são seus recursos. Bolsonaro não tem nada que qualquer governante no limite do universo da razão e da decência pudesse apresentar como realização. Seus instrumentos são a ameaça de morte, baderna armada, golpe e tirania, o grotesco nauseabundo e a apelação aos sentimentos mais baixos e desumanamente lunáticos _o tipo é indiferente à morte de crianças, ressalte-se.

Foi assim o Ano Novo de Bolsonaro. Por que acreditar que o ano eleitoral será diferente? O que mais lhe resta além da fuga? A desordem imunda.


terça-feira, 21 de setembro de 2021

A destruição do Brasil por um psicopata - Paulo Roberto de Almeida

 Estaremos assistindo (não eu), nesta terça-feira, com todos os holofotes em NY, a um dos mais sórdidos e execráveis espetáculos de rebaixamento continuado do Brasil no cenário internacional, um evento que certamente causará repulsa e horror em todo diplomata de bom-senso, independentemente de sua postura política ou preferências eleitorais. É simplesmente doloroso assistir um mentiroso ler um texto edulcorado pelo Itamaraty e que deve representar todo o contrário do que pensa e faz a escória subhumana que sequestrou a representação do Brasil no mundo.

Lamento que meus colegas diplomatas envolvidos no serviço ativo tenham de suportar esse mentecapto, autoritário, genocida e psicopata. Estou apenas expressando o que efetivamente penso e o que é a realidade.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 21/06/2021


sexta-feira, 27 de março de 2020

Psicopatologia de um narcisista masoquista - Reinaldo Azevedo

Fantasia narcísica: Bolsonaro implora pelo impeachment. Merece ser atendido... 

Reinaldo Azevedo
Colunista do UOL
26/03/2020 08h20
Freud em sua mesa de trabalho. Ele não teve como analisar Jair Bolsonaro, mas deixou uma vasta teoria para entender a alma profunda mesmo de alguém como o nosso presidente
Depois de muitos anos dedicado a seu objeto de estudo, Freud tentou responder: "Mas, afinal, o que querem as mulheres?" Leiam. Não é para iniciantes, hehehe.
Infelizmente, o sujeito da minha indagação é bem mais vulgar: "Mas, afinal, o que quer Bolsonaro?"
BOLSONARO QUER SER DESTRUÍDO
Já que evoquei Freud, teria de dar uma resposta que atine, deixem-me ver, a dois eixos distintos de saber, duas categorias. Começarei por aquela que pode intrigar muitos leitores. E não! Jamais desculpem Bolsonaro por aquilo que há em sua mente e que nem ele pode controlar. Todos temos esses escuros, não é? Quando buscamos desenvolver a empatia e ver o outro com um mínimo de generosidade, mesmo as variáveis que não são do nosso controle acabam, aos olhos alheios, amansadas por nossa bonomia.
Observação rápida para continuar: ocorre que Bolsonaro tem desprezo por isso a que chamamos genericamente "bondade". Ele não está nem aí. Se preciso, para justificar um equívoco, ele é capaz de especular sobre a morte de sua mãe, como fez em conversa com Ratinho. Quem põe a própria mãe no meio de um debate que tem natureza política, referindo-se a ela como eventual cadáver a provar uma tese, expressa um juízo sobre os idosos, lhes antevê um destino, mas também fala muito sobre si mesmo. "Ah, Reinaldo, todos vamos morrer um dia..." É verdade. Mas é preciso ter uma alma muito perturbada e um grave defeito no aparelho psíquico para não sentir compaixão.
Volto ao eixo. Mas o que quer Bolsonaro? Ele quer ser impichado. Sua fantasia narcísica é ser punido, é ser apeado do poder, porque só desse modo ele pode recuperar o território da vítima excluída do sistema, de onde ele tonitruava seus anacolutos incompreensíveis contra inimigos que nem reais chegavam a ser porque, de fato, ninguém lhe dava bola.
O mundo contra o qual se batia era muito maior do que ele poderia compreender. E quem tem um pouco de experiência social consegue perceber a sua absoluta inadequação ao cargo. Tomemos como exemplo dois de seus antecessores, em si antípodas em muitos aspectos, mas absolutamente iguais num quesito ao menos: FHC e Lula. Os dois se sentiam plenamente à vontade no poder. Quem olhasse para um e para outro no cargo via estampada no rosto a satisfação: "Mereci estar aqui".
Com história pessoal e formação tão distintas, a fantasia narcísica de ambos — e todos a temos, que fique claro — era o reconhecimento. E isso é bastante convencional e, parece-me, saudável. Críticos podem objetar que aquilo que pensavam de si mesmos não correspondia à realidade. O ponto não é esse. Para o tema de que trato aqui, importa que o sujeito se olhe no espelho e goste do que vê. Sobre o petista, até brinquei certa feita, no auge de seu poder, que Lula chegava até a sentir um pouco de inveja de... Lula
Sim, este analista amador, um rábula legítimo também da psicanálise, ousa dizer que Bolsonaro se detesta e deseja ardentemente ser punido porque ele não sabe fazer o discurso do vitorioso. Até porque aquele que vence precisa conviver com os derrotados porque é a existência destes que justifica a sua vitória. O presidente que temos, se pudesse, eliminaria seus inimigos porque eles provam todos os dias a sua inadequação ao cargo, a sua incompetência, a sua incapacidade de entender o que está à sua volta e, acima de tudo, a sua indisposição para aprender qualquer coisa.
Bolsonaro quer que o coloquem para fora porque, assim, terá fim a sua angústia. E ele não precisará mais ser testado em salões em que, claramente, sente-se deslocado, com os ombros duros, o sorriso (quando há) plastificado, o olhar perdido. Até o seu anticomunismo é tomado de empréstimo, uma vez que fica evidente que ele nem sabe direito do que está falando. Bolsonaro está implorando para que ponham um fim a seu sofrimento. Esse particularíssimo Narciso quer ser punido.
JÁ SE PERGUNTARAM POR QUÊ?
Vocês já se perguntaram por que Bolsonaro decidiu armar essa quizumba sobre a pandemia? Inexiste uma resposta racional. Sim, está cercado de extremistas de direita de quinta categoria, cuja ignorância foi lixada e envernizada por Olavo de Carvalho, sem, no entanto, esconder a madeira ordinária de que é feita. Eles lhe sopram teorias alopradas aos ouvidos que simplificam brutalmente o mundo -- e, com efeito, não é complexidade o que ele quer.
Isso revela bastante da política, mas nada da psique bolsonariana. E ele tem uma. Afinal, também há alguns sensatos à volta que lhe dizem: "Por aí, não; por aí, você quebra a cara e vai ser alvo da crítica até de alguns aliados".
Ah, meus caros! Mas é tudo o que ele quer! Quando Bolsonaro rompe com um aliado, é a tal fantasia narcísica se exercendo na sua potência quase máxima — ela só atingirá mesmo o auge com o impeachment. Aguardem: é grande a chance de o governador Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, entrar na fila de seus vitupérios. Do que ele acusou, aos berros, João Dória (PSDB), governador de São Paulo? Em síntese, de traição. É o seu prazer.
E Bolsonaro jamais vai se colocar como o corno político à moda Nelson Rodrigues, dizendo a um ex-aliado: "Perdoa-me por me traíres". Porque isso quebraria a tal fantasia narcísica. A culpa está sempre com os outros; a culpa está sempre com aqueles que fizeram um mundo muito mais nuançado e complexo do que ele pode alcançar; a culpa está sempre com aqueles que o levam a sentir-se inferiorizado apenas porque existem.
LÍDER NA CRISE
Poucos governantes tiveram a chance -- dramática, sim! -- que tem Bolsonaro de ser um líder na crise. Obviamente, ele reúne os elementos para que alguém se aposse do clichê "sangue, suor e lágrimas", posto que, por óbvio, culpado pelo coronavírus ele não é.
Foi presenteado com uma barafunda que tem implicações verdadeiramente planetárias, mais grave e mais ampla do que o estouro da bolha imobiliária de 2008, que colheu Lula do poder e ameaçou transformá-lo numa lenda. O petista arrumou uns culpados, sim, lembram-se? Os "louros de olhos azuis". Mas, naquela hora, falou a seus "morenos de olhos marrons" e, convenham, pode-se concordar com as medidas que adotou ou delas discordar, mas é fato que liderou o país.
FHC e Lula têm vocação para o gozo — o que é saudável. Bolsonaro, simbolicamente, prefere o martírio. Não chega ao gozo nem se concilia com o sono porque, intimamente, julga não merecer a distinção. E certamente as vozes íntimas que o atormentam lhe dizem que outros poderiam fazer aquele trabalho com muito mais competência e desenvoltura.
A sua absurda agressividade deriva da sua escandalosa insegurança. Daí que, diante de interlocutores que ele sabe que podem afrontá-lo com os fatos, escolhe a agressão, o vitupério, a grosseria.
Bolsonaro implora que o derrubem. E só assim a sua fantasia narcísica lhe dirá: "Viu? Você estava certo!"
Ah, sim: alguns leitores poderiam perguntar se ele sabe disso tudo. Não! Ele sente isso tudo, o que deve ser devastador.
E isso que escrevo me dá uma certeza: ele não vai mudar. Responderá sempre a uma crise com ainda mais crise.
Na dimensão em que trato aqui, Bolsonaro não precisa nem de conselheiro. Precisa de um analista. Como é certo que não irá procurar ajuda, parece-me que é caso de satisfazer, sim, a sua fantasia narcísica.
Ele merece um pouco de paz.
O Brasil também.