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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador salários iguais para homens e mulheres. Mostrar todas as postagens
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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Uma polemica equivocada: mulheres ganham menos do que os homens, certo? Os mercados, ou os capitalistas, discriminam as mulheres?

Essas polêmicas, quando não são instruídas por informações fiáveis, e por raciocínios embasados na lógica mais elementar, são constrangedoras para a inteligência nacional.
Paulo Roberto de Almeida

Mulheres Ganham 30% a Menos do Que os Homens?
Stephem Kanitz
Via Ricardo Bergamini, 14/05/2015

Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor?

Corre de tempos em tempos uma lenda urbana de que empresas, “corporações” e empresários deliberadamente discriminam mulheres e pagam 30% a menos pelo mesmo trabalho feito por uma mulher do que pagam para um homem.

São pesquisas feitas por Universidades sérias e o que impressiona é como estas pesquisas são aceitas sem pestanejar.

A pergunta que todos deveriam fazer é: Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor?

Um salário de R$ 1.000 dividido por R$ 700 é igual a 42% minha gente, muito mais chamativo do que R$ 700 dividido por R$ 1.000 – 1, que é menos 30%.

Se quiserem propagar esta lenda urbana pelo menos usem a manchete mais chamativa, Homens Ganham 42% a Mais do Que Mulheres.

Voltando à questão.

Por que empresários gananciosos, ávidos de lucros e imbuídos de espírito animal, segundo estes acadêmicos, contratariam só homens pagando 42% a mais?

Se existisse este tal espírito animal, administradores prefeririam ser rodeados somente de lindas mulheres e não homens, evitando 42% de custos adicionais.

Fico muito assustado quando vejo um Obama e um Congresso Brasileiro passarem leis baseados em pesquisas como estas que não tem nem pé nem cabeça.

O que está de fato acontecendo?

Vejamos a profissão de taxista.

Mesma profissão, mesmas ruas, mesmas horas de trabalho, e de fato mulheres ganham 15% a menos do que homens.

Isto porque mulheres preferem não fazer o período noturno com a bandeira 2 suplementar que varia de cidade em cidade.

Engenheiras da Petrobras ganham menos do que seus companheiros, porque elas preferem não trabalhar nas plataformas marítimas, onde se ganha várias vantagens extras, em troca de ficar longe da família.

Mulheres tendem a evitar posições de risco, homens solteiros são mais atirados assumem riscos e ganham mais. E são mais estressados, por sinal.

Em contrapartida, mulheres vivem 9% mais do que homens o que inclusive aumenta o custo atuarial de se contratar uma mulher.

Mulheres possuem várias vantagens trabalhistas devido à gravidez, meses onde ela recebe mas não trabalha.

Isto aumenta o custo de se contratar uma mulher.

Uma mulher que tenha de 3 a 4 filhos pode custar 9% a mais do que um homem, por meses trabalhados.

Do ponto de vista econômico, o consumidor não está disposto a pagar 9% a mais pelos produtos da empresa X, só porque as funcionárias decidiram ter mais filhos do que as funcionárias de uma empresa chinesa.

Em 2007, a Academia de Administração americana publicou uma pesquisa de Francine Blau, onde ajustando por anos de estudo, cargo, raça, indústria e ocupação, mulheres ganhavam 91% do que ganhavam os homens. Ou seja, 9% a menos e não 30%.

Empresas americanas pagam sim 10% a mais para contratar um homem do que uma mulher, porque assim evitam pagar maiores custos atuariais, custos com gravidez, creches obrigatórias e assim por diante.

Portanto, acredito que o mercado ajusta o preço entre mulheres e homens segundo estas diferenças de custos, e não por machismo corporativo.

Na realidade, os 9% de diferença de salários são custos adicionais impostos por leis, como adicional de periculosidade, adicional noturno, e assim por diante.

Mas isto ninguém pensa antes de publicar.

Stephen Charles Kanitz (São Paulo, 31 de janeiro de 1946) é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

Em 1974 foi um dos precursores de análise de risco e crédito com seu artigo "Como Prever Falências", na Revista Exame 12/1974 que ficou conhecido como o Termômetro de Kanitz. Análise de risco abriu a possibilidade de crédito a pequenos empresários e pessoas mais pobres, antes dispensada somente àqueles mais ricos da população.

Em 1975 criou a edição anual Melhores e Maiores da revista Exame, determinando as empresas com melhor desempenho global de cada ano, iniciando no Brasil o movimento conhecido como benchmarking, seis anos antes de Tom Peters fazer o mesmo nos Estados Unidos em 1981, com o seu livro Em busca da Excelência.

Em 1992 foi um dos líderes que disseminou o conceito de Responsabilidade Social das Empresas, criando o primeiro site de voluntariado, www.voluntarios.com.br, e o primeiro site de doações on line na internet, o www.filantropia.org.

Em 1995 criou o Prêmio Bem Eficiente, que anualmente premia as 50 melhores entidades beneficentes do Brasil, e ajudou a colocar o terceiro setor na agenda jornalística do país.

Em 1994 publicou O Brasil que Dá Certo, que chegou a 32a. edição e lhe deu o Prêmio Jabuti de 1995. Foi um dos poucos que previu o sucesso do Plano Real, que iria erradicar definitamente a inflação no país, que a bolsa cresceria 10 vezes nos 10 anos seguintes e que o futuro empresarial seria fornecer produtos populares para os mercados de baixa renda.1

Tornou-se conhecido no Brasil principalmente por sua coluna na revista Veja, na qual foi colunista entre 1998 e 2009, na seção Ponto de Vista.

Escreveu em parceria: com Cecilia Akemi, Edison Castilho, Eliseu Martins, Lázaro Plácido Lisboa, Luiz Benatti, Nena Gerusa Cei, Sérgio de Iudícibus, Contabilidade introdutória (livro texto e livro-exercício) - Editora Atlas

Ricardo Bergamini
www.ricardobergamini.com.br

quinta-feira, 8 de março de 2012

Desigualdades salariais entre homens e mulheres: vai dar errado...

Se o governo se meter onde não deveria -- ou seja, obrigar o setor privado a pagar salários absolutamente iguais para homens e mulheres -- vai recolher o que não pretende: desemprego feminino.
Que ele faça isso na sua esfera, problema dele, pois governos nunca se preocuparam com produtividade de seus trabalhadores, mesmo, pagando a todos como mãe generosa, sem perguntar quanto vale, e quanto retorna desse "investimento" aplicado em mão-de-obra.
Agora, pretende obrigar um cidadão independente, como são os empresários, a pagar o salário que ele acha que devem receber homens e mulheres, além de ser uma violência constitucionais, e uma irracionalidade econômica, ainda vai custar o emprego de muito mulher (e outras nem encontrarão trabalho no mercado).
Assim vai o mundo.
Paulo Roberto de Almeida

Mulheres receberam 72,3% do salário dos homens em 2011, diz IBGE


Número repete a proporção dos levantamentos de 2009 e 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


08 de março de 2012 | 16h 03
Daniela Amorim, da Agência Estado
RIO - As mulheres receberam, em média, 72,3% do salário dos homens em 2011, segundo o estudo Mulher no mercado de trabalho: perguntas e respostas, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O número repete a proporção encontrada nos levantamentos de 2009 e 2010. 
O estudo mostrou ainda que a jornada de trabalho das mulheres foi inferior à dos homens. Em 2011, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, contra 43,4 horas dos homens, uma diferença de 4,2 horas. Entretanto, segundo o IBGE, 4,8% das mulheres ocupadas em 2011 gostariam de aumentar a carga horária semanal.
As atividades que mais absorveram mão de obra feminina em 2011, em relação ao patamar de 2003, foram o comércio, em que a participação das mulheres cresceu de 38,2% para 42,6%, e os serviços prestados às empresas, com aumento de 37,3% para 42,0%. Nos serviços domésticos, ainda predomina a mão de obra feminina (94,8%), com porcentual idêntico ao registrado em 2003.
O levantamento constatou também que as mulheres aumentaram sua participação na ocupação formal. Em 2003, a proporção de homens com carteira assinada no setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24,7 pontos porcentuais. No ano passado, essas proporções foram de 59,6% de homens e de 40,4% de mulheres, reduzindo a diferença para 19,1 pontos porcentuais. Porém, o maior crescimento da participação feminina foi observado no emprego sem carteira no setor privado, cuja fatia saiu de 36,5% em 2003 para 40,5% em 2011.
Em 2011, as mulheres somaram 53,7% da população brasileira com 10 anos ou mais (idade ativa). Na população ocupada, elas ainda ficaram em menor número do que os homens (45,4%), mas, em relação a 2003, houve crescimento de 2,4 pontos percentuais na população ocupada feminina.
Entre as mulheres pretas e pardas, a taxa de desocupação caiu de 18,2% em 2003 para 9,1% em 2011. Entre as brancas, o indicador teve redução de 13,1% em 2003 para 6,1% no ano passado.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Demagogia de genero na Colombia: salario igual para mulheres e homens

Legisladores adoram contrariar tendências de mercado, como os da Colômbia, que acabam de adotar a determinação legal de se pagar salários iguais para homens e mulheres.
Como os mesmos legisladores não conseguem influenciar os níveis de produtividade entre os gêneros, bem como reduzir os custos relativamente superiores da contratação de mulheres pelos empregadores, o que eles vão acabar produzindo, na verdade, maior desemprego feminino.
Esta é a consequência inevitável deste gesto demagógico. Posso apostar nisso. Alguém quer apostar comigo? Teremos de verificar os números de desemprego, ou de emprego, entre gêneros, na Colômbia, dentro de um ano aproximadamente, e verificar a tendência.


Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil, 29/12/2011 - 9h58
Brasília – O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, sancionou a lei que determina que homens e mulheres tenham equivalência de salários. A medida atende a uma série de apelos de entidades de defesa das mulheres que se queixavam da discriminação salarial por sexo ou gênero, como definem os especialistas.
"Acabo de aprovar a lei que elimina a discriminação que existe contra as mulheres em matéria salarial", disse o presidente. Segundo ele, estudos recentes mostram que mulheres que ocupam os mesmos cargos de homens e têm tarefas idênticas às desempenhadas por eles chegam a receber um salário 20% inferior.
Santos determinou ainda que o Ministério do Trabalho atue com "muito rigor" no cumprimento da nova lei. De acordo com o departamento nacional de estatísticas da Colômbia, no trimestre entre agosto e outubro de 2011, a população economicamente ativa estava estimada em 22,8 milhões de pessoas, dos quais 9,76 milhões, o equivalente a 42,8%, eram mulheres.
Na relação de desempregados, estimados em cerca de 2,18 milhões, 1,24 milhões de pessoas eram mulheres, o equivalente a 56,8%.
*Com informações da Presidência da República da Colômbia e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade