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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mestrado em Economia online: comeca no dia 17/09/2015 - P.R.Almeida, Historia Economica Global

Recebi um convite, que espero poder aceitar, para ministrar a cadeira de História Econômica (que estou sugerindo seja Global) num novo mestrado em economia, da Universidad Francisco Marroquin, e administrada pelo Centro de Estudios Superiores Online de Madrid Manuel Ayau.

Mestrado em Economia online:
As informações sobre o curso, na sua versão original em espanhol, estão neste link: 


 
A versão brasileira, em Português, do curso, foi apresentada no dia 10 de julho, e pode ser vista neste link: 




Se estiver interessado e desejar se matricular, preencha o formulário de admissão no link abaixo:
http://economia.ommayau.com/pt/index.php/Especial:Solicitud  


No  dia 02 de agosto haverá outra sessão informativa. Confiram nos links:

 

“A produção não tem nenhum sentido, exceto como um meio para o consumo. O investimento em bens de capital não significa nada, à exceção de quando é uma estação intermediária na rota para o consumo”.

Murray Rothbard

"A humanidade estagnou por milhões de anos na pobreza, a partir da Revolução Industrial começou a grande jornada para riqueza, o bem estar e a liberdade das necessidades. Alguns indidviduos, empreenderam, inovaram e geraram crescimento economico. Hoje mais pessoas habitam o planeta e cada uma delas vive mais e melhor. Alguns países ficaram ricos e outros ficaram atrás. Como se deu tudo isso? Qual a receita do sucesso? Qual papel tiveram os mercados, os bancos, as instituições, o estado, a inovação? Porque todos os experimentos socialistas da historia fracassaram? O que explica o atual milagre economico de Coreia do Sul, de Singapura e Honk Kong? Neste mestrado voce irá aprender as respostas a todas estas perguntas e muito mais."
Adriano Gianturco
Diretor do Mestrado em Economia
  

 História Econômica Global
Vou tentar completar a bibliografia deste programa preliminar que estou preparando mais ou menos neste esquema, acrescentando todas as partes sobre a América Latina e em especial o Brasil, que não constam ainda deste programa preliminar, que foi baseado no original oferecido em Espanhol. Pretendo desenvolver com algum grau de detalhe a história econômica da América Latina e em especia do Brasil. Como estou fora de casa, sem minha biblioteca, não estou conseguindo revisar aqui minha bibliografia, que é relativamente abundante, sobretudo em Português, mas também com muitos títulos em inglês (todos facilmente encontráveis na grande rede de sebos online, www.abebooks.com).



HISTÓRIA ECONÔMICA GLOBAL
Professor
Paulo Roberto de Almeida

Descrição:
O conteúdo geral da matéria é a história econômica global, a partir da baixa Idade Média até o período recente, com especial atenção aos progressos das sociedades ocidentais e à experiência de desenvolvimento econômico na América Latina e no Brasil em particular.
Objetivos:
O aluno adquirirá a capacidade de:
·        Traçar um relato sobre o itinerário econômico das sociedades ocidentais nos últimos dez séculos.
·        Adquirir uma visão de conjunto da história econômica da Europa ocidental e do hemisfério americano.
·        Entender o nascimento e o desenvolvimento histórico do capitalismo e as transformações que ele provocou.
·        Organizar um mapa mental dos progressos que tornaram possível o mundo atual.
Compreender como se chegou ao momento presente e porque o mundo se configura do modo como o faz.

CONTEÚDO
SESSÃO 1 (VIDEOCONFERÊNCIA): O DESLANCHAR DA ECONOMIA EUROPEIA
Descrição: A economia de Europa ocidental deslancha depois da relativa estagnação da alta Idade Média. As cidades renascem, o comércio floresce, assim como a população e a riqueza disponível.
Conceitos: Comércio internacional, expansão demográfica.
Objetivos: Explicar como uma região atrasada do globo, que estava há vários séculos dominada pela pobreza mais absoluta, deslancha economicamente e se prepara para, ao final dessa etapa de cinco séculos, colocar-se na vanguarda do mundo.
Leituras recomendadas: David Landes, A Riqueza e a Pobreza das Nações; Henri Pirenne, As cidades da Idade Média; Frédéric Mauro, História Econômica Mundial; Jared Diamond, Armas, Germes e Aço.

SESSÃO 2 (VIDEOCONFERÊNCIA): A EXPANSÃO EUROPEIA
Descrição: Em finais do século XV, com os descobrimentos, a Europa se abre ao mundo formando a primeira rede comercial de alcance global da história. Isto altera o equilíbrio mundial por completo. A expansão gera um crescimento econômico e uma riqueza como não se havia visto antes, ao mesmo tempo que o Estado se concentra e se fortalece.
Conceitos: Comércio intercontinental, consolidação do Estado, aparecimento das Américas na economia global.
Objetivos: Explicar quais fatores impulsionaram as nações costeiras da Europa ocidental a lançar-se nos oceanos desconhecidos e como essa decisão constitui a primeira onda de globalização real. Tratar da gênese do Estado moderno.
Leituras recomendadas: Carlo Maria Cipolla, História econômica da Europa pré-industrial; Pierre Villar, Ouro e Moeda na História;

SESSÃO 3 (VIDEOCONFERÊNCIA): O FIM DO MUNDO DE ONTEM
Descrição: A primeira fase dessa expansão dá origem a um mundo bastante diferente do medieval. O Estado consolidou o seu poder sob a forma do absolutismo monárquico, que inventa a “política econômica”. A América se incorpora ao sistema mundial enquanto a China começa se longo e lento processo de decadência. Na Europa, a acumulação de capital aumenta. Os mercados financeiros se sofisticam.
Conceitos: O Estado toma forma, o poder real se consolida e se impõe.
Objetivos: Explicar como Europa alcança a hegemonia mundial colocando-se na vanguarda em praticamente todas as áreas relevantes. Descrever a concentração e a consolidação dos Estados modernos cuja interferência na economia passará a ser fundamental.
Leituras recomendadas: David Landes, A Riqueza e a Pobreza das Nações; Frédéric Mauro, História Econômica Mundial; [Completar]

SESSÃO 4 (VIDEOCONFERÊNCIA): A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA
Descrição: Entre o final do século XVIII e princípios do XIX se produz na Grã-Bretanha um processo de crescimento econômico caracterizado por um aumento da produtividade e da renda disponível como não se havia visto em nenhum momento anterior, aumento que se sustentou até a atualidade.
Conceitos: Novas tecnologias, novas formas de organização. Explosão demográfica, livre-comércio.
Objetivos: Explicar como e porque ocorreu o processo industrial y porque ele aconteceu na Grã-Bretanha. Detalhar as consequências que tal processo acarretou no curto prazo.
Leituras recomendadas: David Landes, Prometeu Desacorrentado. [Completar]

SESSÃO 5 (VIDEOCONFERÊNCIA): UM PROCESSO INCONTIDO E INCONTÍVEL: A REVOLUÇÃO SE DISSEMINA
Descrição: Depois das guerras napoleônicas, o modelo econômico inglês se estende à Europa ocidental e à América do Norte, alimentado pela irrupção do carvão e das ferrovias. Isso vem acompanhado de uma inédita explosão demográfica no Ocidente, não comprometida por fomes ou miséria. As monarquias absolutas se desmantelam e nasce o Estado liberal, que irá adquirir um papel cada vez mais preponderante. As finanças entram em cena com força inusitada até aquele momento.
Conceitos: Revolução energética e dos transportes, finanças
Objetivos: Explicar como e porque a Europa ocidental e a América do Norte se incorporam à revolução industrial e que consequências isso trouxe.
Leituras recomendadas: David Landes, A riqueza e a pobreza das naçõe; Niall Ferguson, The Ascent of Money.

SESSÃO 6 (VIDEOCONFERENCIA): O CIMENTO DO MUNDO MODERNO
Descrição: A partir de 1870 tem lugar nas nações industrializadas o maior processo de crescimento econômico da história, e que se mantém de un modo sustentado durante meio século. Todos os elementos da primeira industrialização são aperfeiçoados, incorporando pela primeira vez inovações substantivas, como o telégrafo. Se produz também um fenômeno inédito: migrações maciças entre os continentes que reposicionam a mão-de-obra y unificam o mundo. O livre-comércio e o Estado regulador se impõem. Apogeu do padrão ouro.
Conceitos: Globalização, a grande empresa, as migrações.
Objetivos: Explicar como a economia mundial vai adquirindo sua forma atual com duas áreas de desenvolvimento econômico bem delimitadas em função de sua participação nessa revolução tecnológica.
Leituras recomendadas: Barry Eichengreen, A globalização do capital. [Completar]

SESSÃO 7 (VIDEOCONFERENCIA): CRESCIMENTO, APESAR DAS CRISES
Descrição: O período compreendido entre 1914 y 1945 foi marcado por duas guerras mundiais, pela ascensão dos totalitarismos de tipo socialista, pela instabilidade global, pela hiperinflação alemã e pela crise de 1929. Apesar disso, o motor do mundo não se detém. A economia começa a ficar dependente da política de forma permanente.
Conceitos: Inflação, quebra de 1929, economia de guerra.
Objetivos: Descrever a delicada situação mundial dessa época, enfatizando seus efeitos devastadores sobre a economia. Compreender os efeitos da 1a. Guerra Mundial, a crise de 1929 e suas consequências, e as causas econômicas que motivaram a ascensão dos nazistas ao poder.
Leituras recomendadas: Murray N. Rothbard, A grande depressão; Ludwig von Mises, Autobiografia.

SESIÓN 8 (VIDEOCONFERENCIA): O SOCIALISMO REAL
Descrição: Entre 1917 e a década dos 90 se realiza a maior experiência econômica jamais levada a cabo: o socialismo real. Afeta em seu ponto máximo, durante os anos 70, países e povos de quatro continentes que compreendiam um terço da humanidade. 
Conceitos: Socialismo. Planejamento econômico centralizado. Mercados.
Objetivos: Explicar en que consistiu a economia socialista planificada, como ela foi implantada, como evoluiu com o passar dos anos, como implodiu e que ensinamentos se podem extrair de semelhante experimento.
Leituras recomendadas: Ludwig von Mises, Socialismo; [Completar]

SESSÃO 9 (VIDEOCONFERÊNCIA): O GRANDE CONSENSO
Descrição: Entre o final da 2ª Guerra Mundial e a crise do petróleo de 1973 se registra um extraordinário crescimento econômico, acompanhado de grandes inovações e novas tecnologias. Tudo sob o patrocínio dos EUA, que se perfila já como a nova superpotência mundial. Uma espécie de idade do ouro do capitalismo que trazia embutida sua própria maldição.
Conceitos: Consenso socialdemocrata, Primeiro e Terceiro mundo.
Objetivos: Explicar como se produziu um crescimento tão pujante e sustentado no tempo e porque terminou estagnando nos anos 70.   
Leituras recomendadas: [Completar]

SESSÃO 10 (VIDEOCONFERÊNCIA): O SUPER-CICLO EXPANSIVO
Descrição: A crise dos anos 70 deu lugar a um ciclo expansivo global que foi incorporando novos atores y crescendo durante três décadas para terminar abruptamente na crise financeira de 2008, com todas as suas ramificações. Esse super-ciclo registrou o regresso da economia chinesa no cenário econômico mundial e a emergência de economias periféricas.
Conceitos: Bolha creditícia, unificação do mundo.
Objetivos: Explicar a crise dos anos 70 e o modo pelo qual se saiu dela, a recuperação econômica do Ocidente na década seguinte, a incorporação do antigo bloco soviético ao mercado mundial e a irrupção da Ásia como novo e principal ator econômico global para o século XXI. 
Leituras recomendadas: [Completar]

Voltarei ao assunto.
Paulo Roberto de Almeida





  

Mercosul tem mais uma reuniao de cupula; vai fazer alguma diferenca? Dificilmente...

Não sou eu quem está dizendo que o Mercosul não tem muito mais a oferecer. Essa cúpula vai fazer alguma diferença? Provavelmente não. Por que não poupar dinheiro para o ajuste fiscal? Qualquer 5 centavos sempre é uma grande ajuda...

Cumbre Mercosur

Mercosur se reúne en Brasil con el comercio estancado y tensiones regionales

Infolatam/Efe
Brasilia, 13 de julio de 2015
Las claves
  • Está previsto que se siga tratando la adhesión de Bolivia, ya aprobada por los parlamentos de Venezuela, Uruguay y Argentina, así como el acuerdo comercial que negocia el Mercosur con la Unión Europea (UE), al que se opone el mandatario boliviano, Evo Morales.
  • Exento de conflictos regionales, Brasil oficiará de anfitrión en horas bajas, con una economía debilitada, una aguda crisis política y un gigantesco escándalo de corrupción en la estatal Petrobras, por el que se investiga a medio centenar de políticos.
Estancado en lo comercial y con diversas tensiones regionales como telón de fondo, el Mercosur, formado por Argentina, Brasil, Paraguay, Uruguay y Venezuela, celebrará los próximos jueves y viernes en Brasilia una nueva cumbre semestral.
En la cumbre se espera la presencia de los mandatarios de Chile, Perú, Ecuador, Bolivia, Colombia, Surinam y Guyana, que tienen estatus de Estados asociados al bloque, lo que significa que en realidad el ámbito de la reunión será la Unión Suramericana de Naciones (Unasur) al completo.
En el marco del encuentro, del que no se espera ningún tipo de anuncio concreto, Brasil le traspasará la presidencia rotativa a Paraguay, que la asumirá por primera vez desde que fue suspendido en 2012 a raíz de la destitución del entonces presidente Fernando Lugo, vista por el bloque como una “ruptura” del orden democrático.
También está previsto que se siga tratando la adhesión de Bolivia, ya aprobada por los parlamentos de Venezuela, Uruguay y Argentina, así como el acuerdo comercial que negocia el Mercosur con la Unión Europea (UE), al que se opone el mandatario boliviano, Evo Morales.
“Si Mercosur quiere forjar un acuerdo de libre comercio con la Unión Europea, Bolivia va a tener que retirarse”, declaró Morales el mes pasado, anticipando un nuevo obstáculo al dilatado proceso de adhesión de su país al bloque.
Las negociaciones con la UE comenzaron en 1999, pero permanecen estancadas por diferencias en las áreas industrial y agrícola, aunque también por la reticencia de Argentina a establecer un acuerdo que impondría una mayor apertura comercial.
Sin embargo, ahora Brasil está decidido a avanzar con la UE y la presidenta Dilma Rousseff ha instado a flexibilizar la norma según la cual todo acuerdo comercial debe negociarse en forma conjunta, para facilitar el proceso con el bloque europeo y una ampliación de los limitados horizontes comerciales del Mercosur.
Ésta es una vieja reclamación de Uruguay y Paraguay que tradicionalmente encontró el rechazo de Argentina y Brasil, los otros dos socios del bloque al que Venezuela se sumó en 2011, aunque aún no participa en negociaciones comerciales.
Precisamente Venezuela será otro de los focos de atención de la cumbre debido a la crisis política que atraviesa el país, que ha llevado a algunos miembros del Mercosur, como Brasil, a elevar el tono frente al Gobierno de Nicolás Maduro.
Rousseff, que tiene relaciones de “amistad” con Maduro, llegó a calificar de “inaceptables” los incidentes ocurridos durante una visita a Venezuela de senadores brasileños que pretendían visitar a líderes opositores presos y se toparon con protestas de militantes “chavistas”.
No obstante, el Mercosur expresó su satisfacción por la decisión de las autoridades electorales venezolanas de convocar los comicios parlamentarios para el próximo 6 de diciembre, un anuncio que exigían tanto la oposición a Maduro como la comunidad internacional.
Otro asunto que pudiera deslizarse en la cumbre es el conflicto de Venezuela con Guyana por la región conocida como Esequibo, que Maduro pretende denunciar ante la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur).
Las relaciones entre Maduro y el presidente de Guyana, David Granger, están congeladas desde mayo, cuando el líder bolivariano emitió un decreto estableciendo como venezolanas todas las aguas marítimas frente a la costa del Esequibo, donde la petrolera Exxon Mobil confirmó el hallazgo de importantes reservas de petróleo.
En la costa del Pacífico, una demanda marítima también mantiene enfrentados a Chile y Bolivia, cuyos presidentes, Michelle Bachelet y Evo Morales, respectivamente, son esperados en Brasilia.
Bolivia mantiene su reclamo de una salida soberana al mar y desde 2013 pleitea ante la Corte Internacional de Justicia en busca de un fallo que “obligue” a Chile a negociar una solución.
Exento de conflictos regionales, Brasil oficiará de anfitrión en horas bajas, con una economía debilitada, una aguda crisis política y un gigantesco escándalo de corrupción en la estatal Petrobras, por el que se investiga a medio centenar de políticos.
La economía brasileña, que durante años fue el motor de América Latina, sólo creció un 0,1 % en 2014 y, según las proyecciones oficiales, se contraerá un 1,2 % en 2015, el peor resultado desde 1990.
La realidad brasileña contrasta con la de Uruguay y Paraguay, cuyas economías lideraron el crecimiento del bloque en 2014 y se prevé que lo volverán a hacer este año.
Argentina, por su parte, acude con las elecciones presidenciales a la vuelta de la esquina, por lo que la cumbre podría ser la última de la presidenta Cristina Fernández, a quien la Constitución le impide una nueva reelección.
El nuevo mandatario de Argentina asumirá el 10 de diciembre y, a menos que Paraguay convoque la próxima cumbre antes de esa fecha, la cita de Brasilia marcará la despedida de Fernández del Mercosur.
grande ajuda...
Paulo Roberto de Almeida


Grecia: quase 200 anos depois da independencia, voltou a ser colonia (por seus proprios erros)

Não são exatamente 200 anos de independência completa, pois no século 19 a Grécia já enfrentou problemas semelhantes, ao se endividar demasiadamente, e ao ter de colocar suas finanças sob a supervisão de representantes de governos estrangeiros, que atuavam a pedido dos banqueiros financiadores.
Portanto, não deve ser nenhuma tragédia, viver uma velha experiência outra vez, mas eu não quero tripudiar sobre os pobres gregos, que não tem culpa por terem as elites que tiveram e têm (nós também, por sinal, temos elites ineptas, corruptas e basicamente autocentradas nos seus próprios negócios pessoais).
Mas, uma coisa que venho reparando nos comentários e matérias de jornalistas é essa constante referência à Grécia antiga, a pátria da democracia, da filosofia, da história, e outras coisas mais. Tudo isso é bobagem. Os gregos antigos (comedores de azeitonas, ordenhadores de cabras e bons de conversa) têm pouca coisa diretamente legada aos gregos modernos, que só herdaram dos antigos essa mania de conversar, ao que parece. O resto, não tem absolutamente nada a ver com antigas tradições e relatos heróicos. Mal comparando, eles são os baianos da Europa, aquela coisa de viver de sol, de turistas, de música, e de dinheiro público... Enfim, cada um se vira como pode.
Abaixo, os detalhes da colonização contemporânea. Eles conseguiram que o fundo de privatização não os humilhe sendo sediado em Luxemburgo; será na Grécia, mas terá supervisores estrangeiros...
Paulo Roberto de Almeida

Conheça os detalhes do novo acordo de resgate da Grécia
Veja.com, 13/07/2015 às 19:25

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e a chanceler alemã, Angela Merkel se reúnem na sede da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica - 07/07/2015 (Foto: Philippe Wojazer/AFP)
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e a chanceler alemã, Angela Merkel se reúnem com os demais líderes do continente na sede da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica - 07/07/2015
Yanis Varousfakis chega para uma conferência em Atenas. O ex-ministro das finanças da Grécia renunciou ao cargo após a vitória do "Não" às propostas dos credores
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Depois de uma série de reuniões realizadas nas últimas semanas, a Grécia finalmente chegou a um acordo com os seus credores para contornar a crise financeira do país. Os detalhes do acordo, que foram longamente debatidos por líderes de 19 países da zona do euro entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira, tratam da necessidade de implantação de diversas medidas de austeridade, como privatizações, aumento de impostos e reformas no mercado de trabalho e no sistema previdenciário.
Algumas das medidas, inclusive, foram refutadas pelo povo grego no referendo realizado no dia 5 de julho. Apesar de ter alardeado que sairia fortalecido com a vitória do "não" no plebiscito, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, se viu obrigado a arredar o pé e aceitar as duras condições propostas pelos credores para liberação de um pacote de socorro que pode chegar a 86 bilhões de euros.
LEIA TAMBÉM:
Os números da crise grega
Com uma dívida de mais de 170% do PIB, o governo grego corre o risco de não ter recursos para bancar o funcionamento do Estado sem o auxílio financeiro. Os bancos já estão fechados há duas semanas e devem continuar nos próximos dias até que o dinheiro do Banco Central Europeu seja injetado no sistema bancário grego. As medidas, que ainda devem ser apreciadas pelo Legislativo grego até esta quarta-feira, devem deprimir ainda mais a economia do país, que recuou quase 25% nos últimos 5 anos e cuja taxa de desemprego chega a 26%.
Eleito com o slogan anti-austeridade no início do ano, Tsipras já encontra resistência do próprio partido, o Syriza, para conseguir aprovar o plano. Ministros de seu governo e correligionários chegaram a dizer que o acordo firmado "humilha" a Grécia e a coloca como uma "colônia da dívida de uma Europa supervisionada pela Alemanha".
Os detalhes do acordo foram divulgados no início da tarde. Confira os principais pontos do documento:
FMI - O Eurogrupo condiciona a concessão de um empréstimo via MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) a um acordo prévio com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em moratória com o fundo desde a semana retrasada, o governo grego havia insistido que não queria o FMI como parceiro no novo plano. "Portanto, a Grécia solicitará apoio continuado do FMI (monitoração e financiamento), a partir de março de 2016", diz o texto.
Previdência - Fazer uma reforma ampla no sistema de aposentadorias e pensões, visando torná-los viáveis. O texto ainda define que essas medidas devem ser aprovadas até esta quarta-feira.
Aumento de tributos - Implementar mecanismos de "alargamento da base tributária" a fim de expandir a receita. O texto também fala em desburocratizar alguns sistemas tributários, como o IVA (imposto sobre o valor agregado).
Privatizações - Segundo o documento, o governo deverá desenvolver um programa de privatizações, que consiga levantar 50 bilhões de euros com a venda de ativos. Esse montante deverá ser transferido para um fundo independente. Do valor, 25 bilhões de euros serão usados para recapitalizar os bancos; 13,2 bilhões de euros, para reduzir a dívida do país; e os outros 13,2 bilhões de euros serão repassados para investimentos. O fundo será sediado na Grécia e não em Luxemburgo, como havia proposto a Alemanha. Apesar disso, ele contará com a supervisão de "instuições europeias relevantes".
A operadora da rede nacional de transmissão de energia também deve ser privatizada, "a menos que medidas de substituição possam ser identificadas que tenham efeito semelhante sobre a concorrência", conforme o texto.
Mercado de trabalho - O acordo destaca a necessidade de "revisões rigorosas e uma modernização" das relações de trabalho. O objetivo é que, com as mudanças, as políticas trabalhistas se alinhem às "melhores práticas europeias e profissionais" e se distanciem do formato anterior que "não são compatíveis com as metas de promoção de crescimento sustentável e inclusivo".
Independência - O Eurogrupo exige medidas para melhorar a governança do Fundo de Estabilidade Financeira da Grécia e a eliminação de "qualquer possibilidade de interferência política" sobre os bancos.
Transparência - O texto exige uma reforma do escritório de estatísticas (Elstat), sob suspeita de manipulação de dados do país. A entidade se assemelha ao que é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Brasil (IBGE) no Brasil.
Recuperar a confiança - Os países da zona do euro reforçam a "necessidade crucial de reconstruir a confiança com as autoridades gregas como pré-requisito" para a Grécia conseguir ajuda financeira. "A Comissão Europeia recebe positivamente os compromissos das autoridades gregas de propor ao Parlamento, sem delongas, um primeiro conjunto de medidas", informa o documento.
Reduzir a máquina pública - De acordo com o texto, o governo grego assumiu o compromisso de reduzir "ainda mais" os custos de administração do país. A primeira proposta nesse sentido deve ser apresentada até o dia 20 de julho.
Revisar leis - O texto prevê que o governo reavalie as leis aprovadas antes de fevereiro deste ano que resultaram "em abandono de compromissos anteriores" quanto ao controle fiscal. Além disso, os credores pedem a "modernização e a despolitização" da administração grega.
Consideração - No texto, o governo grego é apontado como o culpado pela insolvência da dívida grega. "Isso se deve ao relaxamento de políticas nos últimos 12 meses, que resultou na recente deterioração do ambiente financeiro e macroeconômica grego", explica o documento. Por fim, os países da zona do euro ainda fizeram uma constatação de que, se o acordo não sair do papel, a responsabilidade será toda da Grécia.
LEIA MAIS:
Mesmo com acordo, bancos gregos continuarão fechados
Bolsas europeias fecham em alta influenciadas por acordo entre Grécia e credores
(Da redação)

1992 e 2015: dois momentos de defesa da democracia contra seus fraudadores e os corruptos

O jornalista Reinaldo Azevedo reproduz, em uma de suas postagens, trechos do documento que, em 1992, embasou na Câmara dos Deputados, o pedido de impeachment contra aquele que então eu considerava a maior fraude da história política brasileira, o mentiroso e corrupto presidente Fernando Collor. Ele é hoje um dos grandes aliados do regime que o superou amplamente em mentiras, falcatruas e em corrupção, e que também merece impeachment, sobretudo moral e eleitoral, além de ser afastado politicamente da direção do país.

Eu acho, como o jornalista em questão, que a mesma peça acusatória serve perfeitamente para o atual momento político brasileiro, quando somos confrontados a uma tropa de bárbaros do totalitarismo, que se revelou uma organização criminosa, tantos são os crimes políticos, os econômicos e os simples crimes comuns perpetrados pelos mafiosos neobolcheviques.

Leiam vocês mesmos para verificar se a justificativa para o impeachment de 1992 não se sustenta integralmente na perspectiva de 2014 (crimes eleitorais) e durante todo o período de governo da atual incumbente, sob a forma de crimes políticos (fraude contra a Constituição, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e outros instrumentos legais), ou seja, de 2011 a 2015.

Que o Congresso faça o seu dever!


“O impeachment não é uma pena ordinária contra criminosos comuns. É a sanção extrema contra o abuso e a perversão do poder político. Por isso mesmo, pela condição eminente do cargo do denunciado e pela gravidade excepcional dos delitos ora imputados, o processo de impeachment deita raízes nas grandes exigências da ética política e da moral pública, à luz das quais hão ser interpretadas as normas do direito positivo”.

(...)

“Nos regimes democráticos, o grande juiz dos governantes é o próprio povo, é a consciência ética popular. O governante eleito que se assenhoreia do poder em seu próprio interesse, ou no de seus amigos e familiares, não pratica apenas atos de corrupção pessoal, de apropriação indébita ou desvio da coisa pública: mais do que isso, ele escarnece e vilipendia a soberania popular”.

(...)

“É por essa razão que a melhor tradição política ocidental atribui competência, para o juízo de pronúncia dos acusados de crime de responsabilidade, precisamente ao órgão de representação popular. Representar o povo significa, nos processos de impeachment, interpretar e exprimir o sentido ético dominante, diante dos atos de abuso ou traição da confiança nacional. A suprema prevaricação que podem cometer os representantes do povo, em processos de crime de responsabilidade, consiste em atuar sob pressão de influências espúrias ou para a satisfação de interesses pessoais ou partidários.”

íntegra da denúncia oferecida contra Collor à Câmara está aqui

Renato Baumann sobre os Brics: um processo em construcao (Russia Direct)

Eis as considerações, todas ponderadas e razoáveis, apresentadas pelo diretor do IPEA para as Relações Econômicas e Politicas internacionais, Renato Baumann, à pergunta sobre se os Brics deveriam ver o Ocidente como parceiro ou como rival:
Renato Baumann, Director of Studies on Economic and International Policy Relations at the Institute of Applied Economic Research (IPEA), Brazil.
To start with, it is difficult for Brazil  – and probably also South Africa  – to consider themselves as non-Western: geography matters. With this clarification, I understand that the question refers to how the main economies – the U.S. and Western Europe – see the BRICS initiative.
My guess is that the economic agents in those countries view the BRICS right now with a mix of curiosity and skepticism. Curiosity, because the group comprises some of the most important economies. But since it is very recent, it is still to be seen how the group will evolve and consolidate. Skepticism, because it is a set of five countries with different histories and objectives, with lower rates of growth now than when the group was formed.
The very reason for forming the BRICS has always been the joint perception by the five countries with regard to the needed changes in global governance. This has led to a demanding position, sometimes rather critical of the status quo. This has also led to a number of initiatives to try and increase mutual knowledge. More importantly, the group has initiated a substantive, unprecedented initiative, with the creation of a joint institution – the New Development Bank – that will allow for some degree of freedom in having an additional source of resources for investment projects in infrastructure. At the same time, it will be a big challenge to joint action by the five countries.
This means that the BRICS countries hardly see “the West” as rivals, with perhaps the exception of one or other members, involved in specific conflicts. As a group, the overall sentiment is that this is a “building up exercise,” and not a contest.

Russia Direct, July 13, 2015

Grecia: a educacao de um lider esquerdista (jamais feita completamente) - Washington Post

Um professor de relações internacionais da Universidade do Pireu, cujo primeiro nome é evocativamente Aristóteles, e certamente evocando o título da biografia de Henry Adams, chamou o recente episódio de meia-volta do primeiro ministro grego de "a educação de Alexis Tsipras", o que talvez seja enganoso, pois esquerdistas convencidos jamais se dão por vencidos, e jamais aprendem qualquer coisa.
Temos como exemplo a nossa dirigente, inepta, incompetente, teimosa, e que até agora não reconheceu todos os gigantescos equívocos cometidos, todas as bobagens perpetradas, e que se recusa ainda assim a fazer um mea culpa. Não tem educação, stricto et lato sensi, ou seja, nunca aprendeu nada e pretende continuar não aprendendo. Cabeça dura...
O primeiro-ministro grego também, e como a brasileira, vai deixar o seu país muito pior do que antes, mas se recusa a admitir simples verdades.
Apresenta as propostas europeias como sendo um assalto à mão armada, o dinheiro ou a vida, dizendo que tem de aceitar dar o dinheiro para manter a vida, o que é escandalosamente desonesto: os gregos, para ter mais dinheiro europeu, terão de aceitar algumas reformas, que já deveriam ter feito por conta própria, para seu próprio benefício, não para beneficiar credores, que de resto são todos institucionais, não banqueiros malvados, como quer fazer acreditar uma imprensa debiloide (como Carta Capital, por exemplo). Exatamente como no Brasil, onde as reformas precisam ser feitas em benefício do próprio Brasil, não pelos mercados ou pelos capitalistas estrangeiros.
A França, talvez pensando no seu próprio caso, queria flexibilizar, e passar mais dinheiro para os gregos sem muitas condicionalidades. É muito fácil jogar com o dinheiro dos outros, no caso com o dos alemães, que não aceitaram a tramoia (e por que deveriam fazê-lo?; os gregos que se convençam que não podem mais viver com o dinheiro dos outros, como todos os socialistas gostam de fazer).
Em conclusão, temos uma comédia de erros no caso da Grécia, mas os principais trapalhões e embusteiros são os próprios gregos. Um dia vão ter de aprender, e o povo grego também.
Exatamente como no Brasil. Mas o custo é enorme ter esquerdistas ignorantes no poder...
Paulo Roberto de Almeida

In Greece, defiance dissipates into capitulation
By Ylan Q. Mui and Anthony Faiola
The Washington Post, 11/07/2015

Thousands of people flooded the square outside Parliament, draping themselves in blue-and-white flags to celebrate the country’s sweeping rejection of the tough austerity measures demanded by its European creditors, which Greece’s fiery young leader had likened to “blackmail.”
But by Friday, the euphoria had faded as Prime Minister Alexis Tsipras’s vows to stand up to ­Europe caved to the harsh realization that the birthplace of democracy stood just 48 hours away from financial ruin — and Greeks were poised to swallow what amounted to the same dose of austerity they had refused in a vote Sunday.
“Each one of us shall be confronted with his stature and his history. Between a bad choice and a catastrophic one, we are forced to opt for the first one,” Tsipras said in a speech before his party’s lawmakers, according to local media. “It is as if one asks you for your money or your life.”
In the wee hours of Saturday morning, the Greek Parliament backed a ­last-ditch plea to creditors for more than 50 billion euros in emergency funding that could carry the country through the next three years. European officials in Brussels also planned to pore over the proposal Saturday afternoon. Approval from the 19-member euro zone’s finance ministers would open the door to restarting formal negotiations that had broken down in the run-up to the referendum.
Securing the bailout money could pave the way for shuttered banks to reopen, return some semblance of normalcy to beleaguered citizens and affirm this Mediterranean nation’s identity as an integral part of Europe. But it almost would amount to an acknowledgment that while the austerity Tsipras disdained may be painful — and may deepen Greece’s financial crisis — leaving the common euro currency would be worse.
“The revolutionary moment has fizzled,” said Mark Medish, who served as a top official in the Treasury Department and the National Security Council under President Bill Clinton. “In effect, the no vote would be turning into a yes.”
But members of the far-left block of Tsipras’ ruling Syriza party signaled they were unhappy with the deal. Panagiotis Lafazanis, who heads the radical block and sits in Tsipras’s cabinet, characterized it as a departure from party philosophy. He and seven other Syriza members abstained from voting. Seven of the party’s lawmakers skipped the vote altogether, and two rejected the proposal. The insurgency could result in a political shakeup once negotiations with Europe are over.
The bailout “doesn’t give answers to the country’s problems or a positive destination,” Lafazanis told Greek media.
How Greece went from victory to economy-destroying defeat
In return for a bailout, Tsipras offered to undertake a massive restructuring of the national budget that has eluded his predecessors but that analysts say may be unavoidable if Greece is to stabilize its foundering economy. The package of spending cuts and tax increases is estimated to total 12 billion to 13 billion euros — even more than previous Greek proposals had offered. It includes abolishing key tax breaks for islands that are popular tourist destinations, phasing out a subsidy for poor pensioners and privatizing sprawling state industries.
“This could be called the education of Alexis Tsipras,” said Aristotle Tziampiris, associate professor of international relations at the University of Piraeus. “The overwhelming majority of the Greek people were united in fact in their desire to stay in the euro zone.”
The apparent capitulation by Greece, though, still needed the backing of its creditors, some of whom remained decidedly unamused by the antics in Athens.
Greece’s troika of lenders — the European Commission, the European Central Bank and the International Monetary Fund — discussed Greece’s request for a bailout in a conference call Friday afternoon.
A commitment of fresh money could open the door for the ECB to lift its cap on emergency aid for Greece’s banks, which have been shut for two weeks. The central bank will likely discuss the matter Monday, according to the Reuters news agency.
French officials, who sent advisers to help Greece craft its proposal, lobbied for leniency, with President François Hollande describing the offer as “serious and credible.”
But Germany, the largest creditor nation, is likely to be a decisive voice, and hard questions were still being asked in Berlin. German officials were calling for signs of follow-through by the Greeks, and the strong endorsement of the proposal by the Greek Parliament might help.
This is the third bailout that Athens has asked for in five years. Greece had sought an extension of its previous program, but now it is to start a wholly new one.
“The situation of the expired old program does not exist anymore,” German government spokesman Steffen Seibert told reporters in Berlin. “Therefore, what we need is a new, multi-year program which in its requirements and commitments by far exceeds what was discussed at the end of June.”
Yet there seemed to be a slight opening by the Germans on the thorny but pivotal issue of easing Greece’s crippling debt, even if slightly. German Finance Ministry spokesman Martin Jäger said a major debt-slashing was out of the question. But he left open the possibility of a debt restructuring that eases Greece’s terms, saying the intent was not to “significantly reduce the cash value of the debt.”
A commitment by Greece’s lenders to address its debt could sweeten the deal for Athens. As Friday’s debate over the bailout stretched into Saturday morning, Tsipras held out that potential as a crucial victory.
“I hope we are nearing the end of a battle,” he said before Parliament. “Sooner or later, this seed of dignity and democracy will bear fruit for other Europeans.”
But for some Greeks — primarily from the prime minister’s own party — there remained only one solution: to leave Europe and its austerity regime behind.
A small contingent of the bailout’s most ardent opponents gathered Friday night in Syntagma Square in front of Parliament. Petro Vaios, 20, handed out leaflets and carried a sign on his backpack that read, “No bailouts, old or new.”
The protest was a mere shadow of the throngs that filled the streets after last Sunday’s referendum. Vaios said he knew he was fighting for a lost cause.
“After five years of austerity, we now know for sure that the European way has not led us anywhere,” he said. “If we follow the same path, it’s like committing suicide.”
When asked how he felt about Tsipras, the leader who moved from open resistance to desperation in the space of a week, Vaios only smiled and replied, “It’s a tricky question.”
Stephanie Kirchner in Berlin contributed to this report.

A deseducacao brasileira nas maos de energumenos, como o reitor da UFRJ: pobre universidade, coitada da educacao brasileira

O lema que este blog tenta seguir é o de postar coisas inteligentes para suscitar debates inteligentes sobre coisas importantes para o nosso país. De vez em quando a gente se sente motivado a também postar coisas idiotas apenas para mostrar o que vai errado em nosso país, e continuar mantendo um debate inteligente sobre coisas importantes.
Algumas vezes, a gente se sente compelido a postar coisas completamente idiotas, debiloides, e nefastas, apenas como demonstração de como assuntos importantes como a educação vêm sofrendo nas mãos, e nos pés de energúmenos e aloprados, como podem ser alguns petistas particularmente idiotas.
Acredito que seja o caso deste reitor. Raras vezes na história da universidade brasileira -- mais foi o caso recentemente com o Zé do MST sendo eleito como reitor da UnB -- pessoas tão desqualificadas para o cargo se alçaram a postos de tamanha responsabilidade, o que apenas indica como o MEC, e o governo, são perfeitamente idiotas e nefastos em matéria educacional.
Como eu sempre digo, se quisermos melhorar a educação brasileira seria preciso começar por simplesmente fechar o MEC, e começar outras carreiras de professores, num esquema totalmente distinto ao que temos atualmente, e ainda assim vai demorar décadas para eliminar os últimos resquícios do freireanismo idiota nas faculdades de educação.
Não concordo com UMA SÓ PALAVRA de tudo o que vai transcrito nessa entrevista do jornal idiota Brasil De Fato com o reitor da UFRJ, mas transcrevo-a por inteiro, apenas como registro de como conseguimos descer tão baixo na escala da indigência subinteliquitual e da mistificação administrativa. O cara consegue errar em praticamente tudo o que disse.
Realmente, vai ser difícil consertar o país, com energúmenos como esse à frente de universidades.
Paulo Roberto de Almeida

“Grandes grupos econômicos estão ditando a formação de crianças e jovens brasileiros”

Em entrevista exclusiva, novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, aponta os impactos da lógica mercantilizada sobre a educação brasileira e aponta que como grupos financeiros tentam dominar a educação pública. 
Brasil De Fato, 01/07/2015
Por Luiz Felipe Abulquerque
De São Paulo (SP)

Um grande negócio. É assim que o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, enxerga o novo momento da educação brasileira.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor titular da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ traça um panorama do atual estágio da educação no Brasil, e as conclusões não são nada animadoras.
Para Leher, que tomará posse nesta sexta-feira (3), os recentes processos de fusões entre grandes grupos educacionais, como Kroton e Anhanguera, e a criação de movimentos como o Todos pela Educação representam a síntese deste processo.
No primeiro caso, ocorre uma inversão de valores, em que o primordial não é mais a educação em si, mas a busca de lucros exorbitantes por meio de fundos de investimentos. No segundo, a defesa de um projeto de educação básica em que a classe dominante define forma e conteúdo do processo formativo de crianças e jovens brasileiros.
O movimento Todos Pela Educação é uma articulação entre grandes grupos econômicos como bancos (Itaú), empreiteiras, setores do agronegócio e da mineração (Vale) e os meios de comunicação que procuram ditar os rumos da educação no Brasil.
Para o professor, o movimento se organiza numa espécie de Partido da classe dominante, ao pensarem um projeto de educação para o país, organizarem frações de classe em torno desta proposta e criar estratégias de difusão de seu projeto para a sociedade.
“Os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano”, observa o professor.
Confira a entrevista:

Brasil de Fato - Muitos setores denunciam a atual mercantilização da educação brasileira. O que está acontecendo neste setor?
Roberto Leher - De fato há mudanças no que diz respeito a mercantilização da educação, diferente do que acontecia até 2006 no Brasil. Os novos organizadores dessa mercantilização são organizações de natureza financeira, particularmente os chamados fundos de investimento.
Como o próprio nome diz, os fundos de investimentos são fundos constituído por vários investidores, grande parte estrangeiro, como fundos de pensão, trabalhadores da GM, bancos, etc, que apostam num determinado fundo, e esse fundo vai fazer negócios em diversos países.
 
Crédito: Reprodução 
Em geral, os fundos fazem fusões, como é o caso da Sadia e Perdigão no Brasil. Mas é o mesmo grupo que também adquiri faculdades e organizações educacionais com o objetivo de constituir monopólios.
Esse processo levou a Kroton e a Anhanguera - fundo Advent e Pátria - a constituírem, no Brasil, a maior empresa educacional do mundo, um conglomerado que hoje já possui mais de 1,2 milhão de estudantes, mais do que todas as universidades federais juntas.
O que muda com essa nova forma de mercantilização da educação?
O negócio do investidor não é propriamente a educação, é o fundo. Ele investiu no fundo e quer resposta do fundo, que cria mecanismos para que os lucros dos setores que eles estão fazendo as aquisições e fusões sejam lucros exorbitantes. É isso que valoriza o fundo.
A racionalidade com que é organizada as universidades sob controle dos fundos é uma racionalidade das finanças. São gestores de finanças, não são administrados educacionais. São operadores do mercado financeiro que estão controlando as organizações educacionais.
Toda parte educacional responde uma lógica dos grupos econômicos, e por isso eles fazem articulações com editoras, com softwares, hardwares, computadores, tablets; é um conglomerado que vai redefinindo a formação de milhões de jovens.
No caso do Brasil, cinco fundos têm atualmente cerca de 40% das matrículas da educação superior brasileira, e três fundos têm quase 60% da educação à distância no Brasil.
Quais os interesses dessas grandes corporações para além do econômico?
A principal iniciativa dos setores dominantes na educação básica brasileira é uma coalizão de grupos econômicos chamado Todos pela Educação, organizado pelo setor financeiro, agronegócio, mineral, meios de comunicação, que defendem um projeto de educação de classe, obviamente interpretando os anseios dos setores dominantes para o conjunto da sociedade brasileira.
Em outras palavras, os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano.
Em última instância, é com isso que eles estão preocupados: em como fazer com que a juventude seja educada na perspectiva de serem um fator da produção. Essa é a racionalidade geral, e isso tem várias mediações pedagógicas.
A aparência é de que estão preocupados com a alfabetização, com a escolarização, com o aprendizado, etc. E de fato estão, mas dentro dessa matriz de classe, no sentido de educar a juventude para o que seria esse novo espírito do capitalismo, de modo que não vislumbrem outra maneira de vida que não aquela em que serão mercadorias, apenas força de trabalho.
De que maneira eles interferem nas políticas educacionais do Estado?
Como sociedade civil, os setores dominantes buscam interferir nas políticas de Estado. O Todos pela Educação conseguiu difundir a sua proposta educativa para o Estado, inicialmente por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) - que aliás foi homenageado com o nome Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, em referência ao movimento. Com isso definiram em grandes linhas o que seria o PNE que está vigente.
Articulam por meio de leis, mas também da adesão de secretários municipais e estaduais às suas metas, aos seus objetivos. Articulam com o Estado, que cria programas, como o programa de ações articuladas, em que a prefeitura, quando apresenta um projeto para o desenvolvimento da educação municipal, tem que implicitamente aderir às metas do movimento Todos pela Educação.
Temos um complexo muito sofisticado que interage as frações burguesas dominantes, as políticas de Estado e os meios operativos do Estado para viabilizar esta agenda educacional.
Mas como se dá isso na prática?
Quando um município faz um programa de educação para a sua região, ele já deve estar organizado com base no princípio de que existe uma idade certa para educação, que os conteúdos não devem se referenciar nos conhecimentos, mas sim no que eles chamam de competências, que o professor não deve escapar deste currículo mínimo que eles estão desenvolvendo por meio de uma coerção da avaliação.
A escola que não consegue bons índices no Idep [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] é penalizada, desmoralizada, sai nos jornais, e isso cria um constrangimento que chega ao cotidiano da sala de aula, e as prefeituras pressionadas por esses índices acabam sucumbidos às fórmulas que o capital oferece. A mais importante delas é comprar sistemas de ensino, apostilas, que são fornecidos pelas próprias corporações.
O professor está em sala de aula, recebe apostilas, exames padronizadas que foram feitos pela corporação, e na prática, ao invés do professor desenvolver um papel intelectual, criador, ele tem que ser muito mais um aplicador das cartilhas, um entregador de conhecimento, e isso obviamente esvazia o papel do professor que tem consequências diretas com o processo de formação.
A formação esperada do educador não é uma formação enquanto intelectual, mas sim como alguém que sabe desenvolver técnicas para aplicar aquelas pacotes que as corporações preparam.
E há resistências a isso?
Existe um complexo de situações onde as resistências, as tensões são muito grandes, o que traz infelicidade aos professores e aos estudantes, mas tudo isso é muito difuso. As resistências acontecem na forma de lutas sindicais, quando fazem greve criticando a chamada “meritocracia”, os sistemas de avaliação.
Aparecem aqui e ali, mas é forçoso reconhecer que existe um complexo de controle sobre as escolas que restringem muito a margem de manobra dos trabalhadores da educação para desenvolverem um projeto pedagógico autônomo e crítico.
Essa situação é agravada quando a própria direção da escola, que deveria pensar como a escola se auto governa, vem sendo ressignificada como um papel de gestão. O diretor e os coordenadores são pensados como gestores na lógica de uma empresa, que deve cumprir metas, fiscalizar o cumprimento delas e tentar atingir essas metas de todas as formas.
Temos uma mudança de referências quando a própria equipe de coordenação da escola se torna uma equipe de gestores. No documento Pátria Educadora há uma possibilidade de punição dos professores que não cumprirem as metas.
Por sinal, o Pátria Educadora é um dos programas carro chefe do governo federal. Como você avalia este documento?
Não casualmente, esse documento foi elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), atualmente dirigido pelo ministro Mangabeira Unger. Ele parte de um diagnóstico de que o modelo de desenvolvimento baseado em commodities se esgotou com a crise mundial, com seus preços despencando depois daquele período de ouro entre 2004 e 2009.
 
Crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil 
Com a desvalorização dessas commodities, Mangabeira chama atenção para o fato de que o Brasil deveria buscar outra forma de inserção na economia mundial que não fosse apenas de commodities.
E a minha hipótese é que eles estão sinalizando nesse documento que o Brasil deveria ser uma espécie de plataforma de exportação, assim como já existe na fronteira norte do México, em alguns países asiáticos - o modelo chinês foi isso nos anos 90, de ser um local em que a força de trabalho é muito explorada, recebe um treinamento específico que permite uma exploração muito grande, e esses países entram em circuitos de produção industrial de maneira subalterna, explorando o que seriam sua vantagens comparativas: baixo custo de energia, da força de trabalho, baixa regulamentação ambiental, e isso daria vantagens competitivas novamente ao país.
O drama é que a concepção do Pátria Educadora tem como correspondência a ideia de que a formação da maior parte da força de trabalho no Brasil deve ser por um trabalho mais simples, e isso tem consequências pedagógicas muito grande.
Se é para formar para o trabalho simples, a maior parte das escolas podem ser instituições estruturadas para a formação de um trabalho de menor complexidade, que seria desdobrados em processos de formação técnica de cursos de curta duração, cujo exemplo mais conhecido é o Pronatec, em que grande parte dos cursos são aligeirados para a formação de uma força de trabalho simples - tanto aquela que já estará inserida no mercado quanto aquela que constitui o que podemos denominar de um exército industrial de reserva.
O documento Pátria Educadora altera a racionalidade da organização da escola quando vislumbra escolas que vão formar forças de trabalho de menor complexidade. É importante destacar que no documento encontramos uma formulação muito perigosa de enormes consequências para o futuro da educação brasileira, que é a referência que o Mangabeira faz da adoção de um modelo tipo SUS (Sistema Único de Saúde).
O que é isso?
O modelo SUS teve como objetivo assegurar o direito ao atendimento à saúde de maneira universal, e isso poderia ser feito tanto pelo órgãos públicos quanto pelas entidades privadas.
Quando Mangabeira reivindica o modelo SUS, claramente está sinalizando que a formação do conjunto da classe trabalhadora deveria ser feita em nome de uma suposta democratização, realizada tanto pelas instituições públicas quanto pelas organizações privadas.
Isso é congruente com o PNE aprovado em 2014, ao estabelecer que a verba pública é aquela utilizada nas instituições públicas, mas também em todas as parcerias público-privadas, como o FIES, PROUNI, Ciências Sem Fronteira, PRONATEC, Pronacampo, sistema S, tudo isso entra como recurso público.
 
Ministro Mangabeira Unger | Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
A rigor, estamos diante de uma política que pode indiferenciar as instituições públicas e privadas em detrimento do público, já que as corporações também se acercam da educação básica.
Em setembro acontecerá o 2° Encontro Nacional dos Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (Enera), em Brasília. Como o Enera se insere nesta conjuntura?
Tenho uma expectativa muito positiva em relação ao segundo Enera. No primeiro Enera tivemos a constituição de outra perspectiva pedagógica para a educação brasileira, que foi a Educação do Campo, uma conceituação do que seria uma educação pública voltada para o campo, mas com um horizonte de formação humana que ultrapassa o campo.
Foi certamente uma proposta que promoveu sínteses brilhantes entre uma perspectiva crítica que vem do campo marxista, da ideia da escola unitária, do trabalho, ao compreender que o trabalho deveria ser um elemento simbólico, imaginativo, capaz de nos constituir como seres humanos, e que portanto a escola é o lugar da cultura, da arte, da ciência, da tecnologia, e não uma instituição livresca. É uma instituição que tem interação com o mundo, com a vida, com os processos de trabalho, com a produção real da cultura em diversos espaços, como pensar no que significa a agricultura no Brasil.
Foi uma proposta pedagógica que promoveu sínteses incorporando pensamento critico marxista, tradição latino-americana de educação popular, particularmente com Paulo Freire, e criou bases para um pensamento pedagógico socialista.
O segundo Enera, a meu ver, está desafiado pela conjuntura a fazer um balanço do que foi essa mercantilização e de como o capital está tentando se apropriar do conjunto da educação básica.
Ao fazer essa reflexão, certamente o Enera vai ajudar a criar bases para uma perspectiva de educação pública unitária capaz de contrapor a educação frente à lógica de movimentos empresariais como o Todos pela Educação.
Pode haver incorporações de elementos novos na nossa reflexão sobre a pedagogia socialista que respondam desafios da ofensiva do capital, mas sobretudo respondam os anseios que estão pulsando em todo o país em torno da educação pública.
Como as últimas greves na educação?
Podemos problematizar a fragmentação das lutas pela educação, o fato de que muitas vezes são lutas econômicas e corporativas, que estão vinculadas as políticas municipais e estaduais, mas não tenho dúvidas de que essas lutas que estão pulsando no país estão enfrentando aspectos dessa pedagogia do capital, criticando a meritocracia, a racionalidade das competências e dos sistemas centralizados de avaliação, o uso de cartilhas.
Temos críticas reais a essa lógica de controle que o capital está buscando sobre a educação básica, mas precisamos sistematizar isso com outros fundamentos pedagógicos, e aprofundando a experiência que foi construída a partir do primeiro Enera.
No segundo Enera acredito que novas dimensões para essa pedagogia socialista vão ser esboçados, e não como o resultado de um processo em que os especialistas de educação do MST vão se reunir e pensar o que seria essa agenda.
Ao contrário, como resultado de uma articulação de movimentos que estão fazendo educação pública e estão buscando uma educação criativa, que estão fazendo as lutas de resistências com as greves, mobilizações, com a participação de estudantes.
Esta riqueza de produções que estão em circulação nas lutas em defesa da educação pública que podem criar uma sistematização maior. Creia condições para que possamos ampliar esta aliança entre experiências da luta urbana com as que vieram do campo, produzindo novas sínteses e novas possibilidades para que a classe trabalhadora tenha sua própria agenda para o futuro da educação pública.
É um processo longo e exigirá um esforço organizativo e intelectual de enorme envergadura. Temos que ter uma produção pedagógica mais sistematizadas, mais profunda, para criarmos a base desse pensamento pedagógico crítico, que assegure uma formação integral, mas uma educação que recusa a divisão dos seres humanos em dois grupos: um que pensa e mando, outro que executa e obedece.
Essas bases para uma proposta socialista estão sendo gestadas nas lutas, mas com o ENERA podemos ganhar um momento de qualidade no terreno da elaboração, articulação e organização em defesa desse projeto de novo tipo.

Os Brics na Russia e a nova ideologia do grupo: agora virou nao-ocidental - Russia Direct

Como eu leio sempre tudo, de todos os lados, para me informar e formar minha opinião, recebo, toda semana, o jornal Russia Direct, que parece ter saído diretamente do Kremlin, mas tem um toque jornalístico aparentemente técnico, só que reproduzindo tudo o que pensa o Kremlin de outra forma.
O número que recebi hoje, segunda-feira 13 de julho, e que resume a visão russa do recente encontro dos líderes dos Brics em Ufá, na Rússia (quase chegando no Kazaquistão), é uma maravilha para quem gosta de ideologia e de mistificação: os Brics podem agora passar a ser, não exatamente anti-ocidentais, mas simplesmente não-ocidentais.
Entenderam essa?
O Brasil agora é um país não-ocidental. Não é uma maravilha?
O Russia Direct também se preocupa em que a visita da presidente do Brasil aos EUA, justo antes do summit dos Brics, pode representar o perigo da falta de unidade nos Brics. Não é gozado? Isso pode atrapalhar a unidade que a Rússia pretende dos Brics para enfrentar o Ocidente. O que é que vai fazer o Brasil? Garantir a unidade dos Brics, ou ajudar na cruzada anti-ocidental não-ocidental?
Os "experts" russos consultados para a terceira matéria listada abaixo se perguntam isto:
"Is Brazil backing away from the BRICS?"
Um outro jornal russo, refletido na matéria, traz uma matéria de opinião, segundo a qual:
"The BRICS have cracked: Brazil surrenders to the United States” was how REGNUM headlined an opinion piece on Rousseff’s visit to the United States."
O Brasil se rendendo aos EUA, pelas mãos daquela que prometia defender a soberania do país contra a arrogância do império? Parece um pouco grego tudo isso...
O jornal até tenta ensinar aos dirigentes russos que não se deve ser tão anti-ocidental a ponto de prejudicar os interesses russos, como se lê na última matéria, mas como verificamos no Brasil também a natureza dos dirigentes políticos os induzem a atuar conforme suas convicções profundas, e contra os interesses do país.
Assim é a vida. Leiam e se informem sobre o que pensam, e como pensam, os russos...
Paulo Roberto de Almeida

Russia Direct, July 3, 2015
The BRICS and the West: Partners or rivals?
Debates: The annual BRICS Summit in Russia this year marks a breakthrough in the development of the group’s political and financial institutions. The big question now is whether these institutions will choose to partner with the West or go it alone.

The BRICS may be non-Western but they are not anti-Western
Interview: Fyodor Lukyanov, head of Russia’s Council on Foreign and Defense Policy, discusses how the BRICS are evolving in response to changing geopolitical conditions.

The future of BRICS in limbo
The visit by the Brazilian president to the U.S. before the BRICS summit points to a lack of unity within the BRICS, which could dent the Kremlin’s aspirations to break its isolation from the West.
How the US military plans to neutralize Russia
The new military strategy of the U.S., which now includes Russia in the list of top threats, indicates that Washington is trying to maintain its global influence that was established after the collapse of the Soviet Union.

Understanding the context of the Kremlin's post-Crimean ideology
The release of a “patriotic stop-list” of undesirable foreign organizations is just the latest manifestation of the short-term ideological thinking that is currently ascendant in the Kremlin.

domingo, 12 de julho de 2015

Petralhismo eleitoral: extorsao do partido totalitario contra empresas

Em qualquer país normal, os envolvidos estariam trancafiados numa penitenciária de alto risco, inclusive o principal beneficiário(a).
Paulo Roberto de Almeida 

FSP, domingo, 12 de julho de 2015

Crise faz Dilma demonstrar irritação

• Lançamento de suspeitas sobre campanha à reeleição fizeram Dilma ter explosão de fúria com auxiliares em junho

• Petista perguntou ao ministro da Justiça se ele não poderia ter segurado homologação de delação no Supremo

Natuza Nery, Marina Dias – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Agitada, andando em círculos e gesticulando muito, a presidente Dilma Rousseff olhou para os auxiliares e bradou, indignada: "Não sou eu quem vai pagar por isso. Quem fez que pague".

Ela estava furiosa. "Não devo nada para esse cara, sei da minha campanha", afirmou, referindo-se às suspeitas lançadas pelo empresário Ricardo Pessoa sobre as doações à sua campanha à reeleição.

Batendo com força a palma de uma mão na outra, Dilma insistiu: "Eu não vou pagar pela merda dos outros". Ela não disse a quem se referia, e ninguém achou que era conveniente perguntar.

A explosão de fúria da presidente ocorreu na noite da última sexta-feira de junho, dia 26, na biblioteca do Palácio da Alvorada, durante uma reunião convocada às pressas por Dilma para discutir as revelações de Ricardo Pessoa.

Dono da empreiteira UTC, ele aceitou colaborar com as investigações da Operação Lava Jato em troca de uma pena menor. O empresário diz que pagou propina e fez doações eleitorais para facilitar seus negócios com a Petrobras.

Pessoa deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma no ano passado. Foi tudo declarado à Justiça Eleitoral, mas ele disse que só fez a contribuição porque tinha medo de perder seus contratos na estatal se não ajudasse o PT.

O empreiteiro afirmou que tratou da doação com o então tesoureiro da campanha de Dilma, o petista Edinho Silva, hoje ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto.

Pessoa também lançou suspeitas sobre uma doação eleitoral feita em 2010 a outro ministro de Dilma, Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, que naquele ano concorreu pelo PT ao governo do Estado de São Paulo.

Edinho confirma que se encontrou com Pessoa para tratar de doações na campanha, mas nega ter feito qualquer ameaça ao empreiteiro. Mercadante diz que todas as doações que recebeu de Pessoa foram declaradas à Justiça.

Culpa
Na noite de 26 de junho, a presidente reuniu-se no Alvorada com Mercadante, Edinho, o assessor especial Giles Azevedo e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o auxiliar sobre quem recaiu quase toda a culpa na reunião.

As revelações de Pessoa contribuíram para aprofundar a crise política enfrentada por Dilma. Nesta semana, ele deve depor ao Tribunal Superior Eleitoral, que conduz uma investigação sobre a campanha da reeleição.

Os relatos da conversa que a presidente teve com seus auxiliares em 26 de junho foram colhidos pela reportagem com testemunhas do encontro e petistas que souberam depois o que aconteceu.

Dilma cobrou Cardozo por não ter impedido que as revelações de Pessoa viessem a público dias antes de sua visita oficial aos Estados Unidos, num momento em que a presidente buscava notícias positivas para reagir à crise.

"Você não poderia ter pedido ao Teori [Zavascki] para aguardar quatro ou cinco dias para homologar a delação?", perguntou, referindo-se ao ministro que conduz os processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).

"Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem", acrescentou a presidente. Dilma embarcou no dia seguinte para os Estados Unidos, onde passou cinco dias e se encontrou com o presidente Barack Obama.

Cardozo tem sido cobrado por petistas por não controlar a Polícia Federal, que atua na Lava Jato e é subordinada ao Ministério da Justiça, mas tem autonomia operacional.

"Vazamento seletivo"
Na reunião com Dilma no Alvorada, um dos ministros reclamou que ninguém, nem a PF, nem o Ministério Público, parecia ter questionado Ricardo Pessoa sobre suas doações eleitorais ao PSDB.

Surgiu daí uma orientação para levantar nos registros da Justiça Eleitoral os valores das doações recebidas pelos tucanos, além da palavra de ordem adotada pelos petistas nos dias seguintes: "Vazamento seletivo".

A presidente voltou a exibir irritação em outros momentos desde então. Nos Estados Unidos, ela comparou os delatores da Lava Jato a presos políticos que traíram os companheiros após sofrer tortura na ditadura militar.

Na última segunda-feira (6), em entrevista à Folha, Dilma insistiu na comparação, desafiou os adversários a tentar impedi-la de concluir seu mandato e foi enfática: "Eu não vou cair".