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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Wikileaks-Brasil: o estado da arte em dezembro de 2010

Um link para a lista de "leaks" sobre o Brasil publicados pela Folha de S.Paulo até dezembro de 2010

Leia os últimos telegramas sobre o Brasil obtidos pela Folha
FOLHA DE SÃO PAULO, 08/12/2010
Atualizado em 07/01/2011

Desde julho de 2007, o WikiLeaks publica documentos delicados por meio do que descreve como "vazamento com princípios".

O seu mais recente "lançamento" são 250 mil documentos secretos diplomáticos dos EUA.

A Folha é uma das sete publicações no mundo que têm acesso a esse material antes de ele ser divulgado no site. O jornal teve acesso aos 2.903 documentos que mencionam o Brasil e foram produzidos aqui ou no Departamento de Estado norte-americano, em Washington.

LEIA A VERSÃO TRADUZIDA DOS TELEGRAMAS

28.mar.2008 - Secreto - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Roubo de avião mostra vuneabilidade de espaço aéreo no Brasil, dizem EUA

14.set.2009 - Confidencial - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Documento recomenda EUA manterem opinião positiva sobre Lei do Abate

1.nov.2006 - Secreto - Política externa do governo Lula
Telegrama comenta política externa no 2º mandato de Lula

1.jul.2009 - Secreto - Política externa do governo Lula
Documento relata encontro de embaixador dos EUA e Lula em 2009

11.dez.2009 - Confidencial - Apagão no Brasil
Para americanos, apagão pode ter sido sabotagem

24.dez.2009- Confidencial - Atentado no Rio em 2016
EUA afirmam que Rio teme ser alvo de terrorismo em 2016

11.jan.2009 - Confidencial - Estratégia Nacional de Defesa
EUA fazem duras críticas à Estratégia Nacional de Defesa

22.jan.2009 - Confidencial - Tumor de Evo Morales
Ministro brasileiro diz a EUA que presidente da Bolívia tem tumor no nariz

13.nov.2009 - Confidencial - Acordos de defesa com EUA
Vice-embaixadora dos EUA e Nelson Jobim discutem acordos em defesa

31.mar.2008 - Confidencial - Jobim aliado dos EUA
EUA viam Nelson Jobim como um aliado em contraposição ao Itamaraty

13.mar.2009 - Confidencial - Jobim aliado dos EUA
Para embaixador dos EUA, Jobim é "primeiro ministro da Defesa forte do Brasil"

20.fev.2009 - Confidencial - Jobim aliado dos EUA
Ministro Nelson Jobim discutiu agenda para visita a Washington

25.jan.2009 - Confidencial - Jobim aliado dos EUA
Ministro Nelson Jobim queria acordo de cooperação em defesa com EUA

8.jan.2008 - Confidencial - Terrorismo no Brasil
EUA destacam aproximação do Brasil com muçulmanos

20.nov.2009 - Confidencial - Terrorismo no Brasil
EUA estudaram comunidade muçulmana no Brasil

31.dez.2009 - Não classificado - Terrorismo no Brasil
EUA dizem que esforço antiterror se concentra em São Paulo

18.mar.2009 - Confidencial - Terrorismo no Brasil
Brasil voltou atrás em lei antiterrorismo, segundo EUA

8.abr.2008 - Secreto - Terrorismo no Brasil
EUA dizem que Brasil é parceiro no combate ao terrorismo

6.mai.2005 - Confidencial - Terrorismo no Brasil
EUA discutem presença da Al Qaeda na tríplice fronteira

*
LEIA A VERSÃO EM INGLÊS DOS TELEGRAMAS OBTIDOS PELA FOLHA

2.set.2005 - Confidencial - Tráfico nuclear
Brasil pediu rastreamento de redes financeiras por trás de tráfico nuclear

26.ago.2004 - Confidencial - Acordo nuclear
EUA discutem pontos de acordo nuclear com diplomatas brasileiros

13.fev.2009 - Confidencial - Proliferação nuclear
Brasil responde a perguntas sobre Tratado de Não Proliferação Nuclear

20.ago.2009 - Confidencial - Diplomacia
Brasil ofereceu ajuda aos EUA para lidar com Irã e Coreia do Norte

8.jun.2009 - Confidencial - Proliferação nuclear
Itamaraty quis termo de exceção para Brasil e Argentina em acordo

14.ago.2009 - Não classificado - Programa nuclear
Países Não Alinhados rejeitaram banco de combustível nuclear da AIEA

20.ago.2009 - Confidencial - Programa nuclear
EUA viam papel crucial do Brasil em influenciar países em desenvolvimento

8.dez.2008 - Não classificado - Agência nuclear
Diplomata avalia acordo Brasil-Argentina com agência nuclear da ONU

17.fev.2009 - Confidencial - Programa nuclear
Brasil discute garantias internacionais sobre programa nuclear

16.nov.2009 - Confidencial - Proliferação Nuclear
Representante do presidente para Não Proliferação Nuclear visita Brasil

14.set.2009 - Não classificado - Trocas de combustível nuclear
Brasil quis mais informações sobre trocas de combustível nuclear

05.dez.2008 - Não classificado - Agência nuclear
Diplomata avalia acordo Brasil-Argentina com agência nuclear da ONU

11.mai.2009 - Confidencial - Visitas da AIEA
Brasil cogita aceitar visitas da AIEA, mas não protocolo adicional

1.nov.2004 - Confidencial - Varig
EUA cogitaram mandar equipe ao Brasil para discutir situação da Varig; leia em inglês

1.dez.2004 - Não classificado - Varig
Documento detalha situação precária da Varig e Vasp; leia em inglês

20.dez.2004 - Confidencial - Varig
Reunião teve como assunto dívida da Varig à Boeing; leia em inglês

10.jun.2005 - Não classificado - Varig
Para EUA, situação da Varig estava prestes a se tornar 'muito confusa'; leia em inglês

15.junho.2005 - Não classificado - Varig
Membros do conselho da Varig detalham a embaixador situação; leia em inglês

11.jul.2005 - Não classificado - Varig
Diretor da Boieng avaliou situação da Varig após mudanças; leia em inglês

20.out.2005 - Não classificado - Varig
EUA avaliaram que ajuda do governo à Varig pode ter demorado; leia em inglês

31.mar.2005 - Não classificado - Varig
Criação da Anac é descrita em telegrama; leia em inglês

10.abr.2006 - Não classificado - Varig
EUA queriam estreitar relações com Anac em encontro nos EUA; leia em inglês

11.abr.2006 - Não classificado - Varig
EUA descrevem situação de caos com cancelamentos de voos da Varig; leia em inglês

13.jun.2006 - Não classificado - Varig
EUA avaliaram que TAM e Gol ganharam com incertezas sobre a Varig; leia em inglês

29.jun.2006 - Não classificado - Varig
Documento aponta que juiz rejeitou oferta de trabalhadores da Varig; leia em inglês

2.abr.2007 - Não classificado - Varig
Embaixada apoiou envio de funcionário da agência de aviação dos EUA; leia em inglês

12.ago.2005 - Confidencial - Ministério das Relações Exteriores
Palocci queria mudar política do Ministério das Relações Exteriores, dizem EUA

26.set.2003 - Não classificado - Acordo comercial
Embaixador americano diz que acordo comercial não pode sair sem o Brasil

24.mar.2003 - Não classificado - EUA-Mercosul
Para diplomata brasileiro, discussões EUA-Mercosul são 'menos que francas'

27.out.2003 - Confidencial - Alca
EUA discutem se oposição brasileira nas negociações da Alca pode ser quebrada

04.mar.2003 - Não classificado - Alca
Telegrama diz que Lula pressionará metas sociais ao negociar Alca

20.mai.2003 - Confidencial - Alca
Ceticismo à Alca vem das Relações Exteriores, diz documento

08.abr.2004 - Confidencial - Alca
Reunião da Alca na Argentina leva Itamaraty a usar mídia para acusações, dizem EUA

05.mar.2004 - Confidencial - Alca
EUA especulam sobre aceitação da Alca pelo Brasil

28.abr.2003 - Não classificado - Alca
Governo não quer atrasar Alca, diz assessor de Amorim segundo documento

18.jul.2003 - Confidencial - Alca
Telegrama de 2003 analisa visão do Brasil sobre Alca

18.jul.2003 - Confidencial - Alca
Funcionário brasileiro sugere que país pode aceitar Alca, diz telegrama

12.ago.2005 - Confidencial - Negociações bilaterais
Documento mostra negociações bilaterais entre Brasil e EUA

03.abr.2006 - Não classificado - Câmara Americana de Comércio
Evento na Câmara Americana de Comércio é tema de telegrama

26.set.2003 - Não classificado - Alca
Telegrama relata negociações com Brasil sobre Alca

26.out.2009 - Confidencial - Chancelaria brasileira
Chancelaria brasileira tem 'ciúmes' de outros países líderes na região

27.jul.2006 - Confidencial - Abrigo a ex-padre ligado às Farc
Abrigo a ex-padre que se juntou às Farc gera desconfiança

27.ago.2009 - Confidencial - Bases militares na Colômbia
EUA tentam dissipar desconfiança sobre bases militares na Colômbia

20.ago.2009 - Confidencial - Acordo Colômbia-EUA
Brasil recua nos ataques ao acordo Colômbia-EUA, diz telegrama

26.out.2009 - Confidencial - Acordo Colômbia-EUA
Visita de Uribe deixou Lula 'tranquilo' sobre acordo Colômbia-EUA

30.out.2009 - Confidencial - Conflito Brasil-Colômbia sobre fronteiras
Brasil queria garantias formais de que Colômbia respeitaria fronteiras

25.nov.2009 - Secreto - Conflito Colômbia-Venezuela
EUA investigaram envolvimento do Brasil no conflito Colômbia-Venezuela

28.ago.2009 - Confidencial - Atuação dos EUA nas fronteiras colombianas
Brasil se preocupa que EUA não atuem fora das fronteiras colombianas

09.abr.2009 - Confidencial - Obama
Obama quer relação mais transparente com Brasil, diz telegrama

09.nov.2009 - Confidencial - Caso Sean
EUA pediram para Itamaraty ajudar na devolução de Sean Goldman ao pai

16.mar.2009 - Não classificado - Caso Sean
Telegrama diz que Obama conversou com Lula sobre caso Sean

06.nov.2009 - Confidencial - Irã
EUA se preocuparam com possível acordo de vistos entre Brasil e Irã

29.nov.2005 - Confidencial - Irã
Telegrama de 2005 mostra Brasil preocupado com falas do presidente do Irã

19.fev.2010 - Confidencial - Irã
Diplomatas do Itamaraty sugeriram formas de lidar com questão nuclear do Irã

06.out.2009 - Confidencial - Irã
Brasil recebe relatório da AIEA e repensa posição sobre Irã

16.nov.2009 - Confidencial - Ahmadinejad
EUA queriam que Brasil influenciasse Ahmadinejad durante visita

13.nov.2008 - Não classificado - Irã
Brasileiros podem mostrar para Irã que negociação é melhor saída

29.jan.2010 - Confidencial - Irã
Reunião com Itamaraty visava buscar apoio a sanções contra o Irã

25.nov.2009 - Confidencial - Ahmadinejad
Embaixada dos EUA analisa visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil

07.out.2009 - Confidencial - Israel
Itamaraty confirma visita do presidente de Israel

23.set.2009 - Confidencial - Irã
Documento revela que Brasil pediu mais dados ao Irã para acordo

18.set.2009 - Confidencial - Irã
Brasil hesitou sobre cumprimento de acordo pelo Irã

20.nov.2006 - Não classificado - Ambiente
Brasil demonstra 'imaturidade política' e paranoia em tópicos como Amazônia

11.dez.2006 - Não classificado - Relações bilaterais
Segundo telegrama, Brasil demonstra 'ambivalência' a respeito dos EUA

07.abr.2006 - Não classificado - Diplomacia
Documento comenta aproximação entre Brasil e China

18.mai.2006 - Não classificado - Brasil
De mensalão a etanol, telegrama contextualiza Brasil para secretário

Confidencial - Diplomacia brasileira
Despacho detecta ambições internacionais de Lula

03.out.2006 - Não classificado - Artigo 98
EUA diz que Brasil viu acordo militar como "pé na porta"

31.mai.2005 - Confidencial - Artigo 98
Brasil rejeita imunidade legal para militares dos EUA

28.abr.2005 - Confidencial - Diplomacia brasileira
Em 2005, diplomacia dos EUA e do Brasil discutem acordo contra Irã

24.mar.2005 - Confidencial - Artigo 98
EUA discutem regras para exercícios militares no Brasil

29.abr.2005 - Confidencial - Artigo 98
EUA alegaram más experiências para conseguir acordo de imunidade

22.dez.2004 - Confidencial - Programa F-X
Documento comenta programa para modernização de caças

14.jul.2007 - Confidencial - Artigo 98
Telegrama revela pressão para acordo contra extradição de americanos

27.mai.2004 - Confidencial - Artigo 98
EUA e Brasil discutem cooperação militar na região

29.mai.2004 - Confidencial - Artigo 98
Brasil procurou outros parceiros militares após pressão dos EUA

16.mai.2007 - Confidencial - Apagão aéreo
PMDB usou CPI do Apagão Aéreo para barganhar cargos

30.nov.2006 - Não classificado - Apagão aéreo
Passageiros precisam de 'um alto grau de paciência', diz embaixador

24.nov.2006 - Confidencial - Voo 1907
Sobre pilotos acusados, brasileiro alerta para pressão externa

05.nov.2006 - Não classificado - Voo 1907
Documento responsabiliza caos aéreo por acidente da Gol

1º.dez.2006 - Confidencial - Voo 1907
Segundo telegrama, embaixada está 'frustrada' com demora para liberar pilotos

05.abr.2007 - Confidencial - Apagão aéreo
ACM Neto culpa governo Lula por ignorar indícios da crise aérea

02.out.2006 - Não classificado - Voo 1907
Telegrama traz conselhos a peritos dos EUA que investigarão acidente da Gol

17.nov.2006 - Confidencial - Voo 1907
Embaixador intercederá em caso de pilotos acusados

04.jun.2007 - Não classificado - Voo 1907
Documento destaca acusação contra controladores em colisão aérea

27.mai.2004 - Confidencial - Lula, Morales e Chávez
Para embaixadora, Lula ajudou a manter Chávez e Morales 'moderados'

18.mai.2006 - Não classificado - Lula e Chávez
Documento relata simpatia de Lula por Chávez

10.mar.2006 - Não classificado - Mensalão e Alca
Telegrama explica mensalão e dificuldades para emplacar Alca

26.mar.2004 - Confidencial - Dirceu
Telegrama relata encontro de diplomata com Dirceu e preocupação com vizinhos

06.out.2004 - Confidencial - Dirceu
Documento narra encontro de embaixador dos EUA com Dirceu

13.out.2005 - Confidencial - Dirceu
Conversa após mensalão retrata Dirceu otimista sobre Lula, mostra telegrama

19.ago.2005 - Confidencial - Dirceu
Telegrama relata desdobramentos do escândalo do mensalão sobre Dirceu

20.abr.2005 - Confidencial - Dirceu
Intenções de Dirceu sobre Alca dividem delegação americana, dizem documentos

13.abr.2005 - Confidencial - Dirceu
Documento indica que Dirceu recomendaria a Chávez baixar o tom 'provocativo'

16.maio.2008- Não classificado - MST Consulado São Paulo
Documento diz que Bolsa Família obrigava MST a repensar tática; leia em inglês

12.abr.2004 - Confidencial - MST - Embaixada Brasília
Telegrama diz que 'abril vermelho' em 2004 poderia ficar mais violento; leia em inglês

11.out.2005 - Não classificado - MST Embaixada Brasília
MST invade propriedade americana, informa documento; leia em inglês

24.mar.2006 - Não classificado - MST Consulado São Paulo
Pesquisa mostra baixa popularidade do MST, diz embaixada; leia em inglês

28.mai.2008 - Não classificado - MST Consulado de Recife
MST tem dificuldade de criticar Lula por sua popularidade, dizem EUA; leia em inglês

1.abr.2009 - Não classificado - MST Consulado de São Paulo
Telegrama afirma que diversos fatores mostram marginalização do MST; leia em inglês

29.mai.2009 - Não classificado - MST Consulado de São Paulo
Documento relata prática do MST que atinge sua credibilidade; leia em inglês

28.set.2009 - Confidencial - Honduras
Em encontro na OEA, Amorim fala sobre Zelaya para americanos

25.set.2009 - Não classificado - Honduras
Governo brasileiro acredita que Chávez está por trás de Zelaya, diz telegrama

02.out.2009 - Secreto - Honduras
Embaixador peruano fala sobre Sendero Luminoso e Zelaya

15.dez.2005 - Confidencial - Lula e PMDB
Delfim Neto relata em 2005 relações entre Lula e PMDB

27.out.2009 - Confidencial - Honduras
Telegrama mostra opinião de petistas e acadêmicos sobre Zelaya

12.jul.2009 - Não classificado - Honduras
Documento reproduz artigo sobre risco de Zelaya para Lula

04.set.2009 - Não classificado - Base na Colômbia
Base na Colômbia foi tema de reunião com brasileiros e americanos

23.set.2009 - Não classificado - Honduras
Pego de surpresa no caso Zelaya, Brasil busca ajuda dos EUA

02.out.2009 - Não classificado - Honduras
Brasil não tem estratégia para Honduras, dizem EUA

26.out.2009 - Não classificado - Honduras
Documento relata confusão da delegação de parlamentares em Honduras

20.nov.2009 - Não classificado - Indicação de Patriota
EUA elogiam indicação de Patriota para Secretaria do Itamaraty em 2009

10.dez.2009 - Não classificado - Visita
Relatório descreve visita de Valenzuela ao Brasil no ano passado

29.dez.2009 - Não classificado - Encontro
Valenzuela tem encontro com funcionários do governo brasileiro

08.jan.2010 - Não classificado - Política externa
PT e PSDB mostram diferenças sobre política externa

11.jan.2010 - Não classificado - Encontro
Amorim faz visita com novo embaixador americano

19.fev.2010 - Não classificado - Encontro
Telegrama relata encontro de Garcia e Carvalho com embaixador

26.dez.2007 - Não classificado - Pirataria
Governo e universidades distribuem produtos piratas, diz documento

18.ago.2006 - Não classificado - Pirataria
Esforço brasileiro para conter pirataria é de interesse dos EUA

17.ago.2009 - Não classificado - Patente
Derrubada de patente americana é discutida em telegrama

27.fev.2004 - Confidencial - Pirataria
Para ex-embaixador, Lula não tem boa estratégia antipirataria

10.jun.2005 - Confidencial - Patente
Brasil aconselhou EUA antes de quebrar patente dos remédios anti-Aids

08.nov.2004 - Confidencial - Direitos autorais
Embaixador detalha preocupação com direitos autorais no Brasil

20.nov.2009 - Não classificado - Patentes
Perto da eleição, Brasil pode evitar questão das patentes, diz documento

16.jun.2006 - Não classificado - Pirataria
Até Lula viu cópia pirata de 'Dois Filhos de Francisco', diz telegrama

03.fev.2003 - Confidencial - Pirataria
Documento revela desconfiança no combate brasileiro à pirataria

05.set.2006 - Não classificado - Parcerias comerciais
Cônsul relata investidas de embaixador em parcerias comerciais

28.nov.2006 - Não classificado - Pirataria
Telegrama relata reforço do combate à pirataria em São Paulo

02.mar.2009 - Não classificado - Pirataria
Brasil deve ser mantido em 'lista de pirataria', recomenda diplomacia

26.set.2006 - Confidencial - Genéricos
Documento aborda avanços do governo para importar genéricos

02.fev.2004 - Confidencial - CPI da Pirataria
Telegrama relata atuação de deputados na CPI da Pirataria

21.ago.2009 - Não classificado - Economia
Propriedade intelectual pode atrapalhar economia, registra documento

16.nov.2006 - Não classificado - Parceria econômica
Impopularidade dos EUA é barreira para parceria econômica

22.fev.2005 - Confidencial - Caso Dorothy Stang
Pará pode estar encobrindo envolvidos do caso Dorothy, diz documento

14.fev.2005 - Confidencial - Caso Dorothy Stang
Missionária americana morre e EUA acreditam que prisões serão feitas

03.mar.2005 - Não classificado - Caso Dorothy Stang
FBI esteve no Brasil para apurar morte de Dorothy, aponta documento

13.mar.2006 - Não classificado - Código florestal
Telegrama comenta aprovação de código florestal em 2006

18.fev.2005 - Confidencial - Caso Dorothy Stang
Embaixador comenta prisão de acusados de matar Dorothy

1º.mar.2005 - Confidencial - Caso Dorothy Stang
Funcionário do governo mostra que caso Dorothy não será federalizado

14.ago.2006 - Não classificado - Impacto ambiental
Embaixador analisa impacto ambiental da pavimentação da BR-163

12.mai.2008 - Não classificado - Caso Dorothy Stang
Absolvição de acusado do caso Dorothy preocupou embaixada

02.mai.2005 - Não classificado - Caso Dorothy Stang
Documento traz relato sobre conflitos agrários no Pará pós-Dorothy

04.mar.2005 - Não classificado - Legislação ambiental
Telegrama de 2005 trata de mudanças na legislação ambiental

07.mar.2005 - Não classificado - Caso Dorothy Stang
Em 2005, governo pediu federalização do caso Dorothy, diz embaixada

28.mar.2005 - Não classificado - Caso Dorothy Stang
Quarto suspeito da morte de Dorothy Stang se entrega, informa telegrama

15.fev.2007 - Secreto - Encontro de Armando Félix
Telegrama relata encontro de Armando Félix com embaixador dos EUA

21.fev.2009 - Confidencial - Acordo de defesa EUA e Brasil
Telegrama relata encontro de Amorim com embaixador sobre acordo de defesa

14.mar.2006 - Não classificado - Governo Lula
Cônsul relata encontro com cardeal Hummes sobre governo Lula

24.out.2007 - Não classificado - Política e Bolsa Família
Texto mostra opinião de d. Odilo sobre política e Bolsa Família

29.mai.2007 - Não classificado - Religião
Em 2007, documento descreve receptividade do papa no Brasil

27.mar.2007 - Não classificado - Religião
Telegrama analisa indicação de d. Odilo para acerbispo de SP

02.dez.2009 - Confidencial - Pré-sal
Empresa ouviu Serra sobre novas regras do pré-sal

27.ago.2009 - Confidencial - Pré-sal
Telegrama mostra que petroleiras eram contra novas regras

21.jan.2009 - Não classificado - Pré-sal
Documento relata participação de americanas na descoberta do pré-sal

30.jun.2008 - Não classificado - Pré-sal
Telegrama mostra interesse das empresas americanos no pré-sal

15.abr.2008 - Não classificado - Pré-sal
Decisões políticas sobre pré-sal terão impacto para americanos, diz embaixada

28.jan.2008 - Não classificado - Petróleo brasileiro
Estrangeiros irão continuar a investir no petróleo brasileiro, dizem EUA

16.mar.2004 - Secreto - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Telegrama relata encontro de Jorge Félix com general americano

8.fev.2004 - Confidencial - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Representantes americanos tratam da Lei do Abate com Defesa

20.set.2006 - Confidencial - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Missão recomenda renovação de cooperação EUA e Brasil

6.dez.2008 - Secreto - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Documento dos EUA trata de cooperação com Brasil sobre lei do abate

6.dez.2008 - Secreto - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Embaixada fala da segurança do espaço aéreo brasileiro

21.jul.2004 - Confidencial - Lei do Abate e segurança do espaço aéreo
Mensagem relata encontro com militares brasileiros e americanos

13.fev.2010 - Confidencial - Dilma Rousseff e eleições 2010
Telegrama fala do crescimento de Dilma nas pesquisas; leia em inglês

20.jul.2009 - Não classificado - Dilma Rousseff e eleições 2010
Texto de Embaixada dos EUA analisa de 2009 analisa disputa entre Dilma e Serra

16.mai.2008 - Confidencial - Dilma Rousseff e eleições 2010
Em 2008, documento afirmava que Dilma aumenta chances

22.jun.2005 - Não classificado - Dilma Rousseff e eleições 2010
Telegrama traz biografia de Dilma ao ser indicada para Casa Civil

21.out.2010 - Confidencial - Dilma Rousseff e eleições 2010
Relatório detalha movimentação política um ano antes da eleição

19.jun.2009 - Confidencial - Dilma Rousseff e eleições 2010
Telegrama fala do estado de saúde de Dilma após câncer

10.nov.2009 - Não classificado - Dilma Rousseff e eleições 2010
Embaixada relata em 2009 imagem de Dilma no PT

24.jul.2008 - Confidencial - Dilma Rousseff e eleições 2010
Documento cita possível repercussão de escândalo no Senado

23.abr.2005 - Não classificado - Dilma Rousseff e eleições 2010
Telegrama dos EUA em 2009 trata dos perfis dos candidatos

11.ago.2006 - Confidencial - Política externa do governo Lula
Em 2006, novo embaixador dos EUA chama de positivo encontro com Lula

22.nov.2002 - Confidencial - Política externa do governo Lula
Documento detalha conversa de Lula com americanos em 2002

9.set.2004 - Confidencial - Política externa do governo Lula
Telegrama relata credenciamento de embaixador dos EUA em 2004

9.fev.2010 - Confidencial - Política externa do governo Lula
Embaixador trata de encontro com Lula este ano

30.fev.2008 - Confidencial - Violência no Rio
Documento de 2008 trata da violência no Rio e economia no país

27.nov.2009 - Confidencial - Violência no Rio
Documento de 2009 detalha visita de Beltrame ao Dona Marta

8.dez.2005 - Confidencial - Violência no Rio
Embaixada dos EUA relata queima de ônibus no Rio em 2004

9.dez.2005 - Confidencial - Violência no Rio
Telegrama da Embaixada dos EUA fala do combate ao crime no Rio

24.ago.2009 - Confidencial - Violência no Rio
UPPs do Rio são tema de documento da Embaixada Americana em 2009

12.nov.2009 - Confidencial - Violência no Rio
Embaixada dos EUA elogia implantação das UPPs no Rio

22.set.2008 - Confidencial - Violência no Rio
Documento da Embaixada dos EUA relata visita do prefeito do Rio

30.set.2008 - Confidencial - Violência no Rio
Doutrina da combate a insurgência é usada no Rio, diz Embaixada dos EUA

Não classificado - Aquecimento global
Serviço Florestal dos EUA tenta aumentar colaboração com Brasil

Não classificado - Aquecimento global
Telegrama comenta posição do Brasil para reunião em Copenhague

Confidencial - Aquecimento global
Para EUA, Brasil quer ter papel ativo contra aquecimento global

Não classificado - Aquecimento global
EUA ajudam programa brasileiro de proteção a parques

Não classificado - Aquecimento global
EUA comentam lei sobre problemas fundiários na Amazônia

Não classificado - Aquecimento global
EUA dizem querer programa de conservação das florestas tropicais

Não classificado - Aquecimento global
Brasil incorpora política de mudança climática à legislação doméstica

Não classificado - Aquecimento global
Alemanha quer aumentar ajuda no combate ao desmatamento no Brasil

Não classificado - Aquecimento global
Telegrama fala sobre desmatamento no Brasil

Não classificado - Aquecimento global
Colaboração entre EUA e Brasil avança no combate a incêndios florestais

Não classificado - Aquecimento global
Telegrama comenta posição do Brasil para reunião em Copenhague

Não classificado - Aquecimento global
Brasil e França anunciam posição comum sobre mudanças climáticas

Não classificado - Aquecimento global
Documento diz que Brasil toma medidas pragmáticas sobre o desmatamento ilegal

Não classificado - Aquecimento global
Minc está ansioso para encontro com representante dos EUA, diz telegrama

Não classificado - Aquecimento global
EUA elogiam fundos de financiamento para proteção da Amazônia

Não classficado - Aquecimento global
Especialistas de EUA e Peru discutiram proteção aos Andes

Não classificado - Aquecimento global
EUA e Brasil discutem áreas bilaterais protegidas

Não classificado - Aquecimento global
EUA relatam otimismo brasileiro com reunião em Copenhague

Não classificado - Aquecimento global
EUA relatam redução recorde no desmatamento no Brasil

Não classificado - Aquecimento global
Telegrama relata orgulho do Brasil com resultado da COP-15

Confidencial - Aquecimento global
Telegrama relata ações ambientais do Brasil após a COP-15

Não classificado - Aquecimento global
Acordo bilateral para proteção da floresta está perto de desfecho

Não classificado - Aquecimento global
Brasil informa suas ações nacionais de mitigação das mudanças climáticas

Não classificado - Aquecimento global
Resposta preliminar brasileira à COP-15

Não classificado - Aquecimento global
Novo código florestal provoca debates acalorados entre fazendeiros e ambientalistas

Não classificado - Aquecimento global
Estado do Amazonas planeja abordagem ambiciosa contra desmatamento

Terrorismo no Brasil
Leia cinco telegramas tratam da ação de árabes no Brasil

Leia a íntegra de mais documentos obtidos pela Folha

Wikileaks: Brasil-Franca-EUA-Africa, sinceridades e hipocrisias...

O bom do Wikileaks é imaginar as pessoas sorrindo amarelo, depois...
Enfim, cada um assume responsabilidade pelo que diz...
Paulo Roberto de Almeida

Francês diz que Celso Amorim tem planos para Cuba pós-Castro
Folha de S.Paulo, 19/01/2011

ID 92458
1/12/2007 17:07
07BRASILIA64

Embassy Brasilia UNCLASSIFIED VZCZCXRO7151PP RUEHRGDE RUEHBR #0064 0121707ZNY CCCCC ZZHP 121707Z JAN 07 ZDKFM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC/SECSTATE WASHDC PRIORITY 7820INFO RUEHAC/AMEMBASSY ASUNCION PRIORITY 5869RUEHBO/AMEMBASSY BOGOTA PRIORITY 4058RUEHBU/AMEMBASSY BUENOS AIRES PRIORITY 4503RUEHCV/AMEMBASSY CARACAS PRIORITY 3560RUEHGT/AMEMBASSY GUATEMALA PRIORITY 0318RUEHLP/AMEMBASSY LA PAZ PRIORITY 5081RUEHPE/AMEMBASSY LIMA PRIORITY 3307RUEHME/AMEMBASSY MEXICO PRIORITY 2037RUEHMN/AMEMBASSY MONTEVIDEO PRIORITY 6677RUEHOT/AMEMBASSY OTTAWA PRIORITY 1006RUEHFR/AMEMBASSY PARIS PRIORITY 0297RUEHPU/AMEMBASSY PORT AU PRINCE PRIORITY 0163RUEHQT/AMEMBASSY QUITO PRIORITY 2087RUEHSG/AMEMBASSY SANTIAGO PRIORITY 6010RUEHRG/AMCONSUL RECIFE PRIORITY 6087RUEHRI/AMCONSUL RIO DE JANEIRO PRIORITY 3680RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO PRIORITY 8986RUEKJCS/SECDEF WASHDC PRIORITYRHEHNSC/NSC WASHDC PRIORITYRUMIAAA/USCINCSO MIAMI FL PRIORITYRUEATRS/DEPT OF TREASURY WASHINGTON DC PRIORITYRUEAIIA/CIA WASHDC

PRIORITY C O N F ID E N T I A L BRASILIA 000064 SIPDIS SIPDIS E.O. 12958: DECL: 01/11/2017 TAGS: PREL, BR SUBJECT: FRANCE MAKES BRAZIL NUMBER ONE IN LATIN AMERICA

Classified By: AMBASSADOR CLIFFORD SOBEL. REASONS: 1.4 (B)(D).

1. (C) French Ambassador to Brazil Antoine Pouillieute met with Ambassador Sobel on January 9, 2007 for a surprisingly frank and substantive conversation. Key themes from the meeting are reported below.

BRAZIL -- THE NEW FRENCH PRIORITY
2. (C) Pouillieute noted that his government has a complicated relationship with Brazil and had recently decided to make Brazil France's largest and most important embassy in Latin America. His government has upgraded its presence in Brazil to 110 French nationals, thereby surpassing the French contingent in Mexico. Some of France's most successful and promising recent endeavors with Brazil have been in the area of military sales, where Pouillieute said the potential for sale of additional future French military equipment (NFI) is quite good.

3. (C) Pouillieute commented that the EU's efforts in Brazil are not united and that each EU Country is pursuing its own aims in Brazil separately. He commented that he had little faith in the EU-Mercosul free trade negotiations, confirming that they basically boiled down to what will likely be a biofuels deal. In addition he speculated that even though Venezuela is not yet disruptive to Mercosul, it probably will be in the future and that it is critical to Brazil for Venezuela to become a full member.

FOREIGN POLICY
4. (C) Regarding broader Brazilian foreign policy issues, France has actually found a way to work within Brazil's stated south-south policy focus, using common interests in Africa as a key foundation. That said, Pouillieute admitted that the French were often frustrated with Brazil: the Brazilians had often been duplicitous, pointing out to African countries that they were natural allies given their common colonial past and reminding these countries that France had once exploited them. The French Ambassador was incredulous that the Brazilians could think that such comments would not eventually get back to the French. Another source of frustration for the French Ambassador is that the Brazilian foreign ministry (MRE) will often sideline some long-planned official French VIP visit to instead focus on some competing visit by a minor African visitor. This baffled Pouillietute.

5. (C) Changing topics, Pouillieute said that Brazilian Foreign Minister Celso Amorim apparently has planned extensively for transition in Cuba, and knew exactly what Brazil's role would be in post-Castro scenarios on the island (NFI). Pouillieute also offered that there might be room for tripartite cooperation on law enforcement issues. (Note: US LEA's do not currently engage French counterparts on local efforts.) Finally, he expressed his amazement at the lengths Brazil was going to try to cultivate China. Sobel

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Brasil vê fragilidade econômica de Cuba, revela o site WikiLeaks
Acompanhe a cobertura completa do caso
Leia íntegra dos arquivos sobre o Brasil obtidos pela Folha

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Amizades sul-americanas (mas com um tribunal de arbitragem no meio...)

BNDES ganha disputa com o Equador na Câmara de Comércio Internacional
Folha de S.Paulo, 19/01/2011

A Câmara de Comércio Internacional, em Paris, deu ganho ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na disputa entre o banco e a empresa pública equatoriana Hidropastaza sobre o financiamento para a construção da Central Hidrelétrica San Francisco, no Equador.

A decisão da corte internacional é definitiva e não cabe recurso.

A discussão sobre o financiamento afetou as relações entre Brasil e Equador em 2008. O Brasil chegou a retirar seu embaixador de Quito por dois meses depois que o presidente Rafael Correa ameaçou não efetuar uma parcela do financiamento concedido pelo BNDES.

Em 2008 a Odebrecht foi expulsa do Equador depois que a hidrelétrica parou de produzir um ano após a sua inauguração por conta do desgastes das rodas d'água das turbinas e do desabamento parcial do túnel de 11km que leva a água do rio Pastaza ao equipamento.

Na época, o governo equatoriano acusou a Odebrecht de ter realizado uma obra de má qualidade. A empresa brasileira atribuiu os problemas à erupção de um vulcão que lançou dejetos na água. A hidrelétrica voltou a operar, mas no ano seguinte também apresentou problemas.

A usina contou com financiamento de US$ 243 milhões do BNDES. O contrato previa que 60% do valor dos insumos para a obra deveriam ser gastos no Brasil.

Além da insatisfação com os serviços prestados pela construtora, o Equador tinha queixas sobre as condições do financiamento. Na época, as divergências entre os dois países foram avaliadas como fator de risco para a integração sul americana. Isso porque o empréstimo do BNDES era garantido pela CCR (convênio de créditos recíprocos), uma espécie de câmara de compensação de bancos centrais de países membros da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração).

O BNDES informou que mesmo enquanto a questão estava sendo discutida na Câmara de Comércio Internacional o Equador manteve o fluxo de pagamentos. Da maneira como o empréstimo foi concedido, caso o Equador não pagasse, poderia enfrentar restrições na obtenção de crédito ou dificuldade de recebimento de receitas de exportação para países vizinhos.

Na câmara de arbitragem, os principais questionamentos do Equador se referiam a pontos como a cobrança de juros sobre juros e a importações feitas pela Odebrecht. A empresa pública equatoriana solicitava a exclusão de valores devidos referentes ao financiamento.

Na época, o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, disse a senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional que as operações ocorreram de forma legítima e que tinham sido aprovadas pela Hidropastaza durante a construção da usina.

O contrato firmado previa o pagamento em 41 notas promissórias semestrais, 20 delas relativas aos juros que não foram cobrados durante as obras. Na época, Mariante afirmou que o Equador havia pedido para não pagar os juros durante a construção da usina.

O Itamaraty e os poroes da ditadura militar

Uma resenha de um romance -- baseado em fatos reais -- sobre algumas das páginas sombrias de nossa história. Tive a oportunidade de participar de um livro sobre o AI-5, no qual escrevi o capítulo sobre o Itamaraty. Retomo in fine...
Paulo Roberto de Almeida

Doces venenos da diplomacia
José Nêumanne
O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2011

Política, espionagem e psicanálise estão no centro de O Punho e a Renda, de Edgard Telles Ribeiro

O PUNHO E A RENDA
Autor: Edgar Telles Ribeiro
Editora: Record
(560 págs., R$ 69,90)

O bom escritor se conhece pelo princípio da obra. Meio caminho terá andado o autor para ter o texto bem avaliado se lhe providenciar um bom começo para cativar o olhar e, como ensina Gabriel García Márquez, segurar o fôlego do leitor. O Punho e a Renda, de Edgard Telles Ribeiro, vence este desafio com folgas. O narrador, diplomata noviço, busca uma palavra para usar num relatório e, de repente, como se baixasse o anjo da anunciação, um vulto sai da penumbra e lhe sopra o vocábulo, que cai como uma luva. Assim é apresentado o protagonista da história, que não é o narrador, mas seu melhor colega de trabalho na juventude. Um lance de mestre: narrador e leitor fisgados pela mesma isca.

Mas evidentemente um boa pegada no início não é suficiente para segurar uma história capenga. É necessário encontrar um bom fim. E não é que o dito romancista conseguiu um fecho estupendo para sua narrativa? Revelá-lo nesta resenha não será incorrer em pecado mortal nem mesmo capital ou até venal. O tema do livro é a longa noite dos porões na ditadura militar brasileira e a fábula que o encerra não descreve uma seção de tortura nas masmorras nem a saga de alguma mãe em busca de seu filho tresmalhado nas celas clandestinas do sórdido Gulag tupiniquim. Nada disso: o personagem da narrativa em questão faz parte do rebanho dos sobreviventes. E esta ficção de terror não foi contada com gritos, sussurros nem pontos de exclamação, mas em silêncio tenso e sepulcral no meio de ruidoso tumulto. Muito tempo depois de haver fugido de casa para escapar dos esbirros que o foram prender, ele encontra a irmã num ônibus urbano e se olham sem uma palavra, um sorriso ou um aceno - apenas o gesto do dedo dele selando o lábio para evitar a bandeira da emoção deslavada por parte dela. O medo conteve a euforia e manteve represada a surpresa.

O leitor arguto poderá argumentar que estas duas cenas poderiam ter sido filmadas por Costa-Gavras ou Michelangelo Antonioni. De fato, são cinema em estado de extrema pureza. Narrador e autor lecionam - ou lecionaram - cinema na universidade. Mas nem mesmo o mais ranheta dos críticos, depois de lê-las, deixará de reconhecer que foram lavradas na mais perfeita e canônica arquitetura literária. Aí é que emerge outro aspecto fundamental no bom romance e que este aqui resenhado tem: um miolo à altura da entrada e da saída do leitor de suas páginas. Edgard Telles Ribeiro saiu-se bem nesta empreitada. Sem querer ser mais irreverente do que porventura possa se propor um ocupante deste espaço fugaz - mas sendo -, é o caso de deixar registrado que ele escreve muito bem... como o faria um competente profissional estrangeiro da escrita. E muito além do amadorismo reinante nestes trópicos mais enfadonhos do que tristes.

Víboras de gravata. O Punho e a Renda narra os bastidores da diplomacia brasileira por ocasião de um dos mais sórdidos episódios da história latino-americana, a Operação Condor, esquema transnacional de colaboração clandestina entre serviçais civis e militares de direita dos regimes autoritários vigentes na América do Sul nos anos de 1970. Só isso pode dar ao leitor a ideia da oportunidade oferecida a quem enfrentou o desafio de escrever e a quem aceita a gozosa tarefa de ler seu texto. Trata-se de um roman-à-clef, aquele gênero literário em que personagens reais com nomes fictícios atuam em cenários históricos. Chega a ser divertido procurar no entrecho do livro figuras com traços de caráter muito comuns nos desvãos da política, que muda como as nuvens do céu, e nos corredores do Itamaraty, serpentário de silvos refinados e doces venenos.

A saga do aventureiro que serviu à sanha da direita e continuou a subir após algumas de suas vítimas no passado conquistarem o poder republicano chega a ser corriqueira, de tão frequente. Para Telles Ribeiro contar a história que contou, mesmo sendo passados 40 anos, teve de reunir ao talento narrativo coragem cívica. Nada disso lhe faltou em nenhum momento. E o recurso da chave, usado na ficção para bois seguirem anônimos nos currais, não o poupará de picadas de víboras desmascaradas, pois estas ainda poderão lhe prejudicar a carreira no Itamaraty, ainda que já seja embaixador.

Em todo caso, o que menos importa neste caso é saber quem na vida real corresponde aos personagens tecidos com precisão de joalheiro no texto que é longo, mas leve. Importa mais é conhecer a natureza da história e suas implicações na vida de cada um, com todos os ingredientes bem misturados de política, guerra, colunismo social, espionagem e psicanálise.

Este livro, cujo título se refere menos aos punhos de renda e mais à força bruta e à corrupção, certamente elevará seu autor no pódio dos maiores ficcionistas em língua portuguesa. O exagero do emprego de tipos itálicos na composição da mancha gráfica e o mau gosto evidente do arame farpado usado na capa para insinuar que o volume possa conter o relato de algum sobrevivente de campos de concentração nazista, em nada impedir-lhe-ão a fortuna crítica que, com todos os méritos, lhe está reservada.

JOSÉ NÊUMANNE, JORNALISTA E ESCRITOR, É EDITORIALISTA DO JORNAL DA TARDE E PRÊMIO SENADOR JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS PELO ROMANCE O SILÊNCIO DO DELATOR, "MELHOR LIVRO" DE 2004

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Meu capítulo sobre esse período sombrio da história do Itamaraty é este aqui:

55) Do alinhamento recalcitrante à colaboração relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5. In: Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.), “Tempo Negro, temperatura sufocante”: Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 (Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Contraponto, 2008, p. 65-89); link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/103BrasilAI5.html

Quem vai salvar o capitalismo?: a China "socialista"

As voltas que o mundo dá (e as ironias do capitalismo):

O CAPITALISMO E A CHINA
(piada que circula nos meios financeiros de Hong Kong)

EM 1949 - A MAIORIA DOS INTELECTUAIS ACREDITAVA QUE O COMUNISMO SALVARIA A CHINA

EM 1969 - OS MESMOS INTELECTUAIS ACREDITAVAM QUE A CHINA, E SUA REVOLUÇÃO CULTURAL, SALVARIAM O COMUNISMO (QUE, APÓS STALIN E A PRIMAVERA DE PRAGA, COMEÇOU A SER DESACREDITADO COMO IDEOLOGIA)

EM 1979 - DENG XIAO PING PERCEBEU QUE SOMENTE O CAPITALISMO SALVARIA A CHINA

EM 2009 - O MUNDO INTEIRO ACREDITA QUE SOMENTE A CHINA PODE SALVAR O CAPITALISMO

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Terminaram de rir, gostaram da piada?
Agora volta o realKritik:

O capitalismo, uma pequena parte da economia de mercado, não tem necessidade de que ninguém o salve, já que ele vai avançando, aos trancos e barrancos, como é o próprio da história (e da História).
Ele se ajusta a si mesmo, e na verdade não é possível falar de "capitalismo" (com K na versão marxiana) como se se tratasse de uma única entidade, indivisível e onipresente ao longo da história.
O que temos são variantes da economia de mercado, algumas mais capitalistas do que outras, que vão se ajustado ao sabor das dinâmicas humanas, políticas, sociais, até geográficas e "naturais".
Ou seja, não existe um capitalismo, essa entidade metafísica na concepção marxiana, mas diferentes arranjos parciais que movem a dinâmica econômica mundial em função das configurações sociais (mutáveis) e estruturais (um pouco mais permanentes) que caracterizam diferentes sociedades humanas ao longo dos séculos.

Marx foi um profeta, um engenheiro social frustrado (como são quase todos os engenheiros sociais), que previu o fim do capitalismo e o surgimento de um sistema econômico e social mais "aperfeiçoado" e deu no que deu: um desastre total, com algumas dezenas de milhões de mortos pelo caminho, e muita riqueza perdida, ou seja, oportunidades não aproveitadas.
Alguns engenheiros sociais conseguem, por vezes, mudar suas sociedades, mas o custo humano costuma ser alto: o campeão ainda é Mao Tsé-tung, com algo como 40 a 50 milhões de mortos (uma contabilidade a ser estabelecida); depois vem Stalin, com algo próximo dos 30 milhões (eu não estou falando da II Guerra Mundial, que tem contabilidade à parte, perto de 20 milhões de russos); Hitler possivelmente é o terceiro, com mais de 15 milhões de vítimas, aqui contabilizando o Holocausto e as vítimas civis de suas guerras e invasões, não as militares.
Mas, possivelmente existam piores carrascos, proporcionalmente falando: Pol Pot parece ter matado muito mais gente, levando em consideração a população do Camboja.

Enfim, voltando ao capitalismo, alguns pretendem que ele provocou também nilhões de mortos, mas aqui se coloca na conta o colonialismo, a escravidão, etc, que podem ter sido várias coisas, mas não são exatamente representativas do capitalismo.
Concluindo: a China não vai salvar o capitalismo, mas o capitalismo está ajudando a China a ser um pouco menos pobre...
Paulo Roberto de Almeida

Paises em desenvolvimento na economia global - livro de O. Canuto (Banco Mundial)

Meu amigo dileto, Otaviano Canuto, ex-professor do curso de RI da USP, atualmente vice-presidente do Banco Mundial para assuntos de economias em desenvolvimento anuncia a publicação de seu livro, como abaixo:


Developing Countries Come to the Global Economy’s Rescue
Site do Banco Mundial, PREM

WASHINGTON, September 27, 2010 — While the rich world puts its house in order, developing countries are becoming a new engine of global growth and a pulling force for advanced economies, says a new book by World Bank economists.

According to The Day After Tomorrow: A Handbook on the Future of Economic Policy in the Developing World, almost half of global growth is currently coming from developing countries. As a group, it is projected that their economic size will surpass that of their developed peers in 2015.
Read more

Editors and Authors:
Otaviano Canuto
Marcelo Guigale
Authors' Profile

Presentations:
The Day after Tomorrow
The Future of Economic Policy in the Developing World
Book Launch Video

Book Content:

Preface | Synthesis | Table of Contents | Acknowledgements

Chapter 1: Recoupling or Switchover? Developing Countries in the Global Economy
Chapter 2: Technological Learning: Climbing the Tall Ladder
Chapter 3: Trading Places: International Integration after the Crisis
Chapter 4: Exports and the Competitiveness Agenda: Policies to Support the Private Sector
Chapter 5: Natural Resources and Development Strategy after the Crisis
Chapter 6: The Times, They Are “A-changin”: A New Look at International Economic and Financial Policy
Chapter 7: Macroprudential Policies in the Wake of the Global Financial Crisis
Chapter 8: Finance in Crisis: Causes, Lessons, Consequences, and an Application to Latin America
Chapter 9: Tales of the Unexpected: Rebuilding Trust in Government
Chapter 10: Fiscal Quality: A Developing Country’s Priority
Chapter 11: Public Expenditure after the Global Financial Crisis
Chapter 12: Debt Management and the Financial Crisis
Chapter 13: Subnational Debt Finance: Make It Sustainable
Chapter 14: Sovereign Wealth Funds in the Next Decade
Chapter 15: Poverty, Equity, and Jobs
Chapter 16: Investing in Gender Equality: Looking Ahead
Chapter 17: The Impact of the Global Financial Crisis on Migration and Remittances
Chapter 18: Africa: Leveraging Crisis Response to Tackle Development Challenges
Chapter 19: East Asia and the Pacific Confronts the “New Normal”
Chapter 20: Europe and Central Asia: A Time of Reckoning
Chapter 21: A Brave New World for Latin America
Chapter 22: The Financial Crisis, Recovery, and Long-Term Growth in the Middle East and North Africa
Chapter 23: Economic Policy Challenges for South Asia

O esporte execravel de atirar no mensageiro - Al-Jazira e palestinos

Certamente não é a primeira vez, nem será a última, mas essa mania de atirar no (por vezes matar o) mensageiro, certamente é uma das coisas mais estúpidas que existem.
Nesses tempos de Wikileaks, muitos políticos, pegos de surpresa por declarações que eles pensavam em off, se apressam em desmentir as revelações, dizendo que suas palavras foram distorcidas, fabricadas, seja lá o que for.
Pior ainda, sem dúvida, é responsabilizar o transmissor pelo conteúdo substantivo, e retaliar em cima, como feito pelos palestinos. Um péssimo esporte, sem dúvida.
Paulo Roberto de Almeida

Grupo de palestinos ataca escritório da Al-Jazira na Cisjordânia
AE - Agência Estado, 24 de janeiro de 2011

Emissora havia divulgado documentos sobre as negociações de paz entre Isarel e Palestina

CIDADE DE GAZA - Um grupo de partidários do presidente palestino Mahmoud Abbas atacou nesta segunda-feira, 24, o escritório da rede de televisão Al-Jazira na Cisjordânia, após a emissora divulgar documentos vazados que mostram as negociações secretas da Autoridade Nacional Palestina (ANP) com Israel.

Na noite de hoje (horário local), cerca de 250 pessoas ligadas a Abbas se reuniram em apoio ao presidente na frente do prédio onde fica o escritório local da Al-Jazira. Um pequeno grupo subiu as escadas até os escritórios da emissora, onde quebraram câmeras de segurança e uma porta de vidro com o logo da rede. Grafites pintados nas paredes diziam "Al-Jazira é espiã" e "Al-Jazira é igual a Israel". A polícia retirou os manifestantes do prédio e evitou que as pessoas que estavam do lado de fora entrassem no edifício.
Separadamente, Yasser Abed Rabbo, um importante auxiliar do presidente Abbas, condenou a Al-Jazira pela divulgação dos documentos. Segundo ele, a emissora entrou em "jogos de mídia... para enganar e corromper o cidadão comum". "O que a Al-Jazira está fazendo hoje é uma tentativa de distorcer a posição nacional da liderança palestina", disse, afirmando que a matéria foi feita com base em citações fora de contexto, insinuações e informações fabricadas. "A Al-Jazira chegou a conclusões com base em documentos e textos falsos, cortando uma palavra aqui e ali e juntando imagens de pessoas sem relação com as negociações".

Segundo Rabbo, a divulgação das informações é "uma campanha política de primeiro grau" vinda de "uma decisão política do nível mais alto de nosso irmão Catar". Embora tenha desmentido o conteúdo geral dos documentos, Rabbo foi vago ao contestar os dados. Segundo ele, a ANP não vai tomar nenhuma medida contra os correspondentes locais da Al-Jazira. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

Veja também:
Palestinos teriam feito ofertas secretas a Israel
Documentos vazados indicam que ANP é aliada de Israel, diz Hamas
ANP nega veracidade de documentos sobre negociações com Israel

Diplomacia do impasse: Iran nuclear (ou a cronica de um fracasso antecipado)

Poucos, if any, como se diz (apenas os muito ingênuos), acreditam em algum resultado palpável desse encontro entre o Irã e as grandes potências (membros do CSNU, mais a Alemanha e a UE) sobre o programa nuclear iraniano.
O fracasso era previsível. Podem surgir mais propostas de reforço de sanções, mas sua trajetória vai exigir longas negociações, que vão tomar pelo menos um ano e meio, e resultarão parcialmente ineficazes. No intervalo, o Irã continuará a enriquecer urânio...

Diálogo entre potencias e Irán sobre programa nuclear finaliza en fracaso
AFP, 23.01.2011

Las conversaciones realizadas en Estambul sobre el programa nuclear iraní entre Teherán y las grandes potencias mundiales que temen que este prepare un arma atómica terminaron ayer con un fracaso. No se prevé ninguna otra reunión al respecto. Irán pidió se le levanten sanciones.

ESTAMBUL (AFP). La jefa de la diplomacia de la Unión Europea, Catherine Ashton, intermediaria en las conversaciones del viernes y ayer entre el grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, Francia, Rusia, China y Alemania) e Irán sobre el programa nuclear iraní, se declaró “decepcionada” al término de esas discusiones.

Ashton agregó que no había “nuevas conversaciones planeadas” entre las seis potencias mundiales y Teherán acerca del controvertido programa nuclear iraní.

“Sigue siendo esencial que Irán demuestre que su programa nuclear es pacífico”, añadió Ashton.

La reunión anterior, que tuvo lugar a principios de diciembre en Ginebra después de 14 meses de interrupción de las discusiones, había creado algunas esperanzas, al anunciarse el encuentro de Estambul.

Otra indicación del fracaso de estas negociaciones fue que durante estos dos días no se realizó ninguna reunión bilateral entre la delegación estadounidense y la de Irán, según un diplomático norteamericano, a pesar de la insistencia en que se propicie un encuentro.

Sin embargo, la vía diplomática sigue siendo una solución en la cuestión del programa nuclear iraní, según declaró el ayer a la prensa un alto diplomático estadounidense.

“La puerta está abierta (...). Continuamos pensando que hay tiempo y espacio para la diplomacia”, afirmó este diplomático, que solicitó el anonimato.

En su declaración, Ashton explicó que los seis propusieron una “versión reactualizada del acuerdo de intercambio de combustible TRR (destinado al Reactor de Investigación de Teherán) así como de los medios para mejorar la transparencia a través de medidas de control de la AIEA (Agencia Internacional de Energía Atómica) aceptadas por la comunidad internacional”.

“Nosotros teníamos esperanzas de tener una discusión constructiva y detallada” de esas propuestas, dijo.

“Pero quedó claro que la parte iraní no está dispuesta a eso, a menos que se aceptaran condiciones previas respecto al enriquecimiento y sanciones”, según Ashton.

Irán afirmó que se negaba a tratar una suspensión de esas actividades de enriquecimiento, y que pedía le levanten las sanciones internacionales impuestas.

Said Jalili, negociador iraní insistió en el derecho de su país a enriquecer uranio para un programa nuclear.

Irán, en conformidad con el Tratado de No Proliferación Nuclear (TNP), “tiene derecho al ciclo de combustión, incluyendo el enriquecimiento de uranio”. Si las grandes potencias reconocen ese derecho y sobre todo “esa lógica” a su país, “nosotros estamos dispuestos a negociaciones, incluso mañana”, afirmó Jalili.

Diplomacia do endurecimento: relacoes Brasil-China (não pode ser diplomacia)

Jornalistas não são diplomatas, e por isso mesmo não sabem se ater a uma linguagem diplomática.
Nenhum serviço diplomático sério empregaria tais palavras, ou mandaria tais "recados" pela imprensa, no caso de uma relação tão importante.
Só pode ser coisa de amadores...
Algum gaiato, ou jornalista ainda mais "aéreo", ainda vai sacar aquela famosa frase, tão mal usada, sobre endurecimento e ternura: aguente-se tanta bobagem...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma quer endurecer relação com China
NATUZA NERY, SIMONE IGLESIAS, LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
Folha de S.Paulo, 24.01.2011

Plano prevê raio-X de produtos sensíveis, comitê para tratar de problemas e reforço da embaixada em Pequim
Itamaraty admite elevar o tom em algumas áreas e cobrar mais apoio, por exemplo, para vaga no Conselho de Segurança

Entusiasta do modelo de desenvolvimento chinês e leitora contumaz das dinastias que dominaram o passado milenar da potência asiática, a presidente Dilma Rousseff quer tirar mais da China do que fez qualquer um de seus antecessores.
Ela encomendou à sua equipe uma estratégia para impulsionar a diplomacia sino-brasileira; um plano que reflita posições do governo, não somente do Itamaraty.
Quer ampliar parcerias, mas autorizou seu ministério a endurecer no front comercial e, quando possível, selecionar investimentos que venham de lá.
A estratégia brasileira em discussão indica um reposicionamento do jogo diplomático em relação a Pequim.
Até mesmo o Itamaraty admite elevar o tom em algumas áreas e cobrar mais apoio do aliado em embates internacionais.
Não está claro, porém, se a cobrança se estenderá à defesa dos direitos humanos.
O Ministério do Desenvolvimento já prepara um raio-X de produtos domésticos e setores da economia prejudicados pelos baixos preços dos "made in China".
Dilma Rousseff sugeriu a criação de um comitê exclusivo para tratar de problemas e potenciais oportunidades de negócios.

O governo pretende ainda reforçar sua representação na nação mais populosa do mundo (1,3 bilhão de habitantes) e deve elevar o número de diplomatas atuando lá.
Hoje, são 12, mas poucos fluentes em mandarim. O novo chanceler, Antonio Patriota, tenta sair dessa estatística: toma aulas semanais para aprender a língua.
Outro objetivo, mais difícil, é obter apoio por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Lula jamais arrancou esse compromisso de Hu Jintao.
Quando o presidente Barack Obama convidou Dilma para visitar os EUA em dezembro, ela disse a assessores: "Se for, vou à China também". A petista desembarca em Washington em março.
Em abril, em Pequim, onde participa da reunião com os emergentes que integram os Brics (Rússia e Índia).
Integrantes do novo governo reclamam da ausência de um plano de aproximação na gestão anterior, apesar de reconhecerem o incremento substancial no comércio entre as duas nações.
Foram US$ 30,8 bilhões exportados pelo Brasil em 2010. Na outra mão, o Brasil comprou US$ 25,6 bilhões dos chineses no ano passado. Logo, tem um saldo favorável de US$ 5,2 bilhões.
"Acho que a Dilma vai privilegiar mais o interesse nacional", diz o economista Roberto Giannetti da Fonseca, da Fiesp.

MEDIDAS
Segundo a Folha apurou, Dilma não pretende entrar em batalhas com a China contra a desvalorização do yuan. Julga mais eficaz atacar no front comercial.
Pode, com isso, lançar mão de algumas medidas: salvaguardas para setores sob risco; processos mais rápidos antidumping; nacionalização de cadeias produtivas; imposição de barreiras técnicas e até o estabelecimento de cotas para a entrada de produtos chineses.
Os investimentos de estatais chinesas no Brasil serão avaliados para não impor riscos ao mercado nacional.
O Planalto quer dificultar o avanço da nação asiática no setor de mineração.
Hoje, o governo brasileiro não sabe quantas jazidas de minério de ferro já estão em mãos chinesas. Dilma quer ver o novo código da mineração enviado ao Congresso e aprovado neste ano.

O QUE DILMA QUER DA CHINA

Instrumentos que o governo brasileiro pode usar para pressionar os chineses

1 Impor barreiras técnicas (exigências extras à importação) a produtos "made in China"

2 Criar salvaguardas para tentar impedir a inundação de alguns produtos chineses no mercado brasileiro

3 Agilizar no Ministério do Desenvolvimento a análise de ações antidumping

4 Nacionalizar alguns setores da cadeia produtiva, a exemplo do que ocorreu na construção de plataformas pela Petrobras

5 Regulamentar setores da economia, como um novo marco para a mineração

- O que o Brasil quer politicamente da China
Apoio para obter um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas
- Apoio para ampliar a influência do Brasil no FMI (Fundo Monetário Internacional) e no Banco Mundial
- Maior coordenação entre os Brics nos fóruns internacionais, sobretudo no G20
- Práticas mais respeitosas na área de direitos humanos

RBPI e PRA: um caso de vício gentil

Mantenho, em relação à Revista Brasileira de Política Internacional, uma afinidade eletiva desde que a conheci, nos primórdios de meus estudos sobre temas internacionais (que confesso não sei precisar se foram antes ou subsequentes a meu ingresso na carreira diplomática). Em todo caso, frequentando bibliotecas desde sempre, creio que deparei com a RBPI muito cedo.
Mas só fui colaborar com ela numa segunda fase de minha carreira, na segunda metade dos anos 1980, quando voltei de meu primeiro estágio no exterior, como diplomata.
Desde então nunca cessei de colaborar com a revista, e posso até dizer que fui um dos principais responsáveis, se não o principal, por sua "sobrevivência", quando sua existência esteve ameaçada em sua continuidade, ao falecer aquele que tinha sido seu principal editor, incentivador, financiador (etc., etc., etc.) durante sua vida editorial no Rio de Janeiro (1958-1992), Cleantho de Paiva Leite, a quem tinha conhecido justamente pouco antes de começar a colaborar (sob seu estímulo direto).
Em 1993, atuei intensamente na missão de arrancá-la de uma morte certa e de revivê-la em novas bases, com sua transferência a Brasília e nova vida editorial com base na boa equipe de professores dessa área da UnB.
Desde então me mantenho no cargo "fictício" de editor-adjunto, que acredito seja uma simples homenagem a meu papel nesse emprendimento a todos os títulos meritório.
Hoje a RBPI se encontra nas boas e competentes mãos do professor Antonio Carlos Lessa (que atuou intensamente no sentido de sua projeção internacional e intgração a modernas bases de dados informáicas), depois de ter conhecido uma boa trajetória sob a direção do professor Amado Luiz Cervo.
Vou continuar colaborando em tudo o que me for solicitado.
Por acaso, percorrendo hoje a base de dados Scielo, resolvi colocar o meu nome para uma busca seletiva de colaborações. Deu o que vai abaixo, que é apenas uma parte de minhas colaborações, pois faltam os dez anos anteriores, em que também atuei com muito vigor para fazer da RBPI uma grande revista brasileira de relações internacionais, o que ela modestamente já é.

Revista Brasileira de Política Internacional
Print ISSN 0034-7329

Pesquisa sobre artigos publicados por PRA, no período 1997-2010:
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/

References found: 23
[Nota: a lista não distingue entre artigos, notas e simples resenhas de livros]

Almeida, Paulo Roberto de. A marcha da integração no Mercosul: vivace ma non troppo. Rev. bras. polít. int., Jun 1997, vol.40, no.1, p.222-231. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Propriedade intelectual e política externa: o Brasil no contexto internacional. Rev. bras. polít. int., Jun 1997, vol.40, no.1, p.208-214. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Manual das organizações internacionais. Rev. bras. polít. int., Dez 1997, vol.40, no.2, p.183-185. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Major Problems in American Foreign Relations. Rev. bras. polít. int., Dez 1997, vol.40, no.2, p.181-183. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. A democratização da sociedade internacional e o Brasil: ensaio sobre uma mutação histórica de longo prazo (1815-1997). Rev. bras. polít. int., Dez 1997, vol.40, no.2, p.76-105. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Nota liminar do organizador - Revista Brasileira de Política Internacional: a continuidade de um empreendimento exemplar. Rev. bras. polít. int., 1998, vol.41, no.spe, p.5-7. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Economia internacional e desenvolvimento econômico: a RBPI na vanguarda do pensamento brasileiro. Rev. bras. polít. int., 1998, vol.41, no.spe, p.85-98. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Revista Brasileira de Política Internacional: quatro décadas ao serviço da inserção internacional do Brasil. Rev. bras. polít. int., 1998, vol.41, no.spe, p.42-65. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Sob a sombra de Mussolini: os italianos de São Paulo e a luta contra o fascismo, 1919-1945. Rev. bras. polít. int., Jun 2000, vol.43, no.1, p.199-201. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Comércio, Desarmamento, Direitos Humanos: reflexões sobre uma experiência diplomática. Rev. bras. polít. int., Dez 1999, vol.42, no.2, p.178-180. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. A Hispanic Division da Library of Congress comemora sessenta anos. Rev. bras. polít. int., Dez 1999, vol.42, no.2, p.161-163. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de and Chaloult, Yves Avanços da regionalização nas Américas: cronologia analítica. Rev. bras. polít. int., Dez 1999, vol.42, no.2, p.145-160. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Os sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil. Rev. bras. polít. int., Dez 2001, vol.44, no.2, p.198-200. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Brazil's Second Chance: En Route toward the First World. Rev. bras. polít. int., Jun 2001, vol.44, no.1, p.179-181. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de and Fins, Francisco Rogido A pesquisa histórica sobre o Brasil nos arquivos dos Estados Unidos: identificação preliminar e projeto de compilação. Rev. bras. polít. int., Jun 2001, vol.44, no.1, p.151-154. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. A economia internacional no século XX: um ensaio de síntese. Rev. bras. polít. int., Jun 2001, vol.44, no.1, p.112-136. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula. Rev. bras. polít. int., Jun 2004, vol.47, no.1, p.162-184. ISSN 0034-7329

Lessa, Antônio Carlos and Almeida, Paulo Roberto de Editorial - O Ibri e a Revista Brasileira de Política Internacional: tradição, continuidade e renovação. Rev. bras. polít. int., Jun 2004, vol.47, no.1, p.7-30. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática. Rev. bras. polít. int., Dez 2002, vol.45, no.2, p.229-239. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual. Rev. bras. polít. int., Dez 2004, vol.47, no.2, p.223-226. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Entre a América e a Europa: a política externa do Brasil nos anos 1920. Rev. bras. polít. int., Jun 2006, vol.49, no.1, p.222-224. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. Uma nova 'arquitetura' diplomática? - Interpretações divergentes sobre a política externa do governo Lula (2003-2006). Rev. bras. polít. int., Jun 2006, vol.49, no.1, p.95-116. ISSN 0034-7329

Almeida, Paulo Roberto de. As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80. Rev. bras. polít. int., Dez 2007, vol.50, no.2, p.60-79. ISSN 0034-7329

[Levantamento efetuado em 24.01.2011]

Para uma consulta a todos os números pós-1997 da RBPI, ver este link:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issues&pid=0034-7329&lng=en&nrm=iso

Diplomacia da broma?: relacoes bilaterais Chile-Bolivia

Parece que o ambiente seco do Atacama induz alguns a fazer bromas e outros a responder secamente. Um pouco de contenção verbal de um e outro lado ajudaria a não envenenar ainda mais as relações bilaterais de dois associados no Mercosul.
Se continuar assim, a tal de integração sul-americana fica um pouco mais difícil...
Paulo Roberto de Almeida

Piñera: "Atacama es y va a seguir siendo chilena"
BBC Mundo, Lunes, 24 de enero de 2011

El presidente de Chile, Sebastián Piñera, aseguró que "Atacama es y va a seguir siendo chilena". Fue su respuesta a las declaraciones del presidente de Bolivia, Evo Morales, que el sábado aseguró que "Atacama antes era Bolivia" y que espera "recuperarla pronto".

Piñera aseveró que "Atacama es y va a seguir siendo chilena, con soberanía chilena, y eso nunca ha estado ni va a estar en las conversaciones con Bolivia".

Previamente, el portavoz presidencial boliviano, Iván Canelas, restó importancia a las palabras que Morales pronunció durante su discurso anual en al Asamblea Legislativa y aseguró que habían sido "una broma".

Chile y Bolivia retomaron esta semana las conversaciones diplomáticas oficiales rotas en 1978 sobre la demanda boliviana de recuperar su acceso al mar, que perdió hace más de un siglo en la guerra del Pacífico contra Chile.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Diplomacia da indecisao? - o longuissimo caso dos avioes da FAB

A decisão não pertence ao Itamaraty, obviamente, nem tem caráter essencialmente diplomático, e sim militar, mas tem gente que acha que a imagem do Brasil sai arranhada do episódio. Afinal de contas, se mobilizou a atenção de países e fornecedores durante muito tempo, se sinalizou com transferências de tecnologias e offsets, e agora tudo fica pendente outra vez?
Um país pouco sério, lembraria alguém...
Paulo Roberto de Almeida

Planalto traça 3 planos para compra de caças
Roberto Godoy
O Estado de S.Paulo, 23/01/2011

A escolha do novo caça de tecnologia avançada da Força Aérea, o processo F-X2, deve ser decidido até julho, tem dito o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão está na agenda de 2011 da presidente Dilma.

O Planalto considera três hipóteses para o contrato, que prevê a compra inicial de 36 caças, podendo chegar a 120 até 2027: manter a F-X2 como está, adiar a decisão por um ano ou, em ação radical, encerrar essa operação e abrir outra imediatamente, uma espécie de F-X3 de prazo curto, única forma de admitir novos participantes.

A medida, todavia, traria desgaste diplomático. A seleção já dura 15 anos. Os três concorrentes são patrocinados por seus governos e têm investido pesado em estruturas locais de acompanhamento e de informação. O cientista social Gunther Rudzit, especialista em relações internacionais, alerta: "A imagem do Brasil será arranhada - e a postura da nossa diplomacia será questionada, afetando a aura de eficiência e profissionalismo que o Itamaraty sempre teve".

Novos aviões. A entrada de outros competidores foi bem recebida no mercado especializado. A americana Lockheed-Martin não esconde a disposição de levar à mesa de negociações o F-35 Lightning, o mais avançado caça de múltiplo emprego em produção regular no mundo.

Será o próximo avião principal dos EUA, com versões para a força aérea e a aviação naval. Construído com materiais e recursos eletrônicos stealth, para escapar da detecção por radar ou sensores laser, é tão moderno que só começa a ser entregue em 2016. É caro, mas o preço está em queda: começou em US$ 89 milhões cada e chegará a US$ 73 milhões, resultado da fabricação em larga escala - 2.376 unidades vendidas para EUA, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Israel, Turquia e Grã-Bretanha. Outra vez, a dificuldade será a transferência de tecnologia.

Há outros pretendentes na F-X2. A Rússia, com o Su-35 e futuro Su-50. E a União Europeia, por meio do Typhoon Eurofighter. A proposta de menor valor é a da sueca Saab, que oferece o Gripen NG, em desenvolvimento, por US$ 4 bilhões. O mais caro e o preferido da Defesa - e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é o francês Rafale, avaliado em cerca de R$ 6 bilhões. Entre um e outro está o americano F-18 Super Hornet.

O governo condiciona a compra à transferência de tecnologia em todas as áreas. É aí que as negociações ficam diferentes. Os franceses oferecem acesso irrestrito ao conhecimento pretendido. Os suecos convidam os especialistas militares e a indústria aeronáutica a uma parceria ampla. Os americanos esbarram na complexa legislação do setor e no poder do Congresso para vetar o atendimento às exigências.

Os acertos entre o então presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, eram fáceis em abril de 2010. No dia 22, Lula recebeu um telefonema de Sarkozy, empenhado em garantir a preferência pelo Rafale. Diante de cinco pessoas, Lula convidou-o para passar férias em Fernando de Noronha - e foi convidado a descansar no Vale do Loire. Riram e contaram piadas.

O clima desandou em maio. Lula liderou a proposta ao Irã para troca de urânio. De ambos os lados os convites foram esquecidos. O encontro de trabalho entre os dois, previsto para dezembro, não houve. E a decisão do F-X2 ficou para Dilma Rousseff.

An Economic Cold War -- artigo PRA publicado

Meu mais recente artigo publicado:

Now, an Economic Cold War: Old Realities, New Prospects
(Shanghai, 13 outubro 2010, 4 p.)
Resumo modificado de trabalho apresentado na Fundación Ramón Areces, de Madrid, em simpósio organizado em colaboração com a OCDE sobre governança global.
Publicada in:
FRA, Revista de Ciencias y Humanidades de la Fundación Ramón Areces;
Monográfico: “Mas Allá de la Crisis: El Futuro del Sistema Multilatearal
(Madrid: Fundación Ramón Areces, Diciembre 2010, p. 116-120).
Relação de Originais n. 2202; publicados n. 1015.

Old Realities
The geopolitical Cold War is definitely closed, it seems. Besides “normal” political tensions and trade frictions between major powers, there are no more totally opposed conceptions about how to organize the world economically or politically. No one is saying something like “we’ll bury you”, as done in the past by a Soviet leader.
We are having now an economic Cold War, or sort of. Indeed, there is nothing capable of starting a full-scale confrontation among major powers. What we do have now are trade frictions and currency misalignments, over a post-crisis adjustment process. There is a dispute over how national economic policies should take into account their impacts over other countries’ economic situation. But, as Mark Twain could have argued, rumors about a global currency war are greatly exaggerated. We have not yet outlived the current financial crisis; this is just one among many others that affect dynamic markets since the beginnings of capitalism.
It is not entirely true that this crisis was created by the deregulation of the financial markets, although low regulation can indeed have facilitated the expansion of existing bubbles in some markets. The main culprit for the bubble, though, is the low level of interest rates established by central banks during too long a period. In the same manner, albeit in very different ways, that the old Lords of Finance of the Twenties created the crisis of the 1930s, by their action or inaction, the present crisis is the result of misguided policies by the new Lords of Finance.
It is also not true that this crisis is severe enough to justify a new Bretton Woods-like redrafting of the world economic order. Talks about a new financial architecture, or even about a redistribution of world economic and political power, are totally in contradiction with the more prosaic realities of our days. We are not at all in a post-major crisis arrangement, a sort of diplomatic complete reordering of the world after a cataclysmic seism, touching all and every major actor of the international scene. We are very far from that. Let’s look the precedents.
We are not in Wesphalia-1648. We are not in Vienna-1815. We are not in Paris or Versailles-1919. And we are not in Bretton-Woods-1944, or San Francisco-1945. We are not in any major re-founding of the international political and economic order. We simply are, nowadays, in the middle of our 1930s, trying to manage a big crisis by national responses, each one fitted to the specific circumstances of each country, and delinked from a major disaster affecting everyone and all countries.
To be more precise, we are somewhere between 1931 and 1933, still in the middle of a recession, but not in a depression. The level of unemployment is not as high as in 1933, and is probably in line with patterns of our days. World trade and financial flows are not as disrupted as in the 1930s, although economic liberalization regressed: we reverted to a light version of trade protectionism, without quotas.
This new economic Cold War arises from structural changes in the world economy, already on the move since the Eighties, when China started to flex its muscles again. At the same time, developing countries ceased to rely on national, inward-looking, projects for national development and opened themselves to foreign investment. Since then, the world economy has been transformed irrevocably.
But not everything, of course, has changed. The major decision-making institutions are still the same, with the same distribution of voting rights. IMF and World Bank are in the middle of their travails to find a new distribution of quotas. The collective voting power of China, India and Brazil is 20% less than that of Belgium, Netherlands and Italy, despite the fact that the joint GDP of the former countries is four times greater the size of their European counterparts; they have a population 29 times greater. Those are the reasons for this new economic Cold War.
How to manage those new realities in the economic realm, having as political leverages the same old structures of the decision-making process? That’s a tricky question, with no clear answer to the dilemma. To manage the world economy is a pretension that even the old G7 never reached to attain in its glorious days. Developed countries controlled then a big proportion of the world’s GDP, trade and financial flows. But they were never capable of coordinating their macroeconomic policies among themselves; never mind establishing rules and goals for the rest of the world.
Nowadays, with a painful free-fall in advanced economies, it is difficult to see what could be done to restore growth rates from their stagnating levels. Besides the cyclical problems affecting major economies, with the possible exception of China, India and a few other countries, we still have global challenges ahead, like poverty in less developed countries, decisions to be made regarding environmental matters, human rights violations in non-democratic countries, and many other relevant issues.
One single strategy would be the establishing of just one big goal for the world community: that has to be the promotion of global development, not exactly through assistance (the traditional Official Development Assistance), but primarily through real trade liberalization, especially in the farm sector, the only real possibility for the less-developed countries to become integrated into the world economy. The United States and European Union have a main responsibility in this domain.
It is highly unlikely that consensual proposals concerning global development could be arising from such a large body as the financial G20, too heterogeneous to be able to reach common positions. Perhaps, the best hope would be to have an evolution from the current G8 to a new G13. That means joining the leaders of the G8 together with five other big countries, namely Brazil, China, India, South Africa, and, either Indonesia or Mexico. Experience shows that small, informal bodies are more likely to deliver something meaningful than large institutionalized groups that get involved in bureaucratic foot-dragging and political entanglements.

New Prospects
What is to be done? The biggest problem in this approach of a G20-minus is acquiring the legitimacy that is involved in the act of speaking for the whole world community from the starting point of only 13 countries. To solve this quandary implies that the political leaders of these 13 countries would have to find a terrain of reciprocal confidence between them that has to be compatible with the representation at large they would be pretending to have from the whole community of nations.
Finding common grounds is a hard task to achieve. It will quite difficult to attain a perfect coordination of agendas between the big advanced and emerging countries and, together, among them and the international institutions. The world is simply not as globalized as required to attain this kind of interaction. Disparities of interests, differences of levels of development, imbalances between countries, many factors collude to render almost impossible this exercise of coordination.
A modest approach could be a more frequent interaction – once a year – between the leaders of the new G13. Sherpas of a special quality, meeting twice a year, could then be mobilized to discuss trade matters, environmental affairs, human rights protection, UN peace-keeping missions and the like, with specific mandates from their political leaders. But, don’t look at the UN for the organization of their agenda. It is difficult to implement anything through the UN, a too large and chaotic a body. Better to rely of the coordination of agendas of the three more important agencies for globalization: IMF, World Bank and WTO.
The main task of the “new sherpas” is to look for international economic coordination around relevant issues for the global community. A possible suggestion would be to try to establish a “global new deal”, exchanging extensive protection to investments and to proprietary riches (patents and the like), as well as other good microeconomic conditions for productive activity, from the side of developing countries (the recipients of FDI), against extensive licensing and effective investments and trade liberalization by rich countries and investors alike. This kind of deal, by extending property rights for the rich, could entail the strengthening of trade, financial and investment flows to the poor, giving a pretty little boost to globalization.
Traditional assistance for development, because it is ineffective, should be replaced, essentially, by a focus on educational improvements, that is, an extensive program for human resources qualification. Assistance as such should be limited to the implementation of a consistent program for eradicating most of infectious diseases in African countries and in some other developing countries. The main reason for the persistence of poverty in those countries is not the lack of resources, but the absence of governance and their non-integration into the world economy through trade links.
Assuming that the questions of democratic governance and human rights protection can be a conundrum for countries like China, or perhaps even Russia, the main target for the agenda of the new G13 could be the adoption of high standards for public governance in the technical meaning of this expression. It is a little too early to make democratic governance and respect for the human rights the decisive criteria for bilateral and-or multilateral cooperation. But these should be the ultimate goals of any kind of new global governance.

* Paulo Roberto de Almeida
Brazilian Diplomat, International Political Economy; Professor at University Center of Brasilia (Uniceub); (www.pralmeida.org)

[Shanghai, October 12, 2010]

Euro e socialismo cubano: mesmos combates - Moises Naim

Moises Naim sempre pretende surpreender, em seus artigos, com alguma imagem forte, algum tema impactante, alguma colocação provocadora. Nem sempre consegue, mas em todo caso tenta.
Sua comparação entre as agruras do euro e a esclerose final do socialismo cubano pode até ser interessante, mas obviamente os dois processos não têm absolutamente nada em comum, a não ser a advertência de dois anciãos quanto à necessidade de reformas, como ele destaca.
Em qualquer hipótese, o euro precisa de um novo ambiente econômico para sobreviver, enquanto o socialismo cubano precisa simplesmente ser enterrado, jogado na lata de lixo, esquecido.
Paulo Roberto de Almeida

Raúl Castro y Otmar Issing
MOISÉS NAÍM
El País, 23/01/2011

Raúl Castro y Otmar Issing no podrían ser más distintos. El primero es un militar caribeño y el segundo un economista europeo. Castro es uno de los padres fundadores del régimen comunista de Cuba e Issing es uno de los padres del euro. Mientras que Castro luchaba por exportar la revolución cubana, Issing trabajaba por la integración de Europa y es uno de los arquitectos del sistema monetario europeo. Castro está por cumplir 80 años e Issing tiene 75. No sé si se conocen, o si alguna vez hayan hablado, pero lo dudo.

A pesar de que no tienen nada en común, recientemente ambos sorprendieron al mundo con estridentes declaraciones acerca del inminente fracaso de los muy distintos proyectos a los cuales dedicaron sus vidas. La sorpresa no termina allí. Una aún mayor es que a pesar de las inmensas diferencias entre Cuba y Europa ambos recetan la misma medicina para evitar el colapso de su proyecto.

"O rectificamos o ya se acabó el tiempo de seguir bordeando el precipicio, nos hundimos", dijo el presidente Raúl Castro en un importante discurso a finales del año pasado. "Mi conclusión a comienzos del 2011 es sombría. Aún no hemos llegado a la hora de la verdad para el sistema monetario europeo. Solamente ha sido pospuesta", escribió Otmar Issing en esos mismos días. Según él, si los países europeos no hacen profundos cambios, el euro no sobrevivirá. Y a buen entendedor, pocas palabras: el fracaso del euro sería un devastador golpe para el proceso de integración europeo. El artículo de Issing tuvo un gran impacto debido a las credenciales de su autor, quien fuera miembro tanto del directorio del Banco Central de Alemania como del Banco Central Europeo, donde también fungió como su economista principal. Issing enfatiza que las transferencias financieras de los que llama "países disciplinados" a los que no lo son crean tensiones políticas que amenazan el futuro de la Unión Europea. Un modelo en el cual los países viven (y gastan) más allá de sus posibilidades es insostenible y está condenado al fracaso, reitera Issing.

A esa misma conclusión llegó el presidente cubano. Por tanto, en su reciente discurso anunció que a partir del 2011 "se irán introduciendo cambios estructurales y de conceptos en el modelo económico cubano". Y Castro tiene ideas muy claras acerca de lo que esto significa: cortar el gasto público, reducir los subsidios, flexibilizar el mercado laboral, disminuir el número de empleados públicos, aumentar la productividad, la producción y las exportaciones, disminuir restricciones a la actividad económica y promover las inversiones extranjeras. Issing no podría estar más de acuerdo. De hecho, esto mismo es lo que él recomienda para Europa.

Otro aspecto en el cual ambos coinciden es en que estas reformas son políticamente difíciles y que encontrarán mucha oposición. Anticipando las resistencias, Castro aclaró en su discurso cuál es su posición a quienes se opongan a los cambios: cualquier funcionario que "no esté convencido de nuestro programa de Gobierno, que renuncie", dijo Castro. También insistió en la imperante necesidad de "cambiar la mentalidad de los cubanos y de la dirigencia ante los nuevos escenarios económicos que vienen".

El presidente echó mano de ejemplos para ilustrar la necesidad de los cambios: "el pueblo vietnamita nos solicitó que le enseñáramos a sembrar café, y allá fuimos; se le enseñó, se le trasladó nuestra experiencia. Hoy Vietnam es el segundo exportador de café del mundo. Y un funcionario vietnamita le decía a su colega cubano: '¿Cómo es posible que ustedes que nos enseñaron a sembrar café, ahora nos estén comprando café?' No sé qué le habrá contestado el cubano. Seguro que le dijo: 'El bloqueo". Oír a Raúl Castro ironizando sobre el uso del bloqueo como excusa para justificar el fracaso económico cubano es, por decir lo menos, una ironía. Otra ironía es oírle decir que sus reformas no implican que haya dudas sobre la validez de la ideología del régimen: "Las medidas que estamos aplicando están dirigidas a preservar el socialismo, fortalecerlo y hacerlo verdaderamente irrevocable".

Recientemente, Fidel Castro escribió: "[En Cuba] nunca hemos escogido la ilegalidad, la mentira, la demagogia, el engaño al pueblo, la simulación, la hipocresía, el oportunismo, el soborno, la ausencia total de ética, los abusos de poder, incluso el crimen y las torturas repugnantes". Esta afirmación es tan creíble como la de Raúl cuando aclara que las reformas que está implementando no significan realmente ningún cambio ideológico en Cuba.

En todo caso, no sería malo que Raúl Castro converse con Otmar Issing. Después de todo, parece tener más ideas en común con él que con Fidel.

A ideologia do afrobrasileirismo: o debate continua...

Fui distinguido por uma chamada deste meu post:

A ideologia do afrobrasileirismo - um artigo PRA de 2004

no blog de meu colega de combates acadêmicos e debates intelectuais Orlando Tambosi, neste link: http://otambosi.blogspot.com/2011/01/afro-brasileirismo-apenas-uma-ideologia.html

E também por um extenso comentário do leitor sempre atento Paulo Araujo, que me permito transcrever aqui, in totum, para que não se perca como simples nota de rodapé.
Permito-me também esclarecer-lhe que conheço, desde longa data, o diário de Hipólito da Costa, de sua viagem aos Estados Unidos em 1798-1799, "Diário de Minha Viagem à Filadélfia", tendo escrito diversos trabalhos a respeito desse livro, cujas referências vou buscar para fazer um post especial, pois ele merece, nosso patrono do jornalismo independente, futuro editor do Correio Braziliense (editado em Londres, de 1808 a 1823).

Segue o comentário:

paulo araújo disse...

Caro Paulo

É o retorno ao idealismo chulé anti-iluminista pomposamente denominado pós-modernismo. Vivemos neste começo de século sob o império de uma metafísica cada vez mais influente: o relativismo. Tudo é discurso. E nesse plano discursivo, no qual o que é efetivo (histórico) é denunciado como “um texto a mais entre outros”, o que de fato existe é o trabalho incessante da construção e da desconstrução de narrativas. Assim, e todos estariam livres para, no plano narrativo, reeditar a realidade (o efetivo) do modo que bem entenderem. Assim, ganha quem grita mais alto.

O afrobrasileirismo, vertente ideológica “africana” do multiculturalismo, seria, então, mais uma trincheira na luta contra o imperialismo cultural, finalmente desvelado na pós-modernidade em sua forma de uma pretensa “racionalidade mais elevada”, mas que apenas legitima, no passado e no presente, a destruição de outras culturas.

Observo que em um outro pólo dessa discursividade descontrutivista é cada vez mais generalizada a denúncia de um outro engodo: “os americanos”. Os discursos pseudo-científicos do meio intelectual penetram o meio jornalístico e este, por sua vez, executa a sua função de caixa de ressonância do neologismo “os estadunidenses”.

Hipólito José da Costa partiu de Lisboa em 10 de outubro 1798 para os EUA, a serviço do governo português e a mando de D. Rodrigo de Souza Coutinho (futuro conde de Linhares). Partiu a bordo da corveta americana William e no mesmo dia iniciou um diário pessoal, que manteve atualizado até 27 de dezembro de 1799.

Em 1955 a ABL, na Coleção Afrânio Peixoto, publicou o diário sob o título DIÁRIO DA MINHA VIAGEM PARA FILADÉLFIA (1798-1799). Recomendo vivamente. Comprei o meu exemplar bem baratinho em sebo de SP. Acho que foram só R$ 12,00.

Tudo isso para lhe dizer que o neologismo "estadunidense" seria impossível na época de Hipólito. O tempo todo Hipólito registra que está na América, e quando se refere aos cidadãos da primeira república do mundo moderno ele os designa sempre por "os americanos". Por que? Simples. Era inconcebível para um europeu, mesmo que natural da Colônia do Sacramento, afirmar uma identidade (ou uma alteridade) americana ou mesmo brasileira. Ressalvo que dizer-se brasileiro na época de Hipólito, e até mesmo durante quase toda metade do século XIX no Brasil, era algo bem mais ligado à naturalidade, semelhante ao que hoje são os naturais de SP, MG, RJ, RS etc. Mesmo exilado em Londres, Hipólito pensava-se e agia como um integrante do império português e súdito de SAR. E também era assim com os espanhóis naturais das colônias hispânicas.

No entanto, os relativismos e seus ideólogos, que hoje nos aborrecem e nos insultam (vide a defesa dos direitos ao apedrejamento de mulheres no Irã e ao infanticídio entre populações indígenas no Brasil ) com o discurso multiculturalista politicamente correto, ignoram a história e, paradoxalmente, negam o direito dos cidadãos dos EUA a sua autodenominação original, nascida com a Revolução Americana: americanos. Ou seja, a cidadania e a conseqüente identidade americana forjaram-se sobretudo na guerra de libertação contra o opressivo e absolutista colonialismo inglês: americanos contra ingleses. Ao contrario do que propaga a ideologia antiamericana, essa identidade não foi roubada dos americanos nascidos no Continente (e afinal, essa identidade nem sequer existia), mas foi historicamente constituída como fato histórico absolutamente novo no Continente pelos cidadãos fundadores dos Estados Unidos da América. Já os britânicos do Canadá permaneceram, nessa ocasião, súditos fieis de Sua Alteza Real George III.

Sábado, Janeiro 22, 2011 11:09:00 PM

sábado, 22 de janeiro de 2011

A diferenca entre nos e os muito ricos - um exemplo

Se não estou enganado, o romancista americano Scott Fitzgerald, do Great Gatsby (1928, creio), escreveu uma vez que a diferença entre os ricos e nós é que eles, os ricos, têm dinheiro, muito dinheiro.
Também acho, mas eles também vivem cercados de empregados em grandes mansões, recheadas de obras de arte.
Aqui abaixo um exemplo da espécie, eu diria da pior espécie, que por acaso também é um dos grandes crápulas da criminalidade de colarinho branco no Brasil.
Não sei como um juiz deixa que um crápula desses acumule um débito de aluguel de mais de um milhão de reais. Vai ver o juiz também tem muuuuito dinheiro...
Paulo Roberto de Almeida

Ex-dono do Banco Santos é despejado de casa do Morumbi por dever aluguel
MARIO CESAR CARVALHO
FOLHA DE SÃO PAULO, 20/01/2011

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, que controlava o Banco Santos, foi despejado da casa em que morava no Morumbi, na zona sul de São Paulo. Ele não pagava o aluguel mensal de R$ 20 mil desde 2004. A dívida já alcançara R$ 1,727 milhão.

Edemar estava na casa por volta das 11h de hoje e recebeu Vânio Aguiar, o administrador judicial da massa falida do banco, e um oficial de Justiça.

Ex-banqueiro teve que deixar a mansão no Morumbi, em São Paulo, onde morava desde 2004 com a família
Segundo Vânio, ele tentou reverter a ordem de despejo até o último momento e não retirara nem roupas nem objetos pessoais da casa.

Edemar contou a Aguiar que ele e a mulher, Marcia Cid Ferreira, estavam de mudança para um flat.

O ex-banqueiro foi um dos mais importantes mecenas do país no final do século passado e ficou famoso pelas exposições que realizou na Bienal, como a "Brasil 500 Anos", apanhado da arte brasileira desde a chegada de Cabral, em 1500.

Após a quebra do Banco Santos, em novembro de 2004, foi condenado a 21 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Edemar, que recorre em liberdade, nega ter praticado esses crimes e diz que o banco não estava quebrado quando sofreu intervenção do Banco Central. O rombo, segundo o BC, era de R$ 2,5 bilhões.

A ordem de despejo foi dada pelo juiz Régis Rodrigues Bonvicino, da 1ª Vara Cível de Pinheiros, a pedido da massa falida do Banco Santos. A casa pertence à Atalanta, empresa criada pelo próprio Edemar, mas que foi retirada do seu controle.

Bonvicino determinou o despejo, o pagamento da dívida e a permanência dos e todos os bens no imóvel.

Edemar tinha uma coleção de arte avaliada entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões.

Algumas das obras mais caras foram enviadas para fora do país com a quebra do banco, mas acabaram recuperadas pelo FBI (a polícia federal dos Estados Unidos).

Parte da coleção, porém, continua na casa. Entre outros artistas, Edemar tem telas do americano Frank Stella e do alemão Anselm Kiefer e esculturas dos brasileiros Brecheret e Tunga.

O imóvel e as obras passam para a massa falida, ordenou o juiz, e devem ser vendidos "para satisfazer credores".

Bonvicino escreveu na decisão que Edemar e a mulher "não têm qualquer direito líquido e certo de permanecer no bem, porque possui ao menos duas outras residências, estando descaracterizado o conceito de bem de família para uma mansão de 4 mil metros quadrados de área construída e terreno de 8 mil metros quadrados".

Projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, a casa com a fachada de concreto aparente custou R$ 142,7 milhões, de acordo com documentos contábeis de Edemar revelados pela Folhaem 2005.

A mesa de mogno da sala de jantar, para 20 pessoas, consumiu US$ 390 mil (R$ 652 mil). Uma luminária do alemão Ingo Maurer custou 262,5 mil euros (R$ 592 mil).

A decoração da casa foi feita pelo arquiteto norte-americano Peter Marino, que assina as lojas da Channel.

A Folha procurou o advogado de Edemar, Luis Corvo, em seu escritório, mas ele não ligou de volta.