O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Bibliomaniacos: onde acomodar tudo isso?

Eu conheço esse problema: sem ser um colecionador de livros (apenas um leitor, comprador, emprestador de bibliotecas), já não sei onde colocar todos os meus livros.
Ao longo da vida, já doei muitos livros (fora aqueles emprestados e nunca devolvidos), mas também tive de comprar um escritório só para acomodar os acréscimos. Ele já está cheio. Será que vou precisar de outro escritório? Ou um maior? Ou uma casa inteira?
Enfim, dilemas de todo leitor compulsivo...
Paulo Roberto de Almeida

Acervos pessoais ''encalham'' em livrarias da cidade
13 de maio de 2011 | 0h 00
Edison Veiga e Flávia Tavares - O Estado de S.Paulo – pág. C10

Há esgotamento inclusive de espaço para guardar bibliotecas particulares de famílias paulistanas, que abrigam preciosidades

Quando se entra naquela livraria de obras antigas, com cheiro de páginas lidas e relidas e títulos que parecem fundamentais só pela imponência da capa de couro, pode-se ter a impressão de que se trata apenas de mais um sebo do centro de São Paulo. O que não se imagina é que naquelas estantes estão décadas de dedicação, investimentos e empenho de colecionadores e bibliófilos em encontrar as obras mais especiais. São as bibliotecas pessoais - que a Livraria Calil, descrita acima, comercializa -, que movimentam um mercado vultoso e internacional.

Raridades. Maristela, em sua livraria no centro de SP: 'Recebi ofertas da Turquia e dos Estados Unidos por algumas coleções, mas preferi não vender. Essas obras devem ficar no Brasil' (foto)

A diferença básica desta livraria para as outras é a preferência por vender bibliotecas pessoais inteiras, sem desmembrá-las - embora haja também obras avulsas nas prateleiras. Ali, estão acervos que valem de US$ 120 mil a US$ 2 milhões. Na verdade, falar em dólar está desatualizado. A compra e a venda de acervos valiosos são agora em euros.

"O mercado está globalizado. Recebi ofertas da Turquia e dos Estados Unidos por algumas coleções, mas preferi não vender. Acho que essas obras devem ficar no Brasil", explica Maristela Calil, herdeira da livraria e hoje sua administradora. Ela explica ainda o que distingue uma biblioteca pessoal de um lote: a biblioteca tem mais de mil volumes.

Entre as coleções mais significativas sob sua tutela está a do próprio pai, Líbano Calil. "Já avaliaram o acervo como o terceiro mais importante do Brasil, atrás do de José Mindlin e da família Safra", diz Maristela. São 15 mil volumes sobre assuntos brasileiros, encaixotados à espera de um comprador. Maristela já tentou vender para os governos federal, estadual e municipal. Sem sucesso. "O diretor da Biblioteca Nacional me disse que compraria se eu encontrasse um patrocinador", espanta-se Maristela. Com a coleção do pai, seriam vendidas as bibliotecas do jurista e agitador cultural Luiz Arrobas Martins, com 14 mil volumes, e do professor José Pedro Galvão de Sousa, com 7 mil. A do ex-prefeito de São Paulo, José Carlos de Figueiredo Ferraz, também está lá, mas seus familiares autorizaram que as obras fossem vendidas separadamente.

Famílias que optam por vender bibliotecas, e não doá-las, acreditam que o trabalho de uma vida inteira do bibliófilo tem valor e merece um preço. Muitas vezes, são famílias tradicionalíssimas, que, por estarem em dificuldades financeiras, preferem não falar. "Como são, em geral, pessoas conhecidas no meio social ou universitário, elas não gostam de ser identificadas para não serem mal interpretadas", afirma Eurico Brandão Júnior, do sebo Brandão. Ele afirma que chega a comprar cinco bibliotecas assim por mês - geralmente com mais de 2 mil exemplares cada. "Paguei R$ 15 mil pela última, que tinha acervo de 3 mil volumes, de História, Sociologia e Filosofia."

Também há quem prefira vender a coleção para instituições de renome, justamente para ter a garantia de que o acervo não se perderá - e ficará bem cuidado. "Minha família decidiu que venderia a biblioteca de 15 mil volumes de meu pai (o crítico literário João Alexandre Barbosa, morto em 2006) ao Instituto Moreira Salles, porque eles demonstram ter um cuidado técnico muito grande", afirma filho, o poeta Frederico Barbosa.

Novos ricos. Já os compradores variam de perfil: podem ser professores universitários, intelectuais, escritores, colecionadores de raridades - os mais fanáticos até checam sistematicamente os obituários dos jornais para ver se algum notório bibliófilo morreu e sua biblioteca entrará no circuito. E, cada vez mais, novos ricos que precisam de uma biblioteca respeitável para as recém-compradas mansões. "Já vendi uma biblioteca a um banqueiro que comprou sem nem ver os livros", lembra Maristela.

Há um esgotamento, inclusive de espaço, nas livrarias. "Para estocar um livro em São Paulo, excluindo a manutenção e a mão de obra, gastam-se mensalmente R$ 0,05 por unidade", explica Gunter Zibell, da livraria Bibliomania.

Líbano Calil passou 50 anos procurando títulos muito específicos, que compusessem um acervo especializado em assuntos brasileiros. A biblioteca está à venda há 17 anos. "Alguém pode considerar esse dinheiro empatado. Um livreiro, como eu, considera que está investido", argumenta Maristela.

Bibliotecas públicas aceitam doações de livros usados
13 de maio de 2011 | 0h 00
Edison Veiga e Flávia Tavares - O Estado de S.Paulo

Maior e mais tradicional biblioteca pública de São Paulo, a Mário de Andrade investiu R$ 123 mil em 2010 na aquisição de novos títulos - no total dos acervos das bibliotecas, a Prefeitura investiu quase R$ 2 milhões. Mas nem tudo o que entra em seus catálogos precisa ser comprado.

Quem quer se desfazer de livros pode procurar as bibliotecas públicas para doar. As obras precisam estar em bom estado - e livres de fungos ou infestação de insetos, que poderiam contaminar toda a biblioteca. Em geral, as instituições recebem o material pessoalmente e fazem uma triagem.

Com a Mário de Andrade, entretanto, o processo é um pouco diferente. Isso "em razão de ser uma das mais procuradas", como informa a administração.

Ali, antes é preciso elaborar a listagem das obras (com título, autor, ano de publicação, edição e editora) e encaminhá-la para bmadesenvcolecoes@prefeitura.sp.gov.br. A mensagem deve ser identificada: nome, sobrenome, cidade e telefone para contato. Em dez dias, a relação é analisada e respondida pela biblioteca. Só então o material aprovado deve ser encaminhado.

Coleção. Assim que o editor e artista gráfico Massao Ohno morreu, no ano passado, sua viúva e amigos passaram a se mexer para que sua biblioteca - cerca de 600 títulos de poesia contemporânea - fosse incorporada pela Mário de Andrade. "Não queria que se transformasse em dinheiro, achava que precisava se tornar público na biblioteca que ele tanto gostava", conta a viúva, Marjorie Sonnenschein.

Outro caso de doação ilustre, um pouco mais antiga, é o da vasta biblioteca de 20 mil volumes do poeta e tradutor Haroldo de Campos, morto em 2003. "A família dele recebeu ofertas para vender para instituições estrangeiras. Mas optou para que permanecesse no Brasil", conta o poeta Frederico Barbosa. Ele se tornou "guardião" do acervo desde 2004, quando a coleção foi doada ao Estado e passou a ficar na Casa das Rosas, na Avenida Paulista.

Livreira dá dicas de como montar uma boa coleção
13 de maio de 2011 | 0h 00
Flávia Tavares - O Estado de S.Paulo

A livreira Maristela Calil dá dicas a quem quer montar uma biblioteca pessoal valiosa, como a de seu pai, Líbano: "Um bom acervo deve ter, obrigatoriamente, obras de referência. Aquelas que estão sempre citadas nas bibliografias de outros livros, porque são ricas conceitualmente".

Um segundo quesito importante é a raridade, a peculiaridade das obras. "Tem livreiro que, sem avaliar o acervo, oferece um preço fechado de R$ 0,50 por livro. Eu faço questão de olhar volume por volume e, se houver uma preciosidade ali, pagar o preço justo por ela."

Por fim, Maristela ressalta que a preservação dos livros custa caríssimo e, por isso, é muito importante que eles estejam bem conservados na hora da venda. "Meu pai passou cinco décadas indo a sebos, formando uma biblioteca. E ela realmente é especial. Quanto vale um trabalho desse?", pergunta a livreira

Los hermanos en guerra comercial: full retaliation now?

Parece que vamos entrar numa "drôle de guerre", como os franceses se referiam à guerra europeia nos seus primeiros oito meses, ou seja, limitada à invasão da Polônia pelos exércitos hitleristas, uma tensão na frente ocidental e amplo acordo entre as duas ditaduras xipófagas, de Hitler e Stalin, que se encarregaram de desmembrar a Polônia.
Entre o Brasil e a Argentina não vai se chegar a tanto, mas continuarão as escaramuças pelos próximos dias. Vai ser gozado assistir à próxima cúpula do Mercosul...
Paulo Roberto de Almeida

Engarrafamento na fronteira
Para retaliar Argentina, Brasil suspende importações de automóveis de todo o mundo
Eliane Oliveira, Janaína Figueiredo (Correspondente) e Aguinaldo Novo (O Globo)

Com a arma apontada para a Argentina, o Brasil suspendeu do processo de licenciamento automático as importações de automóveis prontos de todo o mundo na terça-feira. Com isso, o desembaraço desses produtos, antes imediato, agora ocorrerá em até 60 dias. Foi uma resposta ao protecionismo dos argentinos, que poderão deixar de vender ao mercado brasileiro algo em torno de US$5,2 bilhões ao ano, segundo estimativas de técnicos do governo brasileiro.

Como a medida é considerada uma salvaguarda - prevista na Organização Mundial do Comércio (OMC) -, pelas leis internacionais de comércio a restrição teve de ser estendida a todos os fornecedores, para não ser caracterizada como discriminatória. Além da Argentina, haverá reflexos nas compras de veículos de México, China, Europa, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, o que pode dar um alívio à balança comercial, tendo em vista o forte crescimento das importações de veículos.

O governo Cristina Kirchner divulgou ontem à noite nota oficial, assinada pela secretária de Indústria, Débora Giorgi, na qual afirma que "a aplicação de licenças não automáticas para o setor de automóveis foi adotada de forma intempestiva e sem aviso prévio, afetando assim 50% do total do comércio bilateral". A Casa Rosada havia recebido na véspera a carta enviada pelo ministro de Indústria e Comércio Fernando Pimentel.


A secretária afirmou que quando a Argentina aplicou, em fevereiro, 200 novas licenças não automáticas, "informou o Brasil dez dias antes do anúncio oficial, e a medida entrou em vigência somente 30 dias depois". Para ela, esse comportamento "atenta contra o diálogo natural entre os sócios majoritários do Mercosul".

Autopeças e vinhos podem ser incluídos
Segundo fontes da secretaria, a Casa Rosada foi informada de demoras na entrada de veículos da Toyota e da Mercedes Benz no Brasil. Para o governo Kirchner, disseram fontes, estão por trás da medida os "poderosos industriais de São Paulo".

Conforme antecipou O GLOBO na semana passada, as autoridades brasileiras estão irritadas com a Argentina, que mantém sob o regime de licença não automática 600 itens, a maioria exportada pelo Brasil. Por isso, decidiram retaliar.

A balança comercial automotiva (veículos e autopeças) brasileira vem se deteriorando: até 2008 era superavitária em US$10 bilhões, mas em 2010 teve déficit de US$6 bilhões. De 2005 até agora, a exportação de veículos passou de 30% para 14% da produção nacional. Segundo o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), no primeiro trimestre deste ano as importações de automóveis subiram quase 50%. As compras oriundas da Argentina cresceram 40%; as da Coreia do Sul, 46%; e as da Alemanha, mais de 75%.

O governo tomou a medida, que provocou a retenção de caminhões na fronteira entre os dois países, sem confirmá-la oficialmente. Mas um alto funcionário avisou que, "em princípio", as licenças deixam de ser automáticas para automóveis, dando a entender que, se não houver uma resposta positiva dos vizinhos, outros itens, como autopeças, vinhos e lácteos, podem ser incluídos na nova regra.

Segundo técnicos envolvidos no assunto, até o fim da tarde de ontem, não houve contatos entre autoridades de primeiro escalão dos dois países. Debora Giorgi tentou falar por telefone com Pimentel, que não a atendeu e repassou a ligação à secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.

Para a Argentina, o superávit de US$4 bilhões registrado pelo Brasil no comércio bilateral confirma a necessidade de manter o protecionismo - motivado pela queda do superávit fiscal, de US$16,8 bilhões em 2009 para US$12 bilhões no ano passado.

Risco de faltar veículos é pequeno
Representantes das montadoras minimizaram o impacto da medida, e alguns disseram ter o compromisso informal do governo de que ela só seria aplicada à Argentina, de onde vêm o Siena (Fiat), o Agile (GM) e o Space Fox (Volks). A Anfavea, que representa as montadoras, diz que a medida não vai interromper as importações, apesar de elevar a burocracia. Sobre um possível prejuízo aos consumidores afirma que, sem o teor oficial da medida, não seria possível avaliar. Para o consultor Luiz Carlos Augusto, da Jato Dynamics do Brasil, esse risco seria pequeno devido à elevada oferta de veículos.

A Abeiva, que reúne as importadoras de veículos, não comentou a decisão. Mas representantes de algumas empresas disseram ter recebido "a garantia" de que as compras de outras regiões não seriam afetadas.

- Fizemos hoje um teste, e só houve mesmo problema na alfândega com a Argentina - disse um empresário.

'Mais de 20 anos sem essa medida'
RENATO BAUMANN

BRASÍLIA. Para o economista Renato Baumann, ex-representante da Cepal no Brasil, as ações para dificultar a importação de carros são "medidas de gaveta". Hoje no Ipea e na UnB, ele alertou para o risco de problemas com outros países, a não ser que a lentidão no desembaraço se aplique, informalmente, só a carros argentinos.

Não é um passo muito grande frear importações do mundo todo apenas para atingir a Argentina?
RENATO BAUMANN: Aparentemente, a medida é para atingir a Argentina, e o governo brasileiro não poderia agir de forma mais direta, para não ferir as normas internacionais de comércio. Há mais de 20 anos não se toma esse tipo de medida de gaveta, em que se misturam decisões administrativas e demora na liberação de mercadorias para limitar importações. Mas acredito que haja algo mais, pois as importações de automóveis, de forma geral, têm crescido bastante nos últimos anos. Seria também uma forma de tampar o ralo na balança comercial.

O governo brasileiro agiu certo em relação aos argentinos?
BAUMANN: O governo argentino não cumpriu o prometido de normalizar o desembaraço das mercadorias brasileiras. Não dá para dizer o que isso pode significar a médio prazo, pois há um componente político novo. É possível até que a medida seja revogada nas próximas horas, pois quanto mais tempo vigorar, maior o impacto.

Como fazer para evitar a ira dos outros países?
BAUMANN: Como é uma medida administrativa, pode significar que o fiscal, lá na ponta, seja orientado a agilizar o desembaraço para veículos de outras nacionalidades, demorando mais com os argentinos. Espero que haja um entendimento, pois se a Argentina decidir retaliar, será o pior que poderá acontecer. (Eliane Oliveira)

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Medida é atentado a diálogo, diz Argentina
Ariel Palacios e Marina Guimarães - CORRESPONDENTES
O Estado de S.Paulo, 13/05/2011

Débora Giorgi, ministra da Indústria do país vizinho, reage e afirma que o Brasil está agindo de "forma intempestiva e sem aviso"

BUENOS AIRES - Em um comunicado emitido na noite de ontem, a ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, criticou as medidas brasileiras que dificultam a entrada de automóveis argentinos no Brasil e acusou o Ministério do Desenvolvimento brasileiro de "atentar contra o diálogo natural" dos dois sócios comerciais.

Famosa por suas posições duras em relação ao Brasil, a ministra afirmou que, "com a aplicação de licenças não automáticas para o setor automotivo, o Ministério do Desenvolvimento do Brasil está agindo de forma intempestiva e sem aviso, afetando 50% do comércio bilateral".

A ministra, conhecida como "Senhora Protecionismo", sustentou que ficou sabendo da medida brasileira por meio dos empresários argentinos. "Quando a Argentina aplicou em fevereiro passado 200 posições novas em licenças não automáticas, o governo argentino informou o Brasil dez dias antes do anúncio oficial e a medida só entrou em vigência 30 dias depois."

Ontem a Associação de Fabricantes de Automotores (Adefa) disse que a medida causou surpresa porque não houve nenhuma informação nem para as montadoras no Brasil nem na Argentina, tampouco para o governo.

Débora Giorgi também disse que as medidas "repercutem sobre um setor, como a cadeia automotiva, onde a Argentina possui um déficit crescente, que no primeiro trimestre de 2011 foi de US$ 1 bilhão e duplicou o volume do mesmo período de 2010".

A ministra, autora de várias medidas protecionistas contra produtos brasileiros, afirmou que "esse tipo de comportamento (do ministério) atenta contra o diálogo natural dos dois maiores sócios do Mercosul". "E, fundamentalmente, afeta o compromisso de equilibrar a balança comercial que as duas presidentes assumiram, para conseguir uma industrialização harmônica."

A decisão do governo brasileiro é um duro golpe às montadoras instaladas na Argentina, "meninas dos olhos" do governo de Cristina Kirchner. Analistas consultados pelo Estado em Buenos Aires indicaram que a medida mostraria que a "paciência estratégica" do Brasil com a Argentina, ao longo dos oito anos do governo Lula, teria acabado.

Destino. "O Brasil é o destino por excelência das vendas argentinas de veículos. Por isso, parece que é uma retaliação encoberta", disse ao Estado o economista Mauricio Claverí, da consultoria Abeceb. "Sem dúvida, é a forma de retaliar que mais tem efeito sobre o governo Kirchner."

"Em 2009, quando o Brasil retaliou barreiras argentinas com a aplicação de medidas contra alimentos argentinos, o efeito foi rápido e o governo Kirchner cedeu. No caso das exportações automotivas, que são o "coração" das vendas ao exterior, a resposta deve ser ainda mais rápida." Na sequência, Claverí usou uma expressão tipicamente argentina para dizer que o conflito não chegará a um ponto sem retorno: "La sangre no llegará al río (o sangue não chegará ao rio)".

Em 2010, do total de 457 mil veículos exportados pela Argentina, 370 mil foram enviados ao Brasil, o equivalente a 81% das vendas do setor ao exterior. Em dinheiro, foram US$ 5,3 bilhões, de um total de US$ 6,584 bilhões exportados ao Brasil.

Segundo a Adefa, as exportações de automóveis já estão sendo barradas na fronteira por causa do licenciamento não automático anunciado pelo governo brasileiro. "Algumas empresas já foram afetadas pela medida. Elas contavam com licenças automáticas quando fizeram os embarques, mas ao chegar à fronteira as autoridades brasileiras não liberaram a entrada", disse o secretário executivo da Adefa, Fernando Canedo.

Canedo não quis identificar queis seriam as empresas atingidas, mas a Agência Estado apurou com fontes do mercado que seriam a Mercedes-Benz, a Toyota e a General Motors. "Hoje são apenas três, mas nos próximos dias serão todas as montadoras", disse a fonte.

PARA ENTENDER
Ao longo da última década, o setor automotivo argentino saiu do inferno em direção ao paraíso. O fundo do poço ocorreu em 2002, em meio à maior crise econômica, social e financeira da Argentina, quando a produção automotiva foi de apenas 90 mil unidades, a marca mais baixa desde 1960. Mas desde 2003, o setor começou uma recuperação persistente, em grande parte por causa do mercado brasileiro. Em 2010, o país produziu 724 mil unidades.

Uruguai se diz cansado de barreiras
Ariel Palacios - BUENOS AIRES
O Estado de S.Paulo, 13/05/2011

O governo do presidente uruguaio José Mujica, cansado das constantes violações do espírito de livre comércio do Mercosul, propôs aos dois principais sócios - o Brasil e a Argentina - que os países do bloco avisem com 15 dias de antecedência as eventuais aplicações de medidas protecionistas.

No pedido, que misturou ironia com frustração pela falta de cumprimento das normas de livre comércio, o governo do Uruguai destacou que se trata de "15 dias úteis antes de sua entrada em vigência" e os anúncios não somente deveriam incluir as tradicionais licenças não automáticas, mas também "medidas de qualquer tipo".

Para evitar que em Buenos Aires e Brasília os governos interpretem de forma incorreta o pedido uruguaio, o diretor nacional de Indústrias, Sebastián Torres, detalhou as barreiras que deveriam ser avisadas com antecedência: "As cotas, as disposições sobre etiquetados, os requisitos técnicos, medidas sanitárias ou fitossanitárias, a exigência da apresentação de qualquer tipo de certificado para autorizar uma importação e critérios-valor".

Em fevereiro passado o Uruguai foi pego de surpresa por uma saraivada de medidas protecionistas do governo argentino, que aplicou barreiras a 585 produtos fabricados no país. Segundo o Uruguai, "a aplicação de medidas não alfandegárias impede o livre comércio".

O governo uruguaio quer que o Mercosul defina o assunto até a cúpula que o bloco do Cone Sul realizará em Assunção, Paraguai, nos dias 23 e 24 de junho.

Nessa cúpula - que promete ser agitada pelo ressurgimento dos conflitos comerciais -, os países-sócios celebrariam de forma atrasada os 20 anos da criação do Mercosul, que completou duas décadas em março passado.

De quebra, Hugo Chávez promete insistir com a aprovação da entrada da Venezuela como sócio pleno. A entrada oficial do país foi aprovada pelos parlamentos do Uruguai, Argentina e Brasil. Ainda depende do Senado paraguaio, onde a oposição - que tem a maioria - se recusa a aceitar o país no bloco.

Nixon sobre a China: resenha de livro no NYTimes

Henry Kissinger on China
By MAX FRANKEL
The New York Times Review of Books, May 13, 2011

ON CHINA
By Henry Kissinger
Illustrated. 586 pp. The Penguin Press. $36.

Henry Kissinger was not only the first official American emissary to Communist China, he persisted in his brokerage with more than 50 trips over four decades, spanning the careers of seven leaders on each side. Diplomatically speaking, he owns the franchise; and with “On China,” as he approaches 88, he reflects on his remarkable run.

To the degree that Washington and Beijing now understand each other, it is in good measure because Kissinger has been assiduously translating for both sides, discerning meaning in everything from elliptical jokes to temper tantrums. At every juncture, he has been striving to find “strategic concepts” that could be made to prevail over a history of conflict, mutual grievance and fear. As President Nixon’s national security adviser, then secretary of state for Nixon and Gerald Ford, and since 1977 as a private interlocutor extraordinaire, Kissinger has been unwaveringly committed to surmounting what he considers the legitimate Chinese resentment of American interference in their internal affairs and Americans’ distaste for China’s brutal suppression of ethnic, religious and political dissent.

The surprise buried in his lumbering review of Sino-American relations is that the much ballyhooed Nixon-Kissinger journeys to China in 1971-72 turned out to have been the easy part. “That China and the United States would find a way to come together was inevitable given the necessities of the time,” he writes. “It would have happened sooner or later whatever the leadership in either country.” Both nations were exhausted from war (Vietnam, clashes on the Soviet border) and domestic strife (antiwar protests in Nixon’s case, the Cultural Revolution in Mao’s). Both were determined to resist Soviet advances and so could quickly agree to make common cause. The menace of Moscow took the leaders’ minds off confrontations in Vietnam and Taiwan and quelled their ritual denunciations, whether of international imperialism or Communism. They decided that the adversary of my adversary was my pal, and for more than a decade that was fruitfully that.

But that was a different time. China finally escaped from Mao Zedong’s mad doctrine of perpetual revolution and from the enfeebling nostrums of central planning; it became an industrial powerhouse. The Soviet Union and its empire collapsed. And the United States, feeling supreme, began promoting democracy with missionary zeal even as it grew dangerously addicted to foreign oil, goods and credit. The radical shift in the balance of power turned China and the United States into mutually dependent economic giants, but it left them without an overarching strategic design of partnership.

It is to demonstrate the need for such a design that Kissinger reviews the ups and downs of Sino-American relations, reaching even into ancient Chinese history to define national characteristics. (He finds it apt that the Chinese like to play “wei qi,” or “go,” a protracted game of encirclement while we play chess, looking for control of the center and total victory.) Kissinger draws heavily on much recent scholarship and on notes of his trips to Beijing to celebrate the pragmatism of Mao’s successors. He says they are content to remain within their restored historic frontiers, willing to await a peaceful reunion with Taiwan, and most determined to continue their remarkable economic growth and to eradicate China’s still widespread poverty. He is less confident about America’s capacity to sustain a steady foreign policy, noting that “the perpetual psychodrama of democratic transitions” is a constant invitation to other nations to “hedge their bets” on us.

As students of Kissinger well know, he has long considered democracy to be a burden on statecraft — both the clamor of democracy within the United States and our agitations for democracy in other lands.

He recalls yet again his agonies in office in the 1970s, when he thought that American demonstrations during the Vietnam War could have misled Mao into believing that a “genuine world revolution” was at hand. He argues that the “destruction” of Nixon in the Watergate crisis, the withdrawal of Congressional support for Vietnam, new curbs on presidential war powers and the “hemorrhaging” of intelligence secrets all combined to undermine the quasi alliance with China, making America appear ineffectual against the Soviets. He is glad that Jimmy Carter did not let his human rights concerns upset relations with China and that Ronald Reagan’s cheerful personality overcame the “almost incomprehensible contradictions” of his dealings with Beijing even as he promoted the idea of an independent Taiwan.

The severest test of the quasi alliance, of course, was the brutal suppression of democratic strivings in Tiananmen Square in 1989. That violent crackdown also tested Kissinger’s tolerance for the assertion of American values in foreign relations.

Looking back, he believes everything depends on circumstances: “There are instances of violations of human rights so egregious,” he writes, “that it is impossible to conceive of benefit in a continuing relationship; for example, the Khmer Rouge in Cambodia, and the genocide in Rwanda. Since public pressure shades either into regime change or a kind of abdication, it is difficult to apply to countries with which a continuous relationship is important for American security. This is especially the case with China, so imbued with the memory of humiliating intervention by Western societies.”

And so Kissinger admires the way President George H. W. Bush, “with skill and elegance,” walked the “tightrope” of punishing China with sanctions after Tiananmen while simultaneously apologizing with private letters and special emissaries. President Bill Clinton tried applying pressure for a time, Kissinger notes, but was shown no gratitude when he wisely relented; the Chinese “did not view the removal of a unilateral threat as a concession, and they were extraordinarily touchy regarding any hint of intervention in their domestic affairs.” And President George W. Bush, despite his “freedom agenda,” earns Kissinger’s praise for overcoming “the historic ambivalence between America’s missionary and pragmatic approaches,” by means of “a sensible balance of strategic priorities.”

If America’s preference for democratic governance is made the main condition for progress on other issues with China, Kissinger concludes, “deadlock is inevitable.” Those who battle to spread American values deserve respect. “But foreign policy must define means as well as objectives, and if the means employed grow beyond the tolerance of the international framework or of a relationship considered essential for national security, a choice must be made.” That choice “cannot be fudged,” he insists, even as he attempts to protect his flanks with a fudge of his own: “The best outcome in the American debate would be to combine the two approaches: for the idealists to recognize that principles need to be implemented over time and hence must be occasionally adjusted to circumstance; and for the ‘realists’ to accept that values have their own reality and must be built into operational policies.”

Still, in the end, Kissinger votes for national security über alles. Scattered through his history are tributes to American values and commitments to human dignity, which may indeed sometimes drive our policies beyond calculations of the national interest. Exactly that happened, in fact, after “On China” went to press, when President Obama ventured into Libya. Kissinger was perhaps surprised when that humanitarian intervention and bid for regime change failed to evoke a Chinese veto at the United Nations. But in Asia now more than Europe, he argues, “sovereignty is considered paramount,” and any attempt “from the outside” to alter China’s domestic structure “is likely to involve vast unintended consequences.” Besides, as he used to insist while practicing realpolitik in Washington, the cause of peace is also a moral pursuit.

This central theme of Kissinger’s experience and counsel must be distilled from the sometimes ­meandering and largely familiar history he tells in “On China.” Only in its last pages does he discuss the essential question of future Sino-American relations: With no common enemy to bind them, what will keep the peace and promote collaboration and trust between the world’s major ­powers?

Kissinger addresses this question by looking to the past, a memorandum written by a senior official of the British Foreign Office, Eyre Crowe, in 1907. Crowe argued that it was in Germany’s interest to “build as powerful a navy as she can afford” and that this would itself lead to “objective” conflict with the British Empire, no matter what German diplomats said or did. There is today a “Crowe school of thought” in the United States, Kissinger observes, which sees China’s rise “as incompatible with America’s position in the Pacific” and therefore best met with pre-emptively hostile policies. He perceives growing anxieties in both societies and fears they are exacerbated by Americans who claim that democracy in China is a prerequisite for a trusting relationship. He warns that the implied next cold war would arrest progress in both nations and cause them to “analyze themselves into self-fulfilling prophecies” when in reality their main competition is more likely to be economic than military.

Indulging his habitual preference for diplomatic architecture, Kissinger insists that the common interests the two powers share should make possible a “co-evolution” to “a more comprehensive ­framework.” He envisions wise leaders creating a “Pacific community” comparable to the Atlantic community that America has achieved with Europe. All Asian nations would then participate in a system perceived as a joint endeavor rather than a contest of rival Chinese and American blocs. And leaders on both Pacific coasts would be obliged to “establish a tradition of consultation and mutual respect,” making a shared world order “an expression of parallel national aspirations.”

That was indeed the mission of the very first Kissinger journey to Beijing. And while he does not quite say so, he invests his hopes in a concert of nations represented, of course, by multiple Kissingers.

Max Frankel, a former executive editor of The Times, covered the Nixon-Kissinger journey to China in 1972.

China ou India: onde voce preferiria morar?

Eu, pessoalmente, em nenhum dos dois.
Existem vários motivos, mas apontaria apenas dois: gosto de livrarias com amplo estoque de livros de todas as origens, variedades, tipos de literatura, não apenas daquela onde alguém precisa dizer o que eu posso ou não ler; também gosto de sociedades sem nenhum tipo de divisão social, pelo menos quanto aos méritos, origens e filiações de algum tipo, sociedades abertas às oportunidades e aos talentos. Apenas isto...
Paulo Roberto de Almeida

Quality of Life: India vs. China
Amartya Sen
THE NEW YORK REVIEW OF BOOKS, MAY 12, 2011

1.
The steadily rising rate of economic growth in India has recently been around 8 percent per year (it is expected to be 9 percent this year), and there is much speculation about whether and when India may catch up with and surpass China’s over 10 percent growth rate. Despite the evident excitement that this subject seems to cause in India and abroad, it is surely rather silly to be obsessed about India’s overtaking China in the rate of growth of GNP, while not comparing India with China in other respects, like education, basic health, or life expectancy. Economic growth can, of course, be enormously helpful in advancing living standards and in battling poverty. But there is little cause for taking the growth of GNP to be an end in itself, rather than seeing it as an important means for achieving things we value.
It could, however, be asked why this distinction should make much difference, since economic growth does enhance our ability to improve living standards. The central point to appreciate here is that while economic growth is important for enhancing living conditions, its reach and impact depend greatly on what we do with the increased income. The relation between economic growth and the advancement of living standards depends on many factors, including economic and social inequality and, no less importantly, on what the government does with the public revenue that is generated by economic growth.
Some statistics about China and India, drawn mainly from the World Bank and the United Nations, are relevant here. Life expectancy at birth in China is 73.5 years; in India it is 64.4 years. The infant mortality rate is fifty per thousand in India, compared with just seventeen in China; the mortality rate for children under five is sixty-six per thousand for Indians and nineteen for the Chinese; and the maternal mortality rate is 230 per 100,000 live births in India and thirty-eight in China. The mean years of schooling in India were estimated to be 4.4 years, compared with 7.5 years in China. China’s adult literacy rate is 94 percent, compared with India’s 74 percent according to the preliminary tables of the 2011 census.
As a result of India’s effort to improve the schooling of girls, its literacy rate for women between the ages of fifteen and twenty-four has clearly risen; but that rate is still not much above 80 percent, whereas in China it is 99 percent. One of the serious failures of India is that a very substantial proportion of Indian children are, to varying degrees, undernourished (depending on the criteria used, the proportion can come close to half of all children), compared with a very small proportion in China. Only 66 percent of Indian children are immunized with triple vaccine (diphtheria/pertussis/tetanus), as opposed to 97 percent in China.
Comparing India with China according to such standards can be more useful for policy discussions in India than confining the comparison to GNP growth rates only. Those who are fearful that India’s growth performance would suffer if it paid more attention to “social objectives” such as education and health care should seriously consider that notwithstanding these “social” activities and achievements, China’s rate of GNP growth is still clearly higher than India’s.
2.
Higher GNP has certainly helped China to reduce various indicators of poverty and deprivation, and to expand different features of the quality of life. There is every reason to want to encourage sustainable economic growth in India in order to improve living standards today and in the future (including taking care of the environment in which we live). Sustainable economic growth is a very good thing in a way that “growth mania” is not.
GNP per capita is, however, not invariably a good predictor of valuable features of our lives, for those features depend also on other things that we do—or fail to do. Compare India with Bangladesh. In income, India has a huge lead over Bangladesh, with a GNP per capita of $1,170, compared with $590 in Bangladesh, in comparable units of purchasing power. This difference has expanded rapidly because of India’s faster rate of recent economic growth, and that, of course, is a point in India’s favor. India’s substantially higher rank than Bangladesh in the UNHuman Development Index (HDI) is largely due to this particular achievement. But we must ask how well India’s income advantage is reflected in other things that also matter. I fear the answer is: not well at all.
Life expectancy in Bangladesh is 66.9 years compared with India’s 64.4. The proportion of underweight children in Bangladesh (41.3 percent) is lower than in India (43.5), and its fertility rate (2.3) is also lower than India’s (2.7). Mean years of schooling amount to 4.8 years in Bangladesh compared with India’s 4.4 years. While India is ahead of Bangladesh in the male literacy rate for the age group between fifteen and twenty-four, the female rate in Bangladesh is higher than in India. Interestingly, the female literacy rate among young Bangladeshis is actually higher than the male rate, whereas young women still have substantially lower rates than young males in India. There is much evidence to suggest that Bangladesh’s current progress has a great deal to do with the role that liberated Bangladeshi women are beginning to play in the country.
What about health? The mortality rate of children under five is sixty-six per thousand in India compared with fifty-two in Bangladesh. In infant mortality, Bangladesh has a similar advantage: it is fifty per thousand in India and forty-one in Bangladesh. While 94 percent of Bangladeshi children are immunized withDPT vaccine, only 66 percent of Indian children are. In each of these respects, Bangladesh does better than India, despite having only half of India’s per capita income.
Of course, Bangladesh’s living conditions will benefit greatly from higher economic growth, particularly if the country uses it as a means of doing good things, rather than treating economic growth and high per capita income as ends in themselves. It is to the huge credit of Bangladesh that despite the adversity of low income it has been able to do so much so quickly; the imaginative activism of Bangladeshi NGOs (such as the Grameen Bank, the pioneering microcredit institution, and BRAC, a large-scale initiative aimed at removing poverty) as well as the committed public policies of the government have both contributed to the results. But higher income, including larger public resources, will obviously enhance Bangladesh’s ability to achieve better lives for its people.
3.
One of the positive things about economic growth is that it generates public resources that the government can devote to its priorities. In fact, public resources very often grow faster than the GNP. The gross tax revenue, for example, of the government of India (corrected for price rise) is now more than four times what it was just twenty years ago, in 1990–1991. This is a substantially bigger jump than the price-corrected GNP.
Expenditure on what is somewhat misleadingly called the “social sector”—health, education, nutrition, etc.—has certainly gone up in India. And yet India is still well behind China in many of these fields. For example, government expenditure on health care in China is nearly five times that in India. China does, of course, have a larger population and a higher per capita income than India, but even in relative terms, while the Chinese government spends nearly 2 percent of GDP (1.9 percent) on health care, the proportion is only a little above one percent (1.1 percent) in India.
One result of the relatively low allocation of funds to public health care in India is that large numbers of poor people across the country rely on private doctors, many of whom have little medical training. Since health is also a typical example of “asymmetric information,” in which the patients may know very little about what the doctors (or “supposed doctors”) are giving them, even the possibility of fraud and deceit is very large. In a study conducted by the Pratichi Trust—a public interest trust I set up in 1999—we found cases in which the ignorance of poor patients about their condition was exploited so as to make them pay for treatment they didn’t get. This is the result not only of shameful exploitation, but ultimately of the sheer unavailability of public health care in many parts of India. The benefit that we can expect to get from economic growth depends very much on how the public revenue generated by economic growth is expended.
4.
When we consider the impact of economic growth on people’s lives, comparisons favor China over India. However, there are many fields in which a comparison between China and India is not related to economic growth in any obvious way. Most Indians are strongly appreciative of the democratic structure of the country, including its many political parties, systematic free elections, uncensored media, free speech, and the independent standing of the judiciary, among other characteristics of a lively democracy. Those Indians who are critical of serious flaws in these arrangements (and I am certainly one of them) can also take account of what India has already achieved in sustaining democracy, in contrast to many other countries, including China.
Not only is access to the Internet and world opinion uncensored and unrestricted in India, a multitude of media present widely different points of view, often very critical of the government in office. India has a larger circulation of newspapers each day than any other country in the world. And the newspapers reflect contrasting political perspectives. Economic growth has helped—and this has certainly been a substantial gain—to expand the availability of radios and televisions across the country, including in rural areas, which very often are shared among many users. There are at least 360 independent television stations (and many are being established right now, judging from the licenses already issued) and their broadcasts reflect a remarkable variety of points of view. More than two hundred of these TV stations concentrate substantially or mainly on news, many of them around the clock. There is a sharp contrast here with the monolithic system of newscasting permitted by the state in China, with little variation of political perspectives on different channels.
Freedom of expression has its own value as a potentially important instrument for democratic politics, but also as something that people enjoy and treasure. Even the poorest parts of the population want to participate in social and political life, and in India they can do so. There is a contrast as well in the use of trial and punishment, including capital punishment. China often executes more people in a week than India has executed since independence in 1947. If our focus is on a comprehensive comparison of the quality of life in India and China, we have to look well beyond the traditional social indicators, and many of these comparisons are not to China’s advantage.
Could it be that India’s democratic system is somehow a barrier to using the benefits of economic growth in order to enhance health, education, and other social conditions? Clearly not, as I shall presently discuss. It is worth recalling that when India had a very low rate of economic growth, as was the case until the 1980s, a common argument was that democracy was hostile to fast economic growth. It was hard to convince those opposed to democracy that fast economic growth depends on an economic climate congenial to development rather than on fierce political control, and that a political system that protects democratic rights need not impede economic growth. That debate has now ended, not least because of the high economic growth rates of democratic India. We can now ask: How should we assess the alleged conflict between democracy and the use of the fruits of economic growth for social advancement?
5.
What a democratic system achieves depends greatly on which social conditions become political issues. Some conditions become politically important issues quickly, such as the calamity of a famine (thus famines tend not to occur at all when there is a functioning democracy), while other problems—less spectacular and less immediate—provide a much harder challenge. It is much more difficult to use democratic politics to remedy undernourishment that is not extreme, or persistent gender inequality, or the absence of regular medical care for all. Success or failure here depends on the range and vigor of democratic practice.1 In recent years Indian democracy has made considerable progress in dealing with some of these conditions, such as gender inequality, lack of schools, and widespread undernourishment. Public protests, court decisions, and the use of the recently passed “Right to Information” Act have had telling effects. But India still has a long way to go in remedying these conditions.
In China, by contrast, the process of decision-making depends largely on decisions made by the top Party leaders, with relatively little democratic pressure from below. The Chinese leaders, despite their skepticism about the values of multiparty democracy and personal and political liberty, are strongly committed to eliminating poverty, undernourishment, illiteracy, and lack of health care; and this has greatly helped in China’s advancement. There is, however, a serious fragility in any authoritarian system of governance, since there is little recourse or remedy when the government leaders alter their goals or suppress their failures.
The reality of that danger revealed itself in a catastrophic form in the Chinese famine of 1959–1962, which killed more than 30 million people, when there was no public pressure against the regime’s policies, as would have arisen in a functioning democracy. Mistakes in policy continued for three years while tens of millions died. To take another example, the economic reforms of 1979 greatly improved the working and efficiency of Chinese agriculture and industry; but the Chinese government also eliminated, at the same time, the entitlement of all to public medical care (which was often administered through the communes). Most people were then required to buy their own health insurance, drastically reducing the proportion of the population with guaranteed health care.
In a functioning democracy an established right to social assistance could not have been so easily—and so swiftly—dropped. The change sharply reduced the progress of longevity in China. Its large lead over India in life expectancy dwindled during the following two decades—falling from a fourteen-year lead to one of just seven years.
The Chinese authorities, however, eventually realized what had been lost, and from 2004 they rapidly started reintroducing the right to medical care. China now has a considerably higher proportion of people with guaranteed health care than does India. The gap in life expectancy in China’s favor has been rising again, and it is now around nine years; and the degree of coverage is clearly central to the difference.2 Whether India’s democratic political system can effectively remedy neglected public services such as health care is one of the most urgent questions facing the country.3
6.
For a minority of the Indian population—but still very large in actual numbers—economic growth alone has been very advantageous, since they are already comparatively privileged and need no social assistance to benefit from economic growth. The limited prosperity of recent years has helped to support a remarkable variety of lifestyles as well as globally acclaimed developments of Indian literature, music, cinema, theater, painting, and the culinary arts, among other cultural activities.
Yet an exaggerated concentration on the lives of the relatively prosperous, exacerbated by the Indian media, gives an unrealistically rosy picture of the lives of Indians in general. Since the fortunate group includes not only business leaders and the professional classes but also many of the country’s intellectuals, the story of unusual national advancement is widely and persistently heard. More worryingly, relatively privileged Indians can easily fall for the temptation to focus just on economic growth as a grand social benefactor for all.
Some critics of the huge social inequalities in India find something callous and uncouth in the self-centered lives and inward-looking preoccupations of a relatively prosperous minority. My primary concern, however, is that the illusions generated by those distorted perceptions of prosperity may prevent India from bringing social deprivations into political focus, which is essential for achieving what needs to be done for Indians at large through its democratic system. A fuller understanding of the real conditions of the mass of neglected Indians and what can be done to improve their lives through public policy should be a central issue in the politics of India.
This is exactly where the exclusive concentration on the rate of GNP growth has the most damaging effect. Economic growth can make a very large contribution to improving people’s lives; but single-minded emphasis on growth has limitations that need to be clearly understood.

Notes:
1. I have discussed this issue more fully in " How Is India Doing? ," The New York Review , December 16, 1982; in (jointly with Jean Drèze) Hunger and Public Action(Clarendon Press/Oxford University Press, 1989); and in Development as Freedom(Knopf, 1999).
2. I discuss this in "The Art of Medicine: Learning from Others," The Lancet , January 15, 2011.
3. I am grateful to Lincoln Chen, Jean Drèze, and A.K. Shiva Kumar for helpful discussion of this and related issues.

Passaportes Diplomaticos: um assunto nao concluido

O Itamaraty, visivelmente, esperava dar um basta nessa história chata de passaportes diplomáticos indevidamente concedidos a quem nunca deveria, ou merecia, ter recebido. Expediu uma nota que em síntese quis dizer o seguinte: "Olha, aqueles passaportes foram concedidos na administração anterior, segundo regras então em vigor. O que passou, passou, vamos olhar para a frente".
Acho que o Ministério Público Federal não vai gostar da postura, e vai exigir cancelamento e devolução dos passaportes, pois mesmo na gestão anterior, a lei não permitia tal concessão.
Acho que a solução mais correta seria esta: se os personagens contemplados com passaportes diplomáticos não pretendem devolvê-los, basta o Itamaraty fazer uma circular, distribuída à Polícia Federal e a todos os países com os quais o Brasil tem relações comunicando que os passaportes diplomáticos de números DA xxxxxxx (listar todos) foram cancelados e não apresentam mais validade.
A rigor, se os detentores não dispõem de passaportes comuns, nem precisaria comunicar aos demais países: basta inscrevê-los na lista de saída da Polícia Federal: no aeroporto, em caso de viagem, os passaportes seriam imediatamente recolhidos e os indigitados (não preciso lembrar os nomes) nem poderiam embarcar. Tampouco poderiam receber passaportes comuns da Polícia Federal enquanto não entregassem os diplomáticos.
As simple as that...
Paulo Roberto de Almeida

POLÍTICA
O Itamaraty rebaixado
Editorial - Folha de S. Paulo
12 de Maio de 2011

Alheio a protestos pela moralidade pública, o Itamaraty anuncia que manterá a validade dos passaportes diplomáticos concedidos a familiares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no apagar das luzes de seu governo.
Os documentos, que conferem a seus portadores tratamento especial em viagens internacionais, foram distribuídos a quatro filhos e três netos do então presidente.
Tudo sob o manto de um inexplicável "princípio de excepcionalidade" e da justificativa de que assim mandava o "interesse do país".
É do interesse do país, ao contrário, impor limites à cultura do privilégio na política brasileira.
A reação negativa da opinião pública, uma vez revelada por esta Folha a benesse indevida, levou o Itamaraty a modificar, no início do ano, as regras para a emissão de passaportes diplomáticos. Justificativas formais passaram a ser exigidas daqueles que pleiteiam o documento.
Seus nomes, uma vez aprovada a distinção, têm de ser publicados no "Diário Oficial da União".
Apesar do reconhecimento tácito do erro anterior, a chancelaria do governo Dilma Rousseff decide agora desafiar um pedido formal de cancelamento dos superpassaportes, apresentado pelo Ministério Público Federal. Argumenta que os diplomas foram conferidos antes da alteração nas regras e que, portanto, não cabem questionamentos à motivação ou à legalidade da decisão.
É evidente a motivação antirrepublicana da concessão, pelo ex-ministro Celso Amorim, de privilégios à família do chefe.
E a legalidade de seu gesto é, sim, questionável, mesmo segundo os frouxos parâmetros em vigor durante o governo a que serviu.
Nunca houve interesse público - critério exigido pelas antigas normas para a emissão dos superpassaportes. Só interesse privado.
Ao mesmo tempo, seria razoável esperar que a entrada em vigor de novas normas obrigasse o Ministério das Relações Exteriores a rever os documentos recentemente concedidos pela pasta.
Nada disso será feito, jacta-se o Itamaraty. A Justiça, provocada pelo Ministério Público, precisa então obrigá-lo a voltar atrás e, assim, recompor a reputação republicana de que sempre desfrutou.

Transcrito no blog do Noblat: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/05/11/o-itamaraty-rebaixado-editorial-379619.asp

Diplomatizzando fora do ar: sabotagem da Al-Qaeda? Ou foi da CIA?

Sem paranoias, mas como alguns podem ter percebido -- e mais de um me escreveu dizendo que não conseguia acessar meu blog, este aqui -- o Diplomatizzando ficou "fora do ar" durante quase 24hs.
Não sei o que pode ter acontecido, e onde ele se escondeu, mas o fato é que esse modesto instrumento de informação, comunicação e análises permaneceu inacessível desde o final da tarde de ontem, 12 de maio.
Talvez já fosse uma preparação para a Sexta-Feira 13 de maio, hoje mesmo, dia em que tudo pode acontecer.
O fato é que vários posts (não sei quantos exatamente, pois não faço cópias preventivas, confiando nos bons serviços da Google) foram eliminados, perdidos em algum escaninho do grande cyberspace.
Se eu fosse paranóico, eu diria que foi sabotagem do pessoal do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, pois eu tinha postado uma nota desmentindo o Secretário da Justiça americano, que afirmava que os EUA consideraram prender e processar Osama Bin-Lade, em lugar de executá-lo simplesmente. Claro, era uma brincadeira bem humorada, mas esse pessoal leva a vida muito a sério.

O fato é que parece que estou de volta... (a confirmar).
Mas meus postos desde o dia 11 foram extraviados.
Quem tiver posts meus dos últimos dois dias e quiser me mandar, eu agradeço.
Teve muita notícia sobre o fabuloso Mercosul, sobre economia brasileira e sobre os temas habituais deste espaço inocente... (mas tem gente que não acha).
Paulo Roberto de Almeida

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Complemento em 13/05/2011, as 21:17hs:

Tão misteriosamente como tinham desaparecido, os postos surripiados por algum gênio do mal da Google apareceram de volta, aparentemente na posição certa.
Nunca vou saber o que houve, provavelmente, pois se foi o Google, a CIA ou a turma do Bin-Laden quem sabotou o meu blog, eles nunca vão confessar, mesmo submetidos a water-boarding...
Enfim, não vou fazer isso, mas eu só queria entender...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Nada nos une, tudo nos separa... (ops, acho que era ao contrario...)

Teve um presidente argentino que disse essa famosa frase, muito anos atrás:
"Todo nos une, nada nos separa!"
Bonito...
Na prática, a coisa vinha crescendo, sob os olhos compreensivos, lenientes, incompreensivelmente tolerantes das autoridades brasileiras, que achavam que precisavam "ajudar" os hermanos, que passavam por dificuldades, coitados...
O fato é que em lugar de reforçar o Mercosul, isso só desmantelava as bases do bloco comercial, que virou uma peça de ficção (de má qualidade, um fake de Borges...).

Mas a solução protecionista adotada é a pior possível: só contribui para aumentar ainda mais o descolamento dos dois países das regras do sistema multilateral de comércio, muito embora os principais violadores sejam mesmo nossos vizinhos...
Agora vai haver certo burburinho pela imprensa, depois as autoridades vão se sentar, as máximas autoridades vão colocar panos quentes, prometer juras de amor e a vida seguirá, como sempre...
Paulo Roberto de Almeida

Discretamente, Brasil começa a retaliar a Argentina
Sergio Leo
Valor Econômico, 12/05/2011

Comércio exterior: Alfândegas foram orientadas para retirar do canal automático autopeças importadas

Discretamente, o governo brasileiro começou nesta semana a adotar retaliações comerciais à Argentina, em represália à retenção de produtos brasileiros nas alfândegas do país vizinho, segundo informou uma autoridade ligada ao assunto. As aduanas receberam orientação para retirar do canal automático autopeças importadas pelo Brasil, provocando pequenos atrasos, como sinal ao governo vizinho das medidas mais severas que poderão ser adotadas, caso não se resolvam as dificuldades encontradas por exportadores brasileiros nas alfândegas do sócio no Mercosul.

Ontem, a ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, telefonou ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, mas foi atendida pela secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. Giorgi queria dizer ao ministro que não recebeu a carta que Pimentel, na véspera, disse ter enviado ao governo argentino, pedindo o fim das retenções de mercadorias nas alfândegas. A carta foi reenviada por fax.

Falava-se ontem, no governo, na possibilidade de enviar a Buenos Aires o secretário-geral do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, para obter um compromisso firme do governo argentino pelo fim das medidas erráticas de bloqueio na entrada de bens brasileiros. Apesar de as retenções afetarem uma parcela ainda pequena do intenso comércio bilateral, elas ameaçam a sobrevivência, por prejuízos imprevistos com o bloqueio das vendas aos argentinos, de empresas médias e pequenas, como as do setor de chocolates. Outros produtos afetados pelas barreiras, que assumem a forma de exigências contraditórias da burocracia nas aduanas, são eletrodomésticos da linha branca e máquinas agrícolas.

Débora Giorgi mandou recados ao governo brasileiro, para que se evitasse a disputa pela imprensa, como interpretam os argentinos as queixas feitas por autoridades brasileiras nos últimos dias. O governo claramente tem usado essas declarações para reforçar as mensagens frustradas pela via diplomática. "O ideal é não tomar medidas", comentava ontem um graduado funcionário do governo. A informação de que, na prática, já começaram as dificuldades para autopeças argentinas na aduana brasileira não foi confirmada por outras fontes ligadas ao assunto, que afirmavam haver disposição para negociar até terça-feira, data da reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que deve discutir a estratégia para lidar com as medidas do país vizinho.

Os argentinos já receberam, nos últimos dias, recados de pelo menos dois ministérios do Brasil sobre a "iminência" da retaliação. Um dos fatores que irritam o governo brasileiro é a falta de resposta argentina para o pedido de uma reunião ministerial bilateral, destinada a remover os problemas. O pedido foi feito na primeira semana de abril pelo secretário-geral do Itamaraty, Ruy Nogueira, que queria uma reunião dos ministérios de Indústria e Relações Exteriores. Os argentinos fizeram questão de incluir os ministérios da Fazenda e Economia e, desde então, não fixaram uma data para o encontro.

O governo brasileiro reconhece que as exportações brasileiras crescem em praticamente todos os setores, e o saldo comercial em favor do Brasil, de US$ 1,3 bilhão até abril, já é quase 140% maior que o do mesmo período do ano passado. Havia a decisão, na cúpula do governo, de discutir e resolver o conflito discretamente. Há consenso em Brasília de que as ações protecionistas estão ligadas ao período eleitoral e se destinam também a minimizar os efeitos da fuga de capitais no país vizinho, que chega a US$ 1 bilhão por dia, nas estimativas mais alarmistas. Nesta semana, Débora Giorgi foi recebida como heroína em um evento da União Industrial Argentina (UIA), que congrega representantes dos produtores locais beneficiados pelo bloqueio aos importados.

O fracasso dos contatos diplomáticos e o descumprimento das promessas de "fast track" (ação rápida) para a liberação dos produtos brasileiros levaram, porém, as autoridades do Brasil a mudar de tom. Pois, para obter dividendos políticos, o governo argentino está, afinal, criando áreas de atrito entre o governo e o setor privado brasileiros, avalia um graduado assessor do governo.

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Editorial do Estadão:

Já viria tarde
Editorial - O Estado de S.Paulo
12 de maio de 2011

Termina no fim de semana o prazo que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, considera necessário para que o governo da Argentina diga como vai resolver os problemas que tem causado à entrada de produtos brasileiros no país, com a imposição de diferentes restrições, cuja aplicação em muitos casos fere as regras do comércio internacional. Se, até lá, as restrições que prejudicam as exportações de centenas de produtos fabricados no Brasil não tiverem sido eliminadas, o governo diz que poderá adotar medidas de retaliação contra produtos argentinos destinados ao mercado brasileiro.

Caso decida aplicar tais medidas, o governo brasileiro estará apenas respondendo na mesma moeda ao tratamento dado pelo governo da presidente Cristina Kirchner aos produtos brasileiros vendidos para a Argentina - mas estará agindo com grande atraso, pois são antigas, crescentes e, quase sempre, irregulares as barreiras argentinas. Não há, porém, nenhuma garantia de que as autoridades de Brasília agirão com o rigor necessário para conter os excessos protecionistas do governo Kirchner.

Na área de comércio exterior, o governo brasileiro tem sido excessivamente tolerante com o argentino. Desrespeitando as regras da união aduaneira em que, pelo menos no papel, se transformou o Mercosul, o que implica a livre circulação de mercadorias entre os países que compõem o bloco, a Argentina eliminou as licenças automáticas para a entrada no país de uma lista de centenas de produtos, a maior parte dos quais o Brasil exporta para o país vizinho. Depois, estabeleceu uma espécie de preço mínimo para a entrada de outros produtos e criou taxas antidumping na entrada de outro conjunto de mercadorias. A empresa de consultoria econômica e de comércio exterior Abeceb, de Buenos Aires, calcula que 24% dos produtos brasileiros que entram na Argentina, ou praticamente um quarto do total, estão sujeitos a algum tipo de restrição.

É estranho que medidas desse tipo - aceitas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), reconheça-se - sejam aplicadas não somente aos produtos originários de países de fora do Mercosul, mas também a mercadorias de países do próprio bloco comercial. Essas restrições enfraquecem ainda mais o já periclitante bloco comercial, que, por causa das muitas exceções às regras da união aduaneira, não justifica, na prática, essa condição. Mesmo assim, o governo brasileiro concordou com as restrições argentinas.

O caso fica ainda mais esquisito quando se observa que, não contente em descumprir as regras da união aduaneira, a Argentina deixa de obedecer também às normas da OMC. As regras internacionais determinam que as licenças não automáticas devem ser concedidas no prazo máximo de 60 dias, mas exportadores brasileiros se queixam de que seus produtos têm de aguardar até 180 dias para obter a autorização de entrada no mercado argentino. Por isso, filas de caminhões carregados com produtos brasileiros formam-se na fronteira, causando grande prejuízos para o exportador.

Em fevereiro, em Buenos Aires, o ministro Fernando Pimentel acertou com a ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, que, a partir daquele momento, a concessão da licença não automática para importação não excederia o prazo legal. Pelo visto, o acerto não está sendo respeitado. Pimentel informou que enviou cartas a sua colega argentina - conhecida pelo rigor com que trata a questão, alegando que há muitos anos o governo de seu país "tem sido excessivamente permissivo e frouxo com o Brasil" - pedindo providências para o cumprimento do que foi acertado há meses.

Os exportadores estão inquietos e se queixam do "grau de tolerância" do governo com relação às barreiras argentinas. O ministro do Desenvolvimento não se abala. "Queremos defender nossos exportadores", disse ao Estado. Mas ressalvou: "Queremos que a Argentina adote práticas condizentes com a relação que temos com eles, mas não podemos esquecer que o saldo positivo (do comércio bilateral) é para nós". Para concluir, afirmou: "Temos sempre que dar um crédito de confiança ao governo argentino". Será que ainda é possível que a resposta não venha?

EUA dizem que não queriam executar Bin Laden

Mentira!
A intenção era aquela mesma, embora eles tenham considerado outras opções, inclusive essa de prender e processar o aparentado fonográfico do presidente americano (ou estadounidense, como diriam alguns anti-imperialistas de carteirinha).
Eu conto como foi a reunião do Conselho de Segurança Nacional, que decidiu pela execução de Bin Laden. Foi assim:

O Secretário de Segurança Nacional (cujo nome é mantido secreto por razões de segurança) abriu a reunião dizendo isto:
" -- Bem pessoal, agora que a gente já localizou o Gerônimo naquela casona da família Abott, num buraco perdido daquele país do qual gostamos tanto, precisamos decidir o que fazer com ele. As opções, basicamente, são duas: executar no ato, de conformidade com a decisão presidencial tomada em 14 de setembro de 2011, ou prendê-lo, trazer para nosso resort caribenho e submetê-lo a julgamento, com inevitável condenação a morte (precisamos ainda escolher o método: se overdose, injeção letal, churrasquinho, gravata de juta ou fuzilamento, para o que teremos talvez de convidar o pessoal dos efeitos especiais de Hollywood). Quais são as opiniões?
" -- Senhor Secretário, eu acho que essa segunda opção vai ser complicada. Veja bem: vamos ter de trazer o Gerônimo sob forte escolta, com meios extraordinários, numa fase de constrangimentos orçamentários; depois, vamos dar início ao julgamento e aquela praia não vai ter condições de receber os milhares de jornalistas do mundo inteiro que vão ficar ancorados em navios de cruzeiro, com todos os seus equipamentos, num stress insuportável para nossos boys daquele ressort, que já encontram limitações de água para suas piscinas; aí teríamos de transferir o julgamento para algum estádio de super-bowl, o que também vai ser um problema, pois teria de ser suficientemente grande, e precisaríamos controlar os nossos próprios candidatos a vingadores particulares, com mobilização de muitas tropas de segurança; e depois não vai ter hot-dog para todo mundo num estádio superlotado. Acho que vai ser difícil...
" -- Está bem; manda fuzilar o sujeito e não se fala mais nisso."

As simple as that...
Pelo roteiro: Paulo Roberto de Almeida

OPERAÇÃO DOS SEALS
Estados Unidos dizem que não queriam executar Bin Laden
12/05/2011

'Se houvesse a possibilidade de uma rendição factível, isso teria acontecido', disse o secretário de Justiça dos EUA

A operação que resultou na morte de Osaman bin Laden era uma “missão de matar ou capturar”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira, 12, pelo secretário norte-americano de Justiça, Eric Holder, que ressaltou ainda que os EUA não tinham como objetivo principal assassinar o terrorista.

Em entrevista à BBC, Holder disse também que a rendição de Bin Laden teria sido aceita pelos norte-americanos. “Se a possibilidade existisse, se houvesse a possibilidade de uma rendição factível, isso teria acontecido”, afirmou.

Ainda de acordo com o secretário de Justiça dos EUA, a principal preocupação da missão era minimizar os riscos para os oficiais da Navy Seals, a força especial norte-americana responsável por matar Osama bin Laden.

Fotos de Bin Laden morto
A ação dos oficiais da Seals foi considerada “adequada” por Holder, que ressaltou também que as leis internacionais permitem que comandantes inimigos sejam alvos de operações.

Após o governo dos EUA decidir não divulgar as imagens de Bin Laden morto, a CIA ofereceu mostrar as fotos a membros de comissões do Congresso norte-americano. O senador republicano James Inhofe foi o primeiro a ter acesso às imagens e as descreveu como “pavorosas”, embora tenha ressaltado que elas não deixam dúvidas de que o corpo é mesmo de Osama bin Laden.

Ignorancia economica tambem floresce em NY: Prefeito Bloomberg como um perfeito idiota

A gente custa a crer que pessoas perfeitamente educadas, com grande experiência na vida pública, possam ser tão estúpidas como elas as vezes aparecem. Mas isso acontece, mesmo em NY, cidade sofisticada, cosmopolita, que deveria ter uma "classe dirigente" (ugh!) supostamente esclarecida e bem informada...
Pois não é o que o prefeito de NY criou uma reserva de mercado para uma única marca de automóvel como padrão obrigatório para taxis?
Ainda estou para encontrar, no nosso mundinho subdesenvolvido, medida tão estúpida quanto essa.
Claro, sabemos que certas concorrências dirigidas, no sistema brasileiro de licitações públicas, fazem exatamente isso, mas se trata de corrupção pura e simples.
Em NY se trata de estupidez mesmo...
Paulo Roberto de Almeida

The Road to Taxi Serfdom
by Robert P. Murphy
Mises Daily, May 12, 2011

One of the more interesting recent stories of government absurdity is New York City mayor Michael Bloomberg's decree that starting in 2013, the Nissan NV200 minivan will become the official taxi of the city. Over the next five years, all other models will be phased out.

In addition to illustrating the corrupting effects of political power, the episode underscores the economic problems of government ownership of roads. Densely populated cities would be incredibly more pleasant with a free market in roads and taxis.

Agora vocês já sabem que taxi vão pegar quando desembarcarem em NY a partir de 2013...

A Senadora acha que dinheiro nasce em arvore (ou que o Tesouro o fabrica...)

Eu sempre me surpreendo -- devo ser um ingênuo -- com a formidável cultura econômica de deputados e senadores.
Vejam (ou leiam) bem o que disse essa senadora, da base governista obviamente, sobre o custo triplicado da energia paraguaia de Itaipu para os bolsos brasileiros:

Relatora do projeto e ex-diretora financeira de Itaipu, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que não haverá impactos no bolso dos brasileiros. “Não vai impactar tarifa porque o Tesouro brasileiro vai pagar.”

Ela deve achar que o Tesouro cria dinheiro, dá de mamar para ele, e depois entrega aos paraguaios, quando esse dinheiro fica grande, belo e forte. Ou que ele recolhe nos galhos das árvores, como se fossem frutos maduros.
Esse é o Congresso que temos...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil vai pagar o triplo por energia de Itaipu
Por Gabriela Guerreiro
Folha de S.Paulo, 12/05/2011

O Senado aprovou ontem o acordo entre Brasil e Paraguai que triplica o valor pago pelo governo brasileiro ao país vizinho pela energia da hidrelétrica da usina de Itaipu não utilizada pelos paraguaios. O projeto amplia os valores que estão estabelecidos no Tratado de Itaipu, firmado pelos dois países. A aprovação ocorre quatro dias antes de a presidente Dilma Rousseff realizar visita oficial ao Paraguai. Por pressão do Palácio do Planalto, líderes governistas se articularam para aprovar o projeto a tempo de Dilma levar a “boa notícia” ao presidente paraguaio, Fernando Lugo.

Com maioria folgada no Senado, os governistas aprovaram o texto depois de mais de cinco horas de debates- mesmo com diversos protestos de senadores do DEM, PSDB e PPS, os principais partidos de oposição. Por se tratar de projeto de decreto legislativo, o texto entra em vigor logo depois da sua publicação- sem a necessidade de ser sancionado pelo Executivo. Com a mudança, o Brasil vai elevar de 5,1 para 15,3 o fator de multiplicação aplicado aos valores estabelecidos no Tratado de Itaipu para os pagamentos por cessão de energia não utilizada no Paraguai.

Na prática, a mudança de cálculo multiplica por três o valor gasto pelo governo brasileiro para financiar a energia produzida em Itaipu. Segundo a oposição, o valor de US$ 120 milhões pagos anualmente pelo governo ao Paraguai vai subir para próximo de US$ 360 milhões. “Consumidores e contribuintes serão claramente afetados por esse aumento”, disse o senador Itamar Franco (PPS-MG). Relatora do projeto e ex-diretora financeira de Itaipu, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que não haverá impactos no bolso dos brasileiros. “Não vai impactar tarifa porque o Tesouro brasileiro vai pagar.”

Um "marquissista" preocupado com o "mofo liberal": Altamiro Borges

Marquissistas do tipo que segue abaixo obviamente não publicariam o "mofo neoliberal" em seus blogs, como eu vou fazer com sua salada indignada de invectivas contra o pensamento "neoliberal". Se somos tão "mofados" assim, por que se dar ao trabalho de resumir todo um seminário, em seu blog, criticando todos e cada um dos que dele participaram, inclusive este modesto escriba que aqui comparece (e lhe dá uma chance a mais de ser lido e "ouvido")?
Eu aposto como ele passou todo o dia do Seminário se remoendo em sua cadeira, cercado de "neoliberais", se contorcendo desesperadamente de raiva e despeito, com uma vontade enorme de xingar todo mundo e proclamar que éramos os "reacionários" que estavam sendo enterrados pelo novo pensamento "libertador", mas que se conteve durante todo o dia, apenas para depois, reunir penosamente suas notas carregadas de ódio contra esses neoliberais que ousam sobreviver e arrostar a onda revolucionária que varre o Brasil e o continente, e que promete, mais um pouco, nos jogar a todos na lata de lixo da História...
Ele fica realmente incomodado com o fato desse pequeno punhado de neoliberais impenitentes ousarem ainda arrostar os novos tempos, com ideias derrotadas mas ainda não abandonadas, segundo sua análise preclara.

Em todo caso, precisamos agradecer-lhe pelo resumo, ainda que deformado e totalmente enviesado dos paineis do seminário. Ele diz, por exemplo, que:

"Em quase todos eles, a defesa da democracia liberal e do deus-mercado...".

Bem, para corrigir o nosso marquissista, eu me lembro, perfeitamente, que todos os participantes palestrantes de fato revelaram seu compromisso com a democracia liberal (não acho que eles tenham "defendido", assim num sentido defensivo, como pretende o marquissista, mas talvez ele queira atacar a democracia liberal, em nome, quem sabe?, de uma democracia "participativa", à la Chávez), mas não me lembro de nenhum, um sequer, que tenha se referido ao "deus-mercado".
Isso já é deformação do nosso marquissista.

Quanto a mim, vejamos o que disse o nosso marquissista:

"O diplomata Paulo Roberto de Almeida, por exemplo, afirmou que “o Brasil é um pais muito caro e excessivamente burocratizado” e atacou o “Estado gastador”. Ex-assessor de FHC, ele também ironizou a política externa “lulista”. “O PIB diplomático hoje é muito melhor que o PIB econômico, sem falar no PIB futebolístico”."

Corrijo: nunca fui assessor de FHC, e se tivesse sido, não teria nenhum problema em dizer: poderia até acrescentar que, sendo funcionário de Estado, fui também "ex-assessor de Lula", embora ele não me tenha dado essa chance. Se tivesse sido, quem sabe teria evitado algumas sérias derrapagens cometidas por amadores como os nossos marquissistas em política externa.

Tomado de tanta raiva, ele também não entendeu que eu não ironizei a política externa "lulista", mas a homenageei, ao contrário do que ele pensa: eu não disse que ela era melhor do que o PIB econômico -- ele não deve ter lido Engels, e ainda confunde qualidade e quantidade -- mas sim que o nosso "PIB diplomático" era MAIOR do que o "PIB econômico", e certamente muito maior do que o nosso "PIB militar", mas que todos eles perdiam para o "PIB futebolístico".
Esses marquissistas não têm nenhum humor e não percebem quando estamos prestando uma homenagem a nossos futebolistas e diplomatas, craques do terreno (quando não são atrapalhados por técnicos amadores como ele e outros marquissistas de opereta).

Enfim, não vou comentar todo o seu resumo manifestamente enviesado e deformado (mas trasncrito in totum aqui abaixo), para não tirar de vocês o prazer da leitura.
Apenas ouso acrescentar o seguinte: quem quiser saber o que eu disse, mais ou menos (pois não li um texto que fiz apenas para alinhavar algumas ideias), pode consultar este post neste blog:

Forum Liberdade e Democracia - Instituto Millenium (minha participacao, PRA)
TERÇA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2011

Fico por aqui e espero que vocês se divirtam.
Antes de terminar, lanço um repto ao nosso marquissista. Que ele transcreva algumas palestras "neoliberais" (a minha ou de qualquer outro), em seu "Blog do Miro", assim como eu transcrevi o resumo dele. Ele demonstraria assim seu espírito democrático não sectário e aberto (não acredito que o faça, porém, pois esse pessoal é meio bravo). Ele pode criticar depois, todo o "neoliberalismo" dos participantes,
Na verdade, e com isso concluo, ninguém ali era neoliberal, pois nenhum de nós reconhece essa tremenda bobagem disseminada pelos marquissistas. Não existem neoliberais: ou o sujeito é liberal, ponto, ou ele é confuso, apenas isso. Neoliberalismo não existe; existem ideias liberais.
Eu, por exemplo, não sou nem liberal, nem neoliberal. Apenas me pretendo racionalista...
Paulo Roberto de Almeida

O mofo neoliberal do Instituto Millenium
Por Altamiro Borges
Blog do Miro, 09 de Maio de 2011 - 14h07

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio, o Instituto Millenium promoveu o “2º Fórum Democracia e Liberdade”, no auditório da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. O evento, que reuniu representantes de poderosas empresas nacionais e multinacionais, serviu para mostrar que o neoliberalismo, apesar de derrotado nas urnas no Brasil, não está morto politicamente. As idéias neoliberais têm até cheiro de mofo, mas não foram abandonadas pela elite empresarial!

A defesa da redução do papel do Estado, das privatizações, da extinção das leis trabalhistas e da abertura desnacionalizante da economia – entre outros dogmas do “Consenso de Washington” – foi a tônica do 2º fórum do Millenium. Entre os palestrantes, muitos velhos militantes da seita neoliberal e alguns novos simpatizantes, como Eugênio Bucci, ex-diretor da Radiobrás. De comum, as duras críticas ao legado do governo Lula – tachado de “populista”, “esquerdista”, “terceiro-mundista”, etc.

O discurso batido de Roberto Civita
Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, que edita a revista Veja, e conselheiro do Millenium, fez o discurso de abertura. Ele voltou a insinuar, num discurso já batido, que a liberdade de imprensa corre sérios riscos. Mesmo sem nunca ter passado fome na vida, tratou a liberdade de imprensa como um direito absoluto, acima de todos os outros direitos:

“O mais perfeito dos sistemas, que garantisse ao homem plena satisfação de suas necessidades físicas, seria uma monstruosidade se lhe cassasse a palavra... Se me permitem um simbolismo que resume a importância da liberdade de expressão, lembro que, com a palavra pode-se reivindicar o pão, mas o pão, por si, não garante o exercício da palavra; se manipulado por populistas, pode até contribuir para tolhê-la”.

A piada sobre a objetividade da mídia
No maior cinismo, ele ainda afirmou que “a imprensa deve ser protegida de qualquer arroubo controlador do estado, mas ela também deve ser limitada por um imperativo ético: o compromisso obsessivo com a verdade e a objetividade. Mais do que nunca, precisamos do que ouso chamar aqui de ‘informação com curadoria’, que envolve isenção, a verificação obrigatória dos fatos levantados e a sua colocação no devido contexto”.

Com certeza, Civita deve ter se esquecido das inúmeras capas e reportagens sensacionalistas da Veja, do denuncismo vazio que desrespeita o preceito constitucional da “presunção da inocência” e destrói reputações, da penca de processos contra as calúnias da sua revista. Como chefão da Veja, expressão maior do partidarismo direitista da mídia nativa e sucursal rastaqüera do império estadunidense, ele deveria evitar falar em “compromisso obsessivo com a verdade e a objetividade”. Parece piada pronta!

Pensamento único e enfadonho
Depois da cômica abertura do “paladino da liberdade”, cinco painéis foram apresentados sobre os desafios do Brasil. Em quase todos eles, a defesa da democracia liberal e do deus-mercado. O diplomata Paulo Roberto de Almeida, por exemplo, afirmou que “o Brasil é um pais muito caro e excessivamente burocratizado” e atacou o “Estado gastador”. Ex-assessor de FHC, ele também ironizou a política externa “lulista”. “O PIB diplomático hoje é muito melhor que o PIB econômico, sem falar no PIB futebolístico”.

Já o economista Alexandre Schwartsman, um neoliberal convicto, bateu na carga tributária brasileira, que prejudica “a saúde dos negócios no Brasil”. Outro economista, Rodrigo Constantino, viajou na maionese. Garantiu que Lula implantou um modelo que “está matando a iniciativa privada empreendedora. É só botar um boné vermelho e ir à Brasília que você consegue privilégios”. Os dois parecem morar em outro país – desconhecendo o recente crescimento brasileiro e o próprio enriquecimento dos ricaços!

As bravatas dos “calunistas” da mídia
Entre os “calunistas” convidados, Demétrio Magnoli, estrela da TV Globo, voltou a conclamar os empresários para uma oposição mais dura ao atual governo. “As elites econômicas tornaram-se financiadoras compulsórias da política dirigente, que passa a suprimir a oposição porque ganhou o poder de comprar consciências, de pagar opiniões”. O petulante teórico das elites garante que “o lulopetismo se reorganizou como reação à queda do Muro de Berlim e ao governo FHC” e deve ser combatido.

Já o colunista do jornal Valor e diretor do Instituto Análise, Alberto Carlos Almeida, pregou maior firmeza na defesa dos valores liberais e criticou a falta de oposição no país. “O Brasil entende o liberalismo como conservadorismo. A visão conservadora, no Brasil, não é plena e ativa. O discurso liberal e real nunca foi aplicado no Brasil”, lamentou. Na mesma linha, outros oradores contaram a mesma ladainha.

A única novidade do 2º Fórum do Instituto Millenium foi a presença da ativista iraniana Mina Ahadi, que aproveitou o evento para atacar o governo do seu país e para exigir do governo Dilma Rousseff “a defesa dos direitos humanos”. Um dia antes, os EUA atentaram contra a soberania do Paquistão e usaram depoimentos arrancados sob tortura para executar Osama Bin Laden. Sobre isto, Mina Ahadi nada falou! No intimo, o fórum da “liberdade e democracia” até comemorou a “vitória do império”.

OI: continuando minha campanha contra uma companhia vagabunda...

Bem, hoje recebi o segundo telefonema da OI, para absolutamente nada: uma atendente, manifestamente idiota (sem qualquer sexismo ou misoginia aqui, poderia ser também um atendente, mas teria de ser igualmente idiota), me chamou para pedir dados....
Surpreendente, inacreditável, fantástico!
Essa companhia vagabunda me manda uma fatura cobrando serviços telefônicos, com todos os meus dados fiscais e de residência, e depois não sabe o que manda...
Para incomodar mais um pouco registrei nova reclamação na Anatel, nestes termos:

Já é terceira vez que a companhia OI me incomoda cobrando serviços que nunca solicitei (ligações telefônicas móveis) para um número que jamais possui (61-8533-6022), sendo incapaz de averiguar ela mesma os problemas decorrentes de um sistema de registro e faturamento manifestamente caóticos. Depois de três tentativas não sucedidas de registrar a reclamação -- sem jamais ter conseguido, por absoluta incompetência dos atendentes ou indisponibilidade de técnicos habilitados -- reclamei junto a Anatel. Depois disso, a companhia OI já me telefonou duas vezes em cinco dias, apenas para pedir dados (ou seja, ela não possui registros sobre suas próprias faturas e cobranças), dizendo que iriam resolver o problema, mas jamais resolveram.
Trata-se de um caso raro de reincidência na incompetência, pois já me tinham cobrado anteriormente por um serviço da mesma espécie um um estado (RN) onde jamais pus os pés. Isso só pode revelar o caos administrativo que vigora nessa companhia relapsa e inepta. Eles não conseguem sequer indicar-me suposto número de cliente, dados de contrato, etc.
Ou seja, ou é má fé, pretendendo que eventuais clientes distraídos paguem contas que não lhes pertencem, ou se trata de fraude a partir da própria companhia.
Último protocolo registrado na OI: 2011-224313519.
Paulo Roberto de Almeida
Telefone (61) 9xxx-xxxx
e-mail: xxxxxx

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Depois de terminar, verifiquei que minhas pendências com a OI são antigas (ainda que eu jamais tenha tido qualquer celular ou serviço dessa companhia), e eles já tentaram me extorquir dinheiro indevidamente:

SEXTA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2010
OI Movel: passe longe dessa companhia vagabunda

A OI tem um excelente serviço "policial", ou de investigações "criminosas", mas é uma péssima companhia telefônica, ou uma companhia de crédito desqualificada.

Estou no Brasil há três dias, depois de oito meses no exterior. Pois acabo de receber um telefonema em meu celular de Brasília, que pertence a outra companhia telefônica, cobrando-me um débito de mais de 800 reais, relativo a uma compra feita no Rio Grande do Norte em dezembro de 2006.
Alguns dados correspondem: meu nome, data de nascimento e CPF, o que não é difícil de descobrir, pois o CPF vem impresso em cada talão de cheque.
Mas o endereço é de Natal, no RN, cidade e estado onde jamais estive, assim como jamais mantive qualquer tipo de relação contratual com essa companhia vagabunda, a OI, que ousa me telefonar a Brasília para cobrar um débito de origem fraudulenta.
O mais inacreditável é que essa companhia concedeu um cartão de crédito a esse suposto alter ego meu, nordestino, sem jamais exigir uma carteira de identidade, com foto, nem verificou antecedentes, endereço real, nomes de pai e mãe, etc... Asi no más, vão dando crédito a qualquer bandido que aparece (esse com o meu nome, mas não é a primeira vez, devo dizer).

Efetuei uma reclamação no SAC -- que tem um nome algo incômodo para o atendimento a não clientes -- mas se a companhia vagabunda voltar a me incomodar novamente pretendo processá-los por assédio indevido e danos morais.

Em todo caso, fica aqui o alerta: companhias vagabundas não merecem o crédito de clientes...
Paulo Roberto de Almeida


Isto talvez explique por que ela é tão ruim: capitalismo promíscuo e mafioso:

Diplomatizzando: 1910) Capitalismo monopolista de Estado no Brasil
01 Fev 2010
Liberou R$ 2,6 bilhões para a compra da Brasil Telecom pela Oi. Com o dinheiro, os donos da Oi (grupos Andrade Gutierrez e La Fonte) compraram o controle da BrT e formaram a gigante das telecomunicações. No fim do ano passado, ...

Nem tudo está perdido... na India (cirurgiao prodigio aos sete anos...)

Um bom praticante, sem muita teoria.
Dizem que quando você tem uma bela explicação para o mundo, mas nada do que você faz dá certo, isso é teoria.
Agora, quando tudo dá certo, mas você não sabe explicar por que, isso é prática.
No Brasil, temos um governo que é especialista nas duas coisas: nada do que ele faz dá certo, mas ele também não sabe explicar por quê...
Acho melhor ficar com a história do jovem indiano...
Paulo Roberto de Almeida

Menino indiano é o mais jovem cirurgião do mundo
Fantástico, Globo, 11/05/2011

O nome dele é Akrit Jaswal. Ele está com 16 anos e é conhecido como o pequeno gênio da Índia.

Com 16 anos, ele se formou em ciências biológicas e vai fazer mestrado na área (Foto: reprodução Getty Images).
Ele não chega a ser um Dalit, como o pequeno Hari, de Caminho das Índias. Mas veio de uma família bem pobre, do interior daquele país. Hoje, é uma personalidade.
Estamos falando de um menino indiano que, aos sete anos, entrou para a história da medicina como o mais jovem cirurgião do mundo! Isso mesmo: aos sete anos, ele fez uma operação!
O nome dele é Akrit Jaswal. Está com 16 anos e é conhecido como o pequeno gênio da Índia!
Num vilarejo aos pés da Cordilheira dos Himalaias, na Índia, uma menina de oito anos está prestes a ser operada.
O cirurgião é este menino, de apenas sete anos! Ákrit Jáswal.
A menina sofreu queimaduras graves quando era bebê e ficou com os dedos colados. Nunca mais abriu as mãos.
Camponeses sem recursos, os pais da criança não tinham a quem recorrer. Decidiram confiar em Akrit.
A operação durou uma hora e foi um sucesso! Esta incrível história aconteceu em novembro de 2000. A partir daquele dia, Akrit ficou conhecido na região como o pequeno gênio da índia.
Nunca se sabe de onde sairá um gênio. Akrit nasceu num vilarejo pobre, sem estrutura alguma. A escola mais próxima ficava a quase 500 km dali. Mas isso nunca foi um problema.
A mãe de Akrit conta que aos dez meses, o filho já andava e falava com habilidade. Aos dois anos, aprendeu sozinho a escrever. Aos cinco, lia clássicos da literatura.
Em uma coisa, o pequeno gênio é absolutamente igual aos amigos. Adora uma farra.
Mas a genialidade exige dedicação. A maior parte do tempo, Akrit devora tratados da medicina.
Os livros são presentes do pai, que dedicou a vida para investir nos interesses do filho. E conseguiu até que o menino acompanhasse dezenas de cirurgias nos hospitais da região. O que era um hobby virou obsessão.
“Quero acabar com os gritos, a dor e o sofrimento humanos,” diz ele.
Aos doze anos, Akrit foi aceito na universidade de Chandigar, uma cidade industrial no Norte da Índia.
Para que o menino pudesse estudar, mãe e filho passaram a dividir um cômodo pequeno na casa de um parente.
O pai de Akrit sumiu quando ele tinha onze anos. Segundo a mãe do menino, o ex-marido não aguentou a frustração de não conseguir recursos para as pesquisas do filho. Entrou em depressão e abandonou a família.
A mãe, no entanto, dedica o ar que respira ao filho. E ele percebe o sacrifício.
Como reconhecimento por tanta dedicação, o pequeno indiano está determinado a entrar pra história.
Quer encontrar a cura do câncer, da Aids, ganhar um prêmio Nobel e acabar com todas as doenças humanas.
“É tudo o que eu quero, nada mais,” diz.
Apesar de não ter prática alguma em estudos de laboratório, Akrit tem uma memória impressionante.
Com essa bagagem, o menino garante ter criado o que chama de "supermecanismos de ataque" contra a Aids e o câncer.
Entre as pessoas mais simples, Akrit é considerado um guru. Elas vêm pedir conselhos, diagnósticos. Como os indianos acreditam em espíritos, o menino é tratado por muitos como a reencarnação de um Deus.
Mas será que Akrit Jaswal vai ser o responsável pela próxima grande revolução científica?
O menino prodígio foi chamado para conversar com autoridades do governo indiano.
Tempos depois, Akrit recebeu o convite que sempre sonhou: conhecer um dos institutos de pesquisa médica mais respeitados do mundo: o Imperial College, em Londres.
O indiano finalmente vai poder explicar suas teorias para estudiosos de ponta, como o conceituado professor Mustafá Jamgôz.
Akrit revela que estudou a fundo as pesquisas mais recentes sobre o câncer e discorda de tratamentos já consagrados. Deixa o cientista de boca aberta.
Não demora muito e aparece outro colega do professor curioso em conhecer as aptidões do indiano.
Para os cientistas, a cura genética do câncer proposta por Akrit até faz sentido, mas com as tecnologias de hoje, parece apenas um sonho mirabolante.
Com muita paciência e didática, os professores mostram que o caminho para a cura exige a superação de muitos outros obstáculos da ciência. Com a teimosia típica das crianças, Akrit não se intimida.
Na avaliação dos médicos, o endeusamento de Akrit na índia pode atrapalhar um futuro promissor.
“Sua proposta é quase uma missão impossível”.
“A doença impossível precisa de uma cura impossível. E eu vou encontrá-la”.
Alguém precisa dar limites aos impulsos do menino. Falta a figura paterna.
“Meu pai me disse pra procurá-lo só depois que eu encontrar a cura do câncer,” diz o menino.
Akrit fez novos testes de inteligência na Inglaterra.
Nos exercícios orais, o indiano de fato teve um desempenho genial. Arrasou em conhecimentos gerais. A surpresa ficou nas provas de lógica.
Akrit sofreu para encaixar os blocos e encontrar padrões em desenhos. A performance do menino prodígio foi pior do que a média esperada para sua idade. Ele tenta disfarçar a decepção.
Para os psicólogos, as habilidades de Akrit não acompanham a capacidade mental dele. Isso porque o menino não viveu todas as etapas do desenvolvimento escolar. Agora elas fazem falta.
Os cientistas não querem que Akrit perca o entusiasmo pela medicina, mas é hora de aprender a aproveitar a vida.
Hoje aos 16 anos, Akrit Jaswal já se formou em ciências biológicas e vai fazer mestrado na área.
Se o menino prodígio vai realmente encontrar a cura do câncer, o mundo vai ter que esperar.
“Pode levar 10, 20 anos, mas eu vou conseguir,” conclui.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Diplomacia da "compreensividade": generosidade compreensiva (que bonito...)

Brasil reclamou? Que ousado!

Brasil le reclamó a la Argentina por las barreras que afectan a importaciones

El ministro de Comercio e Industria, Fernando Pimentel, envió una carta a su par argentina, Débora Giorgi, para denunciar las barreras impuestas al ingreso de productos.Las trabas afectarían a alimentos y medicamentos. Contrapunto del lado argentino

"Envié una correspondencia a la ministra Débora Giorgi relatando la situación y pidiéndole que adopte las providencias necesarias al cumplimiento de lo que combinamos al inicio del año", dijo Pimentel en declaraciones divulgadas por la prensa brasileña. Afirmó que va "a esperar un poco más, hasta el fin de semana, para ver si hay algún cambio".

De ese modo, el funcionario brasileño blanqueó versiones publicadas por la prensa del país vecino de que el gobierno de Dilma Rousseff estaría molesto con las trabas argentinas y que pensaba adoptar medidas.

De acuerdo con los medios brasileños, el gobierno de ese país tendría la intención de aplicar medidas similares contra el ingreso de productos argentinos a ese país.

"Queremos que la Argentina adopte prácticas que estén de acuerdo con la relación que tenemos con ellos", afirmó Pimentel, quien a pesar de ello tuvo que reconocer "no se puede olvidar de que el saldo es positivo para nosotros".

Pero, en rigor, las expresiones de Pimentel muestran cierto acotamiento del reclamo debido a que Brasil presenta desde hace varios años ya un superávit de la balanza comercial con la Argentina que relativiza cualquier exigencia que pudiera hacer el gobierno vecino al respecto.

Pimentel dijo haber recibido denuncias de los sectores exportadores brasileños indicando que la Argentina se pasa del plazo de 60 días acordado para conceder licencias comerciales no automáticas y pone trabas a la liberación de mercancías en aduana.

La Confederación Nacional de la Industria (CNI) y la Asociación de Comercio Exterior de Brasil (AEB) denunciaron esa situación. Y también que "al reducir la entrada de productos brasileños, los argentinos abren espacio para los productos chinos", dijo a la estatal Agencia Brasil, el vicepresidente de la AEB, Fabio Faria.

Del otro lado de la frontera
Fuentes del Ministerio de Industria de la Argentina remarcaron que "las versiones acerca de las dificultades del ingreso de productos brasileños al país surgen del sector privado de Brasil, y que lo único que hacen es amplificar cuestiones menores".

Además, resaltan que "desde el lado argentino, nuestra industria tiene planteos históricos sin resolver respecto de las restricciones en el mercado brasileño, que en todos los casos significa una real imposibilidad de acceso, en un contexto de déficit creciente de manufacturas industriales en el comercio bilateral".

Los informantes enumeraron varios casos de empresas locales que están sufriendo el freno a su ingreso a Brasil, tales como:

Biogénesis Bagó tardó 10 años para que la autoricen a inscribirse en el registro de agroquímicos de Brasil y poder ingresar a ese mercado, al tiempo que exportaba a los EE.UU. y muchos países del mundo.

IVECO espera hace 3 años para ingresar con sus camiones al mercado brasileño, pero no consigue que sean financiados para su venta por el Finame, lo que lo excluye de ese mercado. Lo mismo ocurre con fabricantes de maquinaria agrícola, que no compran porque no reciben financiamiento del mercado brasileño.

Rizobacter hace 4 años que está esperando que le aprueben el ingreso para exportar un inoculante.

Los cítricos argentinos y el diisocianato de tolueno desde 2009 tienen vedado el ingreso y el mosto tampoco puede entrar al mercado brasileño.

Rigolleau sufrió penas de antidumping en vajillas y la sacaron del mercado.

Electrodomésticos están tácitamente vedados por la Asociación de fabricantes de productos electro-electrónicos de Brasil (Eletros).

A OI continua uma companhia vagabunda, que que cobra sem registros...

Eu fico realmente surpreendido.
A companhia (que não merece esse nome) de telefonia móvel OI (deveria ter outro nome, mais ofensivo, digamos assim), me cobra por serviços não prestados de celulares inexistentes.
Tentei reclamar três ou quatro vezes, sem sucesso, isso depois de perder muito tempo com atendentes idiotas que não sabem sequer responder a perguntas simples: quem sou, em que mundo vivo, que telefono vivo, qual meu número suposto de cliente, essas coisas triviais.

Apenas depois de eu reclamar junto a Anatel (e tampouco foi fácil, pois o site da Anatel é de uma organização tabajara, além de uma interface abaixo de lamentável...), foi que recebi dois telefonemas de atendentes perfeitamente idiotas querendo que eu desse informações que a própria companhia não tinha.

Enfim, resumindo a história: a OI continua uma companhia vagabunda, como aliás todas elas...
Não vou mais encher a paciência de vocês, apenas passei aqui para registrar meus "sentimentos" em relação a essa sub-companhia (e eles são os piores possíveis, como vocês devem imaginar).

Stay away from this junk-company...

Paulo Roberto de Almeida