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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 15 de outubro de 2011

Livro: O Dissenso de Washington - Rubens A. Barbosa





Preservar a memória nacional
Rubens Antônio Barbosa, Ex-Embaixador em Washington
O Estado de S.Paulo, 27/09/2011
A preocupação com a preservação da memória de fatos e de momentos históricos no Brasil ainda é incipiente e não merece a atenção dos que militam na vida pública ou mesmo na atividade privada. Poucos são os relatos existentes de personalidades que poderiam dar testemunho relevante nesse sentido.
Não há uma contribuição significativa no gênero de autobiografias ou de relatos de participantes que tiveram algum papel na política, na economia ou na diplomacia para melhor entender a ação de personagens ou para conhecer diferentes percepções da formulação de políticas públicas. E também - porque não? - ficar sabendo de histórias curiosas e às vezes picantes dos bastidores dos centros de poder.
Durante quase cinco anos como embaixador em Washington, registrei, de forma sistemática, os principais acontecimentos em que estive envolvido, direta ou indiretamente, ou em que acredito ter tido algum tipo de influência. Com esses elementos informativos, decidi publicar um depoimento sobre o trabalho que transcorreu num período especialmente movimentado da vida diplomática na capital dos EUA.
O Dissenso de Washington, que será lançado hoje na Livraria da Vila da Alameda Lorena, em São Paulo, procura retratar o panorama das relações Brasil-EUA e os principais temas regionais e globais, vistos daquele posto de observação. O livro busca também sintetizar os conflitos políticos domésticos na dividida sociedade norte-americana e descreve os muitos desencontros dos EUA em relação ao Brasil e à América Latina na primeira metade da década inicial do século 21.
Nem sempre o trabalho de um embaixador, nos postos de maior visibilidade política e diplomática, coincide com acontecimentos especialmente marcantes na História do país onde está acreditado e também de seu próprio. No período em que trabalhei em Washington, de 1999 a 2004, pude presenciar as eleições presidenciais com vitória do partido oposicionista, tanto nos EUA quanto no Brasil, os ataques do 11 de Setembro e a eclosão das guerras no Afeganistão e no Iraque.
Também vivi a excepcional experiência de acompanhar de perto um longo período do relacionamento entre o Brasil e os EUA, como embaixador dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e de Lula, em governos que desenvolveram políticas externas bem distintas, o que, por vezes, acarretou desencontros no entendimento entre os dois países.
Apesar das nossas boas relações com os EUA no tocante aos temas políticos e diplomáticos, o diálogo com os membros do governo americano tendeu a se limitar quase que exclusivamente a questões de natureza bilateral, alguns problemas regionais, poucos assuntos globais e matérias pontuais do interesse de Washington. O envolvimento do Brasil em temas mais amplos de política internacional existia na época, mas era reduzido. Na descrição que faço no livro, ficam evidentes as limitações do nosso país no cenário internacional até 2004, apesar do visível aumento do nosso peso na América Latina.
Não seria novidade dizer que o trabalho diplomático num posto como Washington significa estabelecer uma interlocução direta e desarmada com as autoridades locais e os formadores de opinião, assim como buscar novas maneiras de projetar os interesses do Brasil na capital do país mais poderoso do mundo.
Era muito gratificante trabalhar com esse objetivo e perceber como gradativamente aumentava o interesse do governo local em conhecer o pensamento e a posição do Brasil nos assuntos mundiais de maior relevância. Era frustrante, no entanto, constatar que o Brasil ainda pouco pesava no processo decisório internacional, ao contrário dos outros membros do Bric - Rússia, Índia e China -, que, por circunstâncias históricas e geográficas, são protagonistas em conflitos regionais, dispõem de arsenais nucleares e ocupam posição de realce na política externa dos EUA.
No contato quase diário com colegas embaixadores e nos relatos que ouvia sobre as discussões com autoridades norte-americanas durante as visitas de chefes de Estado e ministeriais, ficava claro quão distante ainda se encontrava o Brasil do centro das decisões globais. Em conversas informais com os embaixadores dos principais países aliados dos EUA, como Reino Unido, França, Alemanha e Japão, ou mesmo de países rivais, como a China, podia-se perceber claramente que as questões e os temas de política internacional tratados por eles com o governo americano eram de um nível a que o Brasil ainda não tinha acesso.
A maior exposição externa nos últimos anos já indicava que o Brasil tinha potencial enorme, não só para se destacar como coadjuvante, mas também para ser atuante em qualquer questão na América Latina e em outros assuntos econômicos e políticos internacionais, como ocorre nos dias de hoje.
Em razão do crescente envolvimento nas questões globais, intensificou-se a participação brasileira em alguns assuntos de nosso interesse, como comércio, energia, meio ambiente, mudança de clima, agricultura e integração regional, questões que estão hoje no topo da agenda internacional. Atualmente, e cada vez mais, a voz do Brasil faz-se ouvir.
Como resultado de todas essas experiências, os quase cinco anos passados em Washington reforçaram minha convicção de que a nossa relação bilateral mais relevante é com os EUA, apesar das oportunidades perdidas pelo Brasil. A importância dos EUA, evidentemente, não exclui a necessidade de intensificar a aproximação com outros países, muito menos deixar de lado nossos interesses maiores. A defesa do interesse nacional e o respeito mútuo devem dar o tom do relacionamento entre os dois países.
Com essas notas que fiz na condição de observador privilegiado, espero deixar minha singela contribuição para nossa memória diplomática. 


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Comando Sul provocou atritos entre EUA e Brasil
Claudia Antunes
Folha de S.Paulo, 26/09/2011


Revelação está em livro de Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA
"Dissenso de Washington" traz bastidores da relação bilateral durante os governos FHC e Lula

O Comando Sul das Forças Armadas americanas foi fonte de atritos entre EUA e Brasil depois do 11 de Setembro, segundo um livro que será lançado amanhã pelo ex-embaixador em Washington Rubens Barbosa.
Além de alimentar a imprensa com boatos sobre terrorismo na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai), a fim de "valorizar sua atuação", o comando sediado em Miami treinava militares paraguaios propondo cenários em que os "brasiguaios" provocavam a partição do país vizinho.
O então chefe da força, general James Hill, equiparou as drogas a "armas de destruição em massa" e sugeriu que restrições legais ao uso dos militares contra o tráfico fossem "eliminadas" na América Latina.
"Hill tentava vincular seu comando aos temas quentes da agenda de segurança a fim de garantir sua fatia no orçamento do Pentágono", escreve Barbosa em "Dissenso de Washington - Notas de um Observador Privilegiado sobre as Relações Brasil-Estados Unidos".
O atual consultor e editor da revista "Interesse Nacional" relata sua experiência nos EUA entre 1999 e 2004, período da eleição de George W. Bush e do 11 de Setembro.
Ele esteve no Pentágono dois dias depois do local ter sido atacada. Foi o primeiro a ser avisado por John Bolton, do Departamento de Estado, de que os EUA queriam afastar o brasileiro José Maurício Bustani da Opaq (órgão da ONU para a proscrição de armas químicas).
Bolton depois foi embaixador na ONU, entidade que Bush criticou, em encontro com o presidente Lula, chamando-a de "shopping de boas ideias".
Barbosa traz os bastidores de uma relação bilateral que cresceu sob Fernando Henrique Cardoso e Lula. O Brasil começa a ter reconhecido seu papel global e não só regional, mas é um avanço aos trancos, como nos últimos 200 anos. "O Brasil está empenhado em salvar o mundo dos EUA", queixaram-se funcionários americanos aos brasileiros em 2002.
Na ocasião, os dois países divergiam sobre a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Enterrada sob Lula, a proposta morreu antes, diz Barbosa, quando os EUA retiraram da agenda temas de interesse brasileiro, como os subsídios agrícolas.
O livro, crítico à diplomacia lulista por não apostar na "parceria estratégica" firmada em 2003, mostra a ação de José Dirceu, quando presidente do PT, para tranquilizar os EUA sobre as intenções de Lula recém-eleito.
Conta como Bush quase aceitou a proposta do Brasil de negociar um acordo comercial entre EUA e Mercosul, via paralela à Alca.
Há muitos detalhes reveladores, como um diplomata americano que pergunta a um assessor: "Quando mesmo foi nossa intervenção na República Dominicana?"

O PCdoB, quem diria?, caiu na farra (com o nosso dinheiro)....

Pode ser que não seja o PCdoB, pode ser que este último partido maoista da face da Terra -- com os naxalistas da Índia, que são outros malucos extra-terrestres -- ainda seja impoluto e amigo da probidade (nos documentos do partido pelo menos), mas também parece que seus militantes mais bem sucedidos cairam na corrupção geral que parece atingir quase todos e um por um dos políticos versados em malandragens oficiais, ou seja, usar verba pública para fins privados.
Na verdade é muito pior, pois não se trata apenas de usar benesses do cargo, mas de organizar o assalto sistemático aos cofres públicos para fins pouco claros.
Minha contagem da contenda "imprensa vs governo" já deve ter passado de dez "demissíveis", embora o governo tenha demitido apenas quatro ou cinco. Demitido não é bem o caso, para ministros pegos com a boca na botija, como se dizia antigamente. Eles se demitiram, gritando contra a imprensa e recebendo os votos de confiança de quem devia zelar pela moralidade pública.
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 15/10/2011 08:37:13

As coisas ficaram definitivamente complicadas para o comunista sem multidões Orlando Silva, ministro do Esporte e homem-chave — deveria ser ao menos — na organização da Copa de 2014. A presidente Dilma Rousseff pode prestar um favor à moralidade pública e à competição com um único ato: a demissão de Silva, que tem de ir cantar em outra freguesia. Será uma decisão tardia. Deveria ter sido demitido por Lula. Jamais deveria ter sido reconduzido por ela própria.
Vocês se lembram daquele imbróglio envolvendo o PCdoB e ONGs de fachada que recebiam uma bolada do Programa Segundo Tempo e não prestavam serviço nenhum? Alguns militantes do partido foram presos. Entre eles, estava o policial militar João Dias Ferreira. Em entrevista à VEJA desta semana, ele dá detalhes de como funcionava (funciona ainda?) um esquema instalado dentro do Ministério do Esporte que pode ter desviado R$ 40 milhões em 8 anos.
Mas isso ainda é muito pouco. O chefe do rolo, ele garante, é o próprio Orlando Silva.  João Dias afirma que, quando secretário-executivo do Ministério — o titular era Agnelo Queiroz, do PT, atual governador do Distrito Federal —, O MINISTRO RECEBEU PESSOALMENTE SOMAS DE DINHEIRO NA GARAGEM DO MINISTÉRIO. Ele diz que, na gestão Agnelo, que também se beneficiava da maracutaia, o programa Segundo Tempo já funcionava como caixa dois do PCdoB.
A roubalheira era simples e eficiente. As ONGs só recebiam o dinheiro mediante uma taxa previamente negociada, que podia chegar a 20% do valor dos convênios. O PC do B indicava tudo: de “fornecedores” a pessoas encarregadas de dar notas fiscais frias para justificar despesas fictícias. O próprio João Dias, amigão de Agnelo, controlava duas entidades, que receberam R$ 3 milhões. Segundo o inquérito, dois terços desse dinheiro desapareceram. Quando foram presos, os militantes do PC do B deram algumas pistas sobre o funcionamento do esquema. João Dias ficou de bico calado. Agora decidiu falar.
Ele dá o nome do homem que fazia a coleta e levava dinheiro para o ministério, inclusive para o agora ministro. Trata-se de Célio Soares Pereira, que também fala a VEJA. O relato sobre uma ocorrência de 2008 impressiona: “Eu recolhi dinheiro com representantes de quatro entidades aqui do Distrito Federal que recebiam verba do Segundo Tempo e entreguei ao ministro, dentro da garagem, numa caixa de papelão. Eram maços de notas R$ 50 e R$ 100″.
Por que agora?
E por que Ferreira resolveu romper o silêncio? Leiam um trecho da reportagem de Rodrigo Rangel:
A lua de mel do policial com o ministério e a cúpula comunista começou a acabar em 2008, quando passaram a surgir denúncias de irregularidades no Segundo Tempo. Ele afirma que o ministério, emparedado pelas suspeitas, o deixou ao léu. “Eu tinha servido aos interesses deles e, de repente, quando se viram em situação complicada, resolveram me abandonar. Tinham me prometido que não ia ter nenhum problema com as prestações de contas.” O policial diz que chegou a ir fardado ao ministério, mais de uma vez, para cobrar uma solução, sob pena de contar tudo.
No auge da confusão, ele se reuniu com o próprio Orlando Silva. “O Orlando me prometeu que ia dar um jeito de solucionar e que tudo ia ficar bem”, diz. O ministro, por meio de nota, confirma ter se encontrado com o policial. Diz que o recebeu em audiência, mas nega que soubesse dos desvios ou de cobrança de propina. “É uma imputação falsa, descabida e despropositada. Acionarei judicialmente os caluniadores”, afirmou o ministro em nota.
Dinheiro na campanha do Apedeuta
Leiam na edição impressa a íntegra da reportagem, de seis páginas. Entre outras coisas, João Dias revela que repassou, em 2006, R$ 1 milhão da dinheirama para a campanha presidencial de Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Dinheiro dos impostos. Dinheiro dos pobres. O policial afirma que, numa das idas ao ministério para tentar resolver seus problemas, foi recebido pelo secretário nacional de Esporte Educacional, Júlio Cesar Filgueira, também do PC do B: “Eu fui lá armado e dei umas pancadas nele. Dei várias coronhadas e ainda virei a mesa em cima dele. Eles me traíram”. Filgueira admite o encontro, mas nega ter apanhado… O fato é que, vejam lá, ele conseguiu parte do que queria com ou sem os sopapos.
Credibilidade?
Já posso ouvir certo alarido: “Que credibilidade tem alguém com esse perfil?” Ora, a pergunta não deve ser feita à reportagem de VEJA, mas ao agora governador Agnelo Queiroz e a Orlando Silva. Do primeiro, o policial é amigo; do segundo, é correligionário. Tanto o ministro como um secretário da pasta o receberam em gabinete. Se João Dias é bandido, temos um ministro e um secretário que se encontram com bandido, certo? VEJA cumpre o seu papel: contar o que sabe. De resto, não há dúvida de que o Programa Segundo Tempo era uma pilantragem controlada pela turma do PC do B. Agora é um militante do partido e um ativo participante do esquema quem diz: o chefe é Orlando Silva.
É evidente que o ministro não tem condições de continuar na pasta. Moralmente, já não tinha desde o ano passado, quando o esquema foi revelad. A (des)organização da Copa do Mundo de 2014 prova, também, que ele é incompetente. A partir de agora, corre o risco de ter seu tempo tomado pela necessidade de se defender. A República e o próprio torneio podem arcar com esse custo?
Não faltam motivos, como a gente vê, para que a população saia às ruas com uma vassoura na mão. Está na hora de Dilma descobrir onde esqueceu a sua.

Livro: O Congresso por Ele Mesmo (hummmm....)


Enfim, não sei se o Congresso por ele mesmo é uma boa coisa, pois autopercepções costumam ser enganosas, indulgentes consigo mesmo, autocomplacentes, edulcoradoras da situação real, mas fica a recomendação.
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Paulo R. de Almeida

SBPC e royalties do pre-sal: a SBPC se engana...

A presidente (ou presidenta, como preferem alguns mistificados pela má propaganda governamental) da SPB está totalmente errada ao entrar na corrente rentista que pretende assegurar royalties do pré-sal (que só vão estar disponíveis muitos anos à frente) para serem investidos em educação.
Errada e iludida, como todos aqueles que pretendem se apossar de nacos dos royalties do pré-sal (pelas minhas contas, somando todas as frações já atribuídas já deve dar algo em torno de 320%), como se dinheiro fosse a garantia de que todas as coisas vão ser feitas na devida forma.
Quando é que as pessoas vão aprender que dinheiro não resolve os problemas?
Dinheiro mal gasto é a pior maldição que possa haver.
Quando se tem um projeto de produtividade, de qualidade, de eficiência, pode ser que as coisas melhorem.
Apenas colocar dinheiro público em más políticas, só pode resultar em más políticas mais caras, mais custosas, mais ineficientes.
A educação não vai melhorar com mais dinheiro, aliás pode até piorar.
A educação só vai melhorar quando as políticas e orientações (políticas, aliás) mudarem, radicalmente.
E isso não depende de dinheiro. Apenas de uma mudança de mentalidade...
Paulo Roberto de Almeida 

Presidente da SBPC reitera que recursos do pré-sal devem ser aplicados em Educação

Jornal da Ciência, 11/10/2011
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),Helena Nader, reitera a necessidade de deixar claro na lei a garantia de que uma parte dos recursos do petróleo extraído da camada de pré-sal seja aplicada em investimentos em Educação (básica e técnica) a fim de garantir o desenvolvimento sustentado do País.
"O petróleo é do Estado, ele não deve ser usado como uma política de governo. Dessa forma, essas riquezas devem ser utilizadas para promover o crescimento do País. E nada melhor do que investir esses recursos na Educação básica e técnica e em ciência e tecnologia que geram inovação", reforça Helena. Segundo ela, investimentos em inovação representam mais emprego qualificado e desenvolvimento de produtos de maior valor agregado para atender às necessidades da sociedade brasileira.   
O Brasil é considerado um grande produtor de commodities, ou seja, de produtos com baixo valor agregado, justamente pela falta de fomento à pesquisa. Por exemplo, na área de fármacos (produtos farmacêuticos) o País é abastecido pelas importações e acumula um déficit comercial em torno de US$ 12 bilhões por ano.  
 "O risco que temos de esses recursos não serem assegurados para Educação, principalmente, é de esses recursos serem utilizados como política de governo e não como política de Estado. O governo atual quer investir em Educação, mas não temos a garantia de que os futuros governos vão querer investir em Educação", menciona a presidente da SBPC, que volta a pedir o apoio da sociedade brasileira e da imprensa para levantar essa bandeira.
Além de querer um montante carimbado da partilha dos royalties do petróleo da camada de pré-sal para a Educação, ciência, tecnologia e inovação (C,T&I), Helena defende também a manutenção do veto do ex-presidente Lula às mudanças nas regras de distribuição de royalties e participações de petróleo. Essa opinião é compartilhada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante.
O ministro lembra que, pelas regras em vigor, uma parte da receita da exploração do petróleo está vinculada ao Ministério, outra parte à ao Ministério da Marinha, dentre outros. O artigo vetado, porém, tira essa vinculação e pulveriza os recursos para estados e municípios. Ou seja, prevê que royalties e participações especiais sejam  divididos entre os estados e municípios de acordo com os critérios dos fundos federais.
"Se fizerem isso, o sistema de ciência e tecnologia perde R$ 1 bilhão e isso compromete os sistemas de pós-graduação, universidades, laboratórios, pesquisas que são fundamentais para o Brasil inclusive gerar riquezas, poder crescer, poder competir mundialmente," disse o ministro recentemente.  A manutenção ou não do veto será decidida pelo Congresso nos próximos dias. O Senado Federal deve colocar também na pauta de votação a proposta sobre a partilha dos royalties do petróleo entre estados produtores e não-produtores até 19 deste mês. Caso a matéria seja votada pelos senadores, ela será enviada à Câmara dos Deputados com o compromisso de ser apreciada antes de 26 deste mês.
Já na distribuição da receita do petróleo extraído da camada de pré-sal, a presidente da SBPC menciona que a proposta defendida pela comunidade científica é a destinação mínima de 30% de todas as receitas geradas pelo petróleo para estados, municípios e para o Distrito Federal para educação e CT&I. A área também pede 7% das receitas da União.

Historias da Carochinha (politicamente corretas, como o governo gosta...)


Histórias como o Governo quer, Coluna Carlos Brickmann
(*)Coluna exclusiva para a Edição dos jornais de Domingo, 16 de outubro de 2011

A ministra Iriny, aquela que implicou com a propaganda da Giselle Bündchen, já tomou uma surra memorável no Conar, Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária: 20x0. Mas tanto ela quanto a secretária da Educação do Rio, Cláudia Costin, ainda tentam se meter nos roteiros das novelas.

Imaginemos como seriam as histórias se Suas Excelências pudessem impor seus pontos de vista. A Chapeuzinho seria "Vermelha", claro - o adjetivo não concordaria com o substantivo, mas com o gênero, que seria valorizado. O Lobo Mau precisaria mudar de nome, para que as crianças não associassem a maldade a um animal. Ele se chamaria Lobão - por que não Édison Lobão, de quem o Governo gosta tanto? Não comeria a Vovó: isso é coisa de humorista sem graça. Seria companheiro da Vovó. Chapeuzinho, em vez de chamar os caçadores para livrá-la do lupino assédio, iria a uma delegacia, em que seria tratada com toda a dignidade, para denunciá-lo com base na Lei Maria da Penha. E seria atendida.

Os Três Porquinhos seriam amigos do Lobão. Em vez de caçá-los, Lobão os levaria para Brasília, onde comeriam, mamariam e ficariam amigos de Sarney. Joãozinho e Maria não seriam presos pela Bruxa, que isso não é exemplo que se dê às criancinhas. Com fome, iriam para uma instituição conveniada, daquelas com verbas do Governo. Não teriam de provar que estavam engordando, porque obesidade também é feio e a comida, afinal, nem seria tanta, embora superfaturada.

Mas mostrariam o dedinho, ah, isso mostrariam. E fariam muito bem.

Republica Bolivariana das Drogas - The Economist

Ou então: socialismo do século das drogas...
Ou então: Aliança Bolivariana das drogas...
Whatever: o que diz a revista Economist é suficientemente sério para justificar pleno esclarecimento dos fatos.
Esclarecimento, contudo, que não virá...
Paulo Roberto de Almeida

Drugs in Venezuela

By the planeload

Hugo Chávez seems unperturbed by claims of official complicity in crime

Will Makled sing again?
OPPONENTS of Venezuela’s president, Hugo Chávez, are eagerly awaiting the trial of Walid Makled, a businessman extradited from Colombia five months ago. Before he was sent home to face drug-trafficking charges, Mr Makled boasted that he had 15 Venezuelan generals, the interior minister’s brother and five pro-government legislators on his million-dollar monthly payroll. Described by a United States attorney as a “king among kingpins”, Mr Makled is wanted in New York for allegedly shipping tonnes of cocaine from Venezuela. As a prisoner of Mr Chávez’s security service, Mr Makled has now fallen silent. The trial, due to begin soon, may or may not offer more revelations.
The president says Mr Makled’s accusations form part of a plot by the United States to undermine him. Since he kicked out America’s Drug Enforcement Administration (DEA) in 2005, Mr Chávez’s government insists it is intercepting more drugs than before. But its own figures show a drop of almost half in the cocaine seized between 2005 and 2010. The United Nations says that Venezuela is the source of more than half the cocaine seized at sea en route to Europe. American officials say that over 90% of aircraft carrying Colombian cocaine take off from Venezuela.
Venezuelan officials blame all this on geography, pointing out that their country lies next to Colombia, the world’s biggest cocaine producer. Tarek el Aissami, the interior minister, says that since the DEA left Venezuela has arrested and handed over to other countries 69 high-level traffickers, many to the United States. Nonetheless, the business continues to boom.
As in other transit countries, drug consumption and gang warfare are both increasing in Venezuela. But there is no equivalent of the drugs war raging in Mexico between the mobs and the state. Some experts suggest this is because the two have established a modus vivendi.
Mr Makled accused the armed forces of operating four or five drug flights a day from the Colombian border to Central America. The generals he named as his accomplices include the senior armed forces’ commander, the head of military intelligence and the director of the anti-drugs office. Two were already on the US Treasury Department’s blacklist for allegedly colluding with Colombian guerrillas in drug-trafficking. This month a third general, also named by Mr Makled, joined them: Clíver Alcalá, head of the big garrison at Valencia. Venezuela dismissed this as “one more expression of the imperial and arrogant character” of the United States.
Suspicion of high-level government complicity in the drugs trade has deepened because of official confusion over an incident in August in which a light plane landed on a coastal road in the western state of Falcón. When found, it had more than a tonne of cocaine aboard. Its arrival was followed by a shoot-out between state police and dozens of cops from the national detective corps, known as the CICPC.
The head of the Falcón police, who says his men answered an emergency call and were ambushed by the CICPC, was forced to resign. At first national officials said the seizure was an intelligence coup. After two weeks of contradictory official statements, Mr Chávez admitted the plane had taken off from the military airport in Caracas, the capital. The operation, he said, had been a “controlled delivery”, meaning agents had posed as traffickers to entrap the real criminals. But who are they?
Wilmer Flores, the head of the CICPC, insisted it was “one of the best drugs cases” the police had ever been involved in. A few weeks later Mr Flores was decorated—and then sacked, along with almost every other high-ranking member of his force. No explanation was given.
The only people arrested over the affair are five local policemen, three civilians (bystanders, say their lawyers) and a national-guard sergeant. The Venezuelan media have revealed that the Falcón police were indeed responding to an emergency call, and that none of the policemen arrested has a lifestyle which would suggest income from the drugs trade.
Meanwhile, none of the high-ranking officials named by Mr Makled is under investigation. The Venezuelan authorities now have two separate opportunities to display in court their commitment to curbing the drugs trade without fear or favour. They seem unlikely to take them.

Imprensa 9 vs Governo 0?: o caso das "demissoes voluntarias"

Calma, calma, por enquanto é só uma manchete:

Militante do PCdoB acusa Orlando silva de montar esquema de corrupção e receber propina nas dependências do Ministério do Esporte
(Veja, 15/10/2011)

Mas o governo ainda nos "deve" pelo menos 4 demissões. Será que a Polícia Federal terá de descobrir novas falcatruas para precipitar demissões que o governo não consegue ou não pretende fazer?

Sei que alguns Adesistas Anônimos (ou seja governistas) têm ódio deste tipo de post, e que eles vão escrever logo, logo, para me xingar, ou dizer que não sei escrever, etc. e tal...
Não importa: enquanto eles se consomem de raiva, eu me divirto...
Aliás, este é todo o sentido deste blog: divertissement...
Se alguns ficam com raiva no meio do caminho, não importa: vamos em frente e lasciar dire la gente...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Peticao da UNE para viver de dinheiro publico

Recebi, de um correspondente engajado, a seguinte demanda: 
On Oct 14, 2011, at 02:17 PM, Petição Pública <confirmacao@peticaopublica.com.br> wrote:
Meus Amigos,

Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online:
«"EDUCAÇÃO 10": 10% DO PIB E 50% DO FUNDO SOCIAL DO PRÉ-SAL PARA A EDUCAÇÃO»
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=une10
Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que também concordaras.
Assina o abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=une10 e divulga-o por teus contatos.
Obrigado.
[Fulano de Tal]
Esta mensagem foi enviada porFulano de Tal (FulanodeTal@gmail.com), através do serviço http://www.peticaopublica.com.br em relação ao abaixo-assinado http://www.peticaopublica.com.br/?pi=une10
Respondi o que segue:
Fulano de Tal,
Grato por enviar-me este anúncio e esta petição.
Creio ser louvável lutar por melhores e maiores verbas para a educação, mas não vou assinar a petição, pois não acho que os problemas da educação brasileira sejam derivados da falta de verbas.
O Brasil já gasta com educação entre 5 e 6% do PIB, o que é mais do que muito país desenvolvido, e no entanto sua educação continua de péssima qualidade.
A tarefa principal consiste em remunerar por mérito, algo que a máfia que domina os sindicatos de professores se opõe.
Também sou contra a postura rentista de viver de royalties do petróleo, uma maldição para economias como a nossa.
Em todo caso, vou ler a petição e refletir sobre ela.
Grato. Cordialmente,
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Paulo Roberto de Almeida
Poderia agora agregar o que segue: 
Sendo essa petição organizada pela UNE, uma ONGG, como diria alguém, ou seja, um movimento de vagais que gosta de viver de dinheiro público, é mais uma razão para não assinar.
Não tenho intenção de dar dinheiro para vagabundos que estão atrasando a educação brasileira.
Mas tenho certeza de que a petição será um sucesso. Depois disso, não creio que darão os percentuais de que falam, mas mesmo se dessem, isso não resolveria os problemas da educação brasileira, ao contrário, os agravaria, por permitir justamente o tipo de comportamento rentista de máfias sindicais que vem atrasando a educação brasileira.
Só posso ser pessimista quanto a isso.
Paulo Roberto de Almeida