O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 10 de novembro de 2013

Economistas liberais criaram os programas de assistencia publica; petistas so ampliaram, eleitoralmente - Mansueto Almeida

Bem, isso a gente já sabia, mas é bom que se repita. Quem criou todos, repito TODOS, os programas de assistência pública aos pobres e desvalidos do Brasil foram economistas liberais ligados a governos tucanos ou social-democratas. Os petistas atacaram esses programas, chamando-os de "esmolas".
Depois, como é seu costume, e corresponde à natureza fraudadora fundamental de mentirosos e ladrões de ideias que são, se apropriaram dos programas, ampliaram tremendamente seu escopo e abrangência, de maneira a criar um curral eleitoral, e passaram a chamar tudo isso de seu, acusando a oposição de pretender acabar com a "esmola". Ladrões de ideias, fraudadores da verdade, desonestos fundamentais, mentirosos políticos...
Creio que certas verdades precisam ser ditas, repetidas, para que a versão mentirosa não se consagre indevidamente.
Paulo Roberto de Almeida


O bolsa familia e a LOAS

by mansueto
Confesso que não entendi muito bem essa matéria em um dos blogs da Folha de São Paulo com o título: Proposta de Aécio não garante permanência do Bolsa Família (clique aqui). O post fala que o fato de estar na Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) não garante que o bolsa família será mantido e nem tão pouco qual será o seu valor.
Isso é verdade. Mas o próprio post termina com a frase: " A permanência do Bolsa Família, no entanto, não depende de garantias legais. Não parece haver candidatos dispostos ao suicídio político de extinguir, ou mesmo reduzir, o programa que completou dez anos."
No final, não se sabe se o post é uma critica ou uma defesa ao candidato da oposição. Mas porque então a oposição se preocupa em sinalizar que não terminará com o bolsa família, seja Aécio ou Eduardo Campos? porque em eleições passadas essa falsa ideia foi disseminada por algumas pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores. Exatamente as mesmas pessoas que eram contra o bolsa família no seu início, já que viam o programa como uma esmola.
O bolsa família no Brasil e na América Latin foi invenção de economistas liberais lotados no Ministério da Fazenda. Leiam esse texto de uma professora canadense,  Judith Teichman, que estudou o assunto (clique aqui) e se tivereme dúvidas passem no INSPER e conversem com o Marcos Lisboa e na SAE com o Ricardo Paes de Barros.
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sábado, 9 de novembro de 2013

Venezuela: a economia chega ao colapso em pouco tempo

Querem apostar?
Antes do final do ano, o pais cai no precipício econômico. 
Só consigo prever violência, caos, disturbios e alguns mortos...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela

Governo da Venezuela ocupa rede de lojas Daka

Gerentes das cinco lojas da rede foram presos, e a empresa foi forçada a fazer uma espécie de "liquidação bolivariana"

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Centenas de venezuelanos lotaram as lojas da rede Daka em Caracas para comprar eletrodomésticos a preços reduzidos, neste sábado (09) após determinação do presidente Nicolás Maduro de que a rede havia sido alvo de intervenção e sancionada por aumentar seus preços de forma irregular
Centenas de venezuelanos lotaram as lojas da rede Daka em Caracas para comprar eletrodomésticos a preços reduzidos, neste sábado (09) após determinação do presidente Nicolás Maduro de que a rede havia sido alvo de intervenção e sancionada por aumentar seus preços de forma irregular - Miguel Gutiérrez/EFE
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou uma ocupação militar na cadeia de lojas de produtos eletrônicos Daka, em uma ofensiva contra o que o governo afirma ser uma manipulação de preços lesiva à economia do país. Gerentes das cinco lojas da rede foram presos, e a empresa foi forçada a fazer uma espécie de liquidação bolivariana. Uma multidão de venezuelanos lotou as lojas Daka neste sábado em busca de eletrodomésticos a preços camaradas.
A intervenção ocorreu após uma inspeção determinada na quarta-feira pelo presidente para, segundo a paranoia bolivariana, combater a guerra econômica organizada pela oposição e o setor privado. A rede Daka, segundo o governo, se aproveita do câmbio oficial – de 6,30 bolívares o dólar –, mas pratica preços com base no câmbio paralelo. O país estabelece um rígido controle cambial, que gerou um mercado negro em que o dólar supera em mais de oito vezes a taxa oficial.
"Estamos fazendo isso para o bem da nação", afirmou Maduro. "Eu ordenei a ocupação imediata desta rede de lojas para oferecer seus produtos a preços justos. Não deixe nada sobrar no estoque... Vamos vasculhar toda a nação na próxima semana. Esse roubo ao povo tem de parar", esbravejou o sucessor de Hugo Chávez.
Após ouvir o discurso de Maduro pelo rádio na tarde de sexta-feira, uma multidão de venezuelanos começou a se concentrar nos arredores das lojas da rede Daka, duas em Caracas e três no interior, para aproveitar a "liquidação bolivariana" de aparelhos de televisão, geladeiras, liquidificadores, ferros de passar, entre outros artigos domésticos, com mais de 50% de desconto.
Segundo AFP, na loja da cidade de Valencia, terceira do país, situada 170 km a oeste de Caracas, houve um início de confusão quando homens quebraram uma vidraça e quiseram levar os produtos sem pagar – e acabaram detidos pela Guarda Nacional.
(Com Reuters e AFP)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Queens Museum, former UN Flushing-Meadows first headquarters,reopening...

... para um passeio de fim de semana...
PRA

A Local Place for a Global Neighborhood

The Expanded Queens Museum Reopens


Byron Smith for The New York Times
The New Queens Museum: A look at renovations at the museum.


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The United Nations of voices we encounter on Manhattan’s streets is global but transient: Visitors from abroad come to town and they look, they shop, they leave.
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A sortable calendar of noteworthy cultural events in the New York region, selected by Times critics.
By contrast, the same range of accents we hear in Queens is global but local: People land from everywhere and stay, in one of the most ethnically diverse patches of residential real estate in the nation.
Given that mix today, it makes symbolic sense, at least, that for four years, from 1946 to 1950, the United Nations General Assembly had its first headquarters in Queens, in a low, pale slab of a building designed to be New York City’s Pavilion for the 1939 World’s Fair. Set on an edge of what is now called Flushing Meadows-Corona Park, with the Grand Central Parkway streaming by, it proved itself a versatile premises, suited equally to athletics and aesthetics. For many years, half the building was a skating rink. The other half, beginning in 1972, was home to the Queens Museum of Art.
Several months ago, the museum closed fully to complete a two-year, $69 million renovation that mostly took place while the museum remained open.
On Saturday it reopens, much changed. Its interior is now twice as large. By absorbing the former skating rink, it has gained about 50,000 square feet, which translates into extra galleries, studios for resident artists, storage room for a growing collection and — the pièce-de-résistance — a high-ceiling, sky-lit atrium that has the feel, in line with this museum’s democratizing spirit, of a community commons.
Until now, the museum turned its back on the parkway with a solid wall, but no more. The new design, by the Grimshaw architectural firm, includes big sheets of glass on both sides of the building, so you can see right through. Along with transparency comes a semi-logical layout. Over many years of visiting, I never really got my bearings; the floor plan seemed to jump around. Now, even with more ground to cover, I already sort of know my way.
The cost for the whole ambitious, expanding, revivifying job may sound like a lot for a smallish museum. But to add some perspective, the Metropolitan Museum is spending almost as much just to gussy up its Fifth Avenue plaza.
Along with the additions, the Queens Museum has also let something go: The words “of Art” are no longer part of its name. The institution’s executive director, Tom Finkelpearl, explained the rebranding in a news release. In his view, so-called outer-borough museums are faced with two basic options: Either shoot for a bridge-and-tunnel-phobic Manhattan audience or use the same energy to interact more with the immediate community, which is what they were meant to do.
For the Queens Museum, the choice was clear. Given the cosmopolitan breadth of its home population, and the lively history of the building itself — it also was the New York City Pavilion for the city’s second World’s Fair, in 1964 — Queens consciousness was the way to go, and so it has.
Long-favored features from the past have been retained. The giant, infinitesimally detailed relief-map panorama of New York City, commissioned by Robert Moses for the 1964 fair, is where it has always been, embedded in the building’s center like a captive spaceship, twinkling with lights. For the reopening, the museum has added some new elements to the old by surrounding the panorama with a suite of handsome, time-lapse photographs of the recent expansion in progress, taken by Jeff Chien-Hsing Liao, a young artist born in Taiwan and based in Queens.
Elsewhere, a new open-storage display brings some 900 vintage World’s Fair souvenirs out of attics, desk drawers, shoeboxes and the museum’s archive for perusal. They vary in size from admission buttons to a full-scale plaster cast of Michelangelo’s “Pietà.” The actual Pietà was the high-art highlight of the 1964 fair, shipped from the Vatican and seen by hundreds of thousands of conveyer-belt-riding viewers.
Some people call this stuff material culture, some call it junk. Whatever you call it, it’s history: loaded evidence of a time, a place and an era-defining event that happened miles away from big-deal Manhattan.
Finally, the museum’s Neustadt Collection of Tiffany Glass, once upstairs, has main-stage visibility in one of the six new galleries that surround the atrium. With 20 stained-glass lamps aglow, the display is like an Art Nouveau version of Chartres.
And who knew that the Tiffany Studios were once located a mere stone’s throw away, in Corona? Or that some of its most interesting designs were created by a phalanx of female workers known as Tiffany Girls?
The Queens Museum has a track record for making history as well as showing it. It has always given pride of place to contemporary art, often to work that few Manhattan museums noticed before Queens led the way. In the 1990s, Cai Guo-Qiang’s first United States museum solo show was there. And there were “Out of India: Contemporary Art of the South Asian Diaspora” and “Global Conceptualism: Points of Origin, 1950-1980s.” New York might not have paid much attention to such shows, but the international art world did, and they helped shape the increasingly cosmopolitan direction that art was taking.
The museum has assembled no fewer than four contemporary exhibitions for the reopening, two of them, in different ways, Queens specific and hard to judge as of this writing.
An installation called “The People’s United Nations (pUN),” by the Mexican artist Pedro Reyes, inaugurates the new atrium. The obvious reference is to the fledgling General Assembly meetings here, which promised much and embittered many. The decisions to divide Palestine and to separate North and South Korea were made here.
Mr. Reyes clearly intends his work as wry rebuke. Beneath an outsize, doctored version of the United Nations seal, he has placed miniature drones in the shape of doves and clocks made from twisted firearms. On Nov. 23 and 24, he will convene a mock-Assembly session, during which 193 New Yorkers from the 193 states that make up the United Nations will gather for a kind of boot-camp immersion in conflict-resolution techniques. The idea is to tackle serious issues in the disarming spirit of play, an approach I’ve become suspicious of. We’ll see.
The museum’s signature biennial show, the Queens International, is back, the 2013 edition put together, for the first time, by two curators: Hitomi Iwasaki, the resident director of exhibitions, and Meiya Cheng, co-founder of the Taipei Contemporary Art Center in Taiwan. The biennial has been built around artists who live and work in the borough, but this time includes participants from Taiwan, which has a large immigrant population in Queens.
Like Mr. Reyes’s piece, the show has crucial performance components, which will unfold over time, so a one-off look gives only a partial sense of the whole. Still, there’s a lot in place to see, and some artists — Nobutaka Aozaki, Kevin Beasley, Chou Yu-Cheng, Siobhan Landry, Arthur Ou — stand out.
At the same time, it may be a sign of art’s current global-melting-pot state that clear distinctions between work made in New York and work made anywhere else can be hard to detect. This suggests that avenues of international communication are strong, which is good. It also suggests that diversity has become generic, which is a problem.
A third show, “Citizens of the World: Cuba in Queens,” is, despite its title, less about a Cuban presence in the borough than about the significance of a particular selection of Cuban art in the museum. All the work is on loan from the collection of Shelley and Donald Rubin, for whom the gallery is named. The Rubins, who founded a museum of Asian art in Chelsea, are among the very few large-dollar donors who routinely write checks for art institutions beyond the Manhattan mainstream. In a heartening quid pro quo roundelay, the Queens Museum benefits from the Rubins’ largess, the Rubins get to air their collection in a museum, and we get to see a kind of alert, passionate art that the Met, MoMA and the Whitney continue to pass right over.
Out of all the inaugural bounty, though, the largest and most moving component is the exhibition called “The Shatterer,” the solo museum debut of the artist Peter Schumann. Mr. Schumann came to New York from Germany and founded the Bread and Puppet Theater, blending populist political happening and medieval mystery play, on the streets of the Lower East Side.
That was in 1963, 50 years ago, a time when America was at war with itself and the world, and most of Manhattan was still — as it is not now — working-class immigrant turf. In the 1970s, Mr. Schumann moved to Vermont, where he has stayed, his social vision undiminished, working collaboratively in theater and producing his own art.
The Queens show, organized by Jonathan Berger and Larissa Harris, demonstrates how thoroughly Bread and Puppet is Mr. Schumann’s creation. Its down-value look and activist ethos are evident in everything, from the black house-paint mural he has brushed across one of the museum’s new white walls to the hand-printed, hand-bound books he has placed in the gallery that he designates as both chapel and library. Every inch of this room is covered with figures and words: saints and ogres, exhortations and condemnations, art for one and for all, straight from the hand, right to the moral core.
The Queens Museum is a good place for it.
Mr. Finkelpearl’s interests have long centered on participatory, activist art — art as a form of instruction. He recently published a book on the subject, “What We Made:Conversations on Art and Social Cooperation.” Much of his museum’s programming revolves around this idea. It makes sense that he has known and loved Mr. Schumann’s art for many years; that’s why it’s here.
And where else would it go? At once poetic and preachy, modest and obsessive, satirical and spiritual, it’s probably too unfashionably “alternative” for anyplace else. But given the condition of passive, formalist dullness that has stalled art in New York, alternatives of all kinds are what we need. These days, at the end of the No. 7 train to Queens, you’ll find at least one.

Cotas raciais sao sempre prejudiciais - Editorial Folha de S.Paulo

Cotas sem sentido
EDITORIAL FOLHA DE S.PAULO,  07/11/2013

O governo Dilma Rousseff ganhou aplausos, em especial nos círculos militantes, com a adoção do sistema de cotas raciais em universidades federais --e gostou. Iniciativas semelhantes ameaçam multiplicar-se por outras esferas.

A administração propõe agora projeto de lei que reserva a negros 20% das vagas em concursos federais. Dois deputados petistas apresentaram uma proposta de emenda constitucional que estabelece cotas até no Legislativo.

Esta Folha se opõe à utilização da cor da pele como critério para o que quer que seja. Apoia, entretanto, que se usem categorias sociais para definir a alocação de determinados recursos públicos, como lugares em universidades.

A maior proporção de negros e pardos entre os mais pobres garante que a cota social beneficiará esses grupos, sem a necessidade de o Estado incidir numa classificação racial dos cidadãos, que mais reforça do que dissolve barreiras.

As iniciativas para estender as cotas ao mercado de trabalho e ao Parlamento pecam não apenas por disseminar e naturalizar ainda mais a ideia de raça na sociedade como também por misturar lógicas que são muito distintas.

Faz sentido reservar vagas em universidades porque a educação tem o propósito explícito de tentar nivelar as pessoas. Um de seus objetivos é assegurar que todos os cidadãos, independentemente de origem social e acidentes de percurso, possam disputar em condições de igualdade as oportunidades que lhes serão oferecidas.

Não é absurdo, assim, manipular as regras de admissão universitária para tentar conciliar o ideal de equidade com outras metas da educação superior, como a formação dos melhores quadros possíveis.

Não é tão simples transpor esse princípio para o Poder Legislativo e para os concursos públicos. Nessas atividades, a lógica de promover a igualdade não se impõe como prioritária.

Quando o Estado contrata um servidor, espera-se que seja o mais qualificado. Quando um eleitor escolhe seu representante, deve fazê-lo tão livremente quanto possível. Os princípios da seleção nesses casos devem ser a eficácia administrativa e a liberdade de escolha.

O racismo é uma chaga social que o Estado brasileiro tem obrigação de combater. Deve fazê-lo, entretanto, com as ferramentas adequadas, sem comprometer ou enfraquecer demais outros objetivos relevantes do poder público.

Venezuela: caos economico e ajuda companheira (brasileiros pagam)

O socorro do Brasil a Maduro

07 de novembro de 2013 | 2h 14
Editorial O Estado de S.Paulo
O governo petista resolveu socorrer o regime chavista da Venezuela, que faz água por todos os lados. E, claro, essa generosidade correrá por conta do contribuinte brasileiro.
Sob ameaça de sofrer um duro revés nas eleições municipais de 8 de dezembro, vistas como uma espécie de referendo de seu desastroso governo, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu ajuda ao Brasil para contornar a crise de desabastecimento no país, o mais sério dos inúmeros problemas de sua administração.
A intenção de Maduro é garantir o fornecimento de alimentos e outros produtos do varejo até a eleição. Como tudo o que tem pautado o tal "socialismo do século 21", esta será mais uma medida paliativa e desesperada, lançada apenas para mitigar por um breve período os efeitos permanentemente deletérios da insanidade econômica chavista.
O modelo estatista feroz, com preços controlados e hostilidade à produção privada, esvaziou as prateleiras dos supermercados venezuelanos. As imensas filas para comprar os mais diversos produtos de primeira necessidade - o papel higiênico é o símbolo desse calvário - tornaram-se a marca do governo Maduro.
Em vez de admitir os erros de sua administração e procurar resolvê-los de modo racional, o presidente venezuelano optou pelo caminho típico do chavismo: atribuiu a escassez à "sabotagem" de capitalistas e disse que agora trava uma "guerra econômica" contra esses "agentes do imperialismo". A "guerra" inclui impedir que a imprensa noticie o desabastecimento, porque, segundo sua versão tresloucada, é isso que leva pânico à população e gera corrida aos supermercados.
É em nome desse combate imaginário que Maduro pediu ao Congresso "poderes especiais" para governar - poderes cujo escopo, obviamente, deverá ir muito além da emergência econômica.
Para o governo petista, porém, Maduro e sua equipe sabem o que estão fazendo. "Eles têm consciência dos problemas em curto, médio e longo prazos no país e estão muito preocupados em enfrentar, de forma clara e estratégica, as dificuldades históricas da economia venezuelana", disse ao jornal Valor o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Ao considerar que a crise da Venezuela faz parte de "dificuldades históricas", Garcia quer fazer crer que a situação atual resulta de problemas antigos, estruturais, e não das evidentes lambanças chavistas. É provável que Garcia considere também que a importação emergencial de alimentos seja parte, conforme suas palavras, de um planejamento "claro e estratégico" para enfrentar a crise.
Esse "planejamento" conta com a bondade brasileira. Como faltam dólares na Venezuela para realizar a importação, graças ao controle do câmbio, o Brasil pretende usar o Programa de Financiamento às Exportações (Proex), do Banco do Brasil, num acordo com o Banco de Venezuela. Segundo essa solução, ainda a ser detalhada, o Banco de Venezuela receberia o dinheiro do financiamento e quitaria a importação diretamente aos fornecedores brasileiros, sem ter de passar pela Cadivi, o órgão venezuelano que regula o câmbio. O Banco de Venezuela pagaria o financiamento ao Banco do Brasil em suaves prestações.
Com tal garantia, a expectativa do governo é de que os empresários brasileiros superem a crescente desconfiança em relação à Venezuela - convidadas a incrementar as exportações àquele país nos últimos anos, seguindo a orientação da agenda Sul-Sul do governo petista, muitas empresas nacionais enfrentam agora grandes atrasos no pagamento. Como resultado, as exportações para a Venezuela no primeiro semestre do ano foram quase 16% inferiores às do mesmo período de 2012.
Em outras palavras, se as negociações prosperarem, o risco de calote dos importadores venezuelanos seria assumido pelo Banco do Brasil - em nome do compromisso ideológico do governo petista com o chavismo, com cujas agruras o contribuinte brasileiro não tem rigorosamente nada a ver.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Venezuela: no limiar do maior calote da historia economica latino-americana

Venezuela: El otro socio comercial con problemas para exportarleLas dificultades de los venezolanos para conseguir dólares -producto de un férreo control cambiario de su gobierno- y trabas burocráticas a los importadores hacen cada vez más difícil a las empresas uruguayas cobrar sus exportaciones.
El intercambio con Venezuela no es el mejor, a pesar de la buena relación entre los presidentes Foto: Archivo.
Maximiliano Montautti 07 nov 2013 - 04:23
Como una misión imposible. Así catalogan algunos exportadores el acceder al cobro de sus ventas a Venezuela en los últimos tiempos. La relación comercial de Uruguay con ese país se asemeja bastante a la complicada que mantiene con Argentina, aunque por otras razones. En este caso no es por la aplicación de restricciones a las importaciones que aplica el gobierno de Cristina Fernández, sino por la dificultad que enfrentan las empresas uruguayas para cobrar sus exportaciones.
"Argentina se está pareciendo a Venezuela", dijo a El País una fuente exportadora para ejemplificar el grado de complejidad que tiene el relacionamiento actual con el país caribeño.
El mes pasado llegó a Uruguay el presidente del Banco Central de Venezuela, Eudomar Tovar, para explicar en la sede de la Unión de Exportadores el alcance del Sistema Unitario de Compensación Regional de Pagos (SUCRE).
En esa reunión un grupo de exportadores locales se tomaron su tiempo para plantear al jerarca venezolano una serie de dudas sobre el sistema y su utilización.
Y también le transmitieron a Tovar la dificultad para el cobro de las exportaciones hacia su país. Tovar destacó al Sucre como un método más sencillo para facilitar el intercambio comercial entre ambos países, lo que fue tomado con alivio por los exportadores presentes. Igualmente, el ingreso de Uruguay al Sucre debe ser aprobado por el Parlamento, luego de recorrer varios despachos ministeriales.
Mientras tanto, las empresas soportan las dificultades para hacerse del cobro de sus ventas al exterior. Después la rutina es simple: las firmas alertan a la Unión de Exportadores y la gremial transmite la preocupación al gobierno para que busque soluciones.
"Pero en el fondo sabemos que el tema no tiene mucha solución", dijo una fuente empresarial a El País.
Los importadores venezolanos cuentan con dos trabas burocráticas para comprar mercadería en el exterior.
Por un lado las demoras para acceder al permiso de importación, ya que en Venezuela hay una exigencia que no permite ingresar mercadería que se produzca en el país. Ante eso, los compradores deben presentar una serie de requisitos que justifiquen la compra y esos trámites llevan su tiempo, Por otro lado, tienen que hacerse de los dólares para pagar las importaciones.
En Venezuela, la adquisición de moneda extranjera es autorizada por el gobierno a través de dos mecanismos. Uno es la Comisión de Administración de Divisas (Cadivi) que vende dólares a sectores específicos.
El otro es el Sistema Complementario de Administración de Divisas (Sicad), que ofrece la moneda a través de subastas que se realizan cada tanto.
"Hay empresas que estuvieron meses para cobrar; otras incluso ya tienen esas cuentas como incobrables", dijo una fuente exportadora a El País.
El presidente de la comisión de Comercio Exterior de la Cámara de Industrias (CIU), Rafael Sanguinetti dijo a El País que la preocupación de los exportadores ya llegó hasta la gremial. "Varios exportadores nos han comentado que no están pudiendo cobrar sus colocaciones", señaló Sanguinetti.
La preocupación también se instaló en el gobierno. Ayer, el diario argentino La Nación informó sobre una reunión de cancilleres que se efectuó la semana pasada en Caracas.
Allí hubo varios reproches, principalmente hacia el canciller argentino Héctor Timerman por las restricciones a las importaciones que aplica su gobierno. En la reunión, Uruguay también transmitió su malestar a Caracas por la falta de cobro de sus exportaciones, consignó el medio argentino.

Caen ventas de pollo, quesos y carne bovina

Venezuela es el cuarto comprador de productos uruguayos, aunque igualmente viene descendiendo su participación en las exportaciones locales. En los primeros 10 meses del año, las ventas tuvieron una caída de 4,34% en relación al mismo período del año pasado, según datos de la Unión de Exportadores. La cifra fue más positiva en octubre, ya que en ese mes las exportaciones tuvieron un aumento de 24,29%.
Según datos de Uruguay XXI, dos de los tres principales rubros de exportación a Venezuela tuvieron caídas en los 10 primeros meses de 2013 al compararlos con el período entre enero y octubre del año pasado.
Las ventas de quesos y requesón bajaron de US$ 166 millones a US$ 135 millones con un descenso de 18,5%. Por su parte, la carne bovina congelada pasó de US$ 46 millones a US$ 37 millones con una caída de 20,4%. El otro rubro -la leche y nata- tuvo un fuerte aumento de 167,8% con exportaciones que pasaron de US$ 41 millones a US$ 110 millones.
Por otra parte, las exportaciones de pollo hacia el país caribeño están paralizadas. La semana pasada El País informó que los compradores venezolanos no envían cartas de crédito a las empresas uruguayas para asegurarle el cobro de las exportaciones y les quieren pagar al momento de embarcarse la mercadería.
Esta situación perjudicó a los productores que tenían una buena expectativa para ampliar los volúmenes de exportación hacia Venezuela. Por eso, solicitaron al Ministerio de Ganadería que aumente la devolución de tributos, pasándola de 4% a 6%, al menos hasta que se logre reabrir el mercado venezolano.